1º de abril? escrita por The Emptiness Duchess


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Gente, é uma delícia escrever isso aqui! Vai ser super curtinha mesmo, mas é tão divertido!



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Satsuki era péssima com mentiras. E, Aomine tinha certeza, ela estava mentindo. Ou escondendo muito mal alguma coisa.

Quando ela aprontava, o azulado sabia exatamente quem era a vítima, porque ao andarem pela escola ou pelo pátio, quando essa pessoa dava as caras, ela não se aguentava e começava a dar risadinhas. E dessa vez, a não ser que Momoi estivesse aprontando contra a escola inteira, a coisa era com ele. Não estava gostando nada de como aquilo soava.

– Satsuki, o que você está tramando?

– Eu? Hihi... eu não estou tramando nada, se você quer saber...

– Pelo amor, até o esquisitão do Midorima saberia que você está tramando alguma coisa. E olhe bem, você está grudada no Tetsu o tempo inteiro e ele não tinha sacado que você gosta da minha sombra.

– Você quer dizer, “ex-sombra”.

– Tsc. Estou indo para o treino, já estou até atrasado, sua culpa!

– Hihi, minha?

O moreno saiu correndo e murmurou algo obsceno.

– Ah, Dai-chan. Se você soubesse o que te espera...

Nesse dia, o moreno se sentia meio inspirado. Decidiu ficar até mais tarde treinando, como costumava fazer com Kuroko na época da Teikō. Acabou exagerando um pouco e quando foi tomar banho se sentia exausto.

Quando terminou, o seu mau pressentimento de antes se mostrou justificado.

– Mas onde diabos estão as minhas roupas?! – não se importou em gritar. Quando ficava bravo até esmurrava a pobre parede do quarto.

Procurou e fuçou nas milhares de coisas enterradas na sua bolsa dos treinos. Caramba, era por isso que aquela droga era tão pesada.

Finalmente achou o que queria. Ou o que pensava que era o que queria.

Uma minissaia branca com um cinto dourado e uma blusa de onça que parecia deixar o abdômen exposto. Suspirou pesadamente e pegou o celular, discou um número que conhecia tão bem quanto a palma da mão.

– Alô?

– Satsuki, não fode comigo.

– Ah, Dai-chan. Sempre tão rude! O que foi dessa vez?

– Não me venha com “o que foi dessa vez”! – ele imitou a voz da rosada, que usava um tom tão inocente quanto suspeito.

Eh... Hoje eu até estou te esperando na saída, e olha que já é tarde!

– Você tem 10 segundos para devolver as minhas roupas.

– Se não...?

– Se não eu saio pelado.

Ninguém roubou a sua cueca pra você sair pelado, ok?

– Eu não trouxe cueca. 10... 9... 8...

Satsuki riu na linha do telefone, mas quando a contagem chegou no 5, ela percebeu que o amigo falava sério.

– E-Espera, Dai-chan! Eu estou trazendo suas roupas, não faça nada estúpido!

– 4... 3... 2... 1...

– Eu estou indo o mais rápido que eu posso!

O mais rápido que a rosada podia não era o suficiente, quando Aomine saiu mostrando tudo que lhe fazia homem, Momoi ainda não conseguia nem ver o ginásio. Mas tinha algo que ela conseguia ver muito bem.

– G-Grande! – lhe escapou - Sai pra lá Dai-chan! Isso é crime!

O moreno pouco se importou, apontou de onde estava e gritou:

– E que isso sirva de lição! O único que pode pregar peças em mim sou eu!

Momoi estava até acostumada a ver o amigo sem roupa, mas a verdadeira vítima lá era o pobre e indefeso Sakurai, que assistia a cena toda encolhido num cantinho, querendo gritar “me desculpe!” e desaparecer pra sempre.

~~~~~~

Os dois olhos dourados olharam ao redor, depois para cima e então novamente para as roupas que estavam em sua mão. Já fazia uns 10 minutos que ele repetia o processo tentando entender o que era aquilo.

Inclinou a cabeça para o lado, franziu o cenho.

– Mas o que é isso? – Kise estreitou os olhos.

Ainda podia ouvir o barulho das bolas quicando. Queria estar lá, treinando com todo mundo, só que dessa vez teve que sair mais cedo para uma sessão de fotos que pelo que lhe disseram, ia fazer muito bem para a carreira de modelo dele que estava um tanto quanto abandonada ultimamente.

Mas o que ia fazer agora? Suas roupas foram substituídas por... um vestido branco? Parecia ser direitinho o seu tamanho então não havia dúvidas de que era seu.

Pensou em ligar pra alguém, mas quando pegou o celular, viu na data o que explicaria aquele vestido: 1º de abril.

Sinceramente, ficou surpreso. A última vez em que pregaram uma peça nele foi no último ano da Teikō: Ahomine trocou o shampoo dele por óleo de cozinha. Não se lembrava de outra vez em que tinha rido tanto e ficado tão bravo ao mesmo tempo como naquele dia.

Com um sorriso travesso no rosto, vestiu a peça e voltou para a quadra.

– Heey! Vocês não vão acreditar no babado mais recente! – ele gritou imitando uma voz fina.

Todos os jogadores se viraram e começaram a rir, exceto pelo capitão Kasamatsu.

– Esses dias eu tenho me sentido como uma flor de primavera! Tão bela e colorida quanto um arco íris!

O loiro ficou um bom tempo imitando uma garota, rebolando a saia, dando em cima dos jogadores e rindo alto com todos.

– Kise! O treinador vai voltar daqui a pouco! Se vista direito e vá embora de uma vez! – o capitão berrou.

O Ás olhou para Kasamatsu e alargou o sorriso andando em sua direção.

– Ah... Sempre tão cruel, capitão! – ele disse em tom manhoso.

– Kise! Eu estou avis-

O loiro colocou o braço em volta do capitão e disse:

– Talvez não esteja recebendo amor o suficiente!

Nada discretamente, o moreno corou. Todos os jogadores desencadearam a rir. Pouquíssimos ainda podiam dizer que estavam treinando direito.

– M-Mas o que diabos?! Eu estou falando sério!

– Não precisa esconder capitão. O seu olhar me diz que você quer saber mais sobre o que eu escondo embaixo dessa saia. Mas eu nunca “conheci” um homem ainda, então por favor seja gentil. – Kise piscou e levantou a saia um pouco. Alguns jogadores riram tanto que estavam no chão, reclamando de dor de barriga.

Quando Kasamatsu ia retrucar (a despeito de estar da cor de um tomate), o treinador apareceu com uma expressão enfurecida.

– Por que pararam de trein...

Ele cortou a própria fala ao ver o loiro no vestido. Sua face se contorceu numa expressão tão estranha que sequer parecia algo humano. Kise arriscou acrescentar:

– Por favor não faça essa cara, treinador. A minha opção sexual é e sempre será os tipos mais musculosos. Agora eu preciso ir! Tchauzinho, meus amores! – o Ás deu mais uma piscada e acenou. Novamente, todos começaram a rir. Se virou para ir embora mas se lembrou de algo.

Puxou o capitão pelo braço e sussurrou em seu ouvido:

– Depois nós conversamos, Yukicchi. Não pense que eu não estou curioso para te ver rodopiar nesse vestido ♥

Kasamatsu engoliu seco. Tomou nota mental: Nunca mais deixar que alguém descubra suas quedas. E NUNCA mais fazer uma pegadinha de primeiro de abril.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Aliás, sobre a Momoi estar acostumada a ver o Aomine sem roupa, não é que eles sejam amantes ou alguma coisa assim. Eu não sei se isso acontece de verdade, mas eu tenho um headcanon de que a Momoi sempre invadia a casa do Aomine e pegava ele nas "piores horas" se vocês me entendem