Amor e Rivalidade escrita por Melissa Martins de Souza


Capítulo 30
Machucados


Notas iniciais do capítulo

Estou com tanto sono que nem tenho força para desligar o Notebook!
Espero que gostem!
Desculpem pelos erros...
Boa leitura!



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Pego Damien no colo, e ele gruda no meu corpo sem quer me soltar. Caminhamos ate o carro e peço para Prim dirigir, enquanto eu fico com meu filho no banco do carro. A viagem toda foi assim. As crianças atrás preocupadas com o Damien que estava encolhido no meu colo chorando.

Chegamos em casa e entramos, Prim entrega a chave a Finnick e eu vou para o sofá com o meu filho. Finnick se senta ao meu lado.

– O que eu perdi? – pergunta Finnick.

– Explica para o seu tio, Damien. – peço.

Ele vira a cabeça para o meu irmão com os olhos totalmente inchados e o coração acelerado, alguém me cutuca e Prim me entrega um copo de água, dou ao Damien e ele toma sem questionar. Seco suas bochechas com os dedos e arrumo seus cabelos revoltos com as mãos. Nunca vi ele tão deprimido, beijo seu cabelo e ele funga um pouco.

– Pode contar quando vocês se conheceram? – pergunto.

– A Penny. – ele começa. – Eu estava na sala de música quando eu a vi passar correndo, estava chorando e indo em direção ao corredor vazio, eu fui ate ela e perguntei o que estava acontecendo e ela não quis me responder. Depois de um tempo, eu e ela começamos a ficar amigos, toda vez que voltava da sala de música eu ia vê-la, ela não tinha amigos só eu. Penny sempre fica com medo na frente da mãe dela, mas sempre que eu perguntava alguma coisa, ela nunca me respondia. – fala e coça os olhos. – A algumas semanas, eu falei que se ela não me contasse eu nunca mais iria ser amigo dela, ela não me contou então não falei mais com a Penny. Ficamos essa semanas afastados. – explica e olha para os dedos. Então era por isso que estava tão chateado a dias! Era isso! Ele esta a semanas deprimido e agora sei o por que. – Até que hoje na ultima aula, a Penny me procurou e pediu para que voltássemos a nos falar, e eu falei que só voltaria a ser amigo dela quando ela me contasse o que estava acontecendo, e foi quando ela me contou... – ele para e vejo as lágrimas se formarem em seus lindos olhos azuis. – A mãe e o pai da Penny batiam nela, com pedaço de madeira e deixavam ela trancada no quarto. A mãe dela a proibia de brincar e de sair para fora da casa, e a ameaçava espanca-la se ela contasse para alguém. Penny não podia me contar para a própria proteção. – fala e eu seco com a ponta dos dedos as lágrimas que começam a escorrer. – A mãe dela ouviu quando ela me contou e deu alguns minutos para se despedir de mim e depois a arrastou para longe.

Ele se encolhe no meu colo e afunda o rosto no meu pescoço.

– Isso é culpa minha, mamãe! – exclama e sua voz sai abafada pela minha pele.

– Não é sua culpa! – retruco.

– É sim, se ela não tivesse me contado...

– Aconteceria de qualquer jeito, Damien. – fala Finnick e passa as mãos em seus cabelos suados. – Ela te contando ou não, não iria fazer muita diferença. – conclui e Damien entra em desespero. – Calma garotão!

Levanto e vou com ele ate o banheiro. Dou um banho nele e o coloco para dormir. As crianças correm ate onde estou e eu me abaixo ficando do tamanho deles.

– Damien vai ficar bem? – pergunta Emilly e olha para o quarto e depois para mim.

– Vai sim.

– Tem certeza, mamãe? – pergunta Edward preocupado.

Sorrio para ele.

– Ele só esta cansado. – eu falo. – Vão descansar também.

Assim que eles assentem eu corro ate Finnick e Prim sentados no sofá. Me sento ao lado do meu irmão.

– Temos que fazer alguma coisa, não podemos deixar uma criança nas mãos de pessoas violentas. – falo e Prim olha para mim.

– Precisamos sim. – fala Finnick com firmeza.

Conversamos e ficamos a tarde inteira planejando como faríamos aquilo, olho para o relógio e são quase meia noite. Prim vai embora e Finnick vai dormir e eu também. Assim que dormimos eu ouço um barulho que parece que vem da cozinha, levanto meio grogue de sono. Abro a porta e vou a cozinha, olho por todo o canto e começo a ficar com muito medo. Me viro e vejo Damien deitado no sofá da sala.

Me aproximo dele.

– Não deveria estar na cama? – pergunto.

Ele me lança um olhar triste e sofrido.

– Não consigo mais dormir. – responde se encolhendo.

Vou ao outro sofá e sento-me. Não sei o que falar a ele, não tem muitas opiniões. O único jeito de ele e a Penny pararem de sofrer e resgatando-a, e é uma coisa que estou disposta a fazer. Por ele e a Penny.

– Ela deve estar muito machucada agora e é tudo minha culpa... – fala e fecha os olhos tentando não chorar.

– Claro que não é sua culpa. – falo e me levanto do sofá e sento no chão perto de sua cabeça. – Ia chegar uma hora que ela contaria para alguém, e que bom que foi para você por que assim podemos ajudá-la.

– Você vai ajuda-la? – pergunta com total atenção em mim.

– Claro! – respondo.

– Obrigado, mamãe! – agradece.

Damien se levanta do sofá e se joga nos meus braços, seu corpo relaxa bastante no meu colo. Sei o que tenho que fazer, e vou precisar de ajuda, Finnick e Annie esta acordando de meia em meia hora para acalmar os bebês que choram muito, Prim esta ocupada com a festa, Gale esta no hospital cuidando do filho doente e Peeta nem em pensamento eu o chamaria.

Coloco Damien para dormir e ele dorme tranquilamente em sua cama, saiu do quarto e corro para o telefone.

– Aconteceu alguma coisa? – pergunta preocupado com uma voz de sono.

– Preciso da sua ajuda agora, Castor. – peço sussurrando.

– Com o que? – pergunta e ouço o barulho dele mexendo numa porta.

– Quando chegar aqui eu te explico. – falo e eu desligo.

Pego uma blusa de frio e vou para porta de casa. Sento no batente da casa e alguns minutos depois vejo o carro de Castor de longe. Ele para em minha frente e abaixa o vidro, com a mão me chama para dentro do carro, faço o que ele me pedi e entro no automóvel preto.

– Eu não posso te ajudar agora, Kat. – fala com um olhar triste.

– Por que o que aconteceu?

– Meu primo acabou de me ligar dizendo que minha mãe morreu, e eu preciso ir agora para o aeroporto. – explica olhando para o chão. – Tenho que ir para o velório lá na Inglaterra.

Olho para ele e vejo pela primeira vez os seus olhos inchados e vermelhos. Eu o abraço e ele não recua só retribui me apertando, sinto o meu ombro molhar com as suas lágrimas, acaricio seus cabelos de uma forma reconfortante o fazendo chorar mais. Seu choro é baixo e silencioso.

– Sinto muito. – falo e nos soltamos. – Boa viagem.

– Obrigado. – agradece e eu desço do carro.

Sento na varanda e vejo o carro ir embora. Ele deve estar acabado. Suspiro e começo a observar a rua, vejo uma coisa escura e meio escondida. Levanto e ando ate aquilo. É uma carro. Mas, não é qualquer carro. É o carro de Peeta.

Ele esta vestido com uma camisa branca e com uma blusa de frio por cima, as olheiras estão bem visíveis em seus olhos azuis. Seus cabelos estão bagunçados dando uma aspecto charmoso e sexy nele. Sinto o meu coração bater tão forte que tenho que me segurar muito para não agarra-lo ali mesmo.

– Esta acampando aqui? – pergunto me aproximando do carro.

– Eu só estou sem sono.

– E por isso você vem na casa do meu irmão nos vigiar? – pergunto sem paciência.

Ele olha para o chão do carro, me viro e vou em direção a rua. Tenho que resolver isso sozinha. Um carro me acompanha ao meu lado.

– Para onde vai? – pergunta casualmente.

– Não lhe interessa. – respondo irritada. – Dá pra parar de me seguir.

– Eu posso te levar onde quiser. – oferece. Sinto a ansiedade em suas palavras.

– Não quero a sua ajuda. – recuso e vejo sua decepção.

– Por favor... – implora. – Deixe que eu te leve, por favor.

Respiro fundo e paro de andar e o carro para ao meu tempo. Olho para dentro do carro e toda a sua expectativa que eu aceite foi aumentada. Abro a porta do carro e entro. Falo o endereço e ele dirige sem pronunciar nenhuma palavra.

Peeta já Castor procurou e pediu desculpa e ele aceitou de boa, uma coisa que não sei se vou conseguir fazer. Ele estaciona perto da casa da Penny, fico observando ate que duas sombra aparecem na janela de um dos quartos, parece ser uma criança e uma adulto. Elas desaparecem e sou depois de alguns segundos um choro de criança.

– Não grita que você sabe vai ser muito pior! – ouvimos uma voz vindo do quarto.

Ouvimos gritos sendo abafados por alguma coisa.

– Kat, o que esta acontecendo? – pergunta um pouco assustado com que ouvimos.

– Tenho que ajuda-la. – falo olhando para a janela.

Durante vários e vários minutos ouvimos a mãe da Penny bater nela, e foi uma experiência horrível, olho para o chão do carro. De repente tudo ficou quieto demais o que deu um certo alívio mas, também preocupação.

– Fique aqui. – peço e me viro para ele. – Eu já volto.

– Você vai...

– Sim. – interrompo a sua pergunta.

– É perigoso, eu vou com você. – fala preocupado.

– Não, fique aqui. – eu falo.

Desço do carro e ando ate a parte de trás da casa, escalo uma arvore que é mais alta que a janela do quarto. Minhas mãos agarram a janela, me aproximo para ver melhor, a Penny esta encolhida na cama sem se mexer.

Quebro o trava da janela, e por incrível que pareça não fez barulho algum, só um pequeno estalo quando bato com uma pequena pedra na trava. Eu a empurro devagar. Entro no quarto e sinto o meu coração a mil. Um medo me domina a cada passo que dou a diante, me ajoelho perto da cama e balanço de vagar o seu ombro.

– Penny... – sussurro.

Viro ela devagar em minha direção. Seu nariz esta sangrando, os braços estão feridos e completamente roxos, suas pernas estão portadas em algumas partes, parece que ela levou uma grande surra com barras de ferro. Suas roupas estão rasgadas e sujas. Ela esta muito grogue por ter apanhado tanto.

Seus olhos se fixam nos meus.

– Consegue andar? – sussurro no seu ouvido.

Ela balança a cabeça negativamente.

– Vou te tirar daqui. – sussurro.

– Ela vai me machucar, por favor não faça isso. – pede desesperada.

– Não vou deixar ninguém te machucar. – garanto com toda firmeza na voz.

Ela fecha os olhos.

– Katniss... – chama Peeta na janela.

– Eu disse para esperar lá no carro. – brigo.

– Quero ajudar. – fala e olha para Penny e vejo sua expressão de choque.

Tiro minha blusa de frio e a cubro. Passo os braços por baixo de suas costas e levanto ela, ando ate a janela e entrego a Peeta. Ele toca meu braço e sinto minha pele queimar, retiro rapidamente.

Ele suspira e começa a descer com ela nos braços, depois que eu desço. Corremos para o carro e entramos, fico com a Penny no banco de trás do carro. Ela tenta se mexer mas, não consegue. Abraço o seu corpo e ela me abraça com força, ela geme um pouco e me solta.

Peeta nos leva de volta para casa.

– Devia voltar e descansar. – falo e quando eu vou abrir a porta ele pega o meu braço, minha pele queima e sinto meu coração bater muito rápido.

– Deixe-me vê-los por favor. – pede com um voz sofrida.

– Obrigado por me ajudar. – falo e me solto.

Carrego a pequena criança desacordada para dentro da casa, deito a garotinha no sofá e ela começa a reagir.

– Onde eu estou? – pergunta e parece que agora ela percebe o que esta acontecendo e que ela não esta na casa dela. Penny se afasta de mim assustada como se eu fosse machuca-la, tento me aproximar. – Não toque em mim!

– Eu não vou te machucar...

– Não encoste em mim! – grita quando eu tento me aproximar.

– Tudo bem. – falo e me afasto.

– O que esta acontecendo, Katniss? – pergunta Finnick vindo ate mim. – Quem esta gritando... – ele para quando vê a garotinha assustada encolhida no canto do sofá.

Penny corre ate o canto da sala. Ela esta tão traumatizada com as surras, que não confia em ninguém. Talvez ela confie em alguém que conheça.

– Finnick, pode ficar aqui olhando ela. – peço a ele que ainda esta em choque. – Eu já volto.

Corro ate o quarto das crianças e as acordo, eles resmungam um pouco mas, acabam cedendo e levantando. Eles se sentam na cama com uma preguiça, olho para cada rostinho inchado e vermelho de sono.

– Quero que venham comigo ate a sala. – falo.

– Estou com sono, titia. – fala David.

– Eu sei, mas precisam vir. – falo olhando para eles. – Vamos.

Eles me seguem cansados e com os passos lentos, vou para o lado de Finnick e as crianças me acompanham, David e Ethan correm em direção a Penny que abre um sorriso feliz por conhecer alguém. Eles se abraçam e em seguida Edward e Emlly correm se juntando num abraço só.

Depois de se abraçarem, eles se separam.

– Damien! – grita Penny feliz.

– Penny! – grita Damien na mesma felicidade.

Os dois correm um na direção do outro, vejo as lágrimas de felicidade escorrem nas bochechas de Damien e eles se abraçam com tanta força que acho que ele a machucou e ela nem ligou. Eles ficam minutos abraçados e chorando.

– Me desculpe, Penny! – se desculpa Damien. – Não vou mais para de falar com você!

– Acho bom mesmo! – fala Penny e ele sorri. – Senti sua falta!

– Eu também senti a sua! – fala Damien e se afasta. Ele sorri e beija a sua bochecha.

– Onde estamos, Damien? – pergunta olhando em volta.

– Na casa do titio Finnick e da titia Annie.

Eles sorriem um para o outro e ele volta a abraça-la.

– O que ela fez com você? – pergunta meu filho. – Você esta machucada.

Ele passa os dedos sobre as manchas roxas no seu braço, com carinho e com tanta gentileza que num a via visto antes assim. Penny olha para ele.

– Foi horrível, mas a sua mãe e o seu pai me tiraram de lá. – explica.

– Ela nunca vai te machucar. – fala Damien com firmeza. – Eu não vou deixar!

– Promete?

– Prometo!

Olho para fora e esta amanhecendo. Os bebês choram e Finnick corre para acalma-lo. Volto minha atenção para Damien e Penny e ele a levou para o piano. Vou ate as crianças a peço para eles irem se arrumar. Eles obedecem e correm de volta para o quarto.

Volto para a sala e vejo o meu filho ensinando as notas, ele pega o dedo dela e toca uma tecla. Sorriu quando vejo Penny ficar vermelha com o gesto de Damien.


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Notas finais do capítulo

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