Dark Water - Herdeiros De Netuno (hiatus) escrita por Vine Azalea


Capítulo 9
Na Estrada


Notas iniciais do capítulo

Daiana volta a ser a narradora, e ela esta acompanhada de Nicole e Rick. Este capítulo é mais parado, mas espero que gostem mesmo assim.



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Após eu e Rick termos enfrentado aquela mulher na sala dos aquários, nós pegamos a Nicole na caverna e ainda procuramos por Matilde, Jhynn e Roger. Passou algumas horas e não encontro nenhum dos três e estávamos exaustos e então desistimos. O pior de tudo é que acabamos indo muito longe de Kendall, estávamos em uma praia rochosa, cheia de cavernas e grutas aquáticas que passamos horas verificando cada uma.

– Daiana, você não pode virar uma baleia e nos levar até a praia de Kendall? – Foi a Nicole que fez essa pergunta besta, mas eu ainda me esforcei para responder com educação.

– Não, eu não me transformo em nenhum animal.

– Então que lance é aquele? – Perguntou Rick.

Não sei, somente agora esses poderes ou magia se manifestaram. Eu apenas consigo as habilidades dos animais que em que eu penso. Mas estou cansada de mais para fazer qualquer coisa.

– Acho que teremos que pedir carona na estrada mais próxima que encontrarmos. – Rick disse, já saindo da praia.

Eu e Nicole o acompanhamos até a rua de chão batido que ficava ao fundo da praia, misturando areia com terra e algumas pedras. Depois da larga faixa de terra vinha uma pequena mata, com arvores distantes uma das outras, mas mesmo assim não conseguíamos enxergar onde tinha uma estrada ou rodovia. Nicole subiu em uma das arvores, com o Rick a erguendo pela cintura. Fiquei mais distante, mas mesmo assim conseguia ouvir Nick xingá-lo. Queria pensar em tudo o que aconteceu, mas estava tudo confuso que eu não conseguia ligar os pontos.

Primeiro: Morte dos pais do Roger (pelo menos eu acho que foi a primeira coisa que ocorreu).

Segundo: Meu sonho estranho, aparentemente com os pais do Roger.

Terceiro: Morte do professor de literatura.

Quarto: Confusão na festa da Matilde, entramos todos em um portal no banheiro. Pensando agora, isso foi nojento.

Quinto: Eu, Rick e Nicole acabamos dentro de um aquário, conseguimos sair e acabamos sendo atacados por uma mulher, pelo menos achamos que era mulher, só conseguíamos ver uma sombra. Depois saímos de lá e não achamos mais Jhynn, Roger e Matilde. O único que tem ligação com essas coisas é o Roger, mas é muita loucura, não consigo pensar em nenhuma lógica. Por sorte não precisei mais pensar, Nicole acena e grita que avistaram a estrada e que esta há poucos minutos adentro da mata.

Entramos na mata, notei que pela primeira vez Nick estava quieta, e Rick também não fez questão de contar suas piadas sem graça que contava na escola. Devem estar todos tensos, cansados e sem entender tudo o que esta acontecendo. Após um tempo de caminhada encontramos a estrada, mas Rick diz que precisamos continuar a caminhar, até passar um carro. Depois de dizer e isso e nós seguirmos em frente, o silencio toma conta novamente. Fiquei pensando que a Nicole mesmo sendo humana – e sabendo da existência de criaturas mágicas – está passando por isso muito bem, a medida do possível claro. Parece estar menos assustada que Rick, mas não o culpo, mesmo nós pertencendo a família de criaturas extraordinárias, nós aprendemos magias e feitiços simples, a maioria usada em festivais, brincadeiras e ritos mágicos, mas não aprendemos a lutar ou batalhar. Há anos, décadas ou talvez séculos não ocorre uma guerra entre os seres mágicos. Há uma disputa aqui ou ali, fadas brigando por direitos de liderança nas florestas, bruxas e feiticeiros querendo permissão para usar feitiços macabros no dia de Halloween, mas nada grandioso ou fora do comum. Acho que tivemos sorte, muita sorte de sairmos vivos daquele ataque.

Algumas horas se passaram e o sol estava perdendo a força, e Nicole agora não para de reclamar de dor nas pernas. Rick não diz nada, ele ainda tem esperança que passe algum alguém disposto a nos ajudar. Todo esse tempo passou 3 carros, 2 nem pararam e 1 queria levar apenas eu e a Nicole.

– Vamos ter que parar em algum lugar para dormir. – Enfim digo.

– Acho que vi um hotel cinco estrelas a um quilometro atrás. – Diz Rick, com a voz cansada e desgastada.

– Engraçadinho. Mas aonde iremos dormir? No meio dessa estrada? – Pergunta Nicole preocupada. Pensei em dizer que podemos dormir na mata, mas não sei qual é a pior opção, dormir na mata ou na estrada. Antes que eu diga alguma coisa Rick me salva. – Na mata. – ou não – Será como acampamento da escola. – Diz ele.

Mas eu e Daiana nunca fomos aos acampamentos da escola. – Diz Nicole mais do que preocupada. Rick olha para mim com um olhar estranho e sinto que ele quer alguma resposta.

– Nunca perdemos uma oportunidade de faltar à aula. – Soltei uma risada desleixada, pensava que não era nenhuma novidade que eu e Nick não gostávamos da escola.

Rick ergue uma sobrancelha, sem tirar o olhar de mim. Não sei o motivo, mas fico sem jeito e constrangida, mas antes que eu fizesse algo que demonstrasse isso ele responde: – Deixem comigo, eu sou quase um escoteiro.

– Quase. Quase. Ótimo. – Diz a Nicole enquanto seguíamos atrás dele, entrando na mata. Caminhamos por alguns minutos até que achasse um lugar decente. Até que ele não era tão ruim nisso. As arvores distantes formavam um pequeno circulo torto, a grama era nova e não tinha sujeira sobre ela. Nicole verificou os troncos de arvores e pedras, e espantou os insetos. Rick trouxe um tronco que estava caído logo adiante, ele era grande e dava para nós sentarmos nele, mas eu e Nick sentamos na grama e escoramos nossas costas sobre o tronco. Até que era relaxante, o máximo de conforto que poderíamos conseguir naquelas circunstancias. Ele seguiu caminho por dentro da mata, em busca de pequenos gravetos para uma fogueira. Ele estava demorando alguns minutos, mas eu e ela não dissemos nenhuma palavra, queríamos descansar. Ouvimos passos e em seguida ele estava de volta, colocou os gravetos tortos no chão e depois retirou três bolas do seu bolso. Alguma fruta, e depois atirou duas para nós e ficou com uma na mão.

– O que é isso? – Pergunta Nicole, não sei se queria ser chata ou realmente não sabia.

– É uma laranja. – Responde ele, sem vontade de falar.

– Esta verde. – Responde ela, me senti com vontade de dar uma cotovelada nela, mas não adiantaria.

– É o melhor que vamos conseguir. – Eu disse e em seguida fiquei analisando a laranja verde. Nunca comi uma laranja verde, e comia poucas maduras também. Nós se olhávamos por alguns instantes, e então Rick foi o primeiro a morder. Mastigou o pedaço com casca e tudo, e não fez uma careta se quer.

– Vamos ter que comer com casca? – Sussurra Nicole para mim. Eu mordo a laranja, arrancando uma fina camada da casca, olho para ela com a casca na boca e depois a cuspo no chão. Ela da de ombros e faz o mesmo, mas eu não repito o ato. A casca era azeda e deixou minha boca inteira com gosto ruim. Mas precisava comer, mas então comecei a tirar a casca com as unhas, mesmo que acabava estragando a fruta.

Depois de comermos a nossa única refeição, Rick conseguiu acender a fogueira com pedras e gravetos, claro que depois de tentar incansavelmente por diversas vezes. Ele disse que podíamos dormir por que ele ia fazer o primeiro turno da noite. Percebi que a Nicole fez uma cara estranha, de não estar entendendo. Ela se estendeu onde estávamos e logo caiu no sono, eu tive que sair de perto dela para arrumar espaço para dormir. Fui para perto do Rick, me deitei na grama e me encolhi. Conseguia ver por cima dos meus cabeços as pontas dos pés dele, ele estava sentado no tronco, mas eu fiquei olhando para o fogo queimando a lenha. Fechei os olhos, e pela primeira vez me vi morrendo de vontade de dormir ao mesmo tempo em que estava com medo de cair no sono. Sabia que Rick não iria dormir, mas mesmo assim eu estava arrepiada de medo. Medo de vir algo e nos atacar e medo de ter pesadelos.

Estava em transe, entre dormindo e quase acordada quando senti algo erguer minha cabeça delicadamente. Não abri os olhos, estava com medo de ver o que era, mas em seguida minha cabeça estava no chão. Ou melhor, sobre algo macio. Movimentei levemente minha cabeça, como um movimento de quem esta dormindo e senti o tecido da calça do Rick sobre a minha bochecha. Ele acaricia levemente meus cabelos, ao invés de pensar no que isso deve significar, eu lembro que ele ainda esta de terno e eu e Nicole estamos com os vestidos da festa. Lutamos, fugimos e agora estamos dormindo na mata com roupas de festa. Solto uma leve risada.

Eu tinha caído no sono, mas sou acordada com leve tapa na nuca. Abro os olhos lentamente e vejo Nicole ajoelhada na minha frente, seu rosto esta pálido de medo. Me sento sobre a grama e vejo Rick em pé, com um galho grosso na mão e a ponta do galho pegando fogo. Não entendo as palavras que saem da boca da Nicole, mas entendo que algo esta acontecendo. Me levanto rapidamente e peço para ela se acalmar e me explicar o que houve.

– Ouvi barulhos estranhos e me acordei. Pensei que era algum animal longe, mas os sons pareciam se aproximar. – Ela deu uma pausa para respirar fundo. – Fiquei com medo e acordei o Rick. – Ele me olha com cara de culpado por ter dormido. Sinto vontade de dizer algo, que tava tudo bem em ter dormido, mas não digo nada. – E então ouvimos sons de passos e aí te acordamos.

– Deve ser algum animal que sentiu o calor da fogueira, não deve ser nada. – Digo, mas ao mesmo tempo aliso os meus braços nus com as mãos, estava arrepiada. Finalmente ouço o passo, é forte e bem próximo. Nicole solta um baixo gruído de medo e nós corremos para trás de Rick. – E agora? – Pergunta ela. Os passos ficam mais altos.

– Quem esta aí? – Grita Rick.

Os galhos das arvores balanço e uma brisa gélida bate no meu corpo, sinto meus joelhos ficarem fracos e eu quero desabar sobre o chão e me esconder. A pequena vegetação de arbustos se movimenta, pressiono os lábios com força para não gritar e Rick olha para mim. Estava apertando forte o braço dele que rasgou o tecido do blazer. Um graveto do chão se quebra e Rick põem a tocha para frente, iluminando.

– Por favor, não me machuquem. – Diz alguém. Esse alguém das às caras, uma pequena criatura, de orelhas pontudas, um olhar assustado e esta mancando. – Humanos, por favor, em ajudem.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e deixem seus comentários.

//AVISO DE SPOILER DO PRÓXIMO CAPÍTULO//
SPOILER ABAIXO
SPOILER DO PRÓXIMO CAPÍTULO
SPOILER

próximo capítulo entrará personagem novo e terá morte



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