A Thousand Years. escrita por ElizaWest


Capítulo 6
Empire State Of Mind.


Notas iniciais do capítulo

Esse chapter é grande :3 hihi Eu queria muito colocar o Ivan nessa viagem, e esse era o plano inicial, mas acabaria "atrapalhando" o desenrolar do romance entre as duas, então... >< Boa leitura!



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“Eu vou”. Marina estava radiante! Não conseguia nem descrever o quão grande era a felicidade que aquela resposta lhe proporcionara. Deixou o celular na beira da banheira, fechou os olhos, inclinou a cabeça para trás e permitiu que seus lábios se curvassem em um largo sorriso enquanto seus pensamentos vagavam para perto de Clara. Já a dona de casa estava aflita. Dirigiu por parte da cidade durante pouco mais de uma hora, e então voltou para casa, onde encontrou Ivan assistindo na sala e Cadu trancado no quarto.

– Oi, filhote – ela sentou ao lado do menino, puxando-o para um abraço que não foi recusado.

– Oi – ele disse, aninhando-se no abraço aconchegante da mãe.

– Olha... – Clara começou, tentando segurar as lágrimas que queriam escorrer por sua face. – Eu quero te pedir desculpas por hoje, Ivan. Não queria que tivesse presenciado aquela briga entre a mãe e o pai.

– Tá tudo bem, mãe – o menino sorriu, porém seu sorriso estava desanimado. – Eu entendo que esse tipo de coisa acontece num casamento. Não tem como evitar.

– É... Acontece... – ela falou mais para si mesma do que para o filho. “Claro, a esposa se apaixonar por outra mulher é inevitável”. Virou os olhos com o pensamento irônico, repreendendo a si mesma. – Olha, eu tenho uma proposta pra te fazer.

Ele se afastou um pouco dela para que pudesse olhar em seus olhos, um sorrisinho ansioso surgindo em seus lábios.

– A Marina vai fazer uma exposição fora do país, e todos que trabalham no estúdio vão com ela.

– Você também?! – Ivan estava realmente empolgado.

– Eu também – Clarinha sorriu. – E ela disse que posso te levar comigo se você quiser.

– Sério?! – ele deu um pulo no sofá. – É claro que eu quero! Mas, espera... E o papai?

– Eu ainda não o convidei, e não sei se ele vai querer ir... Mas vou tentar convencer ele – ela sorriu para o filho. – Então sua resposta é sim?

– Claro que sim! – o menino jogou seu corpo sobre o de Clara em um abraço apertado. – Boa noite, mãe.

Após dar um beijo no rosto da mãe e dizer que a amava, Ivan foi para o quarto. Clara não estava no clima para outra discussão com o marido, então foi até o apartamento de Helena. Lá, ela contou tudo para a irmã.

– Clara... Olha, tenta convencer o Cadu a ir – ela disse segurando as mãos da irmã. – É uma situação muito, muito complicada, eu sei. Você deve levar a opinião dele em conta, afinal ele é seu marido, mas essa será uma ótima oportunidade para você, como pessoa, crescer. Ela disse que os dois poderiam ir junto, e o Ivan já está no pacote, agora falta levar o maridão. Não viaja nesse clima com ele, tá, irmã?

– Eu sei... É exatamente isso que vou fazer – Clara respirou fundo e sorriu para Helena. – Muito obrigada.

Depois de mais uma hora jogando conversas fora, ambas foram dormir. Clara dormiu no quarto de Luiza, que estava vazio, pois a sobrinha fora dormir na casa do namorado. Deitou na cama e fitou o teto. O dia que viria a seguir seria realmente longo.

Quando acordou, Cadu perguntou a Ivan onde a mãe estava.

– Não sei – ele respondeu, dando de ombros. O homem fingiu não dar importância, apenas continuou tomando seu café da manhã. A porta se abrindo chamou sua atenção.

– Bom dia – Clara disse, adentrando o apartamento. Apenas Ivan respondeu.

– Bom dia, mãe. Já terminei meu café. Vou me arrumar, aí você me leva pra escola?

– Claro, filho – ela sorriu pra ele e ele se levantou, saindo da cozinha. Cadu nem olhou para a esposa. – Cadu, eu não quero viajar sendo que a gente tá nesse clima. Eu já falei com o Ivan sobre vocês irem com a gente e ele topou. Quero saber se você também quer ir. Eu quero que você vá, realmente, eu...

– Olha, Clara, desculpa – ele a interrompeu. Se levantou e andou ao redor da mesa, chegando até a esposa. – Minha reação foi idiota. É seu trabalho, querendo ou não. Eu não posso ir agora, por causa do bistrô e essa coisa toda, mas... Vai. É sério, pode ser que seja bom pra você. Eu não quero ser teu dono. Quero que você volte pra mim por que quer voltar, e não por que deve voltar.

Ela sorriu, os olhos lacrimejando. Céus... Como podia estar tão confusa?! Ao mesmo tempo em que tinha certeza que seu amor por Cadu era imenso, sentia uma paixão inevitável e avassaladora pela Marina. Abraçou o marido.

– Mãe, mãe! – Ivan correu até eles, já vestindo seu uniforme e carregando a mochila nas costas. – Eu não posso ir.

– Onde? – Clara se afastou um pouco de Cadu para olhar para o filho, o cenho franzido.

– Viajar com você – o menino parecia estar realmente desapontado.

– E por que não? – Cadu perguntou.

– Por que tem a viagem da escola, lembra, pai? – Ivan disse.

– Que viagem? – foi a vez de Clara perguntar.

– Ah, acho que o pai não te contou... – o filho mordeu o lábio inferior. – Uma viagem que os professores estão organizando, é pra uma cidade aqui perto, e vai valer a nota bimestral... Eu não posso deixar de ir.

– Ah... Bom, vai, a escola é importante – Clara suspirou. – E a mãe vai a trabalho, talvez nem fosse legal pra você ir junto. Agora vem, vamos pra escola.

Os dois se despediram de Cadu e foram até o carro. Após deixar Ivan na escola, Clara dirigiu até o estúdio e passou o dia trabalhando. Marina estava ocupada com as coisas da exposição, fotografando várias modelos, então nem tiveram tempo de ficar juntas por muito tempo, apenas conversaram sobre a viagem e, quando Clara estava indo embora, Marina a abraçou forte, sussurrando um “até mais, Clarinha” no ouvido da outra, que retribuiu o abraço. O que diabos ela faria dali em diante?

***

– Eu não acredito que estou fazendo isso! – Clara disse, uma grande dose de nervosismo presente em sua voz trêmula. – E se... Meu Deus, e se o avião cair?!

– O avião não vai cair, Clarinha, relaxa – a fotógrafa riu. Estava se divertindo com a situação, o que fez com que Clara desse um tapa em seu ombro. Ela continuou a rir por alguns segundos, mas logo parou. Segurou Clara pelos ombros e fez com que a dona de casa olhasse em seus olhos. – Você realmente acha que eu te colocaria em perigo? Você é a coisa mais importante pra mim nessa viagem.

Clara sorriu e sentiu que seu nervosismo desaparecia aos poucos. Ela entregou o que a aeromoça pedia e embarcou no avião. Seu assento era ao lado do de Marina, e a morena fez com que aquela viagem de aproximadamente nove horas fosse a mais divertida e relaxante possível.

– Eu vou pegar um copo d’água – Marina disse, se levantando. – Quer um também?

– Não – Clara ficou tensa. Não queria que Marina saísse do seu lado, mas não queria “fazer uma cena”, também. Seria (era!) ridículo uma mulher daquele tamanho com tanto medo. Marina sentou novamente e segurou a mão da amiga.

– Clarinha, eu vou estar de volta antes mesmo que você note minha ausência – ela sorriu ternamente e se levantou.

O resto da viagem foi descontraído; as duas assistiram juntas a um filme de comedia romântica, daqueles que Clara adorava, e depois a dona de casa pegou no sono até chegarem ao aeroporto de New Jersey. De lá, iriam de carro até New York. Clara estava realmente ansiosa para conhecer a cidade.

– Estaremos hospedadas no centro, a algumas quadras da Times Square – Vanessa disse logo após todas terem suas malas em mãos. – Liguei para o seu pai e ele não estará na cidade até semana que vem – a ruiva se dirigiu à Marina, que ficou um tanto incomodada por não poder ver o pai. Mas aquilo seria bom, de certa forma, afinal assim ela teria mais tempo livre para passar com Clara.

O caminho até Manhattan foi interessante. Marina apontava e explicava tudo para a amiga, que estava maravilhada. A estação do ano em que estavam era o outono, então as folhas das árvores estavam todas no chão, dando a alguns caminhos um ar delicado. Após pouco menos de uma hora na estrada, elas chegaram ao hotel, um hotel mediano, nem muito simples, nem muito excêntrico. Vanessa, Flavinha e Gisele ficaram em um quarto no quinto andar e Clara dividira com Marina uma suíte no décimo andar.

– Marina, esse lugar é lindo! – Clara disse sentando na cama de casal. – Mas... Por que eu vou dividir o quarto com você? Achei que seria a Vanessa, já que ela está contigo há mais tempo...

– Quer trocar de quarto? – Marina a interrompeu, desanimada, mas Clara logo se levantou e caminhou até a amiga.

– Não – ela tratou de se justificar, segurando as mãos da outra, empolgada. – Eu só pensei que... Ah, quer saber? Esquece. Isso não importa. Eu tô fascinada com isso tudo, Marina.

– E vai ficar mais ainda – a morena sorriu e puxou Clara pela cintura, abraçando-a. Após se afastarem, Marina fez uma proposta. – Não preciso pensar na exposição até amanhã, então... O que acha de sairmos para que eu possa te mostrar pelo menos parte da cidade?

Clara sorriu, realmente feliz, e assentiu, pegando roupas quentes em sua mala e indo até o banheiro para se trocar. Enquanto esperava – Marina vestia jeans, botas de cano alto, um sobretudo preto e cachecol – a fotógrafa aproveitou para ligar para o quarto de Vanessa e avisá-la sobre o passeio.

– Ótimo, eu estou morrendo de saudades de New York! – Vanessa dizia do outro lado da linha.

– Eu e a Clara, Van – Marina esclareceu. – Pode levar as meninas pra sair, tomar café fora ou sei lá o que, mas eu e a Clarinha vamos sozinhas.

– Ótimo – agora sua voz estava carregada de raiva. Antes mesmo de Marina dizer algo, Vanessa desligou o telefone.

– E aí, como estou? – a fotógrafa ouviu a voz de Clara e se virou para olhar. – Você sabe que eu não sou tão... Tão “chique”, mas...

– Você tá linda – Marina sorria, sinceramente. – Incrivelmente linda, Clarinha.

Clara sorriu, encabulada, e agradeceu pelo elogio. Ela vestia uma leggin preta de lã, um casaco longo vermelho e botas pretas. Os cabelos estavam soltos por sobre os ombros. Ambas pegaram o que precisavam e desceram até o hall do hall do hotel, recebendo uma fria rajada de vento ao abrir a porta e sair do local.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Se sim, deixem comentários. Se não, deixem também e me digam no que eu posso melhorar :3 Se tiverem alguma opinião, alguma sugestão... Não deixem de me comunicar. O contato com o leitor é muito importante para que saibamos se a estória está ou não sendo aceita. *-*

A música que deu título ao capítulo é "Empire State Of Mind", do Jay Z feat. Alicia Keys.

"Nova York, a selva de pedra do que os sonhos são feitos. Não há nada que você não possa fazer, agora você está em Nova York, essas ruas vão fazer você se sentir novo em folha, as grandes luzes vão te inspirar... Salva de palmas para Nova York!"



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