A Herdeira de Hécate escrita por Rocker


Capítulo 57
Capítulo 56 - The Edge Of Tonight


Notas iniciais do capítulo

O fim está cada vez mais perto e apesar de tudo, estou realmente ansiosa para isso. Não sei se conseguirei, mas ainda quero surpreender vocês! Sobre uma nova fic, talvez eu não consiga ainda, mas quero ter tempo para escrever uma one shot com o Nico. O que acham da ideia? Ela seria filha de Persephone e o romance seria ainda mais proibido.
Iria postar ontem, mas foi aniversário da minha irmã, e hoje teve um show de tributo ao Queen que eu não podia perder - só pra deixar claro, FOI PERFEITO! ♥ Enfim, os dois próximos capítulos estão planejados para serem postados dia 22 e dia 2 de abril - algumas das minhas leitoras sabem que é meu aniversário e sabem que será 18 anos, mas será meio que um presente meu para vocês. Até dia 22!
Ps: capa nova, digam-me o que acharam.



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A Herdeira de Hécate

You're like a sunray in the dark
You're the beat playing in my heart
Keep me alive
On the edge of tonight, yeah 

Capítulo 56 – The Edge Of Tonight (All Time Low)

Acordei no dia seguinte com batidas na porta. Eu sentia bastante sono, principalmente porque ficara até tarde conversando com Annabeth e Paige. Pisquei os olhos várias vezes seguidas para conseguir acordar completamente, e olhei à minha volta. Sacos de salgadinhos e de doces espalhados e latinhas de refrigerante empilhadas no canto. Elas ainda dormiam em duas das outras três camas restantes no Chalé e eu me levantei, tomando cuidado para não as acordar. Calcei pantufas e me encaminhei até a porta, sem me importar que a blusa gigante do lanterna verde tapava meu short que usava por baixo.

Mas tudo isso pareceu importar quando abri a porta e vi Nico parado do outro lado, com sua jaqueta de aviador e os cabelos bagunçados caindo sobre a testa e os olhos negros. Olhos negros que traziam um brilho especial que me encantava e me hipnotizava.

— Já disse que adoro seu pijama? – ele disse, abrindo um sorriso malicioso ao olhar para minhas pernas e eu finalmente me dei conta de que estar com aquela roupa realmente importava. Mas ele já havia me visto assim antes.

Revirei os olhos para Nico. – Bom dia pra você também, Caveirinha. O que faz aqui às – dei uma olhada rápida para o relógio que ficava pendurado na parede – seis e quarenta da manhã?

— Ahn, bem... – ele disse, coçando a nuca, corado e envergonhado. – O que acha de darmos um passeio? Queria conversar com você.

Meu coração deu um salto com a possibilidade de ele não me querer mais. Mas logo eu afastei tais pensamentos – depois de todo aquele tempo demonstrando carinho, ele não faria isso. Eu abri a boca, prestes a concordar em ir com ele, mas fui puxada por duas pessoas que eu pensei estarem ainda dormindo.

— Ela vai com você sim, Nico. – respondeu Paige, abrindo-lhe um sorriso quando colocou a cabeça para fora da porta.

— Deixa só a gente dar um jeito nela. – completou Annabeth, dando-lhe um aceno com a cabeça antes de fechar a porta e as duas se virarem para mim.

Quando eu as olhei, quase podia jurar ver sorrisos malignos estampados nos rostos delas.

— O que vocês irão fazer? – perguntei, já começando a temer a resposta.

— Iremos te arrumar, oras! – exclamou Paige. – Hoje daremos uma de filhas de Afrodite! Você precisa ficar linda!

— Droga. – resmunguei, já começando a me arrepender. – Onde eu fui me meter?!

~*~

Quando elas disseram que iriam me arrumar, não estavam brincando. Me colocaram num jeans escuro e com tecido camuflado, uma blusa dos Beatles de ombro caído, all star preto de cano médio e maquiagem. Não que eu visse necessidade de maquiagem àquela hora da manhã, mas as duas insistiram tanto que eu acabei cedendo. Quando, por fim, elas terminaram de ajeitar meus cabelos em cachos naturais caindo sobre o ombro, eu já me sentia prestes a bater nas duas.

— Lembre-me de nunca mais deixar as duas me arrumarem. Nunca! – reclamei com Nico assim que saí pela porta do Chalé.

Nico, porém, quando se virou, nada disse. Encarou-me de cima abaixo sem pronunciar uma única palavra, e eu senti minhas bochechas enrubescerem.

— A maquiagem está um pouco demais, não acha? – eu perguntei baixinho, quebrando o silêncio que se formara.

Nico balançou a cabeça, como que para sair de um transe, e abriu um meio sorriso para mim.

— Não, está perfeito. – ele murmurou, aproximando-se de mim. Eu sentia minha respiração falhando cada vez mais a cada passo que ele dava para mais perto de mim. – Você está perfeita.

— Obrigada. – murmurei baixinho, sem conseguir falar um tom mais alto que fosse.

Nico abriu um sorriso torto. Aquele sorriso típico dele que sempre fazia minhas pernas ficarem bambas. Ele quebrou a pouca distância que ainda nos faltava e selou nossos lábios num beijo simples e sem língua. Eu com certeza não reclamaria em ter essa recepção todos os dias de manhã.

— Acho que posso me acostumar com isso. – eu sussurrei a Nico quando ele se afastou de mim.

— Acho que eu também. – ele sussurrou de volta e eu vi um sorriso em seus lábios quando eu abri os olhos. – Vamos?

— Claro.

Nico segurou minha mão e entrelaçou nossos dedos enquanto seguíamos em direção à praia. Andamos em silêncio durante todo o trajeto, o que apenas me deu tempo a mais para pensar. Minha pele coçava em todas as partes que Nico tocava, como cócegas. Era uma boa sensação, a de estar junto dele. Eu me sentia eu mesma, e sabia que com ele era a mesma coisa. Ele demonstrava isso em pequenos gestos, como dos dedos entrelaçados.

— No que tanto pensa? – Nico perguntou, parando de repente.

Olhei em volta, dando-me conta de que já estávamos na praia.

— Bem... – eu comecei, abaixando a cabeça, envergonhada, e usando a mão livre para colocar uma mecha que caía sobre meu rosto atrás da orelha. – Em mim. E em você.

Nico segurou meu queixo e o levantou, obrigando-me a olhar em seus olhos.

— O que acha de esquecermos o eu e você e começarmos a pensar no nós?

Minha primeira reação fora abrir a boca, surpresa e sem reação. Meu cérebro parecia congelado e sem qualquer possibilidade de decifrar o que ele queria dizer.

— Está dizendo... – comecei, mas o nó em minha garganta impediu-me de continuar.

Nico segurou minha outra mão também e observou nossas mãos juntas, seus dedos brincando com os meus.

— Sim, é isso mesmo que eu quero. – ele murmurou baixinho, mas alto o suficiente para que eu também ouvisse suas palavras. Ele levantou seu rosto e olhou dentro dos meus olhos. – Namora comigo?

Eu abri o maior sorriso de toda a minha vida, capaz de rasgar minhas bochechas.

— Sim. – respondi, ainda sorrindo, e vi Nico abrir um sorriso também.

Ele soltou minhas mãos e tirou o anel de caveira que era sua marca registrada. Segurou minha mão direita e encaixou o anel em meu dedo indicador – o único que cabia.

— Sei que não é uma aliança de verdade, mas prometo que logo consigo uma melhor.

Eu estava atônita. Aquele anel era extremamente especial para ele, e todos sabiam disso.

— Não precisa. – eu disse, olhando em seus olhos. Levei a mão até seu rosto, afastando a franja de sua testa e acariciando sua bochecha com o polegar. – Está perfeito. Está tudo perfeito.

Nico sorriu para mim. Suas mãos foram parar em minha cintura, puxando-me mais contra si. Meus braços envolveram seu pescoço, também o puxando em minha direção. E, quando nossos lábios se encontraram para mais um beijo, eu me senti completa.

Eu tinha finalmente achado o meu lugar.

~*~

Naquela mesma noite houve a queima de mortalhas. Eu não tinha ideia de como era quando os heróis não retornavam de missão, mas era interessante a festa que o Acampamento se tornava quando eram queimadas com eles presentes. A mortalha de Travis era simples, mas bonita. Com panos azuis e brancos e um grande caduceu enfeitando seu centro. Era parecido com o Paige, que também fora feito pelo Chalé de Hermes, já que ela era filha única. Os campistas jamais saberiam da existência de Kyle. A minha mortalha e a de Nico também haviam sido feitas por outros Chalés. Graças a Annabeth, o Chalé de Atenas ficara responsável pelo meu. E eles haviam feito um belo tralhado usando ouro com enfeites em preto, roxo e laranja. Uma réplica de uma pollos enfeitava o topo. Percy fizera a mortalha de Nico com a ajuda de Leo e ele conseguira superar as expectativas. Envolvida em pano negro, várias caveiras enfeitaram o tecido de modo regular, e vários enfeites metálicos que pareciam ser fogo grego.

Fora uma noite linda.

Annabeth e Paige assumiram já saber dos planos de Nico para o passeio, pois ele havia falado com Percy e Percy havia dito a Annabeth antes de ela ir até meu Chalé. Com todos reunidos em volta da fogueira, todos os campistas e seres do Acampamento, eu sentia que tinha um lugar ali. Talvez não por muito mais do que o verão, mas eu tinha um lar. Antes mesmo que uma nuvem de tristeza me assolasse, Nico me puxou para mais perto de si, para me aquecer do sereno, eu voltei à realidade de meus pensamentos e me dei conta de que o Mundo Inferior também poderia se tornar um lar para mim.

Porque Nico estaria lá comigo.

 

 


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Notas finais do capítulo

Postei uma nova one shot do Calum, espero que deem uma olhada ;)

https://fanfiction.com.br/historia/681296/Vapor/