Contos de Hans escrita por Paulo Dias


Capítulo 2
Capítulo Zero e Meio


Notas iniciais do capítulo

Dedico este capítulo à minha fiel amiga Letícia, que me encorajou ainda mais nessa viagem.



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Vendedores gritando, pessoas correndo, anões trabalhando, crianças brincando e cobradores de impostos em cada quarteirão. Esse é um resumo da Feira Central de Encantado. Pozinhos mágicos baratos, tapetes voadores mais caros... e claro, poção mágicas quase de graça. Clarck se encantava em vasculhar tudo. Ali, ele se deliciava pechinchando preços e tirando sarro dos vendedores. Poções eram sua mania. Ele comprava-as demasiadamente, algumas até sem nenhuma utilidade.

Repentinamente, Capuz Vermelho e Clarck são rodeados de uma imensa névoa cinza, quer dizer, fumaça.

– Segure-se em mim. - sussurrou Clarck à ela.

Ela o abraçou fortemente.

A névoa se desfez. Eles não estavam mais na feira, e sim em um beco escuro e estranho. Na frente deles, uma figura de uma adolescente apareceu. Ela tinha olhos verdes, cabelos negros encaracolados, uma pele perfeita e um sorriso angelical. Sua voz doce soou como algo divino.

– Eu não acredito! - disse ela com espanto ao ver eles - Mas óbvio que são vocês! Eu te amo Clarck! Chapeuzi... quer dizer, Capuz Vermelho! Que má educação a minha, deixe-me apresentar! Sou Cristal! Claro que vocês não me conhecem, mas a muito tempo conheço admiro o trabalho de vocês! Sou fã do "Caçadores"!

Os dois viajantes ficaram perplexos.

– Como conhece o Caça? - perguntou Capuz.

– Minha bisavó te conhecia! Ela sempre falou bem de você! Principalmente de Clarck! Ele a salvou de um lobo...Terrível essa história.

Capuz não acreditava. Estava diante de algum familiar distante.

– Lembra que logo após desse acontecimento você abandonou a família Capuz? - perguntou Cristal - Pois bem, sua mãe teve outro filho, João. Ele é meu pai.

Ela caiu em pranto. Fora praticamente obrigada a trilhar aquele caminho longe de tudo. Tudo isso para proteger, não só sua família, porém, a todas as crianças também.

Nenhuma reação sequer teve Capuz. Após de um tempo paralisada, ela abraçou sua sobrinha.

– E meu irmão? Onde está?

– Ele está no sítio, plantando. É tempo de colheita!

Clarck que observara tudo, pediu licença e se retirou. Tinha de conversar com Peter.

***

Os ponteiros do relógio marcavam 15:25. Horário de fim de expediente. Logo mais a frente um arsenal de armas, era ali. O lugar era sujo, e tinha faíscas por todos os lados. Como na maioria dos locais, sempre anões trabalhando. Havia uma placa em um corredor que tinha escrito Peter - Boss - Sala 1.

Clarck não pedira permissão, mesmo assim entrou na sala.

– Boa tarde primo! - exclamou ele.

– Clarck, o caçador? - perguntou espantado Peter.

Os dois se fitaram alegres e se abraçaram.

Peter tinha um jeito fúnebre. Usava roupas escuras, trajado sempre de um berno terno militar. Frio, tinha vida por meio de um liquido rosa que sempre tomova. Era feito de chumbo, um acidente o fizera ter tamanho de homem normal. Porém, ele não possui uma perna. Usa sua arma como apoio, e tem uma mira invejável.

– O que o traz aqui Clarck?

– Bem Peter... as coisas não andam fácil para mim e para Capuz. Desde o primeiro acidente em que a salvei do lobo, ela e eu fomos mundo afora em busca de caças essas malditos. Criamos um grupo secreto, o Caçadores.

– Seja direto por favor.

– Precisamos de ajuda. O número de lobos está aumentando, e se eles morderem uma criança, ela perde a inocência e a crença em nós. E se isso ocorrer...

– Nós morremos. - cortou Peter.

– Junte-se a nós primo. Eu lhe imploro.

– Não precisa de tanto. Estamos nessa.

– Juntos? Como nos velhos tempos?

– Juntos!

Os dois se abraçaram.

***

– Pai? - Cristal chamou um homem.

Ele aparentava ter uns 22 anos. Foi pai muito cedo e por isso, teve de trabalhar cedo. Era fazendeiro, plantava feijões. Porém, os mesmos não tinham um tamanho "ideal". Os caules eram enormes.

– Cristal! Quem é ela? - perguntou João.

– Bem pai, essa é sua irmã, a famosa Chapeuzinho Vermelho.

Capuz corou ao ouvir o antigo nome e logo abraçou seu irmão. Ele, perplexo, ficou sem palavras.

– Minha irmã! Que vontade de lhe conhecer! Graças a Deus, Ele me abençoou com esse momento!

– Não estou em uma boa irmão. Estou com muito problemas nas caçadas... Bem, você já deve saber não é?

– Sei, sei sim. O famoso Caçadores. Os lobos tremem. - falou isso rindo.

– Não é pra tanto, nunca falhamos. Porém, ultimamente, a demanda está maior, e não estou conseguindo completar meu trabalho com eficiência. Odeio ter que dize isso mas... preciso de ajuda.

Cristal deu um passo a frente e pegou um fósforo.

– Isso é o que você aprende quando se vende fósforos na feira. - disse ela.

Ela acendeu os fósforos e se queimou. Em poucos minutos estavas em chamas. Mais que isso, ela voava e controlava ele com facilidade. Soltava bolas de fogo e brincava com o fogo.

Capuz não acreditara no que estava vendo.

Depois de uns minutos se exibindo, Cristal voltou normalmente ao seu estado humano. Sua roupa não queimara, era apropriada para isso.

– Posso lhe ajudar titia? - perguntou ela a Capuz.

– Você será muito útil. - respondeu a integrante do Caçadores.

– Sou uma Caçadora agora?

– Agora não... mas no horário da Lua, será.


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Notas finais do capítulo

É um capítulo mais longo e com mais informação. Incrementei a história um pouquinho, e tentei não confundir o leitor. Espero que agrade. Opine comentando :)



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