A Thousand Years. escrita por ElizaWest


Capítulo 2
L'amour.


Notas iniciais do capítulo

Esse foi feito na corrida, mas espero que gostem!



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Marina

Dois meses se passaram e Clara não veio me visitar. Eu soube, através de Ricardo, que todas aqueles “sinais” que o corpo do Cadu estava dando a ele eram, sim, uma doença, e uma doença grave. Algo no coração, pelo que eu soube. Eu me senti realmente mal por isso, e o meu desejo de ficar ao lado de Clara apenas aumentou. Não para estar com ela como um dia eu quis, mas apenas para ficar ao lado dela, ajudá-la no que fosse preciso. Para abraçá-la e acariciar seus cabelos dizendo que tudo, tudo ficará bem... Eu sei que isso já deveria ter passado. Eu nunca fiquei presa por um amor platônico por todo esse tempo. Eu não tenho vocação pra sofrer, pra viver histórias que não me pertencem, que não me envolvem, que não me dizem respeito. E isso tudo me fez pensar que o que sinto por ela não é uma simples paixão. Não é algo que vai passar depois de um porre: há alguns dias que descobri que o que sinto pela Clarinha nada mais é do que um amor insano e avassalador, um sentimento que rasga meu peito, que me machuca e me traz uma paz incrível ao mesmo tempo. A Clara é tudo que eu sempre quis.

– Que bom que você veio – Marina disse suavemente. Ela não conseguia colocar em palavras o quão maravilhada ficou ao ouvir a voz de Clara naquela manhã que, por mais que estivesse ensolarada, dentro do coração de Marina estava cinzenta e fria. Segurou as mãos da dona de casa entre as suas e olhou diretamente nos olhos da outra. – Eu achei que eu fosse aguentar, mas eu...

– Shh – Clara interrompeu a fala da fotógrafa, que parou de falar e apenas continuou olhando para ela. – Eu estou confusa, Marina. Existem coisas que... Bom, existem coisas dentro de mim que são inexplicáveis, pelo menos pra alguém como eu, que estou tão acostumada a ter a “mesmice” no dia-a-dia. Eu nunca imaginei que pudesse me apaixonar por outra pessoa além do meu marido, e muito menos que essa pessoa seria uma mulher. Mas... Aconteceu. Eu não sei dizer quando, nem como, muito menos o porquê... Só sei que aconteceu, e, de alguma forma, eu estou realmente feliz por isso.

As palavras que saíam da boca de Clara fizeram com que os lábios vermelhos de Marina se curvassem em um largo sorriso. Seus olhos, que antes estavam lacrimejando, agora deixavam que as lágrimas rolassem livremente por seu rosto.

– Marina, você... Por que você tá chorando? – Clara perguntou, preocupada e confusa. Aquilo que falava definitivamente não tinha como intenção magoar a fotógrafa.

–Não se preocupa – Marina disse, gesticulando e levando as mãos ao rosto para secar as lágrimas. Respirou fundo. – São lágrimas de felicidade, Clarinha.

Clara sorriu. Levou a mão direita ao rosto da fotógrafa e acariciou sua pele macia, sem nunca deixar de olhar em seus olhos. Tudo que mais queria naquele momento era provar a morena a sua frente, acabar, de uma vez por todas, com aquela dúvida cruel, aquele desejo de saber como seria o gosto dos lábios de Marina junto aos seus. E, por sua vez, Marina se sentia exatamente da mesma maneira. Havia tanto tempo que queria ter Clara em seus braços! E os pensamentos que tinha com a dona de casa não eram nem de longe maliciosos ou qualquer coisa do tipo; a vontade que tinha era poder abraçá-la e beijá-la sempre que quisesse, cuidar dela, ter seu rosto como a última coisa a ver antes de dormir todas as noites e a primeira a ver pela manhã ao acordar. Mas isso tudo nunca passaria de um sonho distante.

– Eu senti tanto a sua falta – Marina sussurrou, as palavras saindo com dificuldade de sua boca. Ela agora tinha a mão direita sobre a mão da outra que repousava em seu rosto, então puxou a mão de Clara até seus lábios e, de olhos fechados, depositou um beijo demorado na palma da mão trêmula da amada. Clara arrastou a mão pelo pescoço de Marina até a nuca da fotógrafa e a puxou para perto de si, colando seu corpo ao dela em um abraço apertado, cheio de desejo, mas, acima de tudo, cheio de carinho. Marina afagava ternamente as costas de Clara.

– Eu também senti – Clara sussurrou em resposta, respirando fundo logo em seguida. – Eu preciso ser sincera, Marina... Eu não queria sentir sua falta. Realmente, sentir qualquer coisa além da amizade imensa que sinto por você não estava nos meus planos.

– Me sinto da mesma forma – Marina assentiu. – Eu não queria estragar a sua vida dessa maneira, Clara. Causar problemas no seu casamento...

– Você não causou nada, Marina, por favor, não pense isso – Clara agora estava um pouco afastada, de modo que pudesse olhar nos olhos da outra. – Eu e o Cadu... A gente já estava com problemas antes de você chegar. Por favor, não pense que foi você quem abalou nosso casamento, tá?

Marina assentiu novamente, segurando as lágrimas que insistiam em cair.

– Eu preciso ir – Clara disse e se levantou, e Marina fez o mesmo.

– Você vai voltar? – perguntou segurando ambas as mãos da dona de casa.

– É claro que eu vou – Clara sorriu e depositou um beijo suave na testa da fotógrafa antes de se retirar do cômodo.


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Notas finais do capítulo

Oh! Felicidade
O que vai acontecer?
Mistério... ♫

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