Gatos! escrita por Miss Hana


Capítulo 1
Prólogo: Déjà vu.


Notas iniciais do capítulo

Pequeno prólogo para apresentá-los à fanfic ;D Qualquer dúvida, deixe-a nos comentários! Eu obviamente irei respondê-la ;DXOXO



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GATOS!

Prólogo: Déjà vu

Por: Hana

– Thor! – uma voz feminina e forte ecoou por todo o local, na tentativa de chamar o loiro que parecia estar entretido demais em arrancar cabeças de monstros.

Pois é. A cena se repetia. Mesmo depois de tudo o que aconteceu com o Deus do Trovão, a cena se repetia. A única diferença era que, daquela vez, ele tinha permissão para estar ali.

– Nós temos que ir! – uma voz severa também pôde ser escutada, a mesma que falara tantos anos atrás.

– Então vão! – sua voz saiu rouca e raivosa, causando uma sensação de déjà vu nos outro.

Aquilo não fazia sentido. Ele havia mudado, não é? Havia prometido a si mesmo e à humana por quem havia se apaixonado que nunca mais seria o mesmo, que nunca mais voltaria a ser fútil e estúpido. Mas estava quebrando aquela promessa. Estava voltando a ser o que era antes de tudo acontecer. E aquilo não era bom. Para onde havia ido toda aquela humanidade que brotou dentro de seu coração? Talvez tivesse sido brutalmente arrancada quando foi proibido de ver sua humana.

Talvez a raiva de ter perdido sua mãe estivesse guiando-o pelo mesmo caminho de antes, ou seu coração se sentia tão vazio a ponto de só conseguir preenche-lo com ódio, que era perfeitamente refletido na ponta de seu Mjölnir, que não perdoava nenhum inimigo.

Incompreensão era o que estava estampado no rosto do irmão mais novo. Enquanto sumia e reaparecia em outro lugar, degolando trolls com sua adaga, tinha tempo para pensar e refletir: havia sofrido tanto em sua vida em prol de seu irmão mais velho. Fora banido, exilado, quase morto, preso e agora era obrigado a lutar do seu lado, tudo por conta de uma humana que o loiro conhecera e mudara seu coração.

Não conseguia não revirar os olhos ao imaginar aquela humana patética com a mão pesada. As poucas horas que passou com ela foram suficientes para constatar que seus santos não bateram afinal, em parte, a tal da Jane Foster era a culpada por toda a desgraça crescente em sua vida. Pelo menos indiretamente.

Mas o que realmente o deixava incomodado – ou até mesmo frustrado – era o fato de que havia passado por tudo aquilo, pela metamorfose de seu irmão mais velho, para que ele voltasse a ser o que era antes. Um príncipe estúpido e egocêntrico. Definitivamente não tinha forças para entender.

– Loki! – escutou seu nome ser chamado, tirando-o do mais profundo dos devaneios.

Era Sif, alertando-o para a pedra que havia sido jogada em sua direção por um troll. Desviou com facilidade.

Virou-se para ela, mas a mesma já havia voltado para sua batalha. Encarou-a por alguns segundos, antes de desviar o olhar. Aquela mulher havia sido, por longos anos, sua paixão. Forte, inteligente e bela, Lady Sif era o sonho de qualquer Asgardiano, menos o para o qual a moça tinha olhos. Thor.

Vivendo nas sombras do irmão mais velho, Loki nunca tivera sequer uma chance com a deusa da guerra. Rosto perfeito, bem desenhado, olhos castanhos e cabelos que, um dia, foram louros. Sorriu ao lembrar-se de seu feito. Não se orgulhava de ter cortado os cabelos da mulher enquanto a mesma dormia, mas aquilo fora essencial para que seu estúpido amor platônico chegasse ao fim.

Quando cresceram, estavam castanhos como o tronco de uma árvore.

Podia ficar ali o resto do dia, esfaqueando trolls e assistindo toda a fúria de Thor, mas algo interrompeu a intensa batalha. Uma grande explosão não muito longe dali atraiu a atenção de todos, machucando seus olhos com o clarão.

– É ele?! – escutou Sif gritar, quando um vento forte bateu, fazendo seus cabelos esvoaçarem.

Escutou Thor soltar um grunhido em afirmação, enquanto encarava a luz crescente vinda do horizonte, ficando avermelhada a cada centímetro em que se expandia. Deu dois passos para trás, fixando melhor seus pés no chão.

Não conseguiu desviar os olhos da esfera clara que aumentava de tamanho a cada segundo. Labaredas de fogo eram lançadas em todas as direções, oscilando como línguas de cobras. Esperava que, finalmente, o deus aparecesse. Apertou o cabo de sua adaga, abaixando-se um pouco.

– O que fazemos? – alguém perguntou, mas ninguém respondeu. Todos esperavam.

Um silêncio mortal se instalou, enquanto todos aguardavam em uma calada expectativa. Todos, menos um.

– Surtur, seu bastardo! – o loiro, raivoso, gritou, brandindo seu martelo – Para quê isso tudo? Venha e encare-me de frente!

Os ombros do moreno caíram em descrença. Olhou para Thor, para ter certeza de que ele não falara aquilo. Mas, para sua total decepção, havia realmente acontecido. Como, em sã consciência, podiam as pessoas acharem que eles eram realmente irmãos?

Alguns segundos após a forte voz de Thor perder-se no horizonte, uma risada ecoou forte e breve. Do topo da grande esfera brilhante, uma silhueta se ergueu, carregando consigo um longo cetro, que, por incrível que pareça, tinha um brilho ainda maior do que o da esfera esbranquiçada.

– Thor... – sua voz risonha e debochada pôde ser ouvida como se ele não estivesse a mais de 200 quilômetros deles – Depois de todos esses anos, você não mudou nem um pouco?

Seus lábios se curvaram em um sinistro sorriso.

– Eu vou te mostrar o quanto eu mudei – convicção transbordava de sua voz.

Curvou-se e passou a girar o Mjölnir, pegando impulso para pular. Segundos depois, cortava os céus em direção ao outro.

– Ele é idiota... – Loki se virou para os outros, que tinham uma cópia exata de sua expressão estampada em suas faces.

– Ele só... – começou Volstagg, mas foi logo interrompido pelo moreno:

– Não foi uma pergunta – virou-se novamente – Ele é idiota.

Porém, antes que pudesse focalizar o loiro voando em direção ao inimigo, apenas teve tempo de ver seu corpo sendo jogado na direção contrária, como se tivesse acabado de ter sido atingido.

– Thor! –gritou Fandral, correndo em sua direção.

– Patético! – brandiu o outro, seguido de uma risada macabra – Você não é páreo para mim, pequeno Deus do Trovão.

O mais novo sibilou um palavrão. Aquilo estava fadado a ficar pior. A mesma sensação de anos atrás, ainda em Jotunheim, apossou-se de seu corpo, causando-lhe incontroláveis arrepios. Exatamente igual àquela vez, tinha a sensação de que nada bom estava por vir. De que sua vida viraria uma desgraça, novamente por culpa de seu irmão postiço.

– Eu poderia acabar com você, aqui e agora – Surtur falou, aproximando-se, enquanto flutuava sobre a bola de fogo.

Olhou para Thor, que se levantava com a ajuda de Fandral.

– Mas você me será útil no futuro – apontou para o loiro, que o encarava com o supercílio sangrando – Quando eu tomar o trono de Odin!

Ergueu a mão esquerda, a mesma que carregava o cetro. Loki inclinou a cabeça. Aquele tipo de magia definitivamente não pertencia a Surtur. Mas a quem? Era lhe era desconhecida aos olhos. Não sabia do que era capaz.

– Até lá, você ficará aprisionado no pior dos exílios.

Com a mão direita, Surtur lançou uma bola flamejante em direção aos outros dois, deram um passo para trás. Porém ela atingiu apenas Fandral, lançando-o metros para trás. O Deus do Trovão virou-se para ver se o amigo estava bem, exatamente no tempo em que Surtur ergueu o cetro e apontou-o em sua direção.

Loki sibilou outro palavrão, preparando-se para correr. Ninguém podia tomar o trono de Asgard. Ninguém que não fosse o próprio Loki. E se, para isso, ele tivesse que ter o desgosto de salvar Thor, que assim fosse.

Viu uma esfera de luz sendo lançada em sua direção e correu até o loiro, com o maxilar trincado.

Constatou que os olhos azuis de Thor o encaravam em dúvida, enquanto a boca do moreno gritava para que saísse dali. Mas de nada adiantou. No exato segundo em que alcançara o irmão, a esfera azulada chegou até eles, atingindo-os com força.

Mas ao invés de terem sido jogados para trás, ambos sentiram um misto de calor e frio envolve-los, como o amanhecer em uma colina gelada. O ar frio entrando e saindo de seus pulmões e os raios solares esquentando suas peles. Arrepios percorreram ao longo de seus corpos e sentiram-se sendo puxados para o vazio.


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Notas finais do capítulo

E aí? Curiosidade? HAHA... Espero que sim ;D
Para quem não sabe, Surtur é um demônio do fogo, inimigo de longa data do meu tão odiado Odin (é sério, eu detesto esse véio) e do Thorzito c: em sua forma original, ele é gigante e solta labaredas de fogo pelas ventas, mas aqui eu desenhei ele um pouco mais humano...
Rosas ou pedras?
XOXO

P.S.: Minha outra fic de Thor:
http://fanfiction.com.br/historia/441822/Linked/
Segunda temporada de Linked:
http://fanfiction.com.br/historia/492095/Locked/