Dia 3 de abril.

Os seis tinham combinado de se encontrar no mesmo lugar alguns dias depois do primeiro de abril apenas para contarem como tinha sido a experiência.

Quando planejaram as pegadinhas, todos imaginaram que o encontro do dia 3 ia ser apenas épico: compartilhando fotos, contando histórias... Mas nem tudo é como queremos.

Kuroko Tetsuya apareceu com um olho roxo, Takao Kazunari estava cheio de curativos pelo corpo e tinha o lado esquerdo do rosto inchado, Reo Mibuchi estava com um gesso no braço direito, Himuro Tatsuya estava com marcas vermelhas do pescoço até a clavícula e Momoi Satsuki não deu as caras.

O único “intacto” era Yukio Kasamatsu e mesmo assim ele era o que estava com a expressão mais melancólica de todos.

– Ér... quem quer começar? – Takao perguntou hesitante.

– Himuro-kun parece ter algo bem interessante para contar – Kuroko disse com um pequeno sorriso malicioso.

– Obrigado, mas eu passo. – ele disse sorrindo.

– Eh? Não é justo, todos deveríamos contar algo. – Takao argumentou. Queria saber que tipo de mentira o gentil Himuro contaria pra encobrir o que realmente aconteceu.

O moreno suspirou e disse:

– Ele apenas... me “puniu”. Não é o que vocês estão pensando, certo? Foi só pra me deixar constrangido... Pare de sorrir desse jeito, Takao-san. Atsushi ainda não sabe de onde os bebês vêm e muito menos como fazer “aquilo” – ele deu uma pausa - Mas e você, Kuroko? Eu não achava que o Taiga iria te bater.

– Oh, ele não me bateu. Provavelmente iria, mas eu fugi dele o dia inteiro na escola e faltei no treino pra evitar ser pego. Quem me bateu foi a treinadora.

Takao riu.

– Shin-chan me bateu até eu gritar! Haha! Mas parece que não fui o único que apanhou, não é? – ele disse apontando para o braço engessado de Reo – Akashi é mesmo assustador!

– Hm? Ah, não foi o Sei-chan que fez isso. Ele não me bateria de forma que prejudicasse o basquete. Eu estava fugindo e acabei sendo atropelado por um ônibus.

Takao piscou por um segundo e explodiu em gargalhadas. Riu tanto que chorou e mesmo Kuroko não conseguiu manter a face inexpressiva. Himuro deu apenas um sorriso discreto e Kasamatsu manteve a cara fechada.

– Mas valeu a pena! Deem uma olhada! – Reo mostrou a foto do Akashi de vestido. Takao que estava quase parando de rir voltou a gargalhar e os olhos de Kuroko brilharam.

– Q-que bonitinho... – ele disse com as bochechas rosadas. – Você pode me passar essa foto?

– Claro, fofinho. Mas não poste em nenhum lugar ou eu vou acabar com o outro braço quebrado.

Kuroko assentiu e pegou o celular. Enquanto os dois arrumavam o bluetooth, Takao chamou o então quieto Kasamatsu para a conversa.

– Você parece ter saído impune! Aposto que o Kise nem suspeitou!

– Você está brincando?! Meu orgulho como homem foi destruído e agora eu estou nas mãos daquele... daquela...

– Loira oxigenada?

– Isso! Ele me fez vestir a droga do vestido e ainda por cima tirou uma foto! Eu vou ter que obedecer ele pra todo o sempre se não quiser sofrer bullying a vida inteira! E não ria, isso é culpa de você e desse fantasma!

Kuroko olhou quando seu “nome“ foi dito e sorriu. Abriu a boca para falar, mas uma certa cabeleira rosada o interrompeu.

– Tetsu-kun! Você precisa me ajudar! O Dai-chan... o Dai-chan ele... – ela estava chorando muito e desesperadamente. Não conseguia terminar a fala.

– Se acalme Momoi-san, o que aconteceu com o Aomine-kun? – Kuroko perguntou gentilmente.

– Dai-chan está preso! Ele não sabia que sair sem roupas na rua era crime!

“E adivinha quem vai ter que pagar a fiança?” pensou Kuroko. Afinal, parece que fazer pegadinhas de primeiro de abril não foi realmente uma boa ideia...