A Herdeira de Hécate escrita por Rocker
Notas iniciais do capítulo
Heey, povo!! o// Olha, agradeçam muito por eu estar aqui, porque eu to quase caindo de sono em cima do teclado e ainda to tendo que aguentar minha mãe vendo especial de natal de Roberto Carlos e.e' Uma das maiores merdas do Brasil, então licença que eu to indo ali me matar e já volto...
Enfim, tá aqui o capítulo, e tentei caprichar nele, só não se deu muito certo... Ele custou pra sair, minha criatividade não está em alta... XDD Algumas passagens desse capítulo é de Percy Jackson e o Mar de Monstros, para que o Taxi das Irmãs Cinzentas ficasse bem parecido ;)
A Herdeira de Hécate
Another day, and I'm somewhere new
I made a promise that I'll come home soon
Bring me back, bring me back to you
Capítulo 28 - Beside You (5 Seconds Of Summer)
– E então, como faremos para ir até lá? - perguntei, depois de alguns metros andados na estrada.
– Temos algumas opções, mas quase nenhuma muito válida. - disse Paige, fazendo uma careta, e eu imaginei se seria algo como pedir uma carona para o pai de Travis.
Não, definitivamente não.
– E quais são elas? - perguntei mesmo assim. - Uma que, de preferência, nos mantenha juntos.
– Bem... A gente pode ir andando até Nova York, mas isso levaria dias. - ela disse, e eu logo percebi que estava começando pelas opções menos perigosas. O que só me deu mais certeza de que a última seria a pior e a mais aceitável. O que não era nem um pouco legal. - Poderíamos conseguir um celular para chamar um táxi para nos buscar, mas isso chamaria alguns monstros direto para cá, e mal começamos a missão.
– Só essas? - perguntou Nico, franzindo o cenho.
– Bem... - começou Travis, coçando a nuca, claramente desconfortável, e trocando olhares meio receosos com Paige. Se eles estavam concordando em alguma coisa, pode-se dizer que coisa boa não era.
– Desembucha logo, cabeça de palha. - eu disse, estreitando os olhos, tentando ser mais ameaçadora do que eu era.
Ao menos dessa vez fez efeito.
– Podemos chamar o Táxi da Danação Eterna. - Travis disse, por fim.
Olhei para Nico, que também me olhava meio interrogativamente. Talvez eu não fosse a única aqui que estivesse meio confusa e até receosa com essa opção. Se Travis, que nunca recusava uma aventura ou uma marotagem, estava assim, o lance era sério.
– Por quê será que estou sentindo que isso não me parece uma boa ideia? - resmunguei de ombros caídos.
Já estava prevendo uma longa, longa jornada.
Sentei no meio-fio, querendo poupar energias para os monstros que ainda enfrentaríamos ou para simplesmente impedir, futuramente, que Travis e Paige se matassem. O que vier primeiro.
– Ótimo. - resmunguei.
Fechei os olhos e joguei a cabeça para trás, sentindo o sol da manhã banhando meu rosto timidamente. Se mal passamos de um quilômetro longe do Acampamento e já estávamos tendo dificuldades, eu não queria saber o que seria de nós daqui para frente. Conseguiríamos realmente recuperar a pollos e o livro de magia da minha mãe a tempo? Eu ia conseguir levar essa missão adiante sem prejudicar meus amigos? Eu não me importava de me sacrificar para isso, mas não colocaria nunca a vida deles em risco.
– E então, o que faremos? - ouvi a voz de Nico próximo a mim e abri os olhos para encontrar os três parados logo à minha frente, olhando para mim como se esperassem uma decisão.
– Espera, eu decido?! - perguntei, quase entrando em desespero.
Por quê as piores decisões sempre caem para quem não sabe tomá-las?! Que fique anotado, se sobrevivermos a essa missão, essa será uma das muitas perguntas que farei à minha mãe.
– Não é você que está liderando?! - disse Paige, com uma pitada de ironia.
Suspirei. - Okay, okay. Mas vocês dois - apontei para ela e Travis - parecem já conhecer esse táxi. Por quê então não vamos nele?
Paige e Travis trocaram mais um olhar e eu logo percebi que tinha algo por trás disso. Provavelmente eu fiz a opção mais rápida, mas também a mais perigosa. Ou o mundo que vai acabar mesmo.
Repetindo: será uma longa, longa jornada.
– Okay, desembuchem logo. - eu disse aos dois. - Vocês já são estranhos demais sem trocar segredos.
Paige revirou os olhos, mas resolveu abrir a boca mesmo assim. - O Táxi da Danação Eterna é dirigido pelas Irmãs Cinzentas, as Greias. Irmãs das Górgonas, têm somente um olho e um dente para dividir. Acha mesmo que é seguro ir num táxi com as três dirigindo?
– É, possivelmente não é uma das melhores escolhas. - concordou Nico.
E eu, de certa forma, concordava também. Nova York e seu entorno já tinha um dos piores trânsitos do mundo, eu tinha medo só de me imaginar dentro de um táxi com três loucas praticamente cegas e gagas. Mas nós não tínhamos muitas opções se quiséssemos chegar a tempo em Wichita.
– Chame esse táxi maldito. - disse, por fim, entortando a boca numa careta desgostosa.
– Você não tem ideia de como está certa. - murmurou Paige, abrindo sua mochila e pegando uma moeda de ouro.
Era um dracma, a moeda corrente no Monte Olimpo. Tinha a efígie de Zeus gravada de um lado e o edifício Empire State do outro.
– Toma, Stoll. - ela disse, entregando a Travis o dracma. - Não estou muito a fim de chamá-las dessa vez.
Travis fez uma careta, sendo talvez a primeira vez que não o via com um sorriso estampado naquela cara. Isso me fez imaginar o quão assustador seria esse táxi.
– Stêthi - gritou ele em uma língua que eu rapidamente identifiquei como grego antigo. - Ô hárma diabolês!
Pare, Carruagem da Danação?, perguntei-me, confusa.
Travis atirou a moeda na rua, mas em vez de cair ruidosamente no asfalto o dracma afundou e desapareceu. Já estava pronta para tirar sarro dele e nos dar um plano melhor, até que vi o lugar onde a moeda caíra escurecendo. Aquilo não era normal de um plano falho. Ou talvez, nunca tive um plano para poder compará-lo. O asfalto escurecido alargou-se do tamanho de uma vaga de estacionamento de um líquido vermelho e borbulhante, surgiu um carro.
Não, não um carro comum.
Porque nada nessa droga de vida de semideus pode ser comum.
Para simplificar, aquilo sem dúvida um táxi. Um táxi cinza-escuro, mas ainda assim um táxi. Um táxi que parecia feito de fumaça, mas ainda um táxi. Um táxi escrito - dislexia de merda que só me permitiu decifrar minutos depois - IRMÃS CINZENTAS na lateral da porta, mas ainda assim um táxi.
O táxi que nos levaria a Nova York.
Não poderia ser melhor?!
Espera, não responda. Foi uma pergunta retórica.
– Dude, você tem certeza que isso é seguro? - perguntei a Travis, arqueando uma sobrancelha.
Travis deu de ombros, mas eu sabia que ele não confirmaria. A janela do passageiro foi aberta, e uma senhora velha estranha e assustadora colocou a cabeça para fora. Ela tinha tufos ralos e grisalhos cobrindo os olhos - ou onde eu imagino que estariam os olhos - e falou conosco.
– Passagem? Passagem? - guinchou, sua voz tinha um tom murmurante e arrastado, o que não me agradou nem um pouco.
– Ahn... Quatro para o Port Authority Bus Terminal em Nova York. - disse Paige, abrindo a porta e entrando no banco de trás.
Respirei fundo, e empurrei Travis para que entrasse logo depois. Tudo bem, podíamos morrer, mas eu ainda queria que ele e Paige se acertassem. E nada melhor do que uma linda amiga como eu para ajudar.
– Cris, o-o que você... - Travis começou a reclamar enquanto eu o empurrava, mas eu o ignorei.
– Cuidado com a cabeça, Stoll! - avisei rindo, empurrando sua cabeça para baixo e fazendo-o finalmente entrar no carro.
Senti uma mão em minha cintura e virei-me para Nico, ainda sorrindo meio sapeca.
– Você é impossível. - ele sussurrou em meu ouvido, pouco antes de eu entrar no táxi e ele entrar logo atrás de mim.
O interior também era cinza-escuro, mas parecia bastante sólido. O assento era rachado e irregular - não muito diferente dos da maioria dos táxis. Não havia divisória nos separando da velha ao volante. Percebi então que eram três velhas estranhas e assustadoras, não apenas uma.
– Eu faço o que posso. - respondi-lhe, rindo, e me espremendo ao lado de Travis.
Paige olhou de cara feia para Travis ao perceber que ele estava espremido ao seu lado. Depois se inclinou para frente a fim de me ver melhor.
– Você me paga, bruxa.
Eu ri. - Em dólar ou em dracma?
Ela abriu a boca, ou para me xingar, retrucar ou me ofender mas foi interrompida por uma voz gravada que saiu do alto-falante.
– Olá, aqui é Ganimedes, sommelier de Zeus, e quando saio para comprar vinho para o Senhor dos Céus sempre ponho o cinto de segurança!
Olhei para baixo e vi correntes no lugar do cinto. Okay, essa seria uma longa viagem.
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