Gatos! escrita por Miss Hana


Capítulo 2
O1 - Casadinho.


Notas iniciais do capítulo

Heey... cá estamos com o capítulo 1! Finalmente! u.u KKKKKKKKKKKKKKK
Pessoas... primeiramente, peço que me desculpem pela qualidade... essa é a primeira fic desse gênero que escrevo em terceira pessoa, então estou contando com a ajuda de vocês para me dizer no que posso melhorar, okay?
XOXO



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GATOS!

Casadinho

Por: Hana

O dia era incrivelmente quente em Nova Iorque. Era começo de verão e o sol brilhava forte no céu quase sem nuvens e em cada apartamento e cada estabelecimento pelo menos um ar condicionado no máximo. Todos iriam morrer de calor.

Pelo menos era isso o que pensava a cientista de 29 anos, que corria desesperada de um lado para o outro, arrumando apressadamente o apartamento onde morava.

– Jane – uma voz fina soou pelo ambiente levemente bagunçado – Eu vou perguntar mais uma vez, na esperança de receber uma resposta decente: Para quê tanto alvoroço?!

– Eu já disse! – ela recolheu três casacos jogados no encosto do sofá, pondo-os um em cada cabide do armário ao lado da porta – O voo da minha irmã chega em algumas horas e a minha casa está um verdadeiro inferno!

Correu para a área de serviço e voltou segundos depois, carregando uma vassoura, um rodo, um balde e uma garrafa de desinfetante.

– Aquela sua irmã projeto de milionária que mora na França e que você não vê faz anos? – Darcy arqueou uma sobrancelha e Jane revirou os olhos – Cujo a mesma eu só ouvi histórias, mas nunca conheci pessoalmente?

– Pois é – sua boca e transformou em uma linha fina e ela estendeu a vassoura para a assistente, que torceu o nariz – E você poderia me ajudar, dando uma varridinha por aqui, não poderia?

– Jane, minha querida – ela sorriu e se levantou rapidamente, colocando a bolsa preta por sobre o ombro – Você sabe que não há nada no mundo que eu goste mais do que uma faxina.

Ela caminhou até a porta e a outra estreitou os olhos ameaçadoramente.

– Mas eu realmente tenho que encontrar o Ian – sorriu amarelo em, tão rápida quanto uma lebre, atravessou o vão e bateu a porta.

– Muito obrigada, Darcy – ironizou e prendeu os cabelos em um coque, encarando a bagunça na sala.

Sua irmã que não via fazia muito tempo estava chegando naquele dia de viagem para ficar definitivamente nos Estados Unidos, a pedido da agência para qual trabalhava. Ficaria um tempo na casa da cientista até achar um apartamento. Pelo menos foi assim que combinaram.

Não que seu apartamento fosse grande o suficiente para sair acomodando pessoas como se estivessem em um apocalipse zumbi, nem como se seu pitoresco salário fosse suficiente para bancar ambas, mas os dois pequenos quartos eram suficientes para acomodar as duas. Estava procurando mesmo alguém para alugar e dividir as despesas.

Jennifer Foster, ou mais conhecida como Jenn Foster, com seus exatos 1,70 de altura, cabelos longos e naturalmente castanhos, com olhos castanhos como chocolate brilhava nas passarelas de Paris e do mundo inteiro. Com apenas 27 anos já havia feito comercias, propagandas, tanto em televisões quanto em outdoors por todo o mundo, juntando uma barganha de algo entre um e dois milhões de dólares.

Apesar da diferença gritante de altura, ambas eram parecidas. Os cabelos castanhos lisos, como eram da última vez que a viu e os olhos cor de chocolate. O formato do rosto e até mesmo a voz. A única coisa que mudava nelas era a personalidade. Uma era modelo, famosa no mundo das passarelas, extrovertida e tinha talento para qualquer coisa que fizesse. A outra cientista, formada em Oxford, tímida e qualquer um que a raspasse até o tacho, só veria ciência.

Mas, apesar das diferenças nas escolhas e nas personalidades, as duas se adoravam desde criança. Sempre cuidavam uma da outra quando tinham problemas e não parecia que uma delas era a mais velha. Ambas pareciam ter a mesma cabeça, a mesma mentalidade.

Olhou no relógio mais uma vez. Faltavam duas horas e meia para que o voo dela chegasse. Não queria que a irmã chegasse em sua casa e encontrasse uma bagunça completa, por isso, assim que chegou do seminário no observatório, pôs-se a limpar a casa.

::

Duas horas depois, tudo estava em seu devido lugar. O chão brilhava e os móveis estavam incrivelmente limpos.

Era estranho que o apartamento de uma mulher de 29 anos fosse tão bagunçado, mas sua vida era tão corrida e ela passava a maior parte de seu dia trabalhando. Comia fora e só voltava para casa para dormir. O que ajudava no acúmulo de poeira e um leve descaso com uma ou duas blusas jogadas sobre o sofá – ou mais.

Outra coisa que faltava eram condimentos em geral. Como nunca comia em casa, mal se preocupava em fazer feira, mas com outra pessoa morando com ela, teria que, de um jeito ou de outro, colocar algum pouco de comida em casa.

Acho que ela não vai se importar em fazer feira comigo – correu até o quarto para tomar um banho rápido – Quer dizer, que outro melhor programa para fazer em Nova Iorque?

Dez minutos depois, já estava na garagem do prédio, procurando a chave do carro. Céus... por que, nos momentos mais inoportunos, a sua bolsa tinha que virar um buraco negro e engolir todos os objetos que se encaixavam em sua necessidade? Revirou os olhos, quando encontrou a chave escondida em um canto que já havia enfiado a mão cinco vezes antes, jurando que ela não estava ali antes.

Olhou as horas mais uma vez, torcendo para que o voo de Jennifer atrasasse. Abriu o carro e saiu, dirigindo apressadamente em direção ao aeroporto.

::

Olhou mais uma vez a hora em seu celular. Considerando a felicidade na voz de sua irmã quando deu a notícia de que iria morar nos Estados Unidos, pensou que, pelo menos, ela iria busca-la no aeroporto na hora certa. Seu chip era da França e não tinha como ela ligar para Jane. Revirou os olhos. A primeira coisa que faria quando tivesse tudo em seus devidos lugares seria comprar um celular novo.

Fazia quarenta minutos que estava esperando sua irmã chegar para, finalmente, iniciar um duradouro e fiel relacionamento com a cama. Ou sofá. Ou qualquer coisa acolchoada que pudesse se deitar e ter, pelo menos, cinco horas de sono.

Levantou-se. Não era do tipo de pessoa que conseguia ficar muito tempo esperando em um mesmo lugar. Inúmeras horas caminhando em cima de passarelas ao redor do mundo todo a deram o costume de andar demais. Quase compulsivamente. Segurou na alça de sua – grande – mala de rodinhas, e pôs-se a andar até a saída, atraindo olhares curiosos.

Jennifer não era exatamente famosa, mas qualquer um que reparasse bem no rosto da modelo nos outdoors da Victoria’s Secret, e não no corpo, veria que a garota era, de fato, Jenn Foster.

Na maioria das vezes esses olhares a incomodavam, mas quando estava irritada ou concentrada em algo, simplesmente ignorava todos os olhares direcionados a si. E, bom, aquele era o caso.

Passou pelas portas de vidro, sentindo o vento quente fazendo seus cabelos voarem. Franziu o cenho. Não lembrava que os Estados Unidos era tão quente. Balançou a cabeça, indo sentar em um banco não muito longe dali.

Tirou o sobretudo, que já começava a esquentar e apoiou-o na bolsa lateral, presa em seu obro, ficando apenas com uma blusa regata preta. Recostou-se e olhou para o outro lado da rua, encarando o fluxo dos carros, enquanto tentava não resmungar pela demora da irmã. Em um movimento rápido, arrancou uma caneta da bolsa e prendeu os cabelos, sentindo o alívio psicológico de que, por aquele ato, a temperatura do seu corpo diminuir.

De repente, algo chamou-lhe a atenção. Mesmo sendo míope, conseguiu distinguir duas silhuetas paradas, uma de frente para a outra, encarando-se. Havia tirado as lentes de contato para poder dormir no avião e não se lembrara de pô-las de volta, então teve que tentar focar a visão:

Dois gatos parados na calçada do outro lado, encarando-se. Ambos eram da mesma raça, extremamente parecidos, se não fosse pelo fato de que um era branco como neve e o outro preto. A mulher inclinou a cabeça, pensando em como os dois pareciam com o doce 'casadinho'. Preto e branco. Balançou a cabeça com força, reprimindo sua vontade de açúcar.

Alguns segundos depois, o branco se virou para ela e fixou os olhos na garota. Podia até dizer que estava ficando louca, mas viu os olhos azuis do gato se arregalarem.

Ele correu em disparada até ela, desviando agilmente dos carros que estavam no meio da rua e deixando o preto para trás. Poucos segundos depois, parou a seus pés, encarando-a profundamente com os olhos azuis. Jennifer franziu o cenho, desviando o olhar para o gato preto que agora também corria até ela. Este tinha os olhos verdes e também a encarava, mas com menos intensidade e um pouco mais de indiferença.

Muito bem, Jenn – riu ironicamente, revirando os olhos – Fica medindo a intensidade de olhares de gatos!

Mas, apesar da loucura, não desviou os olhos. Continuou encarando os dois, até uma buzina chamar sua atenção. Olhou para o carro e sorriu abertamente. A motorista estacionou o veículo no meio fio e desceu, abrindo o bagageiro logo em seguida.

– Jenn! – a mulher gritou animada, correndo em direção à outra, envolvendo-a em um abraço apertado.

– Jay1! – ela falou na mesma intensidade, retribuindo o abraço.

– Você está tão bem! – quando se separaram, a mais velha analisou-a – E desde quando está loira?!

De fato, uma das coisas que chamava mais atenção nela eram seus longos cabelos que eram castanhos na raiz e iam ficando mais claros até ficarem extremamente loiros nas pontas. O volume dele era dado ao corte, que foi feito em camadas, dando evidência aos cachos nas pontas.

– Tingi eles para fazer um comercial de uma marca de tinta para cabelo francesa – a mais nova fez uma careta – Acabei gostando da cor.

– Combina com você – ela sorriu e andou até o carro, indicando para que ela colocasse a mala no bagageiro – Está com fome?

– Nem... – a loira sorriu, colocando a grande mala no carro, com a ajuda da outra – Comi no avião e nos quarenta minutos em que te esperei aqui.

– Me desculpa! – ela protestou, sob o olhar acusatório da irmã. Ambas riram. – O trânsito dessa cidade é maluco!

Com uma careta, a mais nova fechou a porta do bagageiro e se dirigiu ao banco do carona. Antes de entrar, olhou para trás para conferir se não havia deixado nada cair, mas ao invés disso, parou seus olhos no gato que antes a observava. Agora ele estava olhando fixamente para sua irmã. Não havia o que o fizesse desviar o olhar.

Procurou o gato preto e o mesmo olhava para si com os olhos verdes intensos. Estreitou os olhos.

Nunca fora muito fã de gatos, mas tinha algo nos olhos daqueles dois que davam-na a impressão de que eles, de algum modo, tentavam se comunicar. Passar pensamentos através de olhares e aquilo a deixou fascinada.

– Jenn! – Jane exclamou, entrando no carro – Vamos!

Com relutância, desviou os olhos dos dele, entrando no veículo logo em seguida.

Antes que pudesse fechar a porta, o gato branco correu até ela, encarando a irmã mais velha, atraindo a atenção da mesma.

– Ele é fofo – comentou Jennifer, escutando o som de concordância da irmã.

– Sim – assentiu, encarando-o por breves segundos – Jenn, nós temos que ir. Primeiro, temos que fazer algumas compras e depois ir para casa. Tenho certeza de que está cansada.

A mais nova assentiu e fechou a porta do carro, virando o rosto para encarar o gato que olhava melancólico para as duas. Estreitou os olhos e balançou a cabeça de um lado para o outro. Estava imaginando coisas. Devia ser o fuso horário que estava causando aquilo.

::

“Eu não acredito que você realmente achou que ela veria um animal repugnante que nem você e te acolheria de braços abertos” – escutou a voz debochada e conhecida ressoar em sua cabeça.

Se ainda estivesse em sua forma natural, com certeza teria trincado os dentes. Duvidava que, algum dia, se acostumaria com a voz de seu irmão insistentemente em sua cabeça.

“Não se esqueça que, meu hipócrita irmão, que a sua situação não está surpreendentemente melhor do que a minha” – guinchou, fazendo o outro revirar os olhos verdes.

“O que é realmente surpreendente” – sibilou – “É o fato de você saber o significado da palavra hipócrita”

Estreitou os olhos felinos, lutando para ignorar a irritação crescente. Naquela situação, o que menos precisavam era que ambos brigassem.

“Para o seu próprio bem” – aproximou-se lentamente – “Vou relevar”

“Para o meu próprio bem?” – debochou – “Faça-me o favor”.

Encararam-se por longos segundos, antes do branco relaxar a postura.

“Resolveremos isso depois” – olhou de um lado para o outro – “Temos que encontrar Jane. Ela é a única que pode nos ajudar agora”.

Mesmo que contrariado, o de pelos negros assentiu. Mesmo que fosse triste concordar com algo que Thor dizia, não lhe agradava ter que ficar muito tempo naquela detestável e limitada forma.

“O que foi que elas disseram antes de te abandonar na calçada?” – de um jeito ou de outro, não perderia a oportunidade de alfineta-lo. Seria seu passatempo.

“Que teriam que fazer uma ‘feira’” – ignorou o comentário do irmão – “Sendo lá o que isso quer dizer”.

O preto olhou de um lado para o outro, pensativo. Como conseguiriam encontrar novamente a humana de Thor? Fora um golpe de sorte encontra-la na primeira vez, como o fariam pela segunda vez?

Jennifer Foster

#1 – “Jay” é o apelido de Jane, que corresponde à pronúncia em inglês da letra ‘J’.


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Notas finais do capítulo

Gente, eu sempre achei que a Keira Knightley é, tipo, a sósia da Natalie Portman! Por isso escolhi ela para fazer a Jenn! O que acharam?
Vale sempre lembrar que a opinião de vocês é extremamente importante! ;D

Atualização de Locked: http://fanfiction.com.br/historia/492095/Locked/capitulo/2/

*CAPA NOVA* Eu que fiz *o* O que acharam?