Bizarre Love Triangle escrita por Mila Hepburn


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, tive umas coisas emergenciais durante a semana e agora tô podendo postar. O seis não vai demorar tanto, já estou trabalhando nele.



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Confesso que fiquei um pouco triste por Quinn tirar o gesso da perna e não ser mais tão dependente de mim. Ela ainda tinha que usar o colar cervical por mais uma semana e foi submetida a sessões de fisioterapia. Insistia muito em ir até a empresa, contudo seu médico não liberou-a para as atividades laborais.

Ela lia os processos em casa e ficava por horas no telefone com os advogados. Essa era a vida workaholic que ela levava. Enquanto eu permanecia no tédio de bagunçar a casa para arrumar de novo.

– Rachel, Rachel, você não parece bem.

– Ah você percebeu que eu estou aqui.

– Vem cá, vamos jogar strip poker.

– Muito engraçado, Fabray. Boa tentativa. - ela fez uma reverência.

Ela se sentou no sofá e ligou a televisão.

– Escolhe um filme e vamos assistir. Eu te convidaria pra sair, mas como você pode ver estou incapacitada.

– Eu não aceitaria tão fácil. – ri pra ela.

– Para de me dar fora e vai fazer uma pipoca pra gente, eu escolho o filme.

Fui fazer a pipoca enquanto ela logava na Netflix de Santana. Quando éramos adolescentes, ela e a latina sempre impunham o filme e eu sobrava, uma vez fiquei sem dormir após assistirmos “O exorcismo de Emilly Rose” e ela deitou do meu lado só para me acalmar.

Acho que foi ali que descobri que a amava, mas namorava Finn ainda, todo o sentimento era novo pra mim.

Flashback

Casa de Rachel, Lima, Ohio, Sênior Year,

– Quais são seus planos para o futuro, Rach? – ela questionou enquanto eu saboreava meu sorvete vegano favorito que Quinn trouxe especialmente pra mim.

– Depois da escola? – Quinn assentiu. – Entrar no NYADA, ser uma estrela, ganhar um Tony e dedicar a minha amiga Quinn que sempre me apoiou.

– Parece um bom plano.

– Se não entrar, penso em fazer teatro na NYU ou em Yale, lá tem um excelente programa.

– Yale é uma boa idéia, perto de mim... – ela riu. – E Finn? Ele não cabe nos seus planos?

– Ele quer ir para Nova Iorque comigo também, mas não sabe o que fazer.

– Rachel, eu...- Quinn tremia quando pegou minha mão desocupada. – Não acho certo você continuar com Finn.

– Por quê? – ela ficou em silêncio. – se tem algo pra dizer, diga, nós não temos segredos.

– Você será uma estrela e Finn...

– O marido da estrela.

Quinn não parecia apreciar a idéia.

– Talvez, talvez você mereça o melhor. Alguém com objetivos, alguém ambicioso, alguém firme e que cuide de você.Que te faça acordar e dizer: eu fiz a escolha certa.

– E quem é? Porque Finn me ama mais do que qualquer um, porque ele me aceita como sou e não há muitos dispostos a me agüentar, eu sou difícil e...

– Eu não acredito que você não percebe o quanto é maravilhosa. Linda, engraçada, divertida, inteligente, meiga.

– Você é um doce, Quinn.

– Eu não quero ser apenas um doce, quero ser... – Ela xingou três vezes antes de lembrar o que dizer. – Talvez seja melhor eu ir embora. Tem esse trabalho e tudo mais.

– Claro.

FIM do Flashback.

Foi a primeira vez que vi amor nos olhos de Quinn Fabray. Ela não queria nada mais que um futuro brilhante pra mim.

– Rachel? Essa pipoca é pra hoje?

Lembrei do que estava fazendo na cozinha. O timer do microondas anunciava que a pipoca estava pronta.

– Uma pipoca quentinha saindo.

Ao invés de assistir Batman, o Cavaleiro das Trevas Ressurge, nós dormimos. Me aconcheguei no ombro de Quinn e adormeci com ela.

Só acordamos com o barulho da porta se abrindo e risos e mais risos.

– O Olaf é hilário.

– Nada disso, ele é um fofo, queria um boneco de neve, San.

– Eu te daria se fosse possível, baby.

Santana paralisou quando nos viu.

– Olá?

– Boa noite garotas, dormiram bem?

– Muito bem. – Quinn disse, em todas essas noites ela vem reclamando do sono e agora ela dormiu bem?

Não pude negar que me sentia protegida com seu braço ao redor de mim. Era como se o tempo não passasse.

– Vocês assistiram o que?

– Frozen. É lindo.

Santana olhava pra Brittany com um brilho nos olhos, o que me fez questionar se elas reataram.

– Vocês estão com fome? – questionei. – posso preparar uma coisinha rápida.

A latina revirou os olhos.

– Apenas esquente a lasanha congelada que está no freezer, é de funghi. Fabray gosta dessa merda.

– Você sabe do que eu gosto, Santy. – Quinn zombou.

– Fabray, quero falar com você em particular. Sobre o trabalho. – Santana falou tão sério que até eu me assustei pensando que elas discutiriam.

Brittany e eu ficamos conversando por um tempo enquanto as sócias foram para o quarto de Santana. Não ouvimos nenhum grito até então, o que não significava que estava tudo bem.

– Você e Santana reataram? – questionei colocando a lasanha no microondas. Brittany hesitou. – Desculpa, não tenho nada a ver com isso.

– Tem sim, você sempre foi pro Brittana. – ela sorriu. – não estamos juntas ainda, mas nos beijamos e eu senti...

– Toda aquela paixão intensa voltar.

– Isso, você me entende. É assim com Quinn né? Não precisamos contar para aquelas metidas.

Suspirei.

– Sim, eu sinto. Quando ela me toca, quando ela sorri.

– Meu caso é diferente do seu. Eu quero conquistar Santana e você quer que Quinn corra atrás de você.

– Ela precisa depois do que fez.

– Se te consola, ela sofreu muito.

– É o que todos dizem. – me fiz de forte.

Ainda não entendia a lógica de Quinn, pra mim , no mundo de Rachel Berry você não escapa do amor, se é amor supera tudo.

Meu raciocínio foi cortado pela campainha tocando. Olhei pela câmera e não acreditei no que vi.

– Quem é?

– Brittany você pode, por favor, abrir a porta?

Ela o fez. Seguido por dois homens grandes e engravatados, vinha o governador de Nova Iorque, Brandon Meade. Imaginei que ele seria um cliente de Santana e Quinn.

– Esqueci dos bons modos. Boa noite senhoritas, desculpe invadir assim. – ele olhou pra mim com aqueles olhos verdes que reparei serem parecidos com os de Quinn. – ou devo dizer senhorita e senhora.

– Senhorita, por favor. – disse. Novamente algo familiar, o sorriso.

– Senhorita Berry então. Quinn fala muito sobre você, mas nenhum comentário fez jus a sua beleza.

Mais questões não respondidas, por que Quinn falaria de mim para o governador?

– Suponho que Quinn está descansando no quarto de hospedes.

– Ela está Santana, Brandon.

Fiquei tão paralisada olhando para o governador em pessoa parado na sala, que não notei Santana e Quinn saindo do quarto aos risos. Santana só parou quando viu o governador.

– Veja minha surpresa ao saber que minha irmã foi atropelada e não me contou nada. Se não fosse minha esposa mantendo contato com Kurt Hummel, eu não saberia.

Irmã? Como isso era possível? Quinn só tinha Frannie de irmã mais velha até onde eu sabia. O que eu perdi?

– Que história é essa de irmãos? – quando percebi as palavras já tinham saído da minha boca.

– Não é assim que eu queria que ela soubesse.

Brandon revirou os olhos.

– Já pegaram o culpado?

O clima tenso entre os dois era visível. Quinn não gostou de levar uma dura na frente do irmão.

– Não, mas Alexis e Puck estão trabalhando nisso.

– Sua ex e o policial exonerado, bela dupla.

– Eu confio neles. – Brandon não mostrou-se satisfeito. – Eu estou bem, salvei Rachel e faria de novo. – Sorri pra mim mesma.

– Ok, mas me avise quando for cometer esses atos de coragem. Sou seu irmão. – Ele enfatizou.

– Ta bom, irmão. Rachel, sei que você está confusa. – Quinn virou-se para mim, não pude deixar de sorrir com a forma que ela se importava comigo. – meu pai teve um filho antes de se casar com minha mãe.Ele escondeu isso por anos, até que levou-me num jantar de arrecadação de fundos pra campanha de Brandon e nos apresentou. Ele contou que éramos irmãos e tudo.

– E Judy?

– Quis matar o meu pai quando soube, mas ele apenas se separaram por um tempo.

– Nós temos o mesmo pai, mas criações diferentes. Eu fui criado mais livre, com uma mãe artista plástica e Quinn foi criada numa família de valores rígidos. – Brandon justificou. – apesar de crescer naquele ambiente, ela se desenvolveu. Quinn é o maior presente que já ganhei, por isso fiquei preocupado quando soube.

– Tio Russel trabalhou bem. – parecia um comentário típico de Santana. Mas era meu. Falei baixo, mas todos acabaram ouvindo. Santana gargalhou.

– Berry saindo melhor que a encomenda.

– Bom, adoraria me sentir rejuvenescido nesse ambiente cheio de mulheres belas, mas preciso ir. Espero que as senhoritas Berry, Pierce e Lopez me dê a honra de comparecer a minha residência amanhã para jantar.

Engoli seco, em que mundo eu era convidada para jantar pelo governador?

Quinn teve os melhores recursos, pois Russel sempre deu o melhor pra ela. Era herdeira de uma fábrica de motores em lima, mas batalhou para achar seu lugar, nunca se acomodou diante da vida que poderia levar. Herdeira, rica e poderosa pelos meios fáceis, ela queria ser conhecido pelo seus próprios meios, por isso saiu de Lima. Quando nos conhecemos, Quinn era apenas a garota antipática que eu precisava agüentar por nossos pais serem amigos, depois que entramos para o Glee, ela se aproximou mais de mim e nos defendeu dos populares que nos agrediam com palavras e slushies.

Após Brandon se despedir, Brittana foi para o quarto , me deixando a sós com Quinn.

– Parece que vamos ter um jantar a luz de velas. – ela brincou.

Jantamos em silêncio, trocando olhares de vez em quando. Em seguida, ela foi dormir.

Era torturante ouvir os gemidos de Brittany e mais torturante ainda era estar perto de Quinn e não poder tocá-la, abraçá-la. Grunhi de ódio e virei para o lado oposto da minha tentação de colar cervical.

Na sexta do jantar a vi atuando no tribunal e meu coração bateu mais forte, não conseguia tirar os olhos dela e de seus lábios se movimentando enquanto argumentava. A seriedade de Quinn me excitava, excitava uma mulher casada.

No escritório, Quinn Fabray era uma pessoa diferente. Ela evitava falar comigo ou ficar perto de mim por muito tempo.

– Eu quero mudar de advogado. - Exigi a ela, que nem olhou pra mim. Focava seus olhos no papel.

– Posso saber por quê?

– Quero que o Ryder me represente, porque você está estranha comigo. - Ela finalmente tirou os olhos do papel e olhou-me, totalmente impaciente.

– Aqui é meu trabalho, Rachel.

– Não é só aqui, você mal para em casa. Não assiste mais musicais comigo, pouco conversa e...

– Faça como quiser.

Foi sua palavra final, levantei de forma dramática demais e saí batendo a porta. Talvez eu devesse ignorar as ordens e voltar pra Lima. Esquecer essa mulher que diz me amar, mas não faz nada. Esquecer meu marido adúltero. Talvez. Arrumar um emprego medíocre e viver uma vida medíocre. Nada como Rachel Berry imaginava para si. Ryder me abordou na saída, com um olhar intrigante.

– A chefe me passou seu caso.

– Eu posso sair da cidade, Ryder? Posso visitar meus pais em Lima? - Apenas uma visita? Não vejo mal algum.

– E se for pra sempre?

Ele ficou sem palavras. Coçou os cabelos cacheados e torceu a boca.

– Não sei. É um caso delicado, Rachel. Você não é fugitiva, mas pode se encrencar num possível julgamento do Weston. Confie em nós, vamos encontrá-lo e esse pesadelo vai acabar.

Tomara que sim, não aguentava mais ser uma fugitiva da minha própria vida. E ainda preocupar e depender de Quinn. Puck me levou pra casa, quando chegamos lá ele me abraçou forte e murmurou que tudo ficaria bem.

À noite, como programado, fomos jantar com os Meade. Governador e esposa, minha ex companheira de Glee, Mercedes. Quinn se esforçava pra dizer-me algo durante o trajeto, mas não disse. Ela me olhava de soslaio de forma invasiva.

– Você está muito bonita. - Ela disse rápido demais sem contato visual. Sorri por dentro.

– Obrigada, Fabray.

Lutei contra o ímpeto de dizer que ela também estava, maravilhosa. Seu vestido azul marinho caia muito bem nela, apesar de simples. Brandon era muito fácil de lidar, era engraçado e carismático como todo líder político deve ser. Mercedes parecia muito feliz com sua nova vida, acostumada com os holofotes.

A casa era muito bonita, lembrava um pouco minha ex mansão. Kurt e Karofski também foram convidados. Era bom ver boa parte do Glee Clube ali.

– Você ainda toca piano, Rachel? Podíamos cantar mais tarde. - Assenti pra Mercedes, ansiando pelo resultado.

– Sim, claro. Que honra será ver o Glee clube em ação. - Brandon disse empolgado. Sorri pra ele. Era impossível ficar triste diante daquele homem, me lembrava bem Quinn. Que por acaso estava calada.

Santana levantou -se e insistiu que eu fosse ao banheiro com ela.

Pra não ficar uma situação chata, eu fui. Chegando lá ela me puxou para outro lugar e fechou a porta. Parecia ser o gabinete.

– Deveríamos estar aqui?

– Não, mas preciso falar com você sobre Quinn.

– O que tem ela?

– Você surtou? Voltar pra Lima? Acha que ela não saberia? Ela está pirando, pensando num jeito de fazer você ficar.

– Não parece que ela tem lutado por mim. Ela está estranha, me tratando como se eu fosse uma cliente apenas.

– É isso! Ela está nesse conflito entre te ver como uma cliente ou te ver como mulher. Ela não quer entrar em conflito então te dá um gelo, rezando pra que tudo passe e achemos o Brody. Pra finalmente poder tentar conquistar você. Quinn ama o que faz, mas ela também te ama.

– O que eu posso fazer?

– Tenha paciência.


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Notas finais do capítulo

Apresento-lhes o governador
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/e/ea/JacksonRathbone10TIFF.jpg/220px-JacksonRathbone10TIFF.jpg
eu queria alguém que parecesse com a Quinn.
Enfim, o que vocês acharam?



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