1º de abril? escrita por The Emptiness Duchess


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Não, esse não é o último capítulo! É o penúltimo, aproveitem!



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Então no Japão eles também tinham esse tipo de brincadeira. Como pôde ser tão desavisado?

Kagami lembrava-se muito bem nas peças de primeiro de abril na América. Dar doces com pimenta dentro, confissões de amor falsas, colocar cocô de madeira na cadeira da professora, trocar gel capilar por remédio pra tosse... Literalmente: “Nada é verdade, tudo é permitido*”.

O ruivo até se orgulhava de ter participado de algumas, mas ficava realmente bravo quando ele era o alvo. E nesse caso, ele era o alvo.

Sentia uma veia saltar só de olhar para aquela peça de roupa: Um macacão amarelo imenso cheio de flores e girassóis adornando as alças.

Suas roupas evaporaram, exceto pelas de baixo. Não tinha jeito, não tinha coragem o suficiente para sair de cueca ou de toalha na rua. Teria que vestir aquilo.

Engoliu o orgulho e vestiu o macacão. Levou consigo uma toalha para tentar se cobrir um pouco apesar de não adiantar muita coisa.

Assim que saiu da escola esgueirou-se pelas ruas e entre as plantas, evitando ao máximo ser visto.

Quando estava entre alguns arbustos esperando as pessoas passarem, teve quase um ataque cardíaco.

– Boa tarde Kagami-kun. O que estamos fazendo entre as moitas?

Ele deu um pulo e se virou.

– Mas que droga Kuroko! Você faz de propósito, eu sei que faz!

– Eu estava aqui o tempo todo, você só não me viu.

Kagami arregalou os olhos.

– O t-tempo todo?! Então você...

– Eu estava em dúvida, mas você realmente fica uma gracinha nesse tipo de roupa, Kagami-kun.

O cérebro de amendoim do ruivo começou a processar bem lentamente a situação. Precisou que Kuroko desse um mísero sorriso travesso para compreender.

– KUROKO! Seu maldito foi você! – ele berrou, assustando as pessoas que passavam na frente do arbusto. – Eu vou te bater até você não lembrar seu nome!

Kuroko deu uma pequena risada, saiu da moita e começou a correr pela rua. O ruivo não precisou de muito tempo para chegar ao seu encalço.

O prensou contra uma parede com um sorriso maligno.

– Kuroko, a partir de hoje você não vive mais!

– Hm, Kagami-kun? Acho que você não deveria gritar tanto, está assustando as p-e-s-s-o-a-s.

Kagami olhou a sua volta desesperado. Sua toalha se perdeu em meio à corrida e ele agora era o centro das atenções. Todos na rua o encaravam de olhos arregalados. Ficou vermelho da cor dos cabelos e voltou a olhar para o fantasma.

– Kurok... Espera! Pra onde ele foi?!

O ruivo olhou para os lados, não viu a sombra em lugar algum.

No dia seguinte, Kuroko Tetsuya não foi visto em lugar nenhum, apesar de estar registrado na chamada que foi à escola.

~~~~~~~~~~~

Reo Mibuchi saiu do vestiário o mais rápido que podia. Seu peito doía de ansiedade.

Tanto fazia se Akashi saísse usando o vestido, sem o vestido ou pelado, ele estaria ganhando em todas as três possibilidades.

Ficou esperando um bom tempo, até todos os jogadores saírem. Ele sabia que o ruivinho ficaria ali por um bom tempo, discutindo coisas com o treinador.

– Ei! Reo-nee, não vai embora não? Todos estão aproveitando que foram liberados mais cedo...- Kotaro o chamou.

– Não, eu vou esperar o Sei-chan.

– Akashi? Você quer ir embora com ele? Mas eu o ouvi dizendo que ainda tinha coisas pra resolver no Conselho Estudantil*.

– Tudo bem. Hoje eu espero.

– Tsc, se você diz assim...

Reo ficou mais um tempo ali esperando.

Não tentou conter o sorriso quando viu Akashi saindo usando o vestido que comprou pra ele.

– Reo. Você estava me esperando, não estava? Eu preciso resolver algumas coisas no Grêmio, se você estiver disposto a esperar.

– Eu posso te acompanhar?

– Você tem a minha autorização.

Dito isso, eles entraram no prédio da escola.

Reo estava com um sorriso de orelha a orelha. Akashi não estava apenas usando o vestido, como parecia estar orgulhoso disso. E mais importante: não demonstrava sinais de raiva ou irritação. O moreno podia jurar que tinha até visto um pequeno sorriso, apesar de saber que deve ter sido impressão sua.

Não sabia o que era mais engraçado: a reação das pessoas ao verem o sério e reservado Akashi usando aquele vestido, ou a situação em si. Só podia agradecer ao sr. Fantasma que o chamou para participar daquilo. Sabia que não seria perda de tempo!

– Você parece bem, Sei-chan.

– Essas roupas são incrivelmente confortáveis. Exceto pela saia, é muito curta. Por que será? – o ruivo deu um olhar sugestivo à Mibuchi que retribuiu com um sorriso.

Ele comprou aquele modelo de propósito. Era um vestido violeta quase transparente e bem curto, ia até o começo das coxas.

– É. Por que será? – o moreno disse. – Sei-chan, posso tirar uma foto?

– Vá em frente, mas se postar em alguma rede social eu posso te processar.

– Não vou, é só pra eu ver quando me sentir triste. Dê um sorriso.

O ruivo olhou para câmera do celular e deu um pequeno, quase invisível sorriso.

– Você não está bravo?

– Não. Por que estaria? Essas roupas são confortáveis e o tecido é bem macio. Apesar da cor não me agradar muito.

Isso deixou Mibuchi surpreso.

– Mas não vou sair impune, vou?

Akashi parou, olhou para ele e abriu um sorriso cínico.

– É claro que não, seu idiota traidor. – ele disse em tom cruel ainda sorrindo. O moreno só pôde rir, valeu a pena.

– Então quando você terminar suas coisas de presidente, pode me acompanhar até um lugar?

Akashi apenas assentiu e entrou na sala do grêmio, atraindo todas as atenções para si.

– Ér... P-Presiden...? - uma garota qualquer começou, mas foi interrompida.

– Shh. Falem sobre isso quando eu não estiver aqui, entenderam?

Todos assentiram e tentaram ignorar as roupas femininas.

– Ótimo, agora voltem ao trabalho.

Reo ficou pacientemente esperando do lado de fora, contendo uma risada. Quando Akashi saiu, o acompanhou até uma sala em particular.

– O clube de culinária? O que estamos fazendo aqui?

Mibuchi não falou nada, entrou junto com o ruivo, que examinava a sala. Antes que pudesse reagir, sentiu algo gelado contra sua face. O moreno tinha espremido contra a sua face, um prato cheio de chantilly.

– Primeiro de abril, Sei-chan!

O ruivo limpou o chantilly dos olhos e lambeu o em volta de sua boca.

– Reo. Agora eu estou realmente irritado. É bom você saber correr.

No dia seguinte, ambos Reo Mibuchi e Akashi Seijuro, não foram à escola.


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Notas finais do capítulo

1º** "Nada é verdade, tudo é permitido" é uma referência aos jogos da franquia de Assassin's Creed.
2º** Na wiki de Kuroko no Basket está escrito que apesar do Akashi ser um aluno do primeiro ano, ele é o presidente do conselho estudantil.

Então, espero que tenham gostado! Eu já disse isso lá em cima, mas não esse ainda não é o último capítulo!
Eu queria agradecer a todo mundo que tem acompanhado e aos comentários super divos de vocês