A Arte da Alma escrita por GF


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

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Estava chovendo.
Trovejando.
Nublado.
Era a morte querendo dar um beijo em Yankuru, que estava caminhando de cabeça baixa pela morte de seu irmão. Jurava vingança contra aquele que tinha o feito.
Gin.
Yankuru não estava sozinho em meio aquela rua com árvores grandes em volta. Estava ela, com sede de domínio.
Disposta a matar.
Seu coração duro como uma de suas magias.
Pedra.
Nayana.
– Então é você, Yakuru? Comandante do bloco A, representante militar do continente americano?
Yankuru parou.
Tentou reconhecer a voz. Sem sucesso.
Tinha percebido uma mulher há dez metros de distancia, atrás de si.
– O que quer?
Yankuru enxugou a lágrima de dor.
– Nada... Nada demais. Pra você. Vim em nome do Conselho de Magia.
– Magia? Você é uma... Maga?
Deu um giro rápido para trás, sacando sua arma. Atirou uma vez, mas uma grande rocha apareceu na frente de Nayana.
Riu.
– Minha magia é como meu coração... Feito de pedra. Meu escudo de rocha sempre me livra. Ele me defende como se tivesse vida.
– Odeio magos...
Nayana estava com a roupa uniforme do conselho - um sobretudo vermelho, luvas pretas e a bota com taxinhas vermelhas. Usavam sempre a mesma roupa vermelha para demonstrar revolta ao sangue derramado pelos magos quando mortos pelos governos.
– Odeio humanos... Não resisto a um.
– E em que tipo de resistência falamos?
Nayana saiu de trás da pedra, mas dessa vez por cima - num pulo - e quando chegou em terra firme, bem próxima de Yankuru; o pegou pelo pescoço, respondendo a sua pergunta:
– Matança... Assim como vocês fazem conosco, magos, faremos com vocês. Um por um. Governo por governo. Essa guerra está acabando, porém outra em breve se iniciará.
Yankuru estava quase morto por sufoco, mas tentou uma vez com sua faca fazer a inimiga lhe soltar e conseguiu.
– Esse sangue da sua mão... Multiplicar-se-á.
Investiu um soco contra Nayana, no rosto, e conseguiu. Quando ela caiu, ele montou sobre e começou a dar vários socos nela, uma de direita e outra de esquerda, repetida e continuamente.
– Vocês magos... - cada fala era interrompida por mais um soco. - aberrações... Demônios... Excluídos... Odeio todos vocês.
– Olhe bem nos meus olhos... E veja meu medo nulo.
Seu olho brilhou e Yankuru sentiu que se ficasse olhando por muito tempo algo aconteceria, então saiu de cima dela e correu, depois parou. Tomou distancia de medo. Seu corpo tinha gelado, mas não ia desistir de destruir a maga de pedra.
Ela se levantou.
– Que lindo... Um comandante de um dos blocos militares mais importantes do mundo com medo de uma pequena garota de dezesseis anos. Não viverá para desfrutar dessa desonra.
Agora, com duas pistolas, Yankuru tentara a atingir.
Nayana corria em círculo ao redor de Yankuru.
A cada tiro contra ela, uma enorme pedra surgia.
No final, Nayana não fora atingida e Yankuru estava no meio de dezenas de rochas. Perfeito para ela se esconder.
– Não está me vendo, não é?
Estava sobre uma de suas rochas, com uma arma apontada para Yankuru.
– Uso a magia dos magos ou a artilharia dos humanos?
– Use sua cabeça! Que diferença fará me matar?
– Nosso conselho tem apenas nove magos. Um plano perfeito que bolamos precisa de um décimo. Death, um de seus subordinados, é um candidato. O outro é Gin, aquele que Death viu com a Estela.
Yankuru se lembrou do prédio e da "morte" de Estela.
– Eu me lembro... Então realmente tinha alguém lá.
– Sim, o assassino do seu irmão.
– Assassino?
– Sim. Realmente acha que foram soldados que tinham ocasionado aquela explosão que os mataram? Foi Gin, um mago que utiliza a ciência do universo para detonar quem ele quiser. Ele é conhecido, entre os magos, como o "Mago do Universo". Um dos mais poderosos.
– Maldito... Irei matar esse desgraçado.
– Não. Por isso estou aqui. Para decidir qual dos dois iremos matar você e colocar a culpa em Gin. Assim, seu amigo terá motivo de sobra para lutar contra ele. No fim veremos quem é o melhor mago.
– Meu irmão morto já é motivo de sobra pra Death.
– Não, não é. Death considera mais você do que considerava seu irmão.
– Como sabe de tudo isso? - estranhou Nayana.
– Magos são mais sensoriais, porém não vou sentir remorso algum em te matar.
Nayana pulou da pedra, caindo em frente à Yankuru.
Assustado, não pode se defender de um soco que o arremessara contra uma das rochas que formavam um círculo.
– Esse é pela minha família morta.
Pegou-o pelo cabelo e o jogou contra outra pedra.
– Isso é pela dor que causou ao conselho.
Agora, pegou novamente pelo cabelo e com a máxima força começou a bater sua cabeça contra a pedra.
Sangue se multiplicava na pedra, já não restava mais resistência em seu crânio. Por fim, jogou ele no centro. Ainda estava vivo, mas com deformidades em seu rosto.
– Você vai pagar caro pelo que fez.
Nayana saltou e as pedras que formavam o círculo se fundiram, esmagando completamente cada osso de Yankuru.
Nayana retornou ao solo.
– Feito... Um milésimo da vingança concluída... Nossa, isso foi tão... Gin.
O céu estava nublado e chovia muito.
Aquela pedra enorme fundida por várias outras se tornara o túmulo de uma alma ainda em construção.
Death, em outro lugar, sentiu um calafrio. E olhou para o alto, no meio da floresta, deixando as gotas caírem em seu rosto. De certa forma, indiretamente, sabia do que tinha acontecido. Pelo menos do desfecho daquela noite.
– Yankuru... Fique bem.


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Notas finais do capítulo

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