Weiß Dämon escrita por AneenaSevla


Capítulo 6
Sombras do Passado


Notas iniciais do capítulo

AAAAAA finalmenteeeee! - tenho certeza que isso é o que muita gente que tá acompanhando disse.
Desculpa pela demora pessoal, espero não fazer de novo. Capítulo 6!



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– Ela… morreu? – Alexander perguntou, com a voz entristecida, arrastada, com o quem não quisesse profundamente que algo tivesse acontecido.

– E por que o interesse nisso? Ela não está mais aqui conosco, e só isso – disse Babu, de um jeito ríspido.

– Então ela está viva? – ele sorriu um pouco, aliviado – Pra onde ela foi?

– Não é da sua conta – ela respondeu, tomando uma postura mais ereta, fina e elegante na cadeira, embora a tristeza estivesse evidente em seu rosto.

– Não é da minha conta? Ela é minha amiga! – ele se aproxima e bate com o punho na pobre mesa, quase a quebrando.

– Ela não é pra você, seu mequetrefe – ela continuava. Hans estava de cabeça baixa, massageando a cabeça.

– Vamos, Bartambu, onde está Andeir? – a tristeza deu lugar à raiva, seus olhos estavam cheios d’água. Hans e a velha estavam estranhamente silenciosos - Ela se casou? Algum lorde? – ele questionava.

– Não. – ela respondia impassível.

– Se tornou freira? – ele se aproximou.

– Não, e pare de perguntar! – Babu já estava perdendo a paciência.

– Ela não está mais no seu alcance, meu jovem – disse Hans.

– Ahh! Mas como assim, não está? Em que lugar do mundo ela poderia estar fora do meu alcance e não morta além de uma mansão ou um convento?

Alexander estava muito agoniado com esse mistério todo. Andeir sempre fora sua melhor amiga quando criança, mesmo tendo de encontrar-se com ela às escondidas, pois ela sempre estava sendo vigiada por um séquito de padres e freiras no convento… e ele, sendo um menino do orfanato ao lado, não poderia falar com ela normalmente. Mas ele sempre quis vê-la de novo… até que eles descobriram e ela fora separada dele. E agora, estavam fazendo isso de novo.

E não tinha coisa que o irritava mais do que esse sofrimento.

– Eu não gosto disso – ele diz – Digam logo de uma vez! É tão difícil?

Hans perdera a paciência.

– Ela foi levada para a floresta, está com o Weiß Dämon agora! – e, percebendo o que fizera, tapou a boca. Babu olhou mais feio para ele do que quando tinha feito para o cavaleiro.

Alexander deu um passo para trás, e arregalou os olhos. Sua boca entreabriu-se numa expressão de puro horror. Não conseguia dizer mais nada além de um guincho quase inaudível.

– Não… está mentindo… - ele olhou pros dois, sussurrando – é mentira, digam que é…

Os dois se entreolharam. Alexander não precisou de nada mais, desabou na cadeira, em sua mesa. A sopa de legumes já havia até sido trazida, mas Alexander nem olhou para o prato. Estava transtornado demais para comer.

Pela primeira vez, a velha pareceu se compadecer do homem. Pareceu, apenas, o seu rosto mostrava puro escárnio.

– Olha, Alexander – ela disse – Ela nunca deveria ter te conhecido, para começar…

– Não, não… - e então o rapaz saiu da cadeira e subiu as escadas, um pouco mais depressa do que gostaria. E os dois na mesa ouviram um baque surdo vindo da porta.

– O que deu nele? – perguntou Hans, ainda confuso. Babu suspirou.

– Acho que realmente merece uma explicação, Hans… eu digo…

Na parte de fora convento de Shutneztatz, um rapaz de quinze anos está colhendo maçãs dos galhos rebeldes de uma árvore que estava do lado de dentro do muro. Não se contentando com as muito maduras que estavam muito perto do chão, resolveu escalar o muro de pedra para alcançar o topo, quando finalmente alcançou, quase escorregou, derrubando umas três que ele tinha acabado de colher.

– Ai, quem está aí? – foi a voz de uma menina, de baixo dele. Uma das maçãs tinha caído nela – apareça, eu posso ouvir seus movimentos.

– Ah, desculpa… as maçãs estavam tão boas… eu não resisti… – ele disse, descendo da árvore para encontrar a menina, e se surpreende com a visão: ela era quase totalmente branca, seus olhos rosados encaravam tudo e nada à sua frente, e seus lábios eram delicados e serenos, a pele impecável, como uma porcelana nova.

Os olhos dele brilharam com a beleza, e ele ficou na frente dela para olhá-la melhor: ela estava sentada na beira da árvore, protegida do sol, e pelo que havia em suas mãos, estava bordando algum tipo de escrita, que o pobre menino nunca soubera ler.

–Tudo bem… essa macieira é muito cobiçada, dá os melhores frutos do convento – ela diz, pondo seu trabalho de lado – sabe que está fazendo errado não é?

– Ah… desculpe, eu estava com fome e… não é hora do almoço no orfanato…

– Então é do orfanato… as irmãs dizem que não devo falar com garotos do orfanato…

– Ué, por quê? – ele ficou curioso.

– Não sei ainda… mas, sabe de uma coisa? Gostei da sua voz…

– Obrigado… - o menino corou. Era agradável conversar com aquela menina que parecia um anjo – Você também tem uma voz bonita…

– Obrigada – as bochechas dela ficaram rosadas.

– Qual seu nome?

– Andeir…

– Prazer… meu nome é Alexander – ele estendeu a mão, mas logo percebeu que ela era cega e não percebia.

E durante aquele ano, todos os sábados, ele a encontrava neste mesmo lugar, sentada perto da macieira, sempre com algo nas mãos, às vezes um bordado, outras vezes uma boneca de pano, e outras vezes um gato angorá que pertencia às freiras.

– Você mora aqui? – o menino perguntou, depois de um tempo.

– S-sim… mas não por muito tempo… - ela ficou com a cara triste.

– Por quê? – ele se aproximou, sentando-se perto dela.

– Eu… vou me mudar depois… quando eu estiver maior… As freiras dizem que tenho um trabalho a cumprir, uma missão… só não sei ainda qual é.

– Oh… você se sairá bem para esse trabalho, eu tenho certeza.

Ela sorriu, pela primeira vez em muito tempo.

Ele ficou altamente encantado por aquele sorriso angelical, seu coração bateu mais forte. Queria ficar assim com ela para sempre…

– Andeir! – dissera uma freira de meia-idade – o que eu falei sobre falar com estranhos? E um menino, que pouca vergonha!!

– Irmã Bartambu? – a menina gaguejou; claramente assustada com a entrada repentina – Ele não é um estranho…

O menino sabia que não podia ficar ali, mas teimava por que queria vê-la mais uma vez… tentou fugir, mas a irmã fora mais rápida e o agarrou pela orelha, puxando-o para fora do convento. Ele nunca sentira tanta dor numa orelha só na vida.

– Ai ai… me larga! – ele gritava e esperneava.

– E não volte mais aqui, seu sem-vergonha! - Bartambu o jogou para fora do convento, e ele caiu numa poça de lama. Algumas pessoas que passavam ficaram chocadas e envergonhadas com o pequeno invasor, provavelmente um pervertido para entrar num convento e ser chamado de “sem-vergonha”.

E deixou o garoto desolado, no chão sujo, a olhar o portão ser fechado à sua frente.

– E foi assim que esse garoto apareceu – Babu terminou de contar, bebendo seu copo de cerveja. Hans olhou para a velha, ainda um pouco confuso.

– Mas no que isso interfere?

Babu suspirou.

– O problema não é ela, Hans… - ela apontou para as escadas com a cabeça – é ele.

– Ah… ele gosta…

– Exato… queríamos evitar que ela tivesse contato com o mundo exterior justamente por causa disso… sua beleza é rara, mas tínhamos de fazê-lo para que o sacrifício desse certo… pelo menos isso foi o que disseram os padres…

– Santo Deus… Temos de manter esse garoto longe de encrenca…

– Isso é o que eu estava tentando fazer, Hans…

– Desculpe, madame… – ele baixou a cabeça – É que ele parecia tão desesperado…

Enquanto isso lá em cima, Alexander estava sentado num canto do seu quarto, encolhido. Havia procurado esta moça há tanto tempo… e agora ela estava perdida para sempre, para um demônio que vivia nessas florestas…

– Não… não… - ele tentava se acalmar – é mentira, eles estão escondendo de mim…

Ele ficou ali por um tempo, segurando as teimosas lágrimas de desespero, até que a raiva foi tomando conta de si, uma raiva amarga. Se aquele demônio não existisse, tudo aquilo não existiria… e Andeir provavelmente estaria sã… e salva.

– É claro… - ele entendeu seu motivo por estar ali. Ele tinha vindo para caçar lendas… e agora tinha mais um motivo. Um objetivo.

A vila com certeza iria lhe agradecer por lhe tirar esse fardo.

Ele iria se vingar.


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Notas finais do capítulo

A ilustração virá posteriormente, ainda estou meio sem tempo, mas não priemos cânico, logo logo a colocarei. =D



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