A Sun And a Moon escrita por velgoncalves


Capítulo 15
Capítulo 15 - A formatura




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Capitulo 15 – A formatura. 

 

 

 

Finalmente havia chegado o grande dia. O dia me libertar do segundo grau na escola secundarista de Forks, aquele inferno astral estava passando mais uma vez. Eu iria me livrar dos desejos obsessivos de Jéssica Stanley, os sonhos impossíveis de Mike Newton... Ah finalmente me veria livre de todo aquele pesadelo... Outra vez. Afinal já havia perdido a conta de quantas vezes tinha passado por aquele purgatório de hormônios efervescentes. 

 

No entanto, aqueles últimos meses haviam feito toda diferença para mim. Conhecer Bella foi fundamental para que eu saísse da escuridão total a qual eu me encontrava... No lugar mais improvável, na cidade mais escondida e chuvosa dos Estados Unidos meu sol brilharia com tanta intensidade. Aquele sentimento inusitado, aquela sensação de torpor parecia não passar quando eu estava ao lado dela.

 

Desde que ela apareceu todos perceberam minha mudança de humor, antes mal humorado agora até consigo tolerar as piadas sem graça do Emmett e achar graça nelas. – então maninho a humana vai levar quantos tombos hoje? – ele brincou me trazendo de volta do meu devaneio.

 

- Será muito bom quando Bella for uma de nós, dessa forma sua zombaria será decidida numa boa luta... Você não perde por esperar. – respondi não deixando transparecer que suas piadas me alegravam

 

- Ah... Qual é Edward! – ele exclamou – vai dizer que você não acha engraçado cada vez que ela leva um tombo. Ela é mais azarada do que qualquer pessoa que já tenha quebrado um espelho numa sexta feira treze. – ele gargalhou. Não consegui conter o meu sorriso quando percebi as risadas mentais ecoarem pela casa.

 

- Que bom que todos estão se divertindo. – falei num tom um pouco mais alto para que todos pudessem ouvir. “ops” jasper pensou no andar de cima, certamente ele estava em seu quarto com Alice... “Engraçado, ainda não ouvi o pensamento daquela baixinha irritante hoje” pensei tentando localizar seus pensamentos onde quer que ela estivesse. Nada.

 

Certamente estava planejando mais alguma façanha para a festa de logo mais a noite, se eu não a conhecesse até poderia dizer que Bella estaria sã e salva... Alice sabia tão bem quanto eu que Bella iria detestar aquela festa. Os seus pensamentos sempre denunciavam as suas intenções e naquele dia um pouco mais cedo, havia visto neles que ela iria providenciar algo para que Bella estivesse bem vestida à noite. Logo após captar este pensamento ela começou a imaginar o hino d a Inglaterra na linguagem de sinais. Definitivamente Alice não tinha jeito.

 

Tentei pesquisar seu paradeiro através dos pensamentos de Jasper, naquele momento ele estava mais preocupado em não cometer uma matança durante a festa que seria realizada lá em casa. Pobre Jasper, sempre tentado lhe dar com sua sede... Porem eu sabia que ele não era perigoso. Ele não faria nada que pudesse machucar Alice.

 

Rosálie não pensava em outra coisa a não ser em como ser a garota mais bonita da festa. Estava pensando como iria arrumar seu cabelo e qual roupa a deixaria mais linda e fatal... “pura futilidade” pensei.

 

Emmett como sempre estava tentando elaborar uma maneira de pregar uma peça em todos nós, ele sempre acreditava que nos pegaria de surpresa com suas brincadeiras previsíveis e mal elaboradas. Meu irmão era muito forte fisicamente, no entanto sempre pensava como uma criança.

 

Meus pais eram um caso a parte, minha mãe estava preocupada com o que os outros pensariam se sua casa estivesse mal arrumada para receber os convidados logo mais a noite. Ela estava tentando visualizar uma nova arrumação caso fosse necessário enquanto meu pai a tranqüilizava tentando explicar o quanto estava tudo perfeito.

 

Eu estava mais uma vez vivendo aquele momento de apatia que sempre me acometia quando Bella estava longe, eram os únicos momentos os quais eu parecia estar dormindo mesmo estando de olhos abertos. Finalmente era hora de me arrumar para encontrar Bella... Minha Bella. Nada me faria mais feliz naquele momento que encontrá-la. Mesmo que fossemos para um lugar onde dezenas de pensamentos fúteis nos aguardavam. Suspirei tentando apagar aqueles pensamentos da minha cabeça, afinal aquela seria nossa ultima noite na escola de Forks.

 

Fui para a garagem tentando conter o nervosismo que de repente havia me pego, de todas as vezes que eu havia me formado, aquela era a primeira que eu tinha alguém realmente importante na minha vida. Emmett já esperava por mim em seu jipe para me deixar na frente da casa do chefe Swan.

 

Depois de muita discussão chegamos ao consenso de que Bella iria junto com Charlie em sua viatura e eu os acompanharia. Os pensamentos de Charlie sempre eram hostis no que diziam respeito a mim, desde que deixei Bella em Forks e fui embora. Embora ele não soubesse e eu também não me perdoasse, aquilo foi para o bem dela. Foi tão somente para que pudesse ter uma vida normal ao lado de um humano normal... Até aparecer Jacob Black... Rosnei com a sua simples lembrança.

 

O pensamento de Emmett estava calmo quando nos dirigimos para Forks, felizmente meu irmão era um ser extremamente tranquilo e despreocupado, tudo que me preocupava era a fato dele estar tentando criar alguma armadilha para Jasper pouco mais tarde.

 

- Você está tão elegante, se eu fosse uma vampira poderia me apaixonar... – ele gargalhou alegremente – a humana vai ficar mais apaixonada por você, maninho. O cachorro pulguento não tem vez. – ele disse após ouvir meu rosnado anterior.

 

- Aquele lobo pulguento está tentando roubar Bella de mim.

 

- Seria bom transformá-la logo... Assim eu teria logo a oportunidade de convidá-la para uma luta.

 

- Emmett... – eu o repreendi – Bella não é assim tão descontrolada como vocês acreditam.

 

- Tem razão – ele gargalhou mais uma vez – alem de descontrolada ela é azarada e desastrada. – ele sorriu novamente aumentando a velocidade do jipe. Já estávamos á 140 km por hora quando viramos a curva da rua que daria na casa de Charlie.

 

- Agora preciso ir... Vejo vocês mais tarde. – me despedi apertando sua mão.

 

- Boa sorte maninho – ele se despediu.

 

Alguns passos me separavam da porta de entrada da casa quando um cheiro conhecido foi trazido pelo vento “Alice” pensei. O nervosismo me tomava completamente, se eu tivesse um coração ele estaria aos saltos... Aquela sensação de que eu podia ser como ela pelo menos enquanto estivéssemos juntos me deixava eufórico.

 

Bati levemente na porta enquanto ouvia os pensamentos tranqüilos de Charlie lá dentro e quando abriu a porta sua expressão simplesmente mudou. – Olá – ele cumprimentou sem vontade “Garoto enxerido” ele pensou coçando a cabeça.

 

Mas o que Charlie pensava não me importava, já estava acostumado com sua hostilidade e não deixaria que isso me afastasse de Bella. Quando a vi descer as escadas com aquele vestido azul fiquei maravilhado, aquela era a cor que eu mais gostava que ela vestisse “Alice” pensei novamente.

 

- Já está na hora de irmos caso contrario nos atrasaremos – Charlie chamou quando me viu paralisado, encantado com a beleza de Bella, varias coisas que nem ouso reproduzir passavam pela cabeça atordoada dele. – Vamos, vamos – ele apressou. No entanto algo na expressão de Bella me deixou desconfiado, ela nunca fora uma boa mentirosa algo a preocupava e eu iria descobrir o que era.

 

Entramos na viatura de Charlie, ele e Bella na frente e eu atrás os pensamentos de Charlie começaram a me divertir “até que o moleque ficaria bonitinho atrás das grades” ele sorriu olhando para mim pelo retrovisor... Eu? Sorria em retribuição. “Esse é realmente o seu lugar Cullen, longe da minha filha... atrás de um vidro a prova de balas” ele sorriu novamente. Pobre Charlie não sabia que se eu quisesse poderia quebrar aquele vidro tão facilmente. Sorri para ele outra vez. E assim foi a nossa viagem e embora me divertindo com os pensamentos agressivos de Charlie não consegui desligar da expressão inquieta de Bella.

 

- Você está bem? – perguntei enquanto a ajudava a sair do carro no estacionamento da escola.

 

- Nervosa – foi tudo que ela respondeu.

 

- Você está tão linda – disse olhando em seus olhos. Segurando a vontade de beijá-la ali mesmo, porem eu sabia que se o fizesse Charlie me prenderia na viatura eternamente, ao menos esse era o pensamento dele quando se enfiou entre nós dois abraçando-a e afastando-a de mim. “Nem na formatura da minha filha esse moleque vai permitir que eu fique mais próximo dela do que ele? Garoto abusado...” ele pensou.

 

- Você está excitada? – ele perguntou no intuito de tirar a atenção dela.

 

- Na verdade não.

 

- Bella, esse é um negócio grande. Você está se formando no colegial. Esse agora é o mundo real pra você. Faculdade. Morar sozinha... Você não é mais a minha garotinha. – “e com esse garoto o Cullen isso não me agrada” ele pensou completando a frase.

 

- Pai! Por favor, não fique choramingando em cima de mim. – ela pediu num tom de suplica.

 

- Quem está choramingando? Agora, por que você não está excitada?

 

- Eu não sei, pai. Eu acho que a ficha ainda não caiu ou algo assim.

 

- É bom que Alice esteja dando uma festa. Você precisa de alguma coisa pra te animar.

 

- Claro. Uma festa é exatamente o que eu preciso. - Ele riu do desespero de Bella. Ela não parecia estar se divertindo muito, não era só pelo fato de que ela não gostava de festas. Havia algo mais.

 

Caminhamos até a porta de trás do ginásio, Charlie nos deixou a contra gosto protestando mentalmente. Não houve tempo para que eu pudesse perguntar o que estava acontecendo, o grupo de adolescentes vibrantes estavam tão excitados que os seus pensamentos estavam a ponto de deixar louco. A Sra. Cope e o Sr. Varner tentavam controlar todos, confesso que com o fervilho de pensamentos eles conseguiriam controlar melhor uma manada de elefantes raivosos.

 

- Para a frente, Sr. Cullen - o Sr. Varner ordenou.

 

- Ei, Bella! – ainda ouvi Jessica Stanley gritar, beijei Bella rapidamente, eu definitivamente preferia ignorar aqueles pensamentos fúteis... Respirei fundo para não fuzilá-la enquanto eu me afastava “ainda não vi o que o Edward viu nela” ela pensou. Fui andando para o meu lugar muito a contragosto, ninguém ousava se aproximar de mim, os humanos tinham senso de segurança e de certa forma eles sabiam que eu era perigoso.

 

Encontrei Alice parada na fila, ela parecia estar se divertindo com tudo aquilo... Ao mesmo tempo estava escondendo algo de mim – Então Alice vai me contar ou não o que você está aprontando? – perguntei sorrindo levemente.

 

- Nada Edward, apenas quero que seja uma surpresa. – ela começou a inventar lembrou-se de quando conheceu Jasper. Alice era realmente impossível, ela conseguia se concentrar em tantas coisas ao mesmo tempo e assim escondia algo importante de mim. O rosto preocupado de Bella não saia da minha mente, será que tinha alguma ligação? Afinal senti o cheiro de Alice mais cedo na casa de Charlie. – Alice o que você foi fazer na casa de Bella hoje mais cedo? – perguntei finalmente.

 

- Nada, só queria que ela estivesse linda para a nossa festa de mais tarde. – ela respondeu ainda sorridente – agora tenho que ir irão chamar meu nome – ela se afastou cantando o hino da Eslováquia mentalmente. “Edward Cullen” o Diretor Greene pensou antes de chamar meu nome – Edward Cullen – ele finalmente disse. Quando subi as escadas Alice continuava cantando no meio da multidão de alunos, tudo o que consegui notar foi um pensamento entre as pessoas que estavam presentes “Bella está realmente linda” o cachorro sarnento pensou. Quem o havia convidado? O que ele estava fazendo ali? “olha só o sanguessuga com cara de babaca” ele sorriu enquanto conversava com Charlie, preferi evitar ouvi-los me dedicando a descobrir o que Alice estava tramando.

 

Estava tão entretido tentando fazer essa descoberta que quase não vi quando o Sr. Greene disse que poderíamos festejar e que já estava tudo acabado. Os chapéus amarelos voaram e depois caíram aos nossos pés. Bella ainda estava muito distante, e os pensamentos de Jessica não me fizeram tentar uma aproximação naquele momento. Percebi que ela despistou delicadamente Jessica indo em direção a Ângela e Bem. Nesse momento decidi me aproximar - Parabéns – murmurei me aproximando segurando-a pela cintura abraçando-a e beijando-lhe levemente os lábios quentes e macios. Uma corrente elétrica percorreu meu corpo... Eu precisava me controlar.

 

- Hum, obrigada. – ela respondeu visivelmente nervosa.

 

- Parece que você ainda não superou os nervos

 

- Ainda não.

 

- O que mais te preocupa? A festa? Não vai ser tão horrível. – tentei alegrá-la.

 

- Provavelmente você está certo.

 

- Por quem você está procurando? – perguntei confuso.

 

- Alice, onde ela está?

 

- Ela saiu correndo assim que pegou o diploma dela. – respondi virando na direção dos pensamentos ofensivos de Jacob Black “está com medo de que ela venha falar comigo e prefira minha companhia? Até mais sugador de sangue” ele provocou saindo pelas portas da frente do ginásio. Tentei ignorar, ele não iria estragar aquele momento que era tão importante para Bella.

 

- Você está preocupado com Alice? – ela perguntou virando em direção onde meus olhos estavam.

 

- Er... – eu preferia não responder, as palavras sairiam muito grosseiras. 

 

- O que ela estava pensando afinal? Quer dizer, pra te manter do lado de fora.

 

- Ela estava traduzindo o Hino de Batalha da República pra Árabe, na verdade. Quando ela acabou com isso, ela passou para a linguagem dos sinais Coreana. – o que quer que estivesse acontecendo ela queria me manter de fora.

 

- Eu acho que isso manteria a cabeça dela ocupada o suficiente.

 

- Você sabe o que ela estava escondendo de mim – afirmei quando vi os seus olhos crescerem nervosos. 

 

- Claro! Fui eu que inventei isso tudo. – o que? Como assim inventou tudo? Do que ela estava falando? - Conhecendo Alice provavelmente ela está tentando esconder isso de você até o final da festa. Mas já que eu estou a fim de que a festa seja cancelada, bem, não fique frenético, não importa o que acontecer, tudo bem? É sempre melhor saber o máximo que for possível. Isso tem que ajudar de alguma forma. – ela continuou nervosa.

 

- Do que você está falando? – ainda consegui perguntar antes de ouvir os pensamentos de Charlie se aproximando.

 

- Só fique calmo, tudo bem? – tentei dizer algo, mas fui impedido pela proximidade de Charlie, quando ela se virou e me disse rapidamente o que Alice tanto queria me esconder.

 

- Eu acho que você está errado que diz que as coisas estão vindo para nós de todos os lados. Eu acho que a maioria está vindo de um lado... E eu acho que está vindo atrás de mim, na verdade. Tudo está conectado, tem de estar. É apenas uma pessoa que está confundindo as visões de Alice. O estranho no meu quarto era um teste, pra ver se alguém desconfiaria dela. Essa tem que ser a mesma pessoa que continua mudando de idéia, e os recém-nascidos, e roubando as minhas roupas, tudo isso vai junto. O meu cheiro é pra eles. Mas ninguém está vindo por vocês, você não vê? Isso é bom, Esme e Alice e Carlisle, ninguém quer machucar eles! – a medida que ela ia falando minha mente ia trabalhando juntando as peças do quebra cabeças. Bella estava certa, como não vi isso antes? Como não pude perceber que na verdade era atrás dela que os recém nascidos estavam?  Um sentimento enorme de impotência e frustração me atingiu em cheio. Quem seria responsável pela criação daqueles vampiros sem instruí-los? Victoria? Aro? Não conseguia me mover. Não conseguia raciocinar. Então era por isso que Alice estava tentando me despistar pensando coisas aleatórias, ela sabia muito bem que eu não deixaria Bella sozinha nem por um minuto. - Calma – ela pediu num tom suplicante, porém quase não consegui ouvir. Minha cabeça estava trabalhando no intuito de encontrar o culpado por aquilo tudo, e quando eu o encontrasse, iria matá-lo. Arrancar membro por membro.

 

- Bella! Parabéns, bebê! – Charlie passou entre mim e Bella me afastando conscientemente para trás “sai pra lá garoto” ele pensou. No entanto nada do Charlie pensasse ou fizesse naquele momento iria me tirar de perto de Bella, se eu pudesse a tiraria dalí e a levaria direto para algum lugar onde ninguém pudesse encontrá-la. Mesmo que fosse preciso ir parar na ilha Esme.

 

- Obrigada – ela sussurrou, o pensamento de Charlie denunciava sua má intenção ao se referir a Jacob Black.

 

- Jacob e Billy tiveram que ir embora, você viu que eles estavam aqui? – ele disse malicioso. Eu queria reagir, queria poder dizer que Jacob era tão perigoso quanto ele me julgava, porém tinha que admitir que só ele seria capaz de protegê-la como eu faria. Sei que ele também daria sua vida por ela... Mas eu a amava e iria vencer aquela guerra para ver quem teria o seu amor.

 

- É! Eu os ouví também.

 

- Foi legal da parte deles aparecer - Charlie disse.

 

- Mm-hmm. Ela apenas concordou. Eu continuava tentando processar as informações, por mais que Aro estivesse obcecado por nós ele certamente manteria valendo as suas leis, os Volturi nunca a quebrariam... Eles acreditavam que as leis eram imutáveis. Laurent estava morto e James também, a única pessoa capaz de odiar tanto Bella. A única a qual queria vingança e conseguiu se esconder por tanto tempo e era capaz de tentar tudo para matá-la era Victoria... Será que minha mente estava trabalhando direito? Eu precisava conversar com a minha família, precisava correr contra o tempo se tudo estivesse se encaixando... Um rosnado ficou preso em meu peito. Se tudo aquilo fosse real eu iria matar Victória.

 

- Então, onde você quer jantar? O céu é o limite.

 

- Eu posso cozinhar.

 

- Não seja boba. Você quer ir ao Lodge? – ele sugeriu “aw...tenho que convidar o Cullen espero que ele não aceite” ele pensou. De qualquer forma eu não iria, não poderia fingir indiferença estando a ponto de explodir. Minha fúria era maior que eu, serrei meus punhos tentando manter a calma. Bella me olhava discretamente, seu olhar denunciava sua preocupação.

 

- Claro, o Lodge, legal – ela respondeu.

 

- Você vem também, Edward? – Charlie perguntou tentando parecer educado, em sua cabeça ele queria mesmo que eu saísse e era exatamente o que eu queria fazer, se eu pudesse levaria Bella junto comigo. Percebi seu movimento, notei que ele iria virar para me encarar, tentei controlar meus impulsos mais sangrentos para não ir atrás daqueles recém nascidos onde quer que eles estivessem.

 

- Não, obrigado – respondi seco para a surpresa de Charlie.

 

- Você tem planos com seus pais? – ele perguntou com um grande sorriso mental.

 

- Sim. Se você me der licença... – disse sem humor me virando para ir embora quando ouvi mais uma vez o pensamento de Charlie “ainda bem... enfim sós”. Me apressei em sair antes que minha cabeça explodisse. Não podia acompanhá-los ao jantar sem que todos achassem estranho o fato de eu não comer nada.

 

Provavelmente eu não iria embora, eu esperaria até a festa. Onde eu tinha certeza de que ela estaria segura para conversar com a minha família. Pelo visto Alice já estava ciente e assim como eu estava preocupada. Segui o carro de Charlie ate o Lodge, naquele dia parecia que todas as famílias de Forks haviam decidido estar ali.

 

Diferente de todos os presentes Bella e Charlie não conversavam muito. Newton, Jessica Ângela e Ben parecia se divertir muito com suas brincadeiras. Charlie estava muito tranquilo sem a minha presença... Para ser sincero ele nem se lembrava de mim. Fiquei ali parado na escuridão do outro lado da rua observando, tentando captar algum cheiro que me fosse estranho. Nada. O ar estava limpo, nem ao menos o vira-lata estava rondando, fazendo seu papel de cão de guarda. Aquela não era uma má idéia afinal.

 

Em uma coisa eu precisava concordar, ele era muito persistente. Se não estivéssemos lutando pelo amor de Bella eu agradeceria por ele mantê-la em segurança na minha ausência. Charlie devorava seu prato com muita gana, não ligava muito para o que acontecia ao seu redor. Nos raros momentos em que prestava atenção em Bella eu podia ver sua expressão nervosa. Preocupada.

 

 Finalmente ele pediu a conta, seu pensamento estava despreocupado. Charlie finalmente percebeu que Bella estava ansiosa... ficou um pouco relutante em perguntar. Logo em seguida criou coragem - Com pressa? – ele perguntou.

 

- Eu quero ajudar Alice a arrumar as coisas – ela mentiu.

 

- Tudo bem – ele respondeu, as vozes deles se confundiam um pouco com a dos outros presentes e extremamente barulhentos. Bella saiu primeiro enquanto Charlie esperava o seu troco, aproveitei aquele momento para me aproximar. Ela havia acabado de encostar-se na porta do passageiro da viatura de Charlie. Eu precisava mostrar para ela que eu estava ali, que ela nunca estaria sozinha.

 

Me aproximei rapidamente não esperei nenhum segundo para fazer aquilo que estava com vontade de fazer desde antes daquela cerimônia entediante de formatura. Segurei seu queixo com cuidado, nossos olhos se encontraram. Como eu queria poder ler os pensamentos dela para descobrir porque ela me olhava daquela forma. Beijei-lhe os lábios quentes e macios docemente, precisava senti-los urgentemente para ter a certeza de que ela estava bem.

 

Minha vontade era permanecer naquela posição por muito tempo, mesmo ouvindo os pensamentos de Charlie lá dentro enquanto ele conversava com os pais do Newton sobre algo que bem... Não me importava... Naquele momento eu queria ter toda minha atenção voltada para Bella para aquele momento. Eu me sentia perdido dentro daquele amor tão profundo, tão intenso sem saber que o destino havia sido traçado no instante em que a conheci e relutei em amá-la.

 

Alice tinha razão, eu era um tolo por pensar que poderia viver sem a presença de Bella. Sem o seu calor. A eternidade teria sido uma mera passagem até o instante de encontrá-la e tê-la como minha... - Como você está? – ela perguntou depois que aquele beijo tão curto, mas tão significativo terminou.

 

- Não muito bem, mas eu me controlo. Eu lamento por ter perdido a cabeça lá atrás.

 

- Foi minha culpa. Eu devia ter esperado pra te contar.

 

- Não! Isso é uma coisa que eu precisava saber. Eu não consigo acreditar que não tinha visto isso! – me senti culpado.

 

- Você tem muita coisa na cabeça. – ela justificou.

 

- E você não tem? – questionei. Um pensamento me chamou a atenção... Charlie estava prestes a sair do restaurante. Beijei-a novamente, eu queria muito poder estar ao seu lado. Porem naquele momento eu sabia Charlie não iria gostar.

 

- Charlie está vindo.

 

- Eu vou deixar ele em casa.

 

- Eu te sigo até lá.

 

- Isso realmente não é necessário – antes que ela pudesse terminar a frase eu escapei, não podia deixar que ele me visse ali.

 

- Bella? – das sombras das arvores eu o ouvi chamá-la.

 

- Eu estou aqui. – ela respondeu.

 

- Então, como você se sente? Esse foi um grande dia. – ele tentou iniciar uma conversa. “certamente ela esta assim porque aquele moleque metido não está aqui” ele pensou.

 

- Eu estou bem -

 

- Preocupada com a festa? - ele indagou.

 

- É – ela respondeu incerta.

 

- Você nunca gostou de festas.

 

- Eu me pergunto de onde foi que eu peguei isso - ela murmurou.

 

- Bem, você realmente está bonita. Eu queria ter pensado em te comprar alguma coisa. Desculpa.

 

- Não seja bobo, pai.

 

- Não é bobagem. Eu sinto que eu não faço sempre por você o que devia fazer. – enquanto ele a levava a caminho da minha casa, eu corria paralelo a viatura ouvindo toda conversa entre eles. Percebi que Bella estava relutante em responder aos questionamentos de Charlie, enquanto ele continuava discursando.

 

- Isso é ridículo. Você faz um trabalho fantástico. O melhor pai do mundo. E... – ela pausou relutante - E eu realmente estou feliz por ter vindo morar com você, pai. Foi à melhor idéia que eu já tive. Então, não se preocupe você só está experimentando o pessimismo pós-formatura.

 

- Talvez. Mas eu tenho certeza que escorreguei em alguns lugares. Quer dizer, olha a sua mão!

 

- Eu nunca pensei que precisava te ensinar a dar um soco. Eu acho que estava errado sobre isso.

 

- Você não estava do lado de Jacob? – eu sorri com seu pensamento antes da sua próxima resposta, mesmo que ele nunca admitisse “pelo menos o Cullen nunca a forçou a beijá-lo”.

 

- Não importa de que lado eu estou. Se alguém te beija sem a sua permissão, você devia esclarecer os seus sentimentos sem se machucar. Você não deixou o polegar dentro do seu pulso, deixou?

 

- Não, pai. Isso é muito doce de uma maneira esquisita, mas eu não acho que as suas aulas teriam ajudado. A cabeça de Jacob é muito dura.

 

- Da próxima vez bata no estômago dele. – ele disse sorrindo.

 

- Da próxima vez? – ela perguntou descrente.

 

- Aw, não seja tão dura com o garoto. Ele é jovem. – ele justificou.

 

- Ele é um idiota. – ela rosnou.

 

- Ele ainda é seu amigo.- Charlie afirmou esperançoso.

 

Estávamos próximos a estrada que levaria a minha casa, resolvi correr mais rápido para chegar antes deles, certamente Charlie estranharia se ao chegar lá não me encontrasse. Ele ainda não havia pensado nada sobre estar ou não na festa, embora eu soubesse o quanto ele a odiasse. Isso Bella havia herdado dele com certeza.

 

Cheguei antes deles como havia previsto, fiquei do lado de fora esperando que ela chegasse junto com Charlie, aproveitei para ver a noite. O céu estava meio encoberto pelas nuvens, mais ou menos como eu me sentia quando Bella estava longe de mim, eu sabia que quando ela cruzasse aquele entroncamento eu poderia ouvir novamente os pensamentos hostis de Charlie, mas também saberia que ela estava chegando, que seria minha companheira por mais aquela noite e mesmo que o perigo fosse iminente eu não a deixaria nem por um segundo. Eu morreria por ela.

 

Pensei no dia em que a vi pela primeira vez, a vontade que senti de matá-la... Ainda bem que não o fiz... Não saberia como seria minha vida sem ela, sem seu amor, sem seu calor. Ninguém iria tirá-la de mim nem que para isso eu precisasse exterminar todos os vampiros recém nascidos de Seattle sozinho. Mesmo que tivesse que lutar contra os Volturi ou contra todos os vampiros alucinados do mundo, eu não a deixaria sozinha.

 

Ao longe ouvi o barulho do motor da viatura de Charlie, se eu tivesse coração mais uma vez ele estaria acelerado pela ansiedade que sentia a cada momento que iria vê-la, que iria tocá-la. Olhei o céu mais uma vez, respirei fundo esperei que se despedisse de Charlie. Assim poderia beijá-la sem receios, sem medo. Poderia dizer o quanto a amava e que nunca a deixaria sozinha. Ela acenou despedindo-se dele, da escuridão onde eu estava finalmente pude me aproximar.

 

- Bella?


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