Amor e Rivalidade escrita por Melissa Martins de Souza


Capítulo 27
Noticia Inesperada


Notas iniciais do capítulo

Acho que eu bati meu recorde do maior capitulo que eu já fiz!
Vocês querem que eu continue fazendo capitulos grandes assim? Ou querem que eu faça capitulos menores? Comentem ai!
Espero que gostem!
Desculpe pelos erros!
Boa leitura!



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– Finnick! – chamo o balançando. – Vamos nos atrasar!

Ele abre os olhos e Annie acorda alguns segundos depois, Finnick passa algum tempo para raciocinar, ele olha para o relógio em cima do criado mudo e levanta com um pulo, corre para o banheiro e ouço o chuveiro sendo ligado. Annie começa a se arrumar e a pentear o cabelo.

Nem tomei café da manha, provavelmente eu vou passar mal ou ate mesmo desmaiar. Sempre passo mal.

– A que horas são? – ela pergunta.

– As 8 horas. – respondo.

– As crianças já se arrumaram? – pergunta Annie colocando uma blusa. – Me diga que eles estão arrumaram.

– Sim, eles já estão no carro. – respondo fazendo ela se acalmar. – Vou espera vocês no carro.

Ela assenti e corro para o carro. Quando entro, sinto alguém me cutucando pelo ombro.

– Titia. – chama David. Me viro para trás e ele pega um CD que estava na mão de Edward, e me estende. – Pode colocar a quarta música?

– Nunca tinha visto esse CD, que lhe deu? – pergunto já sabendo a resposta.

– O professor que toca na sala de música, uma dia viu a gente escutando ele tocar e deu esse CD para Damien. – explica ele.

Pego o CD da mão dele e olho para a capa, tem vários músicos clássicos na capa. Coloco o para tocar no som e procuro a quarta música. Sempre gostei de música clássica, mas nunca procurei ouvi-la. Quando a quarta música começa a tocar, reconheço de imediato.

– Requiem de Mozart. – falo sorrindo. – Gosto dessa música.

Olho para trás e os vejo prestando atenção em cada parte da música, como se fosse preciosa demais para ser cada segundo dela, chega uma parte do Requiem em que os dedinhos de Damien começam a se mexer, como se estivesse tocando em seu piano imaginário, sorriu vendo essa cena maravilhosa.

Quando o Requiem termina, eles olham para mim como se tivessem acabado de perceber que eu estava ali, me viro para frente e ouvimos mais duas músicas uma de Mozart e uma de Beethoven, quando Finnick chega, ele se senta e coloca Annie no banco do seu lado, ela se contorce e olha para mim com muita dor nos olhos.

– Annie vai ter os bebês agora! – fala Finnick nervoso e liga o carro. – Vamos para o hospital!

Pego na mão de Annie que chora e grita de dor, as crianças se encolhem ao meu lado apavoradas com o que vêem. O caminho todo foi muito atordoado.

Meu irmão estaciona o carro e sai com ela nos braços, enfermeiros a colocam numa maca e somem com ela. Desço do carro e com as crianças ao meu lado, andamos ate a sala de espera e encontramos Finnick falando com uns médicos, peço para os pequenos se sentarem nas cadeiras e corro ate meu irmão.

– Você vai entrar? – pergunto quando o médico vai embora.

– Katniss... Não, são dois. – fala em choque. – São... Quatro... Fique com eles aqui. – pede e eu concordo imediatamente.

– Vai lá, vai ver seus filhos. – falo e ele me abraça. – Parabéns papai.

Ele sorri muito feliz e corre para a sala onde Annie esta. Sento-me na cadeira ao lado de Emilly que conversa com Ethan, ele para de conversar e vem ate mim junto com David.

– A mamãe esta tendo bebês? – Ethan pergunta curioso. Balanço a cabeça dizendo que sim. – Podemos entrar para vê-los?!

– Ainda não. – falo sorrindo. – Mas daqui a pouco, eles vão deixa-lo entrar.

Meia hora depois o médico que estava conversando com Finnick me chama com a mão, vou de encontro a ele.

– O seu irmão pede para que vocês entrem se quiserem. – avisa.

– Os bebês esta bem? – pergunto a ele.

– Sim, perfeitamente saudáveis.

Chamo as crianças com a mão e eles entram comigo no quarto. Vejo dois bebês no colo de Finnick e dois no da Annie que tem lágrimas nos olhos.

– Posso escolher o nome de um. – pergunta David.

– Eu também quero. – fala Ethan se aproximando da mãe.

– São três meninos e uma menina. – fala Finnick e olha para David. – Escolhe o nome desse bebê e o Ethan e o do outro menino.

David se aproxima do bebezinho que esta chupando o dedo dormindo.

– Noah. – fala sorrindo.

– Aaron. – fala Ethan alisando a mão do irmão recém nascido.

– Então, esta decidido. – fala Annie feliz com o resultado.

Olho para os rostinhos do Aaron, Caleb, Noah e da Louise e percebo que eles não são nada parecidos, foi o que aconteceu quando eu tive o Damien e Edward, eles não eram parecidos.

Depois de um tempo, lembro da escola, Annie convence o marido de ir e ele vai embora comigo.

Quando chegamos, vamos para dentro da grande escola e ouço vários cochichados de crianças olhando para nos. Edward aperta a minha mão. Paramos em frente da sala da diretora e antes de batemos ela abre a porta, a vejo procurar mais alguém mas, logo desiste. Entramos e sentamos na cadeira encostadas na parede, percebemos depois o pai dos meninos já estava na sala de mãos das com os três filhos, eles estão sentados mais afastados de nos. O cara fica nos encarando como se quisesse nos matar com o olhar, me encosto mais em Finnick, o homem me assusta tanto que tento ao máximo não olhar para ele.

– Desculpe-nos pelo atraso...

– Onde esta o seu marido? – a diretora interrompe o Finnick olhando para mim. – Preciso que todos estejam aqui.

– Ele não vai poder vir. – respondo e ela balança a cabeça negativamente.

– Preciso de todos os pais aqui. – afirma e vai ate a sua mesa. – Então vou ter que adiar para outro dia.

Mas que frescura é essa! Só pode estar de brincadeira?!

– Que tal amanhã? – pergunta a diretora. – Ele pode vir amanhã?

– Não... Eu... – falo tentando pensar em alguma coisa.

– Então quando Srta. Mellark? – pergunta olhando irritada para mim.

Não acredito que vou ter que fazer isso! Mas que droga! Respiro fundo tentando me acalmar. Me levanto e vou para fora da sala.

– Alô. – chamo quando ele atende, e nenhuma resposta. – Peeta, preciso que venha ate a escola...

– Por que eu iria? – interrompe debochado. – Seja o que for, você consegue resolver sozinha.

– Dá pra calar essa boca por um minuto?! – pergunto irritada. – A diretora quer os pais aqui na escola agora, e se todos não estiverem aqui ela vai ficar adiando sempre.

– E por que eu? Não sou o pai. Chama o Castor. – fala com ignorância.

– Para de ser imbecil! – falo me afastando mais da sala para ninguém ouvir a nossa discussão. – Não vou ficar debatendo com você sobre isso, até por que não adiantaria nada. – falo e me sento num murinho. – Você legalmente é o pai deles e por mais que diga que não são seus filhos, você ainda é o pai para eles e para a diretora.

Ele fica em silêncio.

– Estou te esperando. – falo e desligo.

Quando eu volto a diretora esta conversando com o meu irmão.

– E a sua esposa? – pergunta a diretora Finnick.

– Teve bebês e não pode vir.

– Parabéns. – parabeniza só por educação. Finnick nem se da ao trabalho de agradecer.

Ficamos esperando na sala da diretora, e olho para todos. Vejo eles ficando sem paciência a cada minuto que se passa, a diretora bufa e vai ate a sua mesa.

– Vou ter que remarcar...

– Nada disso.

Olhamos em direção a voz.

– Papai! – grita as crianças e corre ate ele.

Eles abraçam ele com muita vontade, demora um bom tempo para eles o soltar. Peeta olha para os curativos no rosto de cada um e da um beijo neles, parece que ele não sabe o que aconteceu, vejo a dor contida em seus olhos.

– Que bom que chegou, Sr. Mellark. – fala a diretora aliviada por não ter que adiar. – Bom, sente-se.

E ele se senta ao lado das crianças sem olhar para mim, reviro os olhos.

– Bom... – a diretora começa e se aproxima do homem. – Os seus filhos quebraram alguns instrumentos, e agora vai ter que comprar outros novos. Dá próxima vez que eles fizerem qualquer tipo de bagunça, vão ser expulsos automaticamente. Eles podem ir para casa hoje. – fala e olho para o pai dos garotos. Ela se vira para mim e Peeta. – E se eu ficar sabendo que o filhos de vocês estão usando os instrumentos da escola, vão ser expulsos. – avisa e se volta para o meu irmão. – O mesmo serve para os seus filhos. Os cinco vão ficar aqui na escola.

Ela vai ate a mesa e pega uma papelada.

– Assinem aqui. – pede. – É para deixar bem claro tudo o que eu falei, esse papeis dizem que eu avisei para vocês das consequências e do que o Sr. Mason vai ter que comprar.

Nos vamos ate ela e cada um de nos assina. Vamos as salas das crianças e as deixamos e caminhamos em silêncio ate a saída da escola, a todo momento sinto o olhar forte de Peeta em mim é como se ele quisesse-me ali mesmo, isto esta me matando, o pai dos garotos nem olha para nos direito, apenas vai para o seu carro com os filhos. Acho que já o vi antes mas, não consigo lembrar onde, ele é estranho demais pro meu gosto, parece que a qualquer momento ele vai ter um surto e matar todo mundo.

Sinto o olhar de Peeta em mim ficar cada vez mais forte e intenso. Quando olho para ele, ele abaixa a cabeça na mesma hora.

– Por que eles estão todos machucados e cheios de curativos? – pergunta tentando esconder a sua preocupação.

– Eles brigaram na escola. – me pronuncio.

– E por que Damien foi para o hospital?

– Um dos garotos jogou ele em umas cadeiras e ele desmaiou. – resume Finnick. – Vamos, Katniss.

Acompanho Finnick ate o carro e quando entramos ouço uma batidinha no vidro, abaixo e sinto sua respiração no meu rosto a centímetros do meu, percebo quanto estamos próximos e o empurro e ele sai cambaleando para trás.

– Não estou a sua disposição sempre quando quer! – falo com raiva. – Se sente minha falta o problema não é meu! Foi você que fez isso.

– Não faço questão disso! – fala com um sorriso perverso. – Depois que descobri quem você realmente é, comecei a não me importar mais com você.

Fecho o vidro e sinto meu rosto queimar.

– Vamos embora por favor, Finnick. – peço sem conseguir respirar direito.

No caminho, a suas palavras causaram um impacto tão forte que sinto meu coração palpitar numa velocidade que achei que iria ter um infarto a qualquer momento. Demora um pouco me recuperar e a voltar a respirar normalmente. Ele se aproveita assim, só por que sabe que eu sou fraca ao seu lado.

– Não se preocupe, maninha. – fala e vira para trás. – Eu prometo para você que vou arranjar as provas e vou acabar de uma vez com essa historinha da mãe do Peeta. Mas... – ele para de falar quando vira uma rua. – Quero que me prometa que vai fazê-lo sofrer assim como você sofreu, me prometa.

Sorriu de um jeito maldoso para ele. Não vou deixar barato mesmo! Se eu não tivesse o empurrado ele tinha me beijado, e agora eu sei qual é a sua verdadeira intenção, ele queria me torturar e agora é a minha vez.

– Eu prometo! – falo com um sorriso malvado.

– Ótimo! – fala Finnick sorrindo.

As palavras de Peeta se repetem na minha cabeça como um disco quebrado, fecho os olhos e encosto a cabeça no banco.

– Não fica assim. – fala e tira um mão do volante e segura a minha que esta sobre o meu colo. – Ele só esta magoado.

– Esta defendendo ele, maninho? – eu pergunto olhando para ele.

– Não estou defendendo ele, só estou falando que Peeta falou aquilo por que está achando que você o traiu. – Finnick afirma com toda certeza. – Ele vai se arrepender muito por tudo o que ele falou, Peeta nunca vai se conseguir se perdoar pelo o que disse e fez, acredite vai ser muito pior para ele do que para você quando ele descobrir.

Olho para Finnick com uma dor muito forte no coração, aperto sua mão.

– Ele já esta condenado a sofrer dês do momento em que acreditou na mãe. – ele fala com um tom triste.

– Obrigado, por acreditar em mim. – falo enquanto ele estaciona perto de uma grande loja.

– Você é minha irmã, e eu confio em você. Precisaria fazer milhões de exames comigo vendo tudo para mim acreditar que você estaria mentindo.

Saímos do carro e caminhamos ate a loja, ela é grande e tem poucas pessoas que nos reconhecem. Um vendedor vem nós atender.

– Ola Srta. Mellark e Sr. Eveerdeen. – nos cumprimenta. – Que instrumentos desejam?

– Queremos ver um violino, uma flauta, um trompete, um violoncelo e um piano. – pede Finnick olhando para os lados.

– Vem comigo. – pede gentilmente. – Tem de todo tipo...

Ele mostra vários e vários, e escolhemos com uma certa dificuldade mas, conseguimos, o vendedor vem com a gente ate o balcão para calcular o preço. Uma vendedora olha para Finnick e começa a sorrir de uma maneira pervertida. Olho para ela de cara feia, ela deve assistir televisão e sabe que ele é casado mas, mesmo assim não se importa. Finnick finge que nem a vê.

– Bom, deu 1.602,297 reais.

Finnick paga em dinheiro vivo, os vendedores em volta olham com aos olhos arregalados quando meu irmão entrega o dinheiro.

– Temos a previsão de entrega de 10 a 15 dias...

– Eu preciso leva-los agora. – interrompe Finnick.

– Desculpe senhor, mas não fazemos entrega no mesmo dia. Precisamos de tempo para...

– Eu pago mais 500 para leva-los agora. – fala meu irmão, todos a sua volta olham para o pobre vendedor que fita as notas de cem. – Leve-os para esse endereço. – fala colocando em cima do balcão um papel com o endereço.

– Tudo bem, vou mandar empacotar agora mesmo. – fala o homem pegando o dinheiro de sua mão.

– Ótimo. – responde Finnick.

Saímos da loja e começo a me sentir mal e sinto que minha pressão vai cair.

– Finnick... – tento chama-lo.

Acordo no carro com meu irmão batendo de leve em meu rosto, vejo o alivio sem seus olhos por eu ter acordado. Engulo em seco, viu o que eu disse? Eu sabia que isso ia acontecer.

– Você comeu hoje. – pergunta preocupado.

– Não.

– Você sabe que toda vez que sai sem comer você desmaia. É assim dês que você era pequena. – fala com um tom de desaprovação. – Vamos comer.

Ele me leva para uma lanchonete e antes de estacionar o carro, ele olha para mim com um olhar autoritário.

– Você tem que comer. – avisa.

Sei por que ele esta tão preocupado, quando eu tenho esses desmaios eu geralmente perco todo o apetite, e não consigo comer. Finnick pede as nossas comidas e chegam em menos de 20 minutos, olho para o prato sem vontade alguma de tocar, meu irmão olha para mim como se eu não fosse sair dali sem comer alguma coisa no prato, bufo e como contra gosto um pedaço do bife e do arroz, bebo refrigerante para ajudar a descer.

Fico ali, tentando comer a comida, e no fim acabo comendo a salada que ele empurra para o lado do meu prato. Depois que comemos vamos para o carro e meu irmão estaciona perto da casa. Ele se vira para mim.

– Esta se sentindo melhor? – pergunta me avaliando.

– Acho que sim. – falo passando confiança em minha voz.

Ele sorri e vamos para dentro da casa.

– Finnick, ligue para professores de música. – peço.

Ele assenti e pega o celular caminhando em direção a cozinha, ouço a caminha e peço para deixarem na sala as caixas. Quando meu irmão volta o puxo para vir me ajudar a desempacotar o presente das crianças. Começamos do menos para o maior que foi o piano, o arrastamos para o outro lado e o encostamos na parede, o piano é todo preto e combinou com a sala. Pegamos o trompete e o colocamos na mesinha de centro da sala, o violoncelo encosto-o na parede perto do piano, o violino coloco do lado do violoncelo, a flauta coloco-a ao lado do trompete.

Deixamos o mais visível possível para eles verem quando chegarem.

– Nossos filhos vão ganhar esse "show de talentos". – falo sorrindo. Finnick ri ao meu lado.

Os professores chegam e se apresentam, James é o professor de flauta, Joshua é o professor de piano, Louis é o professor de violoncelo, Enzo é o professor de violino e Olivier é o professor de trompete. Sorriu para eles e meu irmão pedem para se sentarem que as crianças já vão chegar, antes que Finnick se ofereça para busca-los eu faço questão de ir.

– Tome cuidado. – pede e eu sorriu para mostrar que estou bem.

No caminho de volta para casa, as crianças estão todas tristes e em silêncio, algumas vezes comentam alguma coisa sobre a escola mas, logo ficam quetas de novo. Estaciono o carro e andamos para a casa, deixo as crianças irem na minha frente.

– Ai meu Deus! – grita Emilly. – Olha!

Todos eles correm para os instrumentos e começam a admira-los e a conversar e planejar o que vão tocar naquele momento. Nunca vi os olhinhos deles com aquele brilho tão intenso quando viram o que esta a sua frente, eles estavam tão ansiosos e estasiados com a ideia que nem notaram os professores sentados no sofá. Fecho a porta e vou para o lado de Finnick.

– Esses são muito melhores do que os que a gente tocava. – ouço Damien e David comentarem.

– Feliz dia das crianças! – eu e Finnick falamos juntos.

– Obrigado. – todos agradecem de uma vez só.

– Querem participar de uma apresentação? – pergunta Finnick. – Vocês podem tocar o que quiserem lá.

Eles sorriem concordam com a cabeça animados com a ideia de se apresentar para uma plateia.

– Esses são os seus professores de músicas. – falo apontando para eles que se levantam.

– E ai, mostrem o que sabem. – fala Louis e todos pegam os seus instrumentos e se posicionam.

Eles tocam a "Mozart - Confutatis Maledictis" e tocam " Beethoven - Quinta Sinfonia e a Sétima Sinfonia." Os professores olham para nos encantados com a eficiência em tocarem músicas tão bem.

– Uau! Vocês estão maravilhosos. – exclama Joshua. – Vocês tem em um grande futuro pela frente! Vão querem apresentar qual músicas?

– Mozart - Confutatis Maledictis e Lacrimosa! Beethoven - A 9º Sinfonia! – eles falam em coro.

Os professores treinam com eles a tarde inteira, as crianças pareciam bem interessadas em aprender a tocar melhor os instrumentos e nunca cansavam de tocar de novo e de novo a mesma música. Os professores depois que terminam nos chamam ate a cozinha para conversarmos.

– Eles tocam a muito tempo? – pergunta Olivier.

– A algumas semanas. – respondo. – E eles aprenderam sozinhos.

– Me ouçam. – pede Olivier. – Poucas crianças tem esse talento para música, então procure mais algumas apresentações, sempre tem caça talentos procurando pessoas e principalmente crianças na idade deles, vai ser moleza achar um profissional que se interesse por eles.

– Obrigado pelo conselho, vamos fazer isso mesmo. – fala Finnick.

Nos arrumamos e arrumamos as crianças, pegamos os instrumentos deles e colocamos no porta malas. Entramos no carro e Finnick dirige visivelmente feliz com as palavras do professor, canto com as crianças e meu irmão uma música que esta passando na rádio "Coldplay - Paradise".

Descemos do carro e entramos na grande festa. Todos parecem muito elegantes em seus trajes, e quando adentramos mais vemos a familía Mellark, Clove com o seu vestido negro e salto bem alto e ao seu lado esta o seu marido Cato que conversa tranquilamente com Peeta, mais atrás vejo o Marvel conversando com a esposa, com o pai e a mãe. Eles elegantes como sempre, suspiro e olho para Finnick que também os observa.

– Oi. – fala alguém atrás de mim.

– Oi, Gale! – falo e o abraço bem apertado. – Quanto tempo!

– Muito. – fala sorrindo. Será que ele ainda esta com raiva por eu ter o traído. Ele vê minha preocupação e sorri. – Eu já superei, Katniss. Alias... – para e se vira. – Damon! Elisabeth!

Duas crianças se aproximam de Gale.

– Conheçam os meus filhos. – fala e pega na mão da menina de cabelos castanhos e olhos castanho escuro. – Essa é a Elisabeth e esse... – fala e pega na mão do menino de cabelos pretos e olhos castanho claro. – Esse é o Damon.

– São lindos, Gale. – falo olhando para eles. – Parabéns.

– Obrigado. – agradece verdadeiramente contente.

– Onde esta Annie? – pergunta Gale ao Finnick.

– Ela teve os bebês que ao invés de serem dois, foram quatro. – fala ainda pensando nisso.

Gale rir e da um tapinha fraco em seu ombro.

– Boa sorte, amigo. – fala Gale sorrindo para o amigo.

– Esse são os meus filhos. – falo apontando para as crianças.

– É, eu vi eles na televisão, inclusive eu sei que o nome deles. – ele se abaixa olhando para cada um. – Damien Thorn, Edward Thorn e Emilly Thorn. – fala apontando para cada um quando fala o nome. Ele se levanta.

– Oi, David. Oi, Ethan. – Elisabeth cumprimenta eles. – Vamos brincar com a gente lá no salão de jogos.

– Só se meus primos forem também. – fala David olhando para os dois amigos.

– Só se eles forem. – fala Ethan com firmeza na voz me fazendo sorrir.

– Vai ser ainda melhor se eles também vierem, vai ter mais gente para jogar. – fala Damon.

Eles saem correndo para o tal salão de jogos.

– Por que não veio com o Peeta? – pergunta Gale.

– Brigamos. – respondo breve. Ele não parece ficar satisfeito com a minha resposta, suspiro e conto tudo o que acontece, ele me olha sério.

– Sinto muito. – fala triste. – Que babaca esse idiota!...

Antes de Gale falar mais alguma coisa um cara sobe no palco e anuncia que as apresentações do dia das crianças vão começar daqui a uma hora. Conversamos bastante e Gale comenta que conseguiu virar um médico, eu o abraço, esse sempre foi o sonho dele, virar um médico. Sinto um olhar em mim, olho por cima do ombro de Gale e vejo o Peeta me olhando com um olhar irritado, só para irrita-lo mais beijo a bochecha de Gale antes de me afastar.

Quando o solto vejo um mulher loira vir. Madge?

– Oi, amor. – fala Gale segurando ela pela cintura.

– Oi, Katniss. – ela estende a mão para me cumprimentar.

– Oi. – falo e aperto a sua mão. – Vocês casaram?

– Sim. – responde Gale.

– Vamos amor, temos que preparar Damon e Elisabeth para se apresentarem. – fala e o puxa para o salão de jogos.

– Ate logo, Katniss. – Gale se despede sendo levando para longe.

– Ela tem raiva de você. – Finnick sussurra no meu ouvindo.

– Por que?

– Você magoou o coração dele em rede nacional. – explica rindo.

As apresentações começam e vejo várias crianças fazendo todo tipo de coisa, mesmo tocando algum instrumento ate agora, só um garoto tocar um violão que por sinal esta perfeito a performance dele. As crianças vão tocar por último o que é bom. Damon e Elisabeth sobem no palco e cantam juntos a música Yesterday da banda The Beatles. Vejo as filhas de Clove cantarem e os filhos tocando violão, ate que não foi ruim. Depois de beber algumas taças de vinho e ver várias crianças cantando ou dançando, digo ao meu irmão que vou ao banheiro.

– Ouvi dizer que os seus filhos vão se apresentar. – comenta Clove assim que entro no banheiro. – Sinto muito em dizer, mas não superaram os meus filhos.

– Você é quem diz. – respondo. – Vamos ver se os jurados concordam.

– Como vai a vida sem o meu irmão? – pergunta Clove. – Agora que ele descobriu que não pode ser pai, ele pode sair por ai e é bom ver meu irmão assim novamente.

– Eu quero os exames. – falo sem pensar.

– Para que? – pergunta desconfiada. – Mamãe não quer que ninguém toque neles, estão seguros.

– Nem vê-los eu posso? – pergunto e ela nega com a cabeça. – Por que?

– Por que você pode fazer alguma coisa para falsificá-los. – conclui.

Ela olha para mim e faz uma careta de desgosto. Clove com certeza esta contente com o que aconteceu, disso eu não tenho duvida. Provavelmente todos os Mellark estão, quero só ver a cara dela quando descobrir que a mamãe esta mentindo para ela e para a família. Ainda não conversei com a mãe deles. Ainda. Acabo tendo uma ideia.

– Vamos fazer uma aposta? – pergunto e ela ri.

– Que tipo de aposta? – pergunta Clove realmente pensando no que eu disse.

Não sei se isso vai dar certo, mas preciso tentar.

– Se meus filhos ganharem, você me empresta os exames para eu poder fazer uma copia, se quiser pode vir comigo para garantir que eu não vá falsificar, se tem tanto medo assim. – proponho.

– Se eu ganhar, você esquece o Peeta. – propõe de volta. – Você confia tanto que os seus filhos vão ganhar isso, sendo que a gente sabe que isso não irá acontecer.

– É o que vamos ver. – falo quando ela entra tranquilamente em uma das cabines.

Quando estou saindo do banheiro bato de frente com Peeta, reviro os olhos e tento passar por ele mas, coloca seus dois braços em cada lado. Olho para ele desinteressada em discutir com ele naquele momento.

– O que você quer? – pergunto de saco cheio. – Vai ficar me perseguindo.

– Por que veio? – pergunta ele.

– Não te interessa. – respondo e o empurro. – Lembra, você não se importa mais comigo.

O deixo plantado lá e quando estou voltando para encontrar com o meu irmão, vejo a mãe de Peeta indo para um sala vazia, olhos para todos os lados para me certificar que ninguém esta olhando, vou atrás e a encontro olhando alguns quadros na parede bebendo sua taça.

– Oi, Portia. – falo e ela se vira.

– Olá, Katniss. – fala sorrindo. – Como vai?

– Não finja simpatia comigo. – falo e ela ri.

– Já te disse o quanto estou feliz? – pergunta sarcasticamente.

– E já te disse o quanto vai ser bom acabar com ela? – pergunto com um sorriso de canto.

– Eu consegui. – fala e se aproxima do meu ouvido sorrindo. – Eu faço qualquer coisa para te afastar do meu filho até... – ela faz um pausa e aumenta o sorriso. – Até machucar alguém se preciso. – ela fala olhando em meus olhos.

Nos seus olhos vejo que ela esta falando sério, ela chegaria a esse ponto? Isso não é nada bom. Quer dizer que estou lidando com um mulher louca. Ela sorri com o silêncio. Portia esta ameaçando machucar alguém, e isso não é atitude de uma pessoa normal.

– Não se atreva a contar sobre essa nossa conversa, pensando bem... – ela para e pensa. – Ele não iria acreditar mesmo.

Ela pisca e vai embora me deixando paralisada em meu lugar. Vagabunda!

Caminho de volta para o lado de Finnick que já esta com os instrumentos que foi pegar no carro enquanto eu estava no banheiro, e as crianças já estão ao seu lado. Fomos para os fundos para poderem praticar sem serem incomodados, sorte que tem um piano aqui, por que seria impossível nos conseguirmos trazer um piano de cauda. Olho para o meu irmão e vejo o nervosismo dele por as crianças.

– Eles vão conseguir. – falo tentando acalma-lo.

– E se não conseguimos. – Damien fala suando. – E se errarmos alguma nota, ou esquecermos alguma parte.

– Se acalma. – falo sorrindo. – Você tem que se acalmar. Sabe o que o professor nos disse? – pergunto e ele balança a cabeça negando. – Disse que vocês tem muito talento, não se preocupem, vão conseguir. – falo e beijo sua bochecha. – Qualquer coisa é só imaginar que estão tocando na sala de música da escola e respirem fundo. – falo já olhando para todos os pequenos seres humanos ali. – Vai ficar tudo bem.

Os acompanhamos para perto do palco.

– Agora vamos passar um pouco para o clássico. – fala o homem de terno no meio do palco. – Com vocês os pequenos Damien Thorn, Edward Thorn e Emilly Thorn Mellark com os primos David e Ethan Everdeen! – anuncia o homem. Finnick entrega os instrumentos a cada um.

– Lembrem-se, se ficarem nervosos, finjam que estão na sala de música. – falo sorrindo.

Eles entram e vão para o lado do cara que sorri abertamente para eles. Corro puxando o Finnick para junto da plateia, eles sorriem quando nos vem. David aperta com força a sua grande flauta. Ethan aperta o grande trompete ao lado do corpo. Emilly segura o arco com firmeza e com os dedos mexe nas cordas do violino nervosa. Edward respira fundo várias vezes com o violoncelo na frente do corpo. Damien parece que esta pouco mais calmo com o piano que colocaram atrás dele. Estão todos nessa ordem.

– Olá, crianças. – se apresenta o homem. – Fale para eles o que vocês vão tocar.

Nenhum deles quer se aproximar para pegar o microfone que o homem estende, depois de algum tempo Damien pega com as mãos tremulas. Eles me lembram eu e o Finnick na nossa primeira vez em uma entrevista, eu suava tanto que o microfone escorregava na minha mão.

– Vamos tocar Confutatis Maledictis e Lacrimosa de Wolfgang Amadeus Mozart e A 9º Sinfonia de Ludwig Van Beethoven. – fala Damien olhando para todos. – Primeiro vamos tocar A 9º Sinfonia.

Damien entrega o microfone.

– Vocês não acha que estas músicas difíceis para crianças na idade de vocês. – pergunta o homem.

– Não. – responde Edward.

– É ate mais fácil do que a gente imaginava. – comenta Ethan e todos riem.

– Então mostrem por favor. – fala o homem sorrindo. Ele se afasta e vai embora.

David senta na senta na cadeira perto do piano, Ethan se senta perto de Emily que posiciona o seu violino encostando no pescoço. Edward se senta perto do Damien que se acomoda no lugar. Finnick pega uma camera e começa a filmar.

A apresentação da primeira música foi perfeita, tudo que o professor disse eles executam com perfeição, as mãozinhas deles tocando são ágeis e sempre acompanhando o ritmo um do outro. No apice da 9º Sinfonia os vejo fechar os olhos como se quisessem apreciar cada trecho. Quando eles acabam todos se levantam e começam a bater palmas. Eles se olham atordoados como se tivesse acabado de sair de um transe.

Vejo meus pais lá no fundo perto da porta de saída, assistindo com atenção os netos. Eu tenho saudades deles, por mais que tenham feito com que eu saísse do país, eles ainda são meus pais. Meu coração dói com o pensamento. Haymitch e Effie olham para Finnick e balança a cabeça em desaprovação, agora eles sabem que ele me ajudou a ir embora e estão com raiva do meu irmão por isso.

Quando todos se sentam de novo, se preparam para tocar a última Confutatis Maledictis e Lacrimosa a minha preferida. Olho para Finnick que como eu se emociona em silêncio quando eles começam a tocar e um coro atrás deles cantam a música, a plateia fica paralisada quando ouvem o coro, e a música vai se suavizando numa transição de Confutatis Maledictis para Lacrimosa que começa com a Emilly no violino e depois os outros começam a tocar em seguida, e finalmente chega o apice da música e vejo as lágrimas nos olhos de Damien e em seguida nos dos outros.

Todos levantam e aplaudem eles, sorriu e Finnick me abraça ainda com lágrimas nos olhos assim como eu. As crianças se levantam e cada um encosta o seu instrumento perto do piano, eles vem ate a ponta do palco e dão as mãos e sorriem para nos. Eu e meu irmão corremos para o palco e os abraçamos de uma vez formando um abraço só.

– Eu disse que iriam conseguir. – falo e rimos tamanha a nossa felicidade.

Beijo a cada um ainda abraçados.

Quando nos recuperamos descemos com os instrumentos na mão, nos sentamos. O homem sobe no palco para falar os finalista. Peeta olha para as crianças, seus olhos estão vermelhos, ele estava chorando?

– Subam aqui no palco, James, Ben, Emma e Madison. – fala o homem e observa enquanto os filhos de Clove subirem. – Damon e Elisabeth. – chama e eles correm para o palco e Gale e a esposa vem para o meu lado. – Damien Thorn, Edward Thorn, Emilly Thorn, David e Ethan. – fala o homem e os vejo subir no palco.

Suspiro nervosa. Finnick pega a minha mão e tentando me passar confiança e conforto.

– Os trinta jurados que estavam assistindo votaram para terceiro lugar... – ele fala e olha para o papel em sua mão. – Os irmãos Damon e Elisabeth com 10 votos. – anuncia ele. Sinto o olhar frio da mãe do Peeta em mim. – No segundo lugar, com 16 votos, James, Ben, Emma e Madison. – anuncia e vejo as crianças se abraçarem e pularem juntos. – Quem fica com o prêmio de 1.000.00 de dolares são Damien Thorn, Edward Thorn, Emilly Thorn, David e Ethan!

– Ganhamos! Ganhamos! Ganhamos! – comemoravam sorrindo e pulando abraçados formando uma roda.

Todos batem palma quando Clove leva seus filhos para junto do pai, eles estavam bem decepcionados por não terem conseguido. Cato os abraça e fala o quanto eles foram incríveis no palco e que esta muito orgulhoso.

Olho para Clove e lembro da aposta.

De repente sinto que estou caindo e braços me seguram.

Acordo escutando vários "Bip Bip Bip" ao meu lado. Não estou com as minhas roupas e sim com uma camisola branca, não estou na festa e não estou no lugar que eu gostaria de estar.

– Katniss. – me chama Finnick.

Olho para o lado e o vejo sentado na cadeira.

– Estou no hospital? – pergunto olhando para os meus braços com poucas agulhas.

– Sim. – fala e se levanta. – Estão fazendo alguns exames. – explica ele e me olha preocupado. – Você me assustou maninha.

– Onde esta as...

– Estão na sala de espera com o Gale e a Madge . – me interrompe já adivinhando minha pergunta.

O médico entra no quarto com papeladas nas mãos.

– Foi só um susto. – fala ele olhando para os papeis. – Ela só passou mal, é normal nessas circunstâncias.

Como assim? Do que ele esta falando. Finnick olha para ele confuso demais.

– E não se preocupe. – me tranquiliza o médico. – Os bebês estão bem.

– O que?! – pergunto com espanto.

– Você não sabia... – o médico fala vendo a minha reação.

– Não. – falo com paralisada com as palavras do médico.

– Pelos exames aqui... – fala mexendo nas papeladas. – Já tem alguns dias, na verdade é bem recente ainda. São dois.

– Ela desmaio hoje. – fala Finnick olhando para ele.

– Então, você me falou isso quando a trouxe. – fala o médico. – E não foi por ela não ter comido, foi um dos sintomas.

O médico vai embora. Finnick olha para mim espantado demais para dizer alguma coisa.

– Aquele dia em que ele foi lá em casa ver as crianças... – pensa alto.

– Finnick... – o chamo.

– Não sei o que dizer... – fala ele, e olha para mim como se tivesse acabado de se lembrar de alguma coisa. – Isso vai acabar de vez com a historia da mãe do Peeta.

– Eu estou com medo, Finnick. – falo me encolhendo só de lembrar do que Portia disse. – Se ela foi capaz de falsificar exames para afastar o filho de mim, imagine o que ela pode fazer comigo quando descobrir.

– Eu não vou deixar ninguém tocar em você e nos meus futuros sobrinhos! – me interrompe Finnick com firmeza e confiança. – Ninguém!


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Notas finais do capítulo

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