Abismo da Sanidade escrita por SeriousWriter, Bêrenicius


Capítulo 10
Capítulo IX - Desconfiança


Notas iniciais do capítulo

Um novo capítulo com uma boa notícia: no próximo capítulo teremos a volta do MrsMonroe!
~SeriousWritter



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[...]

A semana de trabalho logo chegaria ao fim. Era uma sexta-feira quente na cidade de Los Angeles e Dean White teria de ficar até mais tarde no trabalho para então aproveitar decentemente o final de semana, pelo menos era assim que ele queria que fosse já que, sendo noivo da filha do dono da empresa, não seria necessário varar algumas noites no escritório. Dean tinha uma índole misteriosa. Ele próprio se considerava imprevisível.

Greg o convidara para passar o fim de semana na casa dos Halcons, Verônica é claro, o incentivara para aceitar o convite. Greg e Dean já estavam mais próximos do que no começo. Greg quase se tornara inseparável de Dean e Dean sabia que algo era escondido dele, o rapaz tinha esse pressentimento quase pulando para fora quando estava próximo do jovem Halcon.

A casa dos Halcons era enorme, uma mansão suntuosa como Dean jamais vira em sua vida. Era começo de tarde e Verônica saíra com a irmã de Greg, a jovem Lauren Halcon, as duas moças haviam saído para jogar tênis na quadra perto da casa. Dean estava na biblioteca, que tinha visão para a quadra de tênis, quando Greg aparecesse repentinamente.

– Greg? - Dean chama o nome do rapaz ainda de costas - Senti sua presença

– Ora, nunca consigo assustar você! - Greg reclama - Até parece que tem um sensor aí dentro - o rapaz brinca

– E talvez eu tenha mesmo - os dois caem no riso

Gregory se aproxima da janela, se coloca ao lado do amigo e dá um longo suspiro.

– Houve alguma coisa? - Dean pergunta, notando certa preocupação no colega

– Acho que tenho que lhe contar uma coisa Dean, algo sobre o passado - Greg começa - Era algo que eu já deveria ter lhe contado e espero que não fique estranho com isso

– Mas o que seria tão sério? - Dean denuncia curiosidade

– Eu e Verônica estudamos juntos há anos atrás, se lembra de eu ter lhe contado isso? - Gregory pergunta

Dean previa que algo iria lhe surpreender nas palavras de Greg e logo toma lugar do assento próximo da janela.

– Sim, você me disse isso, eu me lembro - Dean comenta - Me lembro de um outro amigo de vocês, Connor.

– O que quero lhe contar, Dean, veio depois que Connor se mudou para a França - Greg toma ar e continua - Algo sobre mim e Verônica

Dean detecta algo sobre o teor que a conversa teria e logo imagina o rumo que ela tomaria em sua mente, prefere afastar maus pensamentos e tentar lidar com o que Greg iria lhe contar sobre o passado de sua amada.

– Verônica e eu eramos muito apegados a Spence - Greg assume um olhar como se tivesse tendo vislumbres sobre o passado - Nós três éramos inseparáveis, Dean. Verônica não ficou muito bem quando isso terminou com a ida de Spence pra fora do país, ela ficou muito frágil - Greg começa a se sentir incomodado em ter que continuar, mas sabia que precisava continuar o assunto, Dean precisava saber, pelo menos era isso que o Halcon pensava - Não demorou muito até que eu e ela ficássemos próximos o suficiente para que algo além de conversas começasse a acontecer - Greg começa a notar o semblante longínquo e submerso, ao mesmo tempo, do amigo em suas palavras - Passaram-se apenas duas semanas desde a ida de Spence para que eu Verônica assumíssemos uma relação - Surpreendentemente, Dean mantinha seriedade com as palavras reveladoras do amigo - As coisas foram fluindo e ficamos juntos apenas duas semanas, o fim fora tão rápido quanto o tempo que esperamos para assumir. Foi uma relação marcante pra mim, Dean, de uma forma que talvez eu não saiba explicar. Logo que terminamos eu resolvi me mudar, o fim fora arrasador para mim, não o fato de uma relação com Verônica Scotts ter chegado ao fim, mas a forma como isso aconteceu. - Greg faz uma pausa - Foi algo que eu talvez chamaria de renovador, eu vejo e sinto que houve uma importância nisso tudo, talvez não só pra mim, mas para todos nós, entende?

Dean não sabe se fala, se continua sentado ou se corre atrás de Verônica para que tudo ficasse mais claro para ele, para que tudo o que Gregory não contara fosse revelado, Dean sabia que havia alguma coisa ainda que não lhe foi dito. Preferia continuar sentado e ouvir o que mais Gregory tinha a dizer.

– Não guardo mágoas de Verônica, Dean, mas o tempo que passei com ela sendo mais do que um amigo, esse tempo foi precioso pra que eu pudesse descobrir quem ela realmente é ou parte disso tudo - Gregory assume um tom frio e sereno, como quem liderava uma tropa rumo á guerra, como quem consolava a família de quem morreu - Eu acredito, e acredito mais do que qualquer coisa neste mundo, que Verônica Scotts, meu caro amigo, não é quem parece. Não é quem nós vemos e tão pouco quem ela demonstra ser. Há muita coisa que eu nem você sabemos sobre ela, por isso eu lhe digo, por experiência própria, tome cuidado com essa mulher.

As palavras finais de Gregory chocaram Dean. Era algo que ele não esperava ouvir depois de tudo que já havia escutado. Não esperava por essas palavras. Não esperava por essas revelações.

[...]

Aquela conversa com Gregory ressoava na mente de Dean e o pior era a pergunta que ele vinha se fazendo desde o último jantar com sua amada: Quem é Verônica Scotts? Dean se perguntava se de fato a conhecia, se perguntava o que foi que eles viveram, que significado tudo aquilo teve? A única certeza que Dean tinha naquele momento é que ele viveria para saber essas respostas, custe o que custar.

Ainda era madrugada e o grupo se mantinha apertado no carro, enquanto Mark dirigia. Mark acabara de assumir o volante, para que então Roxanne pudesse descansar um pouco. A mulher conduzira o carro com a voracidade de um leão. Jinx observava curiosa enquanto Roxanne dormia e se perguntava o porquê de toda aquela fúria. Jinx sentia a fúria contida em Roxanne, claramente as lembranças a pegaram de uma forma perigosa e Jinx daria atenção àquela pobre mulher, que certamente estaria precisando conversar com alguém.

Jenna se lembrava da mulher com quem o grupo havia cruzado na floresta, se perguntava o que havia acontecido com ela e de onde ela viera. Lembra mais uma vez de Claire e decide que sepultaria de vez qualquer lembrança da falecida amiga.

Sara pressentia que tudo o que houve até agora desde o casebre fora um sinal para os sobreviventes. Essa era uma certeza que Sara tinha naquele momento enquanto observava, assim como Jinx, o profundo sono que pegara Roxanne. Se perguntava como ela conseguiu dormir depois de tudo o que houve. Sara sentira uma certa inveja da companheira de apocalipse.

Gregory tem um péssima lembrança crescendo em sua mente. Era um dos poucos dias que namorou Verônica, logo tenta afastar essa lembrança, mas era inútil esquecer a mulher que tanto amara e uma lembrança diferente tomava conta do rapaz, a conversa com Dean na biblioteca, Greg se lembra do porquê ainda está vivo, do que lhe motivava a viver naquele lugar. Gregory Halcon se sentia parte daquele mundo e sabia que tinha algo a fazer ali. Não morreria enquanto tudo o que suspeitava fosse revelado.

[...]

O dia começava a clarear e o grupo se perguntava quanto já haviam percorrido. Com as estradas lotadas de 'congestionamento morto' era normal que vários desvios fossem feitos, o que resultou em um equivalente a apenas 40 minutos de viagem em uma época diferente, que não fosse, é claro, num apocalipse.

Decidem continuar seguindo caminho até que achassem um lugar seguro o suficiente para estacionar o carro e parar para preparar um almoço.

O caminho segue em paz por poucos minutos quando algo inesperado desvia a atenção do grupo: um grupo de sobreviventes estava sendo atacado por uma horda de zumbis.

– Pare o carro agora! - Jinx grita para Mark

– Temos de ir até lá! - a consciência humana de Sara fala pelas ações do grupo naquele momento.

Uns se perguntavam o que seria feito para salvar 5 pessoas que enfrentavam 50 zumbis, enquanto isso, sem pensar e tão pouco falar, Roxanne assume as rédeas e desce do carro empunhando seu Magnum .44. A mulher sabia que aquelas pessoas seriam úteis.

Um sentimento bom toma conta de Dean, uma sensação de que as coisas seriam interessantes começa a percorrer seu corpo. A adrenalina volta a assumir o controle. Uma ponta de esperança resguardada em meio ao abismo que se tornara a mente de Dean, mantinha sua sanidade salva da loucura que aguardava aquele momento.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado tanto quanto eu gostei, o que será dificil, pois acho que foi um dos melhores até agora. Estava ansioso pra dizer algumas coisas e surgiu esses momentos que escrevi agora. Comentem o que leram! Muitas pessoas estão lendo e nem comentam :/ Se disserem um 'oi' já ficarei feliz ;)
Muitíssimo obrigado e até a próxima!
~SeriousWritter



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