A Herdeira de Hécate escrita por Rocker


Capítulo 30
Capítulo 29 - I Must Be Dreaming


Notas iniciais do capítulo

Heey, povo!! Como passaram de Natal? Ganharam muitos presentes? Porque eu não! Ganhei só um livro, pelo menos era o que eu queria! hahahaha' Bem, o último capítulo até que foi bem recebido, espero que esse também seja! XDD Não sei se descrevi bem a parte deles dentro do taxi, por isso eu não deixei muito detalhado e pulei pra quando eles saem do taxi. Espero que gostem!!



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A Herdeira de Hécate

I love it when she wakes me when it's still dark
And she watches the sun
But she's the only one I have my eyes on

Capítulo 29 - I Must Be Dreaming (The Maine)

– Se segura. – avisou Travis assim que me acomodei ao seu lado.

– Por quê? – perguntou Nico, inclinando-se sobre mim para enxergar Travis.

Mas ele não teve tempo de responder. Segundos depois a velha que estava atrás do volante ligou o carro e arrancou a toda velocidade. E não brinco quando digo isso, estávamos praticamente voando e Nico bateu a cabeça com a arrancada. Fui tentar ajudar a se ajeitar no banco e quem acabou desequilibrada fui eu. Eu só me perguntava se chegaríamos vivos em Nova York, mas estava duvidando muito.

– Vespa, me entregue o olho! – gritou a que estava como motorista.

– Espera, olho? – perguntei, franzindo o cenho em confusão.

– Então, era isso que isso que estávamos querendo dizer. – comentou Paige, torcendo a boca enquanto se segurava firme.

– Nem pensar, Tempestade! – gritou a que se chamava Vespa. – Você usou o olho nas últimas dezessete viagens!

– Mas eu que estou dirigindo! – a outra reclamou.

– Elas dividem um único olho. – comentou Travis quando as três começaram a discutir e descontrolar o carro.

Arregalei os olhos ao ver a terceira irmã acionando alguma coisa naquele carro que o fez correr na velocidade da luz.

Não achava que meu estômago chegaria inteiro em Nova York.

~*~

Quando saí de dentro do táxi, pensei que poderia estar morrendo. Tudo girava e eu prometia a mim mesma não entrar em qualquer táxi nunca mais na minha vida. Essa experiência estranha já havia sido o suficiente pelos próximos dez mil anos.

– E é por isso que eu não queria aceitar essa opção. - disse Paige ao sair e se apoiar em Travis.

Talvez essa viagem no táxi das Irmãs Cinzentas não tenha sido tão desastrosa assim.

– Boa sorte com suas escolhas, garota, vai precisar. - disse uma das velhas, antes do táxi se dissolver em fumaça e sumir.

Arqueei uma sobrancelha, olhando para Nico. - O que raios aquela coisa queria dizer?

Mas Nico apenas deu de ombros, me deixando mais desesperada por respostas.

– Pode ser algo da profecia. - sugeriu Travis e vi Nico entortando a boca em claro sinal de desgosto. Travis e Paige podem ter percebido isso como um algo diferente do que é, mas eu desconfiava do que realmente era.

Lembrava-me claramente que Nico escondera uma parte da profecia de mim.

Apenas coloquei minha mochila com feitiço de extensão no chão e enfiei meu braço pela abertura até encontrar o que eu queria. Um pedaço de papel. O pedaço de papel onde eu havia escrito a profecia quando Nico finalmente a revelara. Li-a e reli-a várias e várias vezes, procurando por algo que mencionava algum tipo de escolha, mas não encontrei nada que remete ao que as Irmãs Cinzentas falaram. Se em algum momento dessa missão eu tivesse que fazer uma escolha, Nico não queria que eu soubesse.

– Aqui não fala nada que ajude. - eu disse, analisando-o bem à procura de qualquer sinal que me informasse se eu estava ou não certa.

Nico engoliu em seco discretamente, dando-me a resposta que eu queria e a que eu precisava.

– Talvez saberemos mais durante a missão. Melhor irmos comprar as passagens. - ele disse, já se virando para o Port Authority Bus Terminal, o maior terminal rodoviário do mundo.

Suspirei, sabendo que ainda não era hora de arrancar qualquer coisa que fosse dele. Olhei para Paige, que apenas deu de ombros, e entrou junto com Travis. Corri para apanhá-los, esperando não me perder naquela imensidão. Não era à toa que ele era o maior terminal rodoviário do mundo. Demorei alguns desesperadores segundos até identificar Nico vindo em minha direção com as passagens já em mãos. Paige e Travis pareciam discutir sobre alguma coisa em particular, não que isso fosse algum tipo de novidade.

– Conseguiu passagem direta? - perguntei a Nico.

Ele negou. - Para Topeka, mas depois podemos pegar outro ônibus.

Suspirei. Já era algum começo. O que dificultaria seria o meio desse caminho. Olhei em volta, para aquele espaço enorme e o amontoado de pessoas que andavam de um lado a outro, esbarrando em todo mundo. Eu me desesperava com lugares cheio de pessoas, sempre achando que poderiam prestar atenção em mim, descobrir o monstro que eu sempre me senti por dentro. Então como num gesto reflexo, segurei na mão de Nico, à procura de um porto seguro no mar de desconhecidos.

– Está tudo bem, Cris? - ele perguntou, olhando preocupado para mim, e eu finalmente percebi que apertei sua mão um pouco demais.

– Ahn? É, eu acho que sim... - soltei sua mão, um pouco confusa, mas ele logo a tomou de volta. Meus olhos se tornaram roxos, mostrando minha insegurança.

– Lugares fechados? - ele perguntou, franzindo o cenho.

Esse não era o meu problema. - Lugares cheios. - eu disse.

– Vamos esperar no terminal de embarque. - ele sugeriu, rodeando meus ombros com o braço.

– Melhor chamar Travis e Paige. - disse, vendo os dois discutindo não muito longe de nós.

– Ah, eles parecem estar discutindo algo importante. - Nico disse, sorrindo minimamente.

Eu, porém, revirei. - Só será importante quando eles estiverem se agarrando.

Nico arqueou as sobrancelhas e eu só pude rir.

– Não conhecia esse seu lado, Anjo.

Ri novamente, e dei-lhe um selinho demorado, com direito a uma mordida no lábio.

– Você ainda não viu nada. - provoquei e sai em direção ao nosso terminal.

Olhei para trás e percebi que Nico estava estancado onde eu o havia deixado.

Ri.

~*~

Eu me remexia desconfortavelmente no ônibus. Não conseguia parar quieta e Nico me observava rindo. Eu não via graça nenhuma em estar com sono e simplesmente não conseguir dormir, por mais que tentasse. Tinha um gordo na cadeira do outro lado que não parava de roncar. O ônibus estava com um cheiro horroroso de salgadinho de queijo. E Paige já dormia no ombro de Travis, que tinha a cabeça escorada na dela logo à nossa frente. E, sim, eu chequei mais de uma vez só pra ver se eu não estava ficando louca.

– Quem sabe se você parar quieta, não consiga dormir. - sugeriu Nico, com um sorriso nos lábios.

– Não dá, simplesmente não consigo! - bufei de frustração, apoiando minha cabeça nas mãos e apoiando meus cotovelos em meus joelhos.

– Hey. - Nico chamou minha atenção, tomando minha mão e fazendo-me recostar novamente no banco. - Relaxa, okay?

– E se acontecer alguma coisa? - perguntei, receosa. - E se aparecer algum monstro?

– Nós vamos matá-lo, não se preocupe. - ele disse, tentando passar-me uma calma que eu sabia que ele não tinha. - Só fica parada, okay? - completou, rindo ao me ver soltando sua mão para estalar os dedos.

– Eu não consigo... - respondi baixinho, colocando minhas mãos debaixo das pernas para evitar os estalos.

– Hiperatividade tem lá suas desvantagens. - ele comentou, passando seu braço por meus ombros.

– Pode falar, Nico, eu sou chata, né? - fiz uma careta aparentemente engraçada para arrancar uma risada dele.

– Não é não. É perfeita para mim. - ele disse, depositando um beijo em minhas testa e puxando-me para mais perto.

Corei, obviamente envergonhada, e agradeci por ele não conseguir ver meus olhos rosados do ângulo em que estava.

– Mudaria alguma coisa em mim? - perguntei, repentinamente curiosa.

Nico parou um instante e eu me virei para olhá-lo.

– Sim... - ele começou, fazendo inicialmente uma careta e logo depois sorrindo com a possibilidade que provavelmente imaginara.

– O que? - eu perguntei, tentando não parecer tão apavorada quanto meus olhos prateados deixavam transparecer.

– Seu sobrenome.

Sorri, sem conseguir esconder a chama que aflorava ainda mais por estar com Nico, e o beijei.

Oh, céus, eu só podia estar sonhando.


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