A Thousand Years. escrita por ElizaWest


Capítulo 7
Fallin' For You.


Notas iniciais do capítulo

Outro chapter grandão :D haha Eu quero agradecer pelos comentários que recebi. É realmente importante, e eles me deixam muito, muuuito feliz! Muito obrigada *-* Ah, e quero ressaltar que todas as conversas com o pessoal de lá são em inglês, só tô mantendo o português pra não perder o sentido hahaha boa leitura!



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Ambas caminharam juntas, conversando, até chegarem a uma Starbucks. Lá, compraram café e então retomaram a caminhada. Perderam-se na conversa e, quando se deram conta de onde estavam, viram uma das diversas entradas do Central Park. Seguiram por uma rua até encontrarem um banco onde se sentaram para conversar.

– Parece um sonho – Clara disse para a fotógrafa, que olhava para algumas crianças que brincavam com um frisbe perto delas.

– Essa cidade é magnífica – Marina olhou para a amiga e levou a mão direito ao rosto de Clara, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha da dona de casa. Sustentou o olhar nos olhos de Clara e sorriu. – Essa luz tá perfeita!

Ela pegou a máquina fotográfica – cuja alça envolvia seu pescoço – e a ergueu a altura dos olhos, conseguindo um sorriso tímido e sincero da outra para ser eternizado naquela fotografia.

– Ai, Marina... – Clara escondeu o rosto nas mãos. Marina disse que a foto ficou linda, e Clara pediu para ver. – Agora me diz... O que é que você não consegue deixar bonito, né?

Marina balançou negativamente a cabeça.

– É o teu sorriso que ilumina, Clarinha – a fotógrafa, mesmo receosa, ousou um pouco mais e apoiou o braço direito no banco, a mão tocando o rosto da outra. Marina estava sentada sobre a perna direita, de modo que pudesse ficar de frente com a outra, que tinha as pernas cruzadas. – O teu sorriso ilumina e teus olhos brilham. Eu nunca vi nada assim.

Clara olhava para a outra com um sentimento indecifrável no olhar. Estava maravilhada com aquele emaranhado de deliciosas sensações que a fotografa lhe proporcionava; por mais que não soubesse bem ao certo o que sentia, Clara amava estar com Marina. Ela transmitia uma paz indescritível.

Como um imã, a dona de casa sentiu-se incrivelmente atraída pela fotógrafa, que tinha a respiração no mínimo três vezes mais pesada do que antes. Marina arrastou sua mão até a nuca da outra e começou a puxá-la leve e lentamente ao encontro de seus lábios, ação esta que Clara não fez questão de evitar. Sem nunca deixarem de se olhar, seus lábios cada vez mais próximos, prestes a se tocar...

– Ô dona! – um dos garotos que brincavam ali perto interrompeu as duas mulheres. Clara se afastou assustada e envergonhada, e Marina respirou fundo.

– O que foi? – as duas ainda estavam desconsertadas, mas foi Marina quem falou.

– Joga o frisbe pra gente? – ele pediu. Elas não perceberam, mas o brinquedo dos meninos caíra próximo ao banco onde elas estavam sentadas.

– Claro – Marina disse e se levantou, pegando o frisbe e levando até os garotos. – Ahn... Posso fotografar vocês? – ela propôs, erguendo a câmera.

– Pode sim, dona – o menino sorriu, empolgado. – Aí galere, essa moça vai fazer umas fotos da gente jogando!

A fotógrafa sorriu com a empolgação do garoto e olhou para Clara, que ainda estava sentada. A troca de olhares foi o suficiente para declarar o desejo de ambas. Marina piscou para Clara e sorriu, recebendo um sorriso carinhoso em resposta.

Durante o resto do dia as duas agiram como se nada tivesse “quase acontecido”. Marina levou Clara em um restaurante brasileiro, e depois de almoçar voltaram ao passeio. Clara pegou a câmera da amiga enquanto caminhavam e tirou algumas fotos de Marina e do local onde estavam. Haviam pegado o metrô até o MOMA (Museu de Arte Moderna) e, depois de gastar boa parte do tempo visitando o local, decidiram andar até o hotel.

– Ual, Clara, essas fotos ficaram ótimas! – Marina foi sincera.

– Aham – Clara disse ironicamente, com um sorriso envergonhado nos lábios.

– É sério, Clarinha! – a outra tinha a câmera em mãos e mostrava as fotos para Clara, que ficou admirada com as fotografias que ela mesma fizera. – Olha essa – Marina escolheu uma e reduziu a velocidade dos seus passos, sendo acompanhada pela outra.

A foto que mostrava tinha como protagonistas: Marina e os três garotos do Central Park; dois deles eram negros, gêmeos, e o outro era pardo. As mãos deles foram buscá-los durante as fotos, então Marina já tinha as autorizações para que pudesse divulgar as fotografias.

– Você conseguiu captar perfeitamente o que eu estava sentindo – a fotógrafa sorriu.

– Você gosta de crianças, né? – Clara perguntou, olhando para Marina.

– Muito – ela respondeu.

– E pensa em ser mãe?

– Muito – Marina repetiu, sorrindo e olhando para o chão. – Está no TOP 3 da minha “listinha de sonhos”.

O sorriso sonhador de Marina fez com que Clara sorrisse também.

– Clarinha, olha! – Marina apontou para uma árvore. Em seu tronco, dois esquilos corriam e paravam, corriam e paravam, indo e voltando ao longo do tronco. Clara suspirou. Sempre adorara animais. Marina aproveitou para fotografar aquela cena, e então elas seguiram seu caminho, sempre rindo e conversando sobre os mais diversos assuntos. Marina levou Clara até a Saint Patrick’s Church, pois achou que a moça gostaria, e foi o que aconteceu. Clara ficou encantada com a beleza inegável da igreja, e aproveitou para agradecer por tudo. Marina também o fez.

Já estava escurecendo quando chegaram ao hotel, encontraram Van, Flavinha e Gisele conversando com a recepcionista.

– Algo errado? – Marina se aproximou, curiosa, sendo seguida por Clara.

– Não, nada não – Vanessa deu de ombros.

– Ela estava explicando sobre um restaurante que, segundo ela, é um dos melhores da cidade – Flavinha disse. – Estávamos pensando em sair para jantar, todas nós. O que acham?

– Ótima ideia! – Marina sorriu e começou a falar com a recepcionista.

Clara caminhou até uma poltrona do outro lado da recepção, e se sentou ali. Tinha uma ótima noção de inglês, já fora fluente, mas perdera muito por não praticar, então decidiu esperar mais afastada. “Ops, péssima escolha” pensou ao ver a ruiva de cabelos cacheados se aproximando.

– E aí, como foi o passeio? – a voz de Vanessa estava carregada de ironia, e seus lábios estavam curvados naquele sorrisinho único dela, coisa que Clara realmente detestava.

– Foi ótimo – ela respondeu com um largo sorriso no rosto. – Passamos o dia conhecendo parte da cidade.

– Que bom – Vanessa sentou perto de Clara e apoiou os cotovelos nos joelhos. – Olha, Clara... Tem uma coisa que tá presa na minha garganta faz muito tempo, e eu preciso te dizer.

A moça apenas moveu a cabeça, encorajando a ruiva a falar.

– A Marina tá se envolvendo – Van começou. – Quer dizer, ela já tá totalmente envolvida nesse sentimento maluco, e sério, Clara, eu não tenho absolutamente nada contra você. Meu único medo é ver a Marina saindo machucada dessa história – a dona de casa apenas ouvia e assentia.

– Minha última intenção seria machucá-la – disse.

– Eu sei, eu sei. Não estou dizendo que você vai magoá-la por que quer – a ruiva fez uma pausa e então continuou. – Ela vai sair magoada, naturalmente. Você é casada, e, eu devo ser honesta... Nunca vi a Marina desse jeito. Por ninguém. Nem mesmo por mim, por mais que me doa admitir isso – Clara olhou para suas mãos que estavam unidas sobre seus joelhos. – Eu só quero que o sofrimento seja o menor possível. Pode fazer isso por mim? Pode agir com cuidado, como tem sido feito?

– Claro, Vanessa – Clara respirou fundo. – Obrigada.

Vanessa tentou sorrir, uma tentativa falha, então se levantou e subiu junto com Flavinha e Gisele.

– E então, vamos nos arrumar para o jantar? – Clara nem percebera a presença de Marina até que ouvir a voz da fotógrafa, mas Marina soube imediatamente que algo estava incomodando a amada. – O que houve, Clarinha? – perguntou, sentando-se na mesma poltrona que Vanessa sentara alguns minutos atrás.

– Nada. Eu tava só pensando na vida – Clara suspirou, se levantou e sorriu. – Vamos?

– Vamos... – Marina se levantou e andou com a amiga até o elevador.

“Tem algo errado” a fotógrafa pensou, mas decidiu não manter o foco naquilo. Se Clara quisesse desabafar, ela o faria por vontade própria, Marina não iria forçá-la a nada. Entraram no quarto e enquanto Clara tomava seu banho, Marina ligou para a recepção e pediu para que a recepcionista fizesse as reservas no restaurante que indicou.

– Reservas para cinco, por favor – Marina pediu.

– Tudo bem – a moça disse e antes que Marina pudesse desligar, ela continuou o assunto. – Srta. Meirelles, está na cidade por conta de uma exposição, certo?

– Certíssimo – a fotógrafa respondeu.

– Será que eu poderia assisti-la?

– É claro! Eu deixo os convites quando estivermos saindo pra jantar – Marina disse com um sorriso e desligou o telefone.

Após o banho de Clara, foi a vez de Marina. Enquanto isso, Clara vestiu uma calça jeans clara, uma jaqueta de couro preta, um coturno negro e um cachecol. Deixou os cabelos caírem em ondas sobre os ombros, e fez uma maquiagem leve. Marina usava um vestido preto de rendas que caía liso até o meio de suas coxas. Uma meia fina cor da pele apenas para bloquear o frio, botinhas de cano baixo vermelhas e um casaco básico da mesma cor do vestido; seus cabelos estava soltos e jogados para o lado, como de costume.

– Nossa... Você tá linda! – Clara estava boquiaberta. – Acho que eu deveria ter me arrumado melhor...

– Que isso, Clarinha – Marina sorriu e puxou a outra, que estava sentada na cama de casal, para mais perto. Repousou as mãos na cintura da amiga e olhou em seus olhos. – Você não precisa se arrumar pra ficar bonita, você sabe disso.

– Claro que sei, você não para de dizer – Clara riu. Tinha ambas as mãos tocando os antebraços da fotógrafa.

– É que eu não me canso de dizer a verdade – a morena deu uma piscadela e colou seu corpo ao de Clara, dando um beijo estalado na bochecha dela e então se afastou. – Vamos?

– Vamos – Clara sorriu e seguiu Marina pelo corredor até o elevador. O combinado seria que elas encontrariam as outras meninas na recepção.

Quando saíram do elevador, viram as outras três conversando animadamente perto da porta do hotel. As únicas de jeans ali eram Clara e Gisele; Vanessa e Flavinha usavam vestidos básicos, todos do mesmo comprimento, embora de estilos diferentes do de Marina. A morena se dirigiu até o balcão para entregar os convites, mas a moça que pedira não estava ali.

– Com licença – Marina atraiu a atenção de um rapaz que estava atrás do balcão. – Tinha uma moça aqui hoje mais cedo... Sabe me dizer se ela ainda está no hotel?

– Ela está logo ali – ele apontou para uma moça, educado.

Marina virou e viu a garota olhando para ela. Sorriu e andou até a fotógrafa.

– Aqui estão os convites – Marina entregou-os para a menina com um sorriso simpático nos lábios.

– Muito obrigada, Srta. Meirelles – ela disse. – Sou apaixonada pelo seu trabalho.

– Me chame de Marina, por favor. E sou eu quem agradece. É bom ter esse tipo de reconhecimento.

Clara, que já se juntara com as outras mulheres, prestava atenção na conversa das duas. Aos poucos as palavras das meninas cessaram, e todas olhavam curiosas para a situação.

– Bom, eu preciso ir – Marina disse andando até a porta, a menina a acompanhando. – Foi um prazer conhecê-la, Hayley.

– Imagina, o prazer é meu – ela falou. – Definitivamente... O prazer é todo meu, Marina.

A menina tinha um sorriso maroto nos lábios, o que provocou uma troca de olhares entre Vanessa e Clara, que não estavam gostando nada da situação.

– Seria muita ousadia minha pedir seu telefone? – Hayley foi direto ao ponto, surpreendendo Marina.

– Na verdade... Não – Marina sorriu. Pegou o celular que a moça tinha em mãos e gravou seu número nele. – Até mais - despediram-se e saíram do hotel, pegaram um táxi até o restaurante e foram até a mesa que fora reservada a elas.

O jantar foi tranquilo, divertido até. Vanessa estava agindo estranhamente, ao ver de Marina. Estava sendo tão simpática com a Clara! Era até surpreendente. E Clara também. Ambas estavam tratando uma à outra com uma grande naturalidade. Quando voltaram para o hotel, todas foram para os respectivos quartos.

– E então, gostou do jantar? – Marina perguntou, sentada na cama de casal tirando as botas. Clara se jogou na cama ao lado dela.

– Adorei – a moça sorriu. – Obrigada, Marina.

– Foi um prazer – a fotógrafa deixou as botas no chão e deitou-se na cama, ao lado de Clara. Ambas estavam deitadas de lado, se encarando. – Fico feliz em saber que gosta de estar comigo.

– E tem como não gostar? – a dona de casa disse.

Marina nada disse, apenas sorriu e, com a mão direita, afastou alguns fios do cabelo da amada que caíam sobre seu pescoço.

– Eu vou pro banho – Clara mordeu o lábio inferior e, antes de se levantar, depositou um beijinho suave na ponta do nariz da outra.

Marina esperou a porta do banheiro se fechar para permitir que um sorriso incomparável surgisse em seus lábios.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Não gostaram? De qualquer modo, deixem comentários pra fazer a Liza feliz, tá? ♥ hahaha

Fallin' For You - Colbie Caillat

"Eu venho perdendo tanto tempo só pensando em você, eu não sei o que fazer. Eu acho que estou me apaixonando por você. Eu esperei por toda a minha vida e agora eu te encontrei, eu não sei o que fazer... Eu acho que estou me apaixonando por você".



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