Weiß Dämon escrita por AneenaSevla


Capítulo 5
Onde estou?


Notas iniciais do capítulo

Yay! mais um capítulo!
Obrigada a todos pelo seu Support e comentários, pessoal, significa muito pra mim! *_*
Sem mais delongas ~> o Capítulo 5, na telinha! XD



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Não havia percebido que estava tão longe… pensou ele, enquanto andava pela neve densa. Não estava tão frio assim para ele, apesar do vento ruidoso de uma tempestade que se recusava a amainar até o dia seguinte. Porém, desta vez estava carregando uma humana, e por um momento ele desejou poder teleportar uma criatura viva sem gastar tanta energia.

Se ao menos ela não estivesse viva… Eu poderia resolver isso facilmente inclusive… Estava começando a se irritar com essas ideias até que reconheceu as árvores onde estava. Ah… então não estou tão longe assim… pensou, e olhou para ela, enrolada com seu casaco nos braços dele. Ela não tremia, pelo contrário, estava calma e respirava pausada e pesadamente, parecia até estar dormindo, até que ela se mexeu e olhou – ou pelo menos moveu a cabeça – para cima quando ele parou de andar.

Fique aqui, ele ordenou, descendo os braços e depositando a humana no chão, deixando-a enrolada no casaco enquanto ele observava o local, lembrando-se das coordenadas, até que achou uma caverna, aparentemente uma antiga toca de urso abandonada. Ele assentiu e sorriu satisfeito, mesmo sem ter um rosto visível ainda tinha músculos no lugar.

Voltou até ela. Estava de pé lá, ainda encolhida e tremendo muito, mas um pouco menos congelada. Ele segurou-a com seus tentáculos e a trouxe de volta pros braços. Ela estranhou, mas logo ficou quieta novamente. Tão mansa quanto um filhote de gato – ele ponderou, sentindo que ia se divertir muito com isso.

Então a levou para dentro da caverna, carregando-a nos braços por dentro do quase labirinto, cheio de entradas e bifurcações – a maior parte feita por ele, até que chegou numa pequena ladeira para baixo e a pôs ali, de pé, deixando-a por lá. E a empurrou levemente, fazendo-a andar para baixo. Ele até se sentiu interessado em ver como ela desceria aquele desnível, mas ele tinha algo pendente a fazer. Teleportando de volta para a entrada; recobriu-a com neve, disfarçando a caverna e apagando as pegadas deixadas por ele até certo ponto, para desviar o rastro. Sabia que, mesmo estando em uma tempestade, existiam vários meios de seguir trilhas, e ele as conhecia muito bem.

~ POV SWITCH ~

Andeir desceu devagar a ladeira, e só de estar fora do vento ela já se sentia bem melhor. Ao chegar a um local mais nivelado, pelos ecos e as vibrações dos seus passos, ela sentiu que se tratava de algum local bem amplo e com um teto altíssimo. Pelo barulho de gotas de água caindo em algum local enorme e já molhado, percebeu que em algum lugar distante à sua esquerda tinha uma espécie de lago subterrâneo e por outro barulho crepitante, um cheiro leve de fumaça e uma sensação térmica mais agradável, este local também tinha uma espécie de lareira em algum lugar à sua frente.

Tateou o chão com seus pés, à procura de alguma coisa que estivesse neste espaço que ela delimitou como sendo solo seco, e de fato achou uma elevação brusca no centro dela, algo que parecia ser uma mesa de pedra. Em cima dela sentiu o toque frio de algo metálico, quando o segurou, percebeu ser uma moeda… apalpando um pouco mais pela mesa, sentiu várias delas… Nossa, ele tem um tesouro aqui? Ela pensou, e deixou as moedas no lugar. Aquilo não pertencia a ela, e com certeza o Weiß Dämon não iria gostar se ele a visse mexendo. E ela não o ouviu mais desde que desceu… Onde ele estaria?

Ela tremeu com a possibilidade de ele estar por perto a observando, e, desviando-se da mesa – memorizando sua localização também – pisou forte no chão para sentir mais ecos e vibrações, ela notou vários outros objetos, alguns não muito próximos, mas todos localizados no mesmo espaço seco que ela delimitara. Sorriu satisfeita – o treinamento de se localizar pelos sons não era inútil, afinal… Andou até o mais próximo e quase tropeçou numa pilha de coisas macias. Peles. E a maioria delas era do mesmo jeito que a do casaco…

Além disso, ela percebeu que ainda estava com aquela roupa sobre os ombros: era quase duas vezes maior que ela, e as mangas eram extremamente compridas… Nossa, ele é enorme… ela estremeceu ao se lembrar dele carregando-a até a caverna, e tratou de tirar o casaco e dobrá-lo direitinho, voltou para a mesa de pedra, depositando-o lá. Precisava das mãos livres para “ver” as coisas ainda.

Dando uma pequena volta pelo local, sentiu mais duas pilhas cheias de moedas, e Andeir se perguntou onde ele tinha achado tudo isso. Também achou três baús em locais diferentes, e descobriu o lago perto dessas pilhas…

Até que, quando foi para perto da lareira – o espaço que ela notou ser mais quente, na verdade –, notou outra mesa, tateou por cima e sentiu que a superfície era de madeira e estava fria e úmida. Muito, na verdade. Aproximou o nariz para identificar que tipo de umidade era aquela…

E era sangue. Ainda fresco.

Uma onda de terror e agonia tomou conta dela, o que a fez de afastar depressa com o susto, e de repente algo bateu atrás dos joelhos dela, retirando-lhe o equilíbrio e a fazendo cair. Ela deu um grito de surpresa, de repente abafado por algo macio que lhe amorteceu a queda. Interrogações vieram-lhe à cabeça ao apalpar onde ela havia caído. Parecia ser uma espécie de círculo alto, também de pedra, só que era levemente fundo e cheio de algo tão macio quanto feno, e notou também um monte de peles, só que desta vez tinham mais das com pelos do que as lisas. Era enorme, ela mediu, tinha pelo menos duas vezes a altura dela em diâmetro…

Por que ele teria uma caixa de feno aqui? Ela se perguntou, sentando-se e testando a maciez.

Minha cama, disse uma voz na cabeça dela.

Andeir deu um pulo para o lado, sem conter o grito.

— Ahhh! S-senhor! – Ela tremeu, tentando sair da cama, sem muito sucesso – Há quanto tempo o Senhor está aí?

Estou sempre observando, ele disse de um jeito soturno, andando para perto dela. Andeir ouviu os passos quase silenciosos dele, se ela conseguia ouvi-lo, então como foi que ele chegou ali?

Ah, ele é o Weiß Dämon, claro que eu não perceberia… ela pensou, e de repente aqueles mesmos mil sinos badalaram novamente, fazendo sua cabeça doer instantaneamente. Segurou as laterais da cabeça com as mãos, numa tentativa inútil de tapar os ouvidos, e gritou desesperada pela agonia.

— Ahhh‼ O que eu fiz Senhor?! – ela suplicou, mas a agonia continuou – Eu não sei o que fiz, mas… AAAH! Prometo que não faço mais! Eu juro‼

A dor parou. Ela arfou; as mãos na cabeça, o cabelo agora desarrumado, pendia por cima de seu rosto. Ela chorou baixinho, enquanto o ouvia se aproximar. Aquelas cobras estranhas a agarraram pelos pulsos, arrastando-a para fora da cama e em seguida a erguendo. Ela desviou o rosto para o lado, porém outra dessas cobras agarrou seu rosto e o virou para frente, supostamente para o rosto dele.

Ela podia sentir os olhos dele encarando-a. Deveriam ser olhos assustadores. A voz dele ecoou na cabeça dela:

Nunca. Me. Chame. De. Weiß. Dämon! O tom que ela conseguia distinguir era forte, monstruosa. Impressão dela ou ela ouviu um rosnado saindo do peito dele?

Andeir engoliu em seco, a cobra que segurava seu rosto enroscou-se em seu pescoço, ameaçando estrangulá-la.

Entendeu… Humana?! Ele vociferou em pensamento para ela, o que a fez se encolher. Ela acenou com a cabeça, tremendo de medo.

S-sim! Ela pensou, com a intenção de ser ouvida.

As cobras que a prendiam afrouxaram o laço, fazendo-a cair pesadamente no chão. Ela gemeu, buscando o ar de volta a seus pulmões.

Assim que recobrou a respiração, ela sentou-se devagar no chão.

— Mas… todos o chamam assim, senhor… – ela sussurrou, com medo de que ele a ameaçasse com os sinos de novo.

Humanos… são criaturas completamente estúpidas… ela o ouviu sentar-se na cama de feno, ou talvez deitar, ela não tinha como saber. Acreditam apenas no que acham que veem, e chamam tudo que os caça de fera, ou monstro… ou demônio.

— Bem… - ela diz, cautelosamente – eu não tive escolha, senão acreditar…

Claro que sim, eles viam tudo por ti…

Ela ficou calada por um tempo. Era verdade, afinal…

— Então como devo chamá-lo? Meu Senhor… tens um nome?

Tenho. Mas não em sua língua, e não permito que me chames pela tradução… ou ao menos por ele. Meramente “Senhor” para ti já basta.

— Entendo… bem, apenas… por curiosidade… como seria esta… tradução… para seu nome? – ela pausava a cada palavra, estava mais cautelosa do que nunca.

Ele ficou silencioso por um momento. Apenas o crepitar da lareira – ligeiramente próxima de onde estavam – poderia ser ouvida. Até que ela o ouviu suspirar. E a voz retornou:

Slenderman, ou Schlankemann… creio eu…

— Ah… - ela concordou. Preferia chamá-lo de Senhor – meu nome, Senhor… é Andeir Sulaveik, ou Andeir, se preferir…

Um nome inútil para uma ancila inútil. Combinou contigo, até.

Andeir sentiu o escárnio de suas palavras ferindo-a, mas as ignorou. Já que ele disse que não ia matá-la, teria de aprender a conviver.


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Notas finais do capítulo

Ai, não precisa ser tão grosso, Senhor. -_-' - acho que seria o que ela diria depois de uma patada dessas.



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