A West School era uma renomada escola no oeste da Inglaterra; Os alunos que estudavam lá não iam para a casa nos dias de semana e alguns só iam para a casa nas férias, quando os pais não tinham mais nenhuma escolha a não ser aturar as suas proles. Como sempre acontece no início do ano escolar a escola estava cheia de novatos, novatos tímidos, novatos atirados, veteranos sacanas e veteranos se abraçando. Talvez a única pessoa que não se enquadre em nenhuma dessas categorias seja a nova Diana Carter, que é a pessoa em que se baseia esta história.

Diana olhava para todos com seu olhar crítico habitual: "Dois garotos altos, hum, braços e pernas fortes"– pensava- "mas poucos desenvolvidos cintura a cima, não podem ser jogadores de football. Baiseball? Sim. Com certeza baiseball. Devem jogar bem, veja como as pessoas sempre param quando passam perto deles, até os professores."

Passa um segundo e os garotos vão embora, Diana sempre se confundia com o tempo, quando ela olhava para uma pessoa era como se o tempo congelasse, mas no fim se passou apenas um segundo depois da análise dos rapazes. Diana olha de novo para o papel na sua mão: Quarto 42. Ela olha a sua volta, era melhor encontrar seu quarto logo; andando pelos corredores e analisando as pessoas como sempre Diana chega a seu quarto, ela entra pela porta e tem uma menina arrumando a cama de baixo do beliche, ela se vira para ver quem entrou e sua expressão muda rapidamente para uma ponta de decepção.

–Ah!- ela diz se esforçando para não soar decepcionada- Então nós vamos dividir o quarto não é?

– Eu lamento que você não fique no mesmo quarto que sua amiga- Diana disse gentil- Eu sei que é difícil dividir o quarto com alguém que você não conhece.

A garota quase caiu para trás.

– C-como você sabe?

Diana apontou para a coberta azul e rosa que cobria a cama:

–Você trouxe o seu próprio cobertor, apesar da escola dizer para não trazer esse tipo de pertences, isso quer dizer que você sabia que a escola não distribui os cobertores apenas lençóis bem finos (eu ouvi duas garotas falando sobre isso no corredor), mas apesar de tudo você não trouxe a sua própria fronha de travesseiro - apontou para o travesseiro coberto com uma fronha com o símbolo da escola - o que mostra que você não pode ser uma veterana porque não sabia que a escola não distribuía fronhas, então uma pessoa deve ter avisado você sobre o cobertor, mas não sobre a fronha- tem muitas pessoas que não a usam- não pode ser alguém que trabalha na escola porque eles querem vender esse tipo de coisa, poderia ser um menino claro, mas se fosse você não ficaria decepcionada em me ver, os meninos tem dormitórios separados, então foi uma menina que já estudou aqui antes.

A garota ficou boquiaberta, não sabia o que dizer então apenas estendeu a mão e disse:

– Sara Johnson.

–Diana Carter- Sorriu a garota- Eu também não trouxe a minha fronha.

Alguns minutos depois e as garotas estavam passeando pela escola, Sara e Diana conversavam sobre os professores e os clubes que poderiam participar na escola, Sara falava com animação sobre o clube de fotografia e como gostaria de começar logo para poder estrear sua câmera nova, Diana não estava tão animada, não pensava em participar de nenhum clube. Basquete? Não, com certeza não. Música? Talvez, mas ela preferia tocar sozinha. Com certeza não seria líder de torcida, na sua antiga escola as meninas até a chamaram uma vez, mas depois que ela descobriu duas traições e um segredo bem engraçado envolvendo rosquinhas e hamsters ela foi efetivamente expulsa da equipe.

Depois de conversarem a tarde toda as garotas pararam para um café, de repente Diana parou e olhou um casal conversando, seus olhos verdes brilharam como os de um gato.

– Você tem certeza que quer jogar football de novo amor? – dizia a moça preocupada- E se você se machucar?

– Nada vai acontecer- disse o rapaz- Eu garanto.

–Olhe aquilo- disse Diana com um sorriso estranho no rosto.

– Hã?- disse Sara que estava distraída com seu café- O que aconteceu?

– O rapaz.- respondeu Diana – Quando ele disse “eu garanto” fez um movimento quase imperceptível com um ombro só, é um clássico gesto de “não sei”.

Sara sorriu, a garota era definitivamente estranha, mas também bem... Impressionante. Sara de repente parou de sorrir, nunca teve nada de impressionante em sua vida, sua vida sempre fora monótona e sem graça.

“Mas essa aí” Pensou ”deve ter muitas emoções na vida!” Diana olhou para ela e sorriu, seus olhos ainda brilhavam, “quem sabe ela não possa dar uma emoçãozinha na minha vida?”

Emoçãozinha era pouco, mal sabia Sara que os crimes na West School estavam aponto de começar, porque aonde Diana vai sempre acontece coisas perigosas.

E é isso que Diana chamaria de emoção na vida.