A Herdeira de Hécate escrita por Rocker


Capítulo 32
Capítulo 31 - We Will Rock You


Notas iniciais do capítulo

Então, gente! To postando aqui rapidinho pra avisar que vou viajar amanhã. Vou pra Brasília para visitar meu pai e minha avó, não por vontade própria, claro, mas vou levar um pen-drive com as fanfics pra ver se consigo postar de lá. Volto na terça, então se eu não conseguir postar segunda de lá, posto quando voltar ou na quarta assim que eu acordar! ;) Mas ainda quero meus comentários, hein, só isso que vai me abrir um sorriso na cara, porque eu to quase fugindo de casa pra não ir... Mas enfim... Como passaram de ano novo?! O meu eu passei em casa, ouvindo 1D e 5SOS com minha irmã na virada, enquanto víamos os fogos. Foi a melhor virada pra mim até agora! haha' Nos vemos em alguns dias?



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A Herdeira de Hécate

Shouting in the street gonna take on the world some day
You got blood on your face

Capítulo 31 - We Will Rock You (Queen)

Acordei com alguns sussurros próximos a mim. Não sabia onde me encontrava, mas apenas pelo tecido macio contra a parte nua da pele eu percebia que estava deitada sobre uma cama. Mas saber de onde surgira essa cama - esse sim é um problema. Não abri os olhos de imediato, até porque seria um pouco de burrice minha, já que eu acabara de acordar. E eu não queria luz nenhuma incomodando meus olhos. Fiquei apenas escutando os sussurros, tentando decifrar alguma coisa.

Nico, se acalma, ela vai acordar logo.– ouvi a voz de Paige não muito longe. Posso deduzir que estava há alguns metros de mim.

Acho que Nico e acalmar não combinam numa mesma frase no momento.– ouvi a voz de Travis brincando, tão longe quanto a de Paige.

Eu vou ignorar vocês no momento. - a voz próxima de Nico fez meu coração saltar. Senti sua mão segurando a minha delicadamente e seu polegar acariciar as costas da minha mão. - Por favor, Cris, acorda.

Abri um sorriso leve e virei meu rosto em direção a eles, abrindo minimamente meu olho direito. - Já acordei.

Pelo mínimo de imagem que passava para meus olhos, consegui ver Nico arregalando os olhos antes de abrir aquele sorriso de covinhas que sempre me fazia derreter.

– Cristal, nunca mais me dê um susto desses! - ele disse, dando-me um selinho demorado nos lábios e me abrindo ainda mais o meu sorriso.

– É, você quase mandou o Caveirinha pro pai dele. - comentou Travis, rindo, e Nico mandou-lhe o dedo do meio.

– Adoro quando vocês demonstram esse amor todo por mim. - eu disse, tentando me sentar, mas estava um pouco fraca e Nico logo veio em minha ajuda. - Parece até que vocês são fofos. Só parece.

– Você ama a gente, bruxinha, assuma. - disse Paige, sentando-se na lateral da cama, logo depois de Nico. Ela riu e eu revirei, mas ela logo fechou a expressão. - Mas você realmente nos assustou. O que, exatamente, aconteceu naquele bosque?

Fechei os olhos, respirando fundo, e tentando recuperar um pouco mais da força. Quando eu os abri novamente, sem uma cor específica para o cansaço, Nico me estendia um sanduíche envolvido em sacolinha plástica. Franzi o cenho, confusa, e meus olhos opacos se transformaram em azul escuro.

– Você vai comer antes de qualquer coisa. - ele disse, seu rosto sério me impedia de negar qualquer coisa que fosse.

Abri o saquinho plástico que envolvia o sanduíche e o mordisquei, sentindo o gosto de tomate, alface, bacon e... ambrosia?

– Você colocou ambrosia nisso aqui? - perguntei, arqueando uma sobrancelha em desafio.

Nico deu de ombros, mas quem respondeu fora Travis.

– Você não comeria se soubesse.

Comi pedaço por pedaço com os olhos deles em cima de mim, mas, mesmo assim, não me senti desconfortável. Assim que mastiguei e engoli o último pedaço, virei-me para eles, que ainda analisavam cada movimento meu, como se esperassem uma recuperação master instantânea.

– Vai explicar ou não? - Paige perguntou quando me calei, e eu ri baixinho.

– O tornado que eu fiz era um dos feitiços do livro cópia que minha mãe tinha me deixado no Chalé. Eu tinha trago ele na mochila com extensão, mas tinha me esquecido que os feitiços exigem certo nível de força minha. A partir do nível cinco, o feitiço exigia tanto de mim que eu passo sempre certo tempo desacordada pra me recuperar. Mas o feitiço do tornado era nível sete, então eu desmaiei assim que esse passara o efeito.

Quando terminei minha narrativa, todos os três me olhavam com uma sobrancelha arqueada. Não disseram nada durante certo tempo, e eu estava começando a ficar nervosa, pensando que talvez pudessem estar com medo ou algo parecido. Mas minhas inseguranças foram zeradas assim que Paige deu um risinho baixo.

– Isso não é normal, mas vamos fingir que é, porque nada na vida dos semideuses é normal. - ela disse, sorrindo aliviada para nós.

– Está ao menos se sentindo bem, baixinha? - Travis perguntou, preocupado.

Sorri, aliviada pela reação deles. - Estou sim, obrigada.

– Ótimo, porque agora temos um problema para resolver. - disse Nico, fazendo uma careta.

– Que problema? - perguntei, franzindo o cenho e já prevendo merda.

Nico levou uma mão até a nuca e a coçou, num claro sinal de nervosismo. Revezou seu olhar entre Paige e Travis e eu quase pude imaginar qual seria o problema.

– Não sei se vocês dois perceberam - começou ele, dirigindo-se aos dois -, mas quando chegamos aqui com a Cris, alugamos apenas um quarto de casal.

Paige arregalou os olhos instantaneamente e correu para fora do quarto.

– Onde ela está indo? - perguntou Travis, arqueando a sobrancelha.

Eu ri, me levantando da cama para ir atrás dela. - Provavelmente dar um jeito de não ficar no mesmo quarto que você.

– Sou tão ruim assim? - perguntou Travis e, pela primeira vez, pareceu ofendido.

Revirei os olhos, mas não tive tempo de responder antes de Nico se pronunciar.

– Isso é amor reprimido, Stoll. - ele disse, rindo.

Travis fez uma careta, e eu saí do quarto, rindo. O hotel que eles escolheram não era de quinta categoria, mas também não era cinco estrelas. Tinha cores neutras, móveis adequados e um elevador no final do primeiro andar - o nosso. Não perdi meu tempo de esperá-lo, até porque eu sabia que no meio do desespero, Paige pegaria a escada por ser mais rápido. Então passei por lá também. Não foi preciso muito para saber o que acontecia na recepção, já que assim que cheguei, consegui ouvir os gritos da filha de Hebe.

– COMO ASSIM VOCÊS NÃO TÊM OUTRO QUARTO?! - ela gritava com o recepcionista.

Não parecia se importar com o barraco que fazia em frente a quase quinze pessoas que tinham ali, contando com os que permaneciam na sala de espera. E eu tinha certeza que, se ela não estivesse tão empenhada em ficar longe de Travis, teria percebido o quão lindo era o recepcionista jovem com quem estava gritando. E por isso, ou talvez principalmente, me adiantei até minha amiga. Não podia deixá-la assassinar o coitado com sua espada apenas por uma falta de quarto.

– Hey, hey, hey, calma, Paige. - eu disse, segurando seu braço quando ela pareceu prestes a partir pra cima do garoto. - O que está acontecendo? - perguntei, mesmo já sabendo.

– Eles disseram que não tem mais quartos. - Paige rosnou, de olhos fechados e esfregando a testa com os dedos.

Virei-me para o ruivo que nos olhava confuso e um pouco amedrontado.

– Com licença... - comecei.

– Sr. Collins. - ele respondeu.

– Isso. Você tem certeza de que não há mais nenhum quarto disponível? - perguntei, tentando ao máximo usar a Névoa ao meu favor para que ele não percebesse a anormalidade que eram meus olhos.

Ele negou. - Chequei três vezes. É temporada de jogos regionais na cidade, estão lotando os hotéis.

– Tudo bem, obrigada. - eu disse. - E sinto muito pela minha amiga.

Ele sorriu, mostrando covinhas, mas não tão lindas quanto as de Nico.

– Tudo bem. Mas podemos providenciar um colchão de casal, o que acha?

Pensei um pouco, e pensei que talvez não fosse tão ruim.

– Eu agradeceria muito. - respondi, sorrindo.

– Qual quarto?

– 114. - respondeu Paige, emburrada.

– Irei providenciar. - ele respondeu.

– Obrigada mais uma vez. - eu disse, e estava prestes a sair arrastando Paige pelos cabelos quando o recepcionista me chamou novamente.

– Hey. O que... O que acha de sairmos algum dia? - ele perguntou, um pouco acanhado.

Dei um sorriso triste, e vi quando Paige quase se engasgou enquanto segurava uma risada.

– Sinto muito, você é um fofo, mas eu já tenho namorado. - respondi, e saí dali o mais rápido possível.

Paige veio atrás de mim e, quando vimos Nico e Travis nos esperando de frente à porta que dava para as escadas, ela soltou uma risada.

– Problema resolvido? - perguntou Travis, parecendo entediado, assim que nos aproximamos o suficiente.

– Eles vão arranjar um colchão. - respondi, no mesmo tom.

– Não gostei nada de como aquele carinha estava te olhando. - disse Nico, passando o braço sobre meus ombros e lançando um olhar furioso para além de mim antes de me arrastar para as escadas.

Paige soltou uma gargalhada ainda mais alta e só não caiu nos degraus porque Travis a segurou.

– O que há com você, menina?! - ele perguntou, olhando um pouco assustado para ela.

– Diga a eles, Cristal. - ela me desafiou.

Eu bufei, abrindo a porta de saída para o primeiro andar. - Ele me chamou pra sair.

– O QUÊ?! - Nico gritou, arregalando os olhos em fúria e só não voltou porque o segurei no lugar.

– Calma, Nico. - eu disse, puxando-o para o quarto. - Eu recusei.

– É bom que tenha mesmo. - ele disse, com a cara emburrada, e eu revirei os olhos.

Sentei-me na cama e, não muito depois, bateram à porta. Travis atendeu e dois homens entraram, carregando um colchão grande de casal, que foi colocado encostado à parede, e os homens saíram sem uma única palavra.

– Você não disse que eram colchões? - perguntou Travis, um pouco irritado. - No plural?

– Eu disse? - perguntei inocentemente, mesmo com medo de apanhar.

– Eu durmo com a Cristal, não quero nem saber. - disse Nico rapidamente.

– Nem pensar! - Paige urrou. - Já vou ter que ficar no mesmo ambiente que o Stoll, não durmo na mesma cama que ele nem que me paguem!

Travis, diferentemente do que eu esperava, jogou-se relaxadamente no colchão. - A Cris que é a líder da missão, ela decide.

Eu sabia que ele só dizia isso porque tinha quase certeza de que eu mandaria Paige dormir com ele. Mas isso não seria justo, seria pedir demais para ela, até mais do que obrigá-la ao sentar ao lado dele no táxi e no ônibus; dormir com ele era pedir demais para minha amiga.

– Hoje a Paige fica comigo. - decidi.

– O QUÊ?! - Travis e Nico disseram ao mesmo tempo, entreolhando-se com caretas e com nojo.

Eu e Paige só pudemos rir.


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