Arabella escrita por Queen


Capítulo 14
And her lips are like the galaxy's edge


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Capitulo novinho em folha E COM ALGO MUITO BOM ACONTECENDO.
MUITO BOM MESMO
TRATIE



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Katie analisou com seus grandes olhos verdes a maneira como a enfermeira cuidava dos machucados de Travis. Ela esperava de alguma maneira absorver todos os seus passos para fazer isso mais tarde, ela queria cuidar de Travis e dos seus machucados, mas algo em consciente dizia-lhe que ele já deveria estar acostumado com aquilo, que ele provavelmente saberia se cuidar.

O garoto estava quieto olhando para o chão. Seu rosto estava inchado e era quase impossível de ver ao menos a cor de seus olhos. Aquilo era deprimente, causava enjoo a Katie vê-lo daquela maneira. Tão frágil. Tão machucado. Totalmente diferente do Travis misterioso e engraçado que ela estava acostumada.

– Fazia um bom tempo que você não vinha aqui, meu rapaz. – A enfermeira falou colocando gazes sobre seu estomago. O garoto grunhiu em reprovação. – Você deveria parar.

– Isso não é da sua conta. – Travis resmungou ainda olhando para o chão. O Stoll suspirou pesadamente quando saiu da maca e caminhou a passos lentos até a saída. Katie estava ao seu lado, ajudando-o. – O que você está fazendo aqui, Gardner?

Ela fingiu que não ouviu a ignorância na voz de Travis.

– Pelo que eu saiba a boate é pública. –Rebateu calmamente enquanto segurava um saco de gelo sobre o olho esquerdo do rapaz. Ele estava inquieto e se olhava no espelho do elevador a cada cinco segundos. – Então é aqui que você ganha esses machucados, hein?

Ele não respondeu, apenas continuou a encarar o espelho. De alguma maneira Katie sentia que deveria ajudar, que aquilo que Travis fazia era errado, e que era sua obrigação tirar Travis daquele lugar escuro e imundo.

Quando as portas do elevador se abriram Katie não se importou em puxar o braço de Travis e arrastá-lo pela boate, ela já estava tão cheia daquilo tudo que pouco lhe importava se o garoto estava se incomodando com aquilo ou não. Precisava urgentemente achar seus amigos e ir para casa.

– Não estou achando a Angel – Katie confessou correndo os olhos pelas pessoas que dançavam, onde a garota poderia estar? – Nem o James.

– Você está com eles? – Foi a primeira vez que Travis se pronunciou sem sarcasmo ou remorso algum, fazendo Katie parar de andar e olhá-lo surpresa. – Devem estar se alfinetando em algum canto.

Katie assentiu a contra gosto. Estava com uma sensação ruim, como se algo relativamente péssimo estivesse por vir. Saíram da boate e ela pegou um taxi, quando entraram não se intimidou em lotá-lo de perguntas e receber perguntas diretas:

– Por que você faz... aquilo?

– Diversão.

– Diversão?

– É.

– Há quanto tempo isso acontece?

– Três anos.

– Ganha dinheiro com aquilo?

– Não. É por diversão, eu já disse.

– Acha divertido machucar alguém?

Travis deu um sorriso nervoso olhando para o motorista. Negou com a cabeça diversas vezes, pobre Katie. Será que deveria confiar nela? Será que deveria simplesmente contar-lhe a verdade? Decidiu por fim permanecer em silencio enquanto elaborava uma resposta mais explicativa.

– Estou esperando. – A voz estridente de Katie o irritou. Nas ultimas semanas havia sido obrigado a ensaiar com a garota todas as tardes na casa de Angelina e de tanto sorrir forçadamente, rodopiar e beijar o rosto de Katie no ensaio, estava começando a gostar daquilo. Estava começando a gostar de Katie. – Fala logo.

– Você é uma chata enxerida, sabia? – Perguntou sem medir as palavras, mas ao contrario do que esperava Katie apenas riu e assentiu, concordando plenamente com as palavras do rapaz. – Quando eu estou com raiva sinto vontade de quebrar as coisas, entendeu? Sinto vontade de quebrar algo, mas não machucar alguém. Eu sinto vontade de me machucar, eu não sei explicar, entendeu, Gardner? Só tenho isso a falar para você. Agora, pare de enfiar o nariz onde não é chamada e cuide da sua própria vida e dos seus próprios interesses.

– Mas você é meu interesse, Stoll! Eu me importo com você! – Esbravejou com o rosto vermelho. Travis olhou-a surpreso com sua confissão. Ninguém, além de Christina, havia realmente se importado com ele antes. Sentiu vontade de se bater ao constar que Katie estava aos prantos. – Você é todo bipolar, em um momento está fazendo gracinhas, totalmente zoeiro e em outro está com uma carranca e sendo um ogro! Será que e difícil aceitar que você precisa de ajuda?

– Eu não preciso de ninguém.

O taxi parou em frente a residência de Johanna e Katie saiu apressadamente dali, não querendo ficar mais nenhum segundo naquele ambiente. Abriu o portão emperrado com forçaa e entrou na casa a passos largos.

– Ei! – Travis indagou.

– O que é?

– Você não vai contar para ninguém, certo?

Ela respirou fundo e negou, aproximando-se de Travis e pegando suas mãos. Ela olhou para cima e sentiu o estomago revirar ao ver o estrago no rosto de Travis. Ele a encarava desesperado esperando pela sua resposta.

– Quando você vai entender que eu sou confiável? – Perguntou vacilante apertando suas mãos. – Eu só não entendo como você pode ser assim, você tem uma vida perfeita e...

– Nunca mais diga isso. – A voz fria de Travis fez todos os seus pelos se eriçarem, ele puxou as mãos com força e se afastou. – Você chama isso de perfeito? Ver o seu pai morrer na sua frente quando você ainda era uma criança? Ter uma mãe tão vadia que de dois em dois anos se casa com um homem diferente? Ter um irmão gêmeo e ser confundido com ele vinte e quatro horas por dia? Ser abandonado no Canadá enquanto poderia estar em Chicago? Repetir de ano só por simplesmente estar tão magoado com a própria mãe que não consegue se focar nos estudos? Deixar de ser visto como o filho perfeito para se tornar o rebelde? Ser apaixonado pela mesma garota por cinco anos e ela apenas vê-lo como um “amigo”? – Ele a encarou seriamente e ela se encolheu. – Sentir prazer em se machucar é ter uma vida perfeita, Gardner? Ter pesadelos todas as noites é ter uma vida perfeita, Gardner? Viver de favor na casa de alguém é ter uma vida perfeita, Gardner? Perder a pessoa mais importante da sua vida em um acidente de carro é ter uma vida perfeita, Gardner? Hein? Não, não é. Então analise bem antes de dizer isso. – O coração da garota falhou uma batida quando percebeu que ele estava chorando. – Eu estou com medo.

Ela estava chocada absorvendo todas as suas palavras. Aquilo tudo nunca havia se passado pela sua cabeça. Estava se sentindo mal por tê-lo feito desabar daquela forma, parecia que ele estava entalado com aquilo e guardava há muito tempo, porém estava claro que não queria dizer tudo aquilo a ela. Sua cara de arrependimento era inédita, Travis respirou fundo algumas vezes e balançou a cabeça de um lado para o outro, afastando diversos pensamentos de sua cabeça. Katie respirou fundo após associar todas as coisas e engolir em seco.

– Por quê? – Katie apenas sussurrou, aproximando-se novamente e pegando suas mãos. – Do que você tem medo?

– Katie... Você tem que entender, eu só quero ser feliz. – As palavras mal saíram de sua boca. – Eu só quero ser normal, como todo mundo.

– Você tem certeza que se machucando e tentando ser como todo mundo vai fazer você feliz? – Katie sussurrou novamente, aflita.

– Não sei outra maneira de ser feliz. Eu estou rodeado de pessoas, mas mesmo assim me sinto sozinho.

– Me deixe te mostrar como ser feliz, Stoll. – O abraçou sem cerimônia alguma, o coração do rapaz estava acelerado e ela sentiu um formigamento correr por todo o seu corpo. – Você não está sozinho. – Declarou ficando nas pontas dos pés e o encarando. – Eu estou aqui. Eu sempre estarei aqui. Com você. – Disse por fim selado seus lábios nos dele.

Katie notou com tamanha empolgação que a boca de Travis era macia e seu hálito era de uva. Passou a mãos pelo seu pescoço e o trouxe mais para perto, sua boca fez uma pequena abertura e ela fez o mesmo.

O calor cresceu em seu peito a medida que Travis entrelaçava seus dedos em seu cabelo, agarrando seu pescoço e costas, deslizando as mãos sobre seus ombros. Se alguém lhe dissesse que um dia estaria aos beijos com Travis Stoll, ela iria rir, mas agora, com seus lábios encaixados e seu coração dando saltinhos exagerados, ela só queria beijá-lo cada vez mais.

Eles não pararam por causa de ar ou para falar algo, nada disso, o que interrompeu a conexão foi o som estridente do celular de Katie. Ela gemeu a contra gosto quando Travis se afastou. Notou, pela primeira vez em meses, que ele estava sorrindo.

– Alo? – Disse irritada olhando-o. Também ria, a dormência em seus lábios só fazia querer beijá-lo novamente.

– Katie! Meu Deus, finalmente! Eu procurei você por horas, você sumiu! Onde você está? Você não imagina o que aconteceu.

– Angelina, eu estou ocupada agora e...

Katie, é sério, o Stiles é o “X” da questão toda.

– Você está me ligando só para dizer que você e o James brigaram ou algo do tipo e quer minha ajuda para fazê-lo parar de te enforcar?

– Katherine. – Angel falou irritada e suspirou pesadamente, depois fungou. Ela estava chorando, mas por quê? Katie ficou em alerta. – James está doente. Estamos no hospital agora. O medico não me deixou acompanhá-lo até a sala de enxames. Eu estou desesperada. Eu preciso de você aqui. Ele precisa de você aqui.


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Notas finais do capítulo

Desculpem pela demora. Se alguém quiser entrar no grupo do wpp deixe o numero nos comentarios ou MP
Eita lele