Just Tonight escrita por Lúcia Hill


Capítulo 15
Capitulo - I'm Tryin' to Put it all back Together


Notas iniciais do capítulo

... estou tentando recompor as coisas escondida entre as montanhas da mentira....

Boa Leitura!



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– Pelo amor de tudo que é sagrado, anda logo — resmungou Toddy batendo impaciente contra a porta do banheiro.

O rapaz afastou se da porta e encostou se na parede, olhava para o relógio de minuto em minuto, como se fosse ele atrasado para o encontro, enquanto Naomi permanecia encurvava sobre a pia encarando sua imagem. Se Toddy desconfiasse que ela não tinha ligado para Charles, iria ter um ataque, mas não teve coragem de ligar para ele e muito menos teria de dizer a verdade para seu assistente que novamente começara a bater insistente contra a porta.

Naomi respirou fundo, girou sobre os saltos e caminhou na direção da porta, abriu a encarou Toddy.

– Mas que coisa, Toddy Benson — resmungou fazendo uma leve careta —Para de me atormentar pelo amor de Deus!

– Já faz quase meia hora que esta trancada nesse banheiro — respondeu de forma polida — E já está atrasada para o encontro com o tal inglês.

Naomi forçou um sorriso e concordou, fechou a porta do banheiro e caminhou na direção da porta, pegou sua bolsa e um casaco. Parou alguns minutos no meio da entrada, sentia suas pernas travarem, graças a seu eficiente assistente sabia qual restaurante Charles iria esta noite para um encontro - que não era com ela - a morena sentiu a mão de Toddy em suas costas, o rapaz deu um leve empurrão para ela destravar.

– Boa sorte! E não faça o que eu não faria — grunhiu parado na porta.

Naomi ameaçou a voltar e ele fechou a porta em sua cara, estava apenas se complicando ainda mais, não teria custado nada contar a verdade. Agora teria que arcar com as consequências de sua mentira.

Respirou fundo e caminhou na direção do elevador, apertou o botão para o térreo. Encostou se na parede do elevador e fechou os olhos, seu coração até parecia um cavalo de corrida de tanto que batia.

– Droga! — resmungou abrindo os olhos ao ouvir o barulho da porta se abrindo.

Não tinha volta, o chofer estava à porta aguardando-a.

Se tentar desviar o caminho irei saber. Lembrou se do que Toddy lhe dissera na noite passada antes de ir dormir, tomou coragem e caminhou na direção da porta, assim que saiu do belo hotel sentiu uma arfada de vento gelado em seu rosto fazendo ficar rubro, mas graça a maquiagem não dava para notar.

– Boa noite madame — saudou o motorista.

Naomi mostrou lhe um sorriso rápido em forma de retribuição, o rapaz abriu a porta da bela Mercedes para que pudesse entrar. Ela parecia hipnotizada, não era de seu perfil correr atrás de homens e muito menos se desculpar. Mas estava modificada e precisava e muito se desculpar com ele.

– O Sr. Bradbury está no Yard Restaurant, mas creio que não seja a trabalho. - anunciou a secretaria de Charles — Rose não lhe passou o recado senhorita Claire?

Naomi fechou os olhos e respirou fundo, novamente estava mentindo e pior se passando por sua irmã que a essa altura estava de férias em algum canto do mundo com George.

–MERDA! — berrou, fazendo o motorista pisar no freio de forma brusca.

O rapaz encarou a através do retrovisor central com os olhos arregalados, pegando Naomi de surpresa.

– Está tudo bem?—quis saber.

Ela apenas se limitou a gesticular que estava, encostou sua cabeça no banco e respirou fundo - estava preste a ter um ataque - quando pensou em pedir que ele a levasse para outro lugar, era tarde demais o rapaz estacionou o veiculo em frente ao restaurante.

Ele desceu para abrir a porta para ela, Naomi sentiu suas pernas amolecerem e ficou alguns segundos sentada com as pernas para fora do carro - covarde - respirou fundo e aceitou ajuda do belo motorista para sair.

– Não irei demorar — anunciou parada alguns centímetros do rapaz — É um assunto rápido.

Mentiras e mais mentiras. Virou -se para frente e tomou coragem, não tinha que ter receios era uma mulher adulta, caminhou com passos rápidos na direção da bela entrada do restaurante. O lugar era fantástico de encher os olhos, ao menos os ingleses tinham um gosto refinado, soltou um longo suspiro e continuou até recepção do lugar, uma jovem alta de cabelos ruivos lhe recepcionou com um largo sorriso.

— Boa noite! — saudou-a, Naomi retribuiu o gesto — Em qual nome esta a reserva? - perguntou a jovem.

Naomi sentiu a garganta secar, droga, não tinha pensado nisso.

– B-Bradbury — se odiou por ter gaguejado.

A jovem passou o dedo pelos nomes escritos no caderno de reservas e ergueu os olhos para encará-la, dava pra ver a confusão nos olhos verdes da recepcionista.

– Desculpa é que um velho amigo — justificou — Mas não precisa me levar até a mesa, apenas me diga aonde que irei pessoalmente — disse.

Enfim a ruiva mostrou lhe um sorriso, estava desfeito a confusão, não era do perfil dos funcionários indicarem a mesa, pois deveriam levar os clientes até sua mesa devidamente reservada. Mas Naomi insistiu para que ela apenas indicasse.

– O Sr. Bradbury está na ultima do lado esquerdo, próximo ao pilar — disse, mas baixou os olhos para os nomes na reserva — Mas vejo aqui que já esta acompanhado e a reserva consta apenas dois lugares...

Ao erguer seus olhos a bela moça já tinha desaparecido de sua frente, a ruiva franziu o cenho confusa. Enquanto Naomi estava praticamente quase no meio do restaurante, parou próxima a uma mesa vazia e percorreu seus olhos por todo o lugar, ele estava acompanhado e não era nada de serviço - era um grande erro estar ali - por outro lado era tarde para se arrepender.

Continuou a procurar, até por fim o vê-lo sentado sozinho na mesa que a recepcionista indicara, sentiu suas pernas vacilarem, tomou coragem e caminhou na direção da mesa, mas parou ao ver uma bela loura se aproximar.

Droga!

Por um minuto lembrou-se da garota que ele tinha contado - sim aquela da faculdade, ou melhor, “do fora” - Naomi permaneceu parada por alguns segundos, ambos pareciam estar em uma conversa calorosa, nunca teria chance diante de uma mulher como aquela.

Charles se aproximou da mulher e quando virou se para frente a vi parada no meio do restaurante igual a uma estatua, ele tocou na mão da loura que estava ao seu lado e se levantou. Como em um estalo Naomi saiu do transe e o viu se aproximar girou sobre os saltos e caminhou apressada na direção da saída, mas acabou trombando com a ruiva.

–D-Desculpa — disse apressada tentando evitar as lágrimas.

Charles ajudou a recepcionista a se levantar, mas quando chegou à porta a viu entrando na Mercedes, tentou correr na direção do veiculo, mas era tarde já tinham partido.

O motorista encarou-a por alguns segundos, a jovem estava sentada no banco da frente com o rosto virado para a rua, ele pode notar que as mãos dela tremiam enquanto retirava os brincos.

– A vida às vezes é dura com as pessoas — disse quebrando o silêncio —Deseja algo? – perguntou.

Naomi se virou na direção da janela, suspirou e voltou seus olhos molhados na direção do motorista.

— Apenas que ninguém saísse machucado de tudo isso, mas é tarde —respondeu.


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