Just Tonight escrita por Lúcia Hill
Notas iniciais do capítulo
... não custa ao menos tentar...
Boa Leitura!
Como era de costume, Naomi sempre acordava cedo para correr, mesmo os ventos frios de outono não iriam impedi-la de se exercitar, assim que terminou de amarrar os cadarços do tênis o som da porta se abrindo a fez sobressaltar da cama assustada. Toddy encarou a com um olhar curioso, se ele não fosse homossexual, até pensaria que estava querendo algo.
O rapaz cruzou os braços sobre o peito e a encarou por alguns minutos.
– O que foi agora Toddy? - perguntou impaciente.
– Ainda mereço uma explicação para o teatro de ontem, pois ninguém sai correndo de um restaurante tranquilo e sofisticado como você fez. - indagou enquanto gesticulava - E pra piorar teve a audácia de chamar aquele lugar divino de "barulhento" um insulto.
Naomi revirou os olhos e soltou um longo suspiro, ainda eram seis da manhã e seu assistente estava bombardeando a de perguntas. A morena se levantou e se aproximou dele, parou alguns centímetros a frente dele e encarou o.
– Quer respostas não é? - perguntou, Toddy assentiu, ela suspirou e coçou a cabeça — Então vá buscar um casaco, pois estou indo fazer minha corrida matinal.
Toddy encarou-a espantado, Naomi sabia que o jovem aspirante a estilista odiava correr.
– Tudo bem, me convenceu a sair nesse frio de Londres. — respondeu pegando a de surpresa — Vou pegar meu casaco e já volto, não tente bancar a espertinha comigo.
Naomi balançou a cabeça incrédula, ele realmente estava a fim de saber os motivos de seu comportamento no dia anterior, não demorou a que Toddy voltasse, ela soltou uma gargalhada.
– Você ta brincando que vai usar isso? - perguntou enquanto apontava para o casaco de couro da Versailles.
— Qual é esse é o único que tenho e outra querida está nas passarelas de Milão desse ano pra sua informação. - respondeu encarando-a.
Naomi balançou a cabeça e abriu a porta, caminharam pelas calçadas de pedras da bela e sofisticada capital Londrina. Toddy praticamente tagarelou o caminho todo até chegarem próximos as beiras do rio Tâmisa, um belo lugar para fazer sua corrida matinal, porém os comentários de Toddy a fez perder o ritmo da caminhada, todavia forçou-se a continuar andando. Ambos caminharam cerca de meia hora, assim que avistou o primeiro banco Toddy correu em sua direção igual a um cachorro faminto quando vê um prato de ração.
– Se me forçar a dar mais um passo que for irei enfartar. — grunhiu Toddy enquanto se desmoronava sobre o banco de madeira.
Naomi não conteve uma longa risada, estava tão acostumada a correr todas as manhãs que nem sentia mas o cansaço, a jovem encostou sua cabeça contra o descanso do banco e soltou um longo suspiro.
– Não pense que me esqueci das explicações. — grunhiu Toddy ainda com os olhos fechados.
– Afinal por que quer tanto saber? Não acha que deveria tomar conta de sua vida e não da minha. — indagou enquanto se ajeitava sobre o banco.
– Você além de minha supervisora é uma amiga de faculdade e por eu ser um homem, mesmo que apenas na aparência, tenho o direito de saber o por que deste mau humor e dessas situações no mínimo estranhas que vem tendo desde quando chegamos a esta cidade. — respondeu de forma poética deixando Naomi sem saídas.
Ela arfou.
– Bem cretino de sua parte, mas tudo bem irei te contar por que sei que é um velho amigo — disse encarando-o — Mas se contar para alguém corto sua cabeça e irei jogá-la para os rales da empresa.
Toddy encarou-a boquiaberto, apontou os dois dedos indicadores fazendo um X e beijou dos dois lados, como uma promessa.
– Juro que não irei contar nada, agora pelo amor da santa Chanel me conta logo.
Naomi se ajeitou sobre o banco e virou se para encarar as calmas águas do Tâmisa.
– Quando recebi aquele convite de casamento de minha irmã, já pressentia que algo iria dar errado. — pausou bruscamente como se estivesse procurando as palavras certas para dizer, mas logo prosseguiu — Como você bem sabe odeio meu padrasto e a sonsa da minha mãe não me desce pela garganta, mas não é por causa deles, o que é estranho. Quando cheguei descobri que Michael ia ser um dos padrinhos e claro a idiota em vez de se negar a ser madrinha não fez tudo que não se deveria fazer. Minha irmã escolheu o irmão do noivo para ser meu par na cerimônia — ela arfou — E comecei a bolar um plano para causar ciúmes no Michael usando o pobre cara, mas a principio estava tudo bem, só que depois o maldito jogo se virou contra mim e acabei me envolvendo demais com ele. - Toddy encarava-a boquiaberto — Comecei a gostar do Charles, não apenas um simples gostar, é algo difícil de dizer, mas quando as táticas estavam funcionando, consegui deixar Michael novamente aos meus pés, já não o queria mais então ele resolveu aparecer no meu quarto três da manhã e acabou me beijando e o Charles apareceu. Ele é inglês e por incrível que pareça o encontrei ontem naquele restaurante, minha vida se transformou em uma grande roda gigante de confusão.
– Por que você o ama, não é algo difícil de decifrar querida — grunhiu Toddy enquanto segurava a mão dela entre as suas, fazendo a se virar em sua direção com os olhos cheios de lágrimas — Seu coração estava em pedaços e esse tal de Charles o juntou, mesmo que você seja essa mulher incrivelmente durona para admitir que esta amando.
Naomi puxou sua mão e franziu o cenho.
– Não é isso, mas que merda — resmungou alto chamando atenção dos que passavam — Eu brinquei com o sentimento de alguém assim como Michael fez comigo durante cinco anos, não posso me perdoar por tê-lo magoado — ela fechou os olhos e curvou a cabeça para frente — Não deveria ter ido.
– Alta negação os primeiros passos de um possível romance — disse Toddy com desdém — E como a senhorita acha que todo mundo ira ser tão cretino e cafajeste igual ao imbecil do Michael Bolton se nega a possibilidade de amar. Acho que passou da hora de ir até esse Charles e dizer o que realmente sente, já que se passaram três meses e você ainda está ressentida.
Naomi balançou a cabeça de forma negativa e se levantou.
– Eu disse que NÃO — respondeu de forma impaciente na direção de Toddy — Agora levanta essa bunda gorda dai e vamos embora, já comprei nossas passagens para o voo das quatro.
Toddy se levantou encarou-a, balançou a cabeça de forma negativa enquanto cruzava os braços.
– Não irei até você resolver esse problema. —grunhiu engrossando a voz — Qual é vai ficar bancando a filhinha do papai? Se você não for irei eu procurá-lo.
Naomi arregalou os olhos, ele não seria capaz de fazer isso, por outro lado conhecia muito bem Toddy Benson e sabia que ele era capaz de procurar Charles. O jovem casal que estava no banco ao lado observava a cena espantados.
– Não seria capaz? — grunhiu.
– Pague pra ver, acha que gosto de vê-la assim sofrendo por causa de algo mau resolvido, qual é — respondeu enquanto gesticulava -— Eu te adoro para vê-la assim tão pra baixo, agora iremos voltar para o hotel e a senhorita ira escolher a melhor roupa e ligara para ele e marcara um encontro.
Naomi soltou uma risada abafada, mas Toddy continuava com a expressão fechada e séria, ela balançou a cabeça de forma positiva, se aproximou dele e grudou em seu braço e o puxou para longe daquele lugar.
– Vai me pagar por isso — murmurou Naomi enquanto caminhavam.
Toddy apenas sorriu.
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