Eram duas da manhã e Death estava no túmulo de Yankuru, que ficava no cemitério da sede principal do bloco A - em outro país.
– Yankuru... Foi um mago que te derrotou... Eu tenho certeza. E não foi qualquer um. Eu tenho que me prevenir. Vou te vingar.
– Death? - Nayana, toda de preto, com um véu da mesma cor cobrindo seu rosto.
– Quem é você?
– Representante do governo africano.
– Fiquei sabendo que alguém viria apaziguar. O que você quer?
Death engoliu as lágrimas secas que se misturavam com a água daquela árdua chuva de verão. Nayana estava com seu guarda chuva preto.
– Ficamos sabendo da morte de Yankuru, comandante do famoso e poderoso bloco A. Recebemos também a notícia que há um mago em nosso continente. Foi ele quem matou Yankuru.
– Como? - Death ficou interessado na historia de Nayana, mesmo ela sendo uma estranha.
Trovejou pela primeira vez, antes dela começar:
– Há três dias ele chegou no nosso continente e matou boa parte dos nossos soldados. Estamos enfurecidos e porem com medo de sua magia. Como sabemos que você é o único mago aceito pelos governos, ou seja, inofensivo, digamos que você é cotado para isso. Digo mais, Esse mago, Gin, também matou o irmão do comandante.
Trovejou outra vez, agora para sinalizar a fúria de Death.
– Me leve até esse mago... Quero detonar esse filho da mãe.
– Calma, não é assim. Você é quem está no comando desse bloco. Vai deixar todos aqui?
– E o que eu posso fazer?
– Eu fico no comando por enquanto, não haverá mais lutas mesmo. Como sou representante do meu país, já fiz alguns cursos e tenho bastante experiência em gerir pessoas.
– Você pode fazer isso enquanto eu vou para África?
– Mas é claro? Vim preparada e tem um avião de pequeno porte te esperando no 'H' do bloco.
– Vou confiar em você e seu país. Caso algo dê errado, irei...
Ela o interrompeu:
– Não vai precisar me matar... Nem conseguiria mesmo. Vai logo, eles tem horário.
Death foi e toda hora olhava para trás, estranhando um pouco a enorme cortesia e disposição de Nayana:
– Foi fácil. Sequer perguntou meu nome. Agora é a parte do MEU plano.
Estavam os milhares de soldados em horário de janta, mesmo não tendo nenhum serviço após esse descanso. Os comandantes usavam microfones e alto falantes para se comunicarem. E assim fez Nayana:
– Escutem todos? Podem estar me estranhando, porém o vosso antigo comandante deixou vocês. Eu tomei seu lugar e...
Os soldados começaram a debochar, por ser uma mulher no comando.
– Todos prestem atenção, porra!!
O silencio surgiu.
Medo.
Respeito?
– Meu nome é Nayana e vocês são meus soldados. Declaro o fim do bloco A!
Nayana soltou o microfone, todos estavam perplexos.
Num movimento rápido com a mão, Nayana emitiu - pela sua boca - sombras e vultos que entraram no corpo de cada soldado.
– Começo o Bloco Infernal... Dividem-se em partes iguais e destruam todas as prefeituras da região. Depois, quebre tudo apenas nesta cidade. Vamos começar com calma para não agravar a guerra.
Todos sumiram, em forma de fumaça. Tornaram-se recipientes de almas do inferno já condenadas.
– Luciano vai me matar, porém ficarei no comando primeiro que ele.

***
Algumas horas depois, Death chegou ao seu destino. O helicóptero pousou no litoral sul, e Gin estava por perto.
Desceu.
– Gin... Posso sentir você agora.
De onde Gin estava, sentiu um calafrio.
– Ele está aqui... Posso sentir a presença dele perto daqui.
Olhou para trás, viu o helicóptero subir e partir.
Deu meia volta.
Um correu em direção ao outro, até ficar cara a cara.
Os dois, ali naquele círculo rodeado por folhas secas.
Gin fixou o olhar em Death.
O tempo fechou e começou a chover.
A nova e boa magia de Gin.
Começou a ventar.
A antiga e fresca magia de Death.
– Então foi você! - Death.
Estendeu a mão para Gin, e um tiro saiu do centro dela. Atingiu a perna de Gin.
E no Conselho, todos estavam assistindo - até mesmo Nayana.
– Que comece a luta... Que vença o melhor. - comentou Luciano, todo ansioso para o desfecho.