Charlie estava de pé sobre uma pequena colina observando a lua sozinho.

– Charliee! Charlie!

Ele ouviu chamarem o seu nome e virou-se para ver quem era. Era ela, Sara corria com os sapatos em uma das mãos em direção a ele. Sua primeira reação foi abraça-la com um leve rodopio.

– O que faz aqui?

– Você tinha razão, Seth me pediu em namoro.

– E o que você disse? – Disse ele tentando esconder a raiva.

– Recusei. Eu disse a ele que podia voltar pra festa do pai dele sozinho. Ele é um... Baka.

Charlie deu um sorriso – Estou orgulhoso de você.

Sara sorriu. Charlie colocou a mão em volta do seu rosto e o puxou pra perto encostando os lábios aos dela. Sara sentiu como se algo queimasse a sua boca, era uma sensação da qual nunca havia sentido em um beijo antes. Ela colocou os braços em volta do pescoço de Charlie, obrigando-o a não parar de beijá-la. Os dois já não tinham mais fôlego, mas logo que deram uma curta pausa, voltaram a se beijar novamente, se recusando a abrir os olhos. Charlie afastou o seu rosto por um instante, mas ela o puxou de volta.

Foi um beijo longo e perfeito. Até que eles pararam para pegar um ar.

– Será que isso é certo? – Perguntou Sara.

– O que? Um relacionamento como este entre primos?

– Relacionamento? – Ela sorriu.

– Eu não sei. Se a Lua pudesse me dar alguma sorte. – Ele olhou para a Lua e depois para Sara, mas ela não tirava os olhos dele.

– Você não precisa de sorte.

Dizendo isso, Sara se jogou nos braços de Charlie, mais uma vez, e fechou os olhos. Ela não queria acordar daquele sonho e ele também não. Ele deu uma leve risada.

– O que foi? – Perguntou ela levantando o olhar pra ele sem sair do seu abraço.

– Nada... È que eu sonho com isso desde que eu te “reencontrei”.

– Sério?

– Sério. – Ele sorriu e encostou o nariz ao dela com delicadeza – Melhor nós entrarmos, está muito frio aqui.

Ela tremeu nos braços dele.

– Sim, mas não saia de perto de mim.

Ele sorriu e a apertou contra si.

– Aham,não precisam nem se explicar que eu já vi tudo com esses olhos aqui.

Os dois olharam para o lado.

– Tio William? Há quanto tempo está ai? – Perguntou Charlie assustado.

– Desde quando vi Seth partir sem sua companhia. “Seth é um baka” não é?

Sara engoliu seco. O que seria deles agora?

Os dois se afastaram disfarçadamente um do outro.

– Estão encrencados.

– Olha tio Will, nós não queríamos sujar o nome da família, nós não queríamos que...

– Mas o que? To falando do frio! Se ficarem com pneumonia ou gripe estarão encrencados uai.

Charlie franziu a sobrancelha e Sara parou de olhar para o chão para olhar pra Charlie. William fez um gesto com a cabeça e seguiu em frente, e assim Sara e Charlie o seguiu, voltando para casa, mas algo estava errado e os olhos de Charlie podiam demonstrar.