A Thousand Years. escrita por ElizaWest


Capítulo 3
Madness.


Notas iniciais do capítulo

Mais um chapter pra vocês! Obrigada pelo comentários, pessoas lindas. Quero me desculpar por que, realmente, minha escrita não está muito boa, mas espero que estejam aproveitando a fic. Não farei nada de surpreendente, apenas quero mostrar um lado ainda mais "cúmplice" das duas. Xoxo :* ♥



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Assim que chegou em casa, Clara encontrou Cadu cozinhando e cantarolando, ouvindo alguma música nos fones de ouvido. Ele parou o que estava fazendo e tirou os fones assim que viu a esposa. Andou até ela e a abraçou, beijando seu rosto e pescoço.

– Meu amor – ele dizia, entre os beijos. – Me desculpa pela briga de ontem?

– Cadu... Vamos esquecer isso, tá? – ela disse dando um selinho nos lábios do marido e se desvencilhando de seu abraço. – Eu não quero lembrar dessa discussão. Foi desnecessária, você sabe disso.

– Eu sei, e eu tava errado – ele caminhou atrás dela até o quarto. – Me perdoa, amor, por favor. Eu sei que você tá feliz no trabalho, e mesmo que eu não goste da possibilidade de existir a possibilidade da fotógrafa gostar de você, você tá fazendo uma coisa que gosta.

– Exatamente – Clara foi um tanto grossa. Estava irritada. – Me desculpa, eu sei que tô ausente, Cadu. Mas ontem... Você jogou o Ivan na conversa, cara. Você sabe que isso é jogar baixo.

– Eu sei – Cadu suspirou. – Não vou fazer isso de novo, tá? Eu prometo.

Clara encarou-o por alguns segundos e depois caminhou até o banheiro, fechando a porta com a chave para que ele não entrasse. Encostou-se à porta do banheiro e fechou os olhos, levando a mão direita até seu pescoço, então puxou o colarinho da blusa para baixo e respirou fundo. Não conseguia tirar Marina de seu pensamento. Ligou o chuveiro, mudou a temperatura para “desligado” e tirou suas roupas, jogando-as no chão perto do box de vidro. Adentrou o box e sentiu a água gelada escorrendo por seu corpo, encharcando seus cabelos e provocando arrepios ao entrar em contato com sua pele quente. Ela respirou fundo e sentiu uma lágrima rolar por sua face, misturando-se às gotas de água do chuveiro. Não, ela não estava triste, nem feliz, nem qualquer coisa que fosse fácil de se entender. Chorava por estar confusa, dividida, sem ter a mínima ideia de que rumo deveria tomar, que caminho deveria seguir e quem deveria escolher para seguir esse caminho com ela.

A discussão do dia anterior tivera como tópico principal o bistrô. Cadu ainda não havia encontrado o local, nem um investidor, nem um parceiro de negócios... E não parava de falar da mesma coisa. Tudo bem, ele estava empolgado, qualquer um ficaria, mas qual é a dificuldade em variar o assunto de vez em quando?! Clara não aguentava mais ouvir sobre aquilo. Sabia que estava se sentindo e agindo dessa maneira apenas por causa de Marina, tinha total certeza disso, mas precisava dar um grande espaço aos seus sentimentos. Sempre fora assim, sincera, transparente... Sabia que se segurasse tudo aquilo dentro de seu peito, mais cedo ou mais tarde, ela explodiria. E isso não seria nada interessante.

Terminou seu banho e colocou um roupão branco, secando os cabelos com a toalha que usara para secar seu próprio corpo. Lembrou-se da viagem para Angra, quando Marina entrou no banheiro durante o banho de Clara. É claro que a assistente disse que não tinha se importado, mas várias ideias surgiram involuntariamente em sua cabeça ao perceber a presença de Marina do outro lado do box naquele dia. E depois Marina penteando seus cabelos... As mãos delicadas, porém firmes, da fotógrafa relaxaram Clara e a fizeram se sentir de uma maneira que ela não se sentia havia muito, muito tempo.

– Clara... Chega – ela disse baixinho em frente ao espelho. Olhava profundamente para seu reflexo, encarando a si mesma. – Você tem que afastar esses pensamentos, esses sentimentos, esses... Ah, o que quer que seja. Isso é problema, você sabe – ela finalizou, abaixando a cabeça e apoiando as mãos no balcão da pia do banheiro.

Foi interrompida por Ivan batendo na porta.

– Mãe, abre aí, teu celular tá tocando – ele disse. Clara abriu a porta e perguntou onde o celular estava. – Tá lá na sala, o pai atendeu.

– E o que você tá fazendo em casa tão cedo? – a mãe do menino perguntou enquanto saia do banheiro.

– Reunião de emergência de professores, mandaram todos os alunos pra casa – ele respondeu.

Clara caminhou até a sala, preocupada – sem motivos – que quem estivesse ligando fosse a Marina. “É, Clara, você realmente tem culpa no cartório” pensou. Quando chegou ao cômodo, viu seu marido deitado no sofá, com o celular em mãos e uma expressão indecifrável no rosto.

– Me dá o telefone – Clara apenas moveu os lábios, sem deixar escapar som algum. Cadu fez um sinal com o dedo indicador para que ela esperasse e ela virou os olhos.

– Ô, Marina, a Clara saiu do banho já – ele disse e sentou no sofá. – Vou passar pra ela.

Clara pegou o celular e foi para o quarto.

– Oi, Marina – ela começou. – Desculpa pelo Cadu, ele tem essa mania de ficar atendendo meu celular...

– Tudo bem, Clarinha – a voz de Marina parecia empolgada do outro lado da linha. – Conversamos sobre o bistrô, ele parece ter ideias muito boas pra esse lugar – ela disse e Clara suspirou. Quando abriu a boca para se desculpar pelo marido, Marina continuou sua fala. – Bom, não é por isso que liguei. Tenho uma proposta.

– Ah, é? – Clara ficou curiosa. – Que tipo de proposta?

– Pode vir aqui hoje à noite? – Marina perguntou, empolgada.

Clara respirou fundo antes de responder.

– Posso.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram?
A música que deu título ao chapter é "Madness", do Muse.

"Eu... eu não consigo tirar estas memórias da minha mente, e algum tipo de loucura começou a evoluir. E eu tentei tanto deixar você ir, mas algum tipo de loucura está me envolvendo por completo, sim. Eu finalmente vi a luz e eu finalmente percebi o que você significa".



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