– Sim, exatamente. Estranho ver você por aqui, da última vez que o vi a gente estava fazendo uma excursão pelo México com o colégio.
– Cala a boca... Você é que sempre viaja. Nunca gostei e você. E não gosto mais agora. O que está fazendo aqui?
– Como você sabe minha família é de origem africana e então eles foram convocados para ajudar na força militar deste país, que já não é grande coisa.
– É... África do Sul não é lá essas coisas. E como me achou?
– Você está sendo caçado. Uma câmera de vigilância viu o que você fez com aqueles soldados e eu nunca pude imaginar que você é um mago. Meus pais lhe reconheceram e me deram a missão de te matar.
Gin arregalou os olhos, não de medo - indignação.
– E você vai fazer isso?
– E eu tenho escolha?
– Sim, tem...
– Não, não tenho. Você nunca gostou de mim, pra que te manter vivo? Também nunca fui com sua cara. Sou três anos mais velho que você, jamais poderíamos ser amigos.
Ubbel pegou sua arma e mirou para a cabeça de Gin.
– Vai ser rápido!
Gin, silenciosamente, alterou a gravidade e sua velocidade - assim como fez quando estava com os soldados - e empurrou Ubbel longe.
– Ai... Merda! Esqueci que você é um mago... Mas lembra daquele segredo que eu te contei, infelizmente, um dia antes da excursão e você não acreditou?
– Sim... Você também é um mago.
– Exato.
Ubbel se transformou numa pantera com mais de dois metros de largura e três de altura. Gin, pela primeira vez, sentiu insatisfeito com sua magia:
– Uma pantera? Pra que tudo isso?
Gin saiu correndo, e Ubbel atrás.
Desviando de árvores, Gin oscilava em quedas, tropeços, super saltos para atravessar grandes lagos e por fim terminou de correr, quando se encontrou com um precipício. Ubbel voltou à forma humana.
– Você alterou a gravidade, por isso está tão rápido. E não tente aumentar a que está ao meu redor, um raio não cai no mesmo lugar.
– Raio?
Gin olhou para o céu, mas quando retornou o olhar para Ubbel viu que ele estava muito perto. Levou um soco na boca do estômago e uma rasteira. Caiu no chão.
– O que quer fazer? Chover? Está um belo dia...
– Eu sei... Porém como você sabe, eu controlo a natureza por meio da ciência e todos fazem parte dela. Sei seu peso em razão com a gravidade, sua altura, tudo sobre seu corpo físico; apenas só de olhar. Você apenas se transforma em alguns animais e modifica o DNA, deixando mais rápido, veloz.
– Isso é o suficiente para viver nessa selva.
– Mas não para me derrotar.
Gin olhou para cima, o céu. O tempo fechou. Começou a chover.
– Foi você quem fez isso?
– Não sei como, mas fiz.
– Realmente, você é o Mago do Universo... Como li nos livros antigos.
– Mago do Universo? Livros antigos?
– Não vou te contar essa historia, mas se isso for mesmo verdade, tenho que acabar com você o quanto antes.
Ubbel se afastou e com mais de dez metros se transformou numa serpente gigante, com mais de vinte metros de comprimento.
– Agora uma serpente? Cadê a pantera?
A enorme cobra tentou uma investida, mas algo puxou Gin para cima. Era ele mesmo, porém algo lhe avisou do ataque.
– Sinto a chuva caindo... Cada pingo que cai no chão... A chuva é uma magia sensorial, um radar externo. Se eu fechar os olhos, saberei onde você estará apenas por estar na chuva. Agora, você está na minha casa. Não tem como você me matar.
Ubbel o ignorou e novamente tentou uma investida, depois um golpe com o rabo, tentou se enrolar no pequenino corpo de Gin, mas tudo isso sem sucesso. Gin desviou de todos os ataques como se já soubesse deles.
Gin tomou uma enorme distancia e abriu as duas mãos, apontando para o enorme corpo da cobra. Fechou os olhos e com enorme força interior conseguiu que caíssem dezenas de raios em Ubbel antes mesmo que ele lhe abocanhasse. Ubbel voltou à forma humana, novamente, ainda vivo.
– Não consigo me mexer...
– Isso porque os raios paralisaram seu sistema nervoso. Não entendo ainda porque você está falando. Deve ser o poder da sua magia.
– Eu vou acabar com você.
– Ser alto, forte, musculoso, moreno, olhos castanhos claro não quer dizer que você é a melhor pessoa do mundo.
Gin pegou a arma que havia ali próximo e atirou várias vezes na cabeça de Ubbel. A água da chuva se misturou com o sangue árduo daquela tempestade que tinha chegado. O suco da morte estava ali presente, sendo sugado pelas plantas e dando origens às novas flores.
Orquídeas da morte.
***
– Viram essa luta? Gin é realmente surpreendente. - comentou Luciano com os demais membros do Conselho. Estavam todos assistindo por um espelho mágico que havia no centro da mesa.
– Death não vai dar conta de Gin. - comentou Kaony.
– Isso é o que você pensa. Death é o único mago aceito em algum bloco militar. Ele destruiu centenas de soldados com apenas um centésimo de sua magia. O fato dele se regenerar, criar mísseis vindo do nada, isso já é o bastante. Não vamos subestimá-lo. - Luciano.
– Muito bom. - aplaudiu, Kaony - Enquanto isso, Nayana está indo até Yankuru. O plano vai começar em instantes. A nova era está chegando.