A filha do diretor escrita por The Drama Queen


Capítulo 36
Capítulo 35


Notas iniciais do capítulo

Hey, hey. Por que eu demorei pra postar esse capítulo? Bom, porque eu ainda sou filha que tem que fazer as coisas em casa. Tenham paciência. Enfim, boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/490814/chapter/36

E acabaram as férias.

Foram longas 3 semanas. Foram boas 3 semanas. Foram até melhores do que eu imaginei, e ter Alysson do meu lado com certeza colaborou para que isso acontecesse. A maior parte do meu tempo foi passado sozinho com ela, e isso não poderia ter sido melhor. Alysson é uma ótima companhia. E antes que vocês pensem imoralidades, não, nós não fizemos nada demais. Apenas beijos, abraços e amassos. Eu não faria isso com ela nem que eu quisesse. Quer dizer, eu quero. Mas Peter também quer, o que faz com que eu não queira. Acho que isso faz pelo menos um pouco de sentido. Enfim, Eu levei James e Sarah para suas respectivas casas. Os outros foram com Dylan no outro carro, exceto Alysson, que também veio comigo.

Estacionei o carro em frente a casa dos Cooper e olhei para Alysson.

– Não tem ninguém em casa - ela disse, do nada.

Essas poucas palavras me fizeram sorrir.

Num momento estávamos nos encarando no carro, no outro, eu a estava deitando no sofá. Espero que o “sogrinho” não chegue dessa vez. Não seria legal ter mais uma vez um momento estragado por ele. Mas, pensando bem, não é muito inteligente fazer essas coisas no sofá.

– Aly - disse entre os beijos. - Alguém pode chegar.

Ela separou-se subitamente.

– É. Você tem razão. - Pigarreou. - Quer assistir um filme?

– Eu ia sugerir que fôssemos para o seu quarto. Mas é… Um filme pode ser legal.

– Tudo bem. - Ela riu. - O que vai ser?

– Nada de romance adolescente, pelo amor de Deus! - exclamei e ela fez uma careta.

– Mas… - Suspirou. - Ok. Suspense ou terror?

– Terror!

Ela pôs o filme e se sentou ao meu lado no sofá.

Atividade Paranormal 4. Não é o melhor filme de terror. É bem fraquinho pra falar a verdade. Mas é, como posso dizer? “Assistível”.

Sempre pensei que Alysson era do tipo durona. Foi isso que ela mostrou desde o início. Mas aqui e agora, assistindo esse filme bobo, ela está apertando, não só a minha mão, mas todo o meu braço com força, e escondendo o rosto várias vezes. E olha que estamos só no início do filme. Nem chegou a parte das mortes direito, e muito menos a parte das bruxas. Tenho medo de que Alysson arranque meu braço fora na última parte.

– Alysson, é você que… - uma voz masculina surge na sala, mas logo morre ao chegar perto do sofá.

– Pai?

Isso só pode ser brincadeira!

– Scott?

– Isso não vai terminar bem - sussurrei.

– Alysson, o que esse delinquente está fazendo aqui? - faltou pouco para que isso fosse um berro.

– Pai, eu posso explicar.

– Ah, eu tenho certeza de que pode! - Ele acendeu a luz. - Não bastou aquela cena ridícula aqui em casa, você teve que trazê-lo aqui de novo, Alysson? E ainda está agarrada com ele no meu sofá! Você não tem o mínimo de respeito por mim, por essa casa ou por si mesma?

– Pai…

– Diretor Cooper… - tentei argumentar, mas ele logo me cortou.

– Você não dirija a palavra a mim, delinquente! E saia daqui antes que eu mesmo te tire a pontapés!

Olhei para Alysson. Essa assentiu e sorriu de leve, como se dissesse “Está tudo bem. É melhor você ir. Eu cuido dele”. Então, me levantei em silêncio e sai da casa.

Tenho a sensação de que vou ficar um bom tempo sem ver Alysson. E isso não é bom. Não quando Peter está a solta.

Desde que isso começou, meu objetivo em ficar com ela passou a ser, não só porque eu gosto dela, mas também para protegê-la daquele psicopata.

Chego em casa e a primeira coisa que eu faço é me trancar no quarto. Sim, porque faz tempo que eu não faço uma coisa que gosto muito, uma coisa que me relaxa: ler. Pois é, faz tempo que eu não toco em um livro. Acho que vai ser bom retornar com esse hábito, principalmente agora com esse problema com o pai da Alysson. Preciso me distrair. Ler é uma forma de distração saudável.

E eu nunca imaginei que eu um dia eu diria um coisa dessas. Que… estranho.

Ouvi alguém bater na porta. Fechei o livro e dei permissão para que a pessoa entrasse. Dylan pôs a cabeça para dentro, logo depois todo o corpo teve o mesmo rumo.

– Por que demorou a chegar?

– Fiquei com a Alysson um pouco.

– Rolou? - ele perguntou, sentando-se na cadeira ao lado da cama.

– O que? Claro que não! - apressei-me em responder. - E se tivesse rolado, eu não estaria mais respirando a essa hora. O diretor chegou e interrompeu o filme que estávamos assistindo.

– Vocês já ouviram falar em trancar a porta?

– Estávamos na sala - afirmei.

– Não vou nem comentar o tamanho da burrice de vocês. - Bufou. - Os dois sabem que o diretor já estava desejando a sua cabeça numa bandeja, e dão esse mole? Não foi isso que eu te ensinei, Scott!

– E desde quando você me ensinou alguma coisa? Eu aprendi tudo o que sei sozinho!

– Então, esse é o problema! A gente devia ter se aproximado antes. Assim você saberia como fazer as coisas direito.

– A culpa não é minha que meus pais resolveram se mudar para o fim do mundo, o que me impediu de sequer saber da sua existência.

– É… Mas é certo que você seria muito mais inteligente em relação a garotas e relacionamentos.

– Eu não contaria com isso - murmurei.

– Ah, fala sério, Scott. Se não fosse por mim, hoje você nem saberia que está apaixonado pela Alysson. Você era uma barata tonta até eu abrir os seus horizontes. Você sempre precisou dos meus ensinamentos, só nunca soube disso.

Nesse momento, ouvi a campainha tocar.

– Tudo bem, oh, mestre - zombei. - Vai lá atender a porta.

Ele bufou mais uma vez e foi. Pouco tempo depois, ouvi-o gritar meu nome. Eu tenho visita. Muitas pessoas passaram pela minha cabeça. Pensei primeiro em Alysson vindo pedir desculpas. Então, Peter tomou conta da minha cabeça, com suas ameaças, assim como Kyle e Ethan. Sarah foi outra e quem eu lembrei. James, Zac… Até Ross passou pela minha cabeça. Mas não ela.

– Lilyan?

– Oi, Scott. Posso falar com você um instante?

– Aconteceu alguma coisa com a Alysson? - perguntei desconfiado. Que raios ela está fazendo aqui?

– Não. Até onde eu sei, ela está bem. O meu assunto é você mesmo. Só você. - Ela olha para Dylan. - Podemos conversar… a sós?

– Acho que sim - respondi, cauteloso. - Vamos subir.

Lilyan passou por mim e começou a subir as escadas. Troquei olhares desconfiados com Dylan, e então a segui até meu quarto.

– Então? - quebrei o silêncio.

– Eu sei que a Alysson gosta mesmo de você - ela disse. - Não sei o que ela viu em você, ou que tipo de feitiço você jogou nela, mas ela está total e visivelmente derretida.

– Onde você quer chegar?

Ela suspirou pesadamente antes de responder, o que me deixou meio preocupado.

– Não tem como você estar com ela e eu querer arrancar sua cabeça toda vez que te vejo. O clima não fica muito agradável. E, por mais que a Alysson tenha um péssimo gosto para garotos, eu gosto dela. É uma ótima amiga e eu quero vê-la feliz.

– Ainda não entendi.

– Quero que sejamos amigos - disse sem emoção.

Ok, ela deve estar doente. Não ela, com certeza está doente. Em que universo Lilyan Moore diz que quer ser minha amiga? Isso está estranho. Mas, pensando bem, o que ela disse até faz sentido. Se ela gosta mesmo da Alysson, matar o namorado dela não é uma coisa muito boa.

– Amigos? - a ideia ainda está meio confusa na minha mente.

– Seu cérebro é tão sub desenvolvido assim? - Ergui uma sobrancelha. Pra quem queria ser minha amiga, ela não começou muito bem. Ela suspirou novamente. - Desculpa. - Pigarreou. - Isso mesmo. Amigos. Creio que você não discorde de mim. Afinal, se você não for uma babaca como Peter, quer o bem da Alysson assim como eu quero. - Assenti.

– Posso ser idiota às vezes… - comecei.

– Só às vezes? - ela murmurou.

– Ou um pouco mais do que às vezes, mas eu não sou como o Peter. Aquele cara é maluco, psicótico. Nunca tive a intenção de sequer falar com ele, principalmente depois… - Eita, Scott. Segura a língua. Se eu não me controlasse a tempo, teria dito o que não deveria.

– Depois…? - Lilyan me incentivou a continuar, e parece estar bem curiosa.

– Depois… Depois… - Pigarreei para ganhar tempo. - Depois que eu soube o que ele fez com a Aly - as palavras vieram como uma luz.

– Aham… - murmurou, não convencida.

– É. Enfim, pode confiar em mim - completei, tentando amenizar a tensão.

– Tudo bem. Então está tudo resolvido entre nós?

– Acho que sim - respondi.

– Ótimo. Eu volto outro dia pra conversarmos melhor. - Assenti e ela saiu do quarto. Eu não a acompanhei até a porta. Ainda estou meio chocado com o que acabou de acontecer.

– A Lilyan foi na sua casa? - Alysson disse. - A minha Lilyan? Lilyan Moore?

– Isso aí - confirmei.

Não, diretor Cooper ainda não vai com a minha cara. Estamos nos encontrando escondidos, como das outras vezes. Saímos do colégio e viemos direto para cá, para a praça. Uma praça bem distante do colégio, das nossas casas e da casa de qualquer um que eu conheçamos. Ou que eu conheça pelo menos.

– E vocês conversaram sem ela te xingar ou tentar te matar?

– Sim… Quase… Ela disse que meu cérebro é sub desenvolvido.

– Ah, se foi só isso, estamos indo por um bom caminho. - Dei de ombros.

– Pode ser que sim.

Ficamos em silêncio por um tempo. Aquele silêncio chato, irritante, insuportável. Quase tão insuportável quanto Dylan.

– Anh… Scott - ela chamou.

– Diga.

– Posso te contar um coisa?

– Se não for a piadinha sem graça do “pagar com visa é bem melhor”, pode. - Ela soltou uma risada fraca.

– Quem dera fosse uma piadinha - murmurou de cabeça baixa.

– O que foi, Aly? Aconteceu alguma coisa?

– Eu acho que está acontecendo alguma coisa - ela disse. - Acho que minha mãe está traindo o meu pai.

– A sua mãe traindo o diretor Cooper? Acho que não, Aly. Você mesmo disse que ela vive ocupada cuidando da empresa - lembrei-a.

– Eu sei, mas… Ontem ela dormiu em casa, o que é muito raro - contou. - Eu acordei no meio da noite e a vi sair escondida. Não sei pra onde ela foi. Ela usou o carro e eu iria fazer muito barulho se a seguisse.

– Aly, ela deve ter tido alguma emergência, algum imprevisto. Isso é normal.

– E ela foi resolver isso vestida como uma… uma… Uma Paris da vida?! Isso não faz sentido, Scott! Está tudo muito estranho.

– Alysson…

– E tem isso aqui também - ela disse, tirando algo da mochila. Papéis.

– O que é isso? - perguntei.

– Cartas. E, se você tiver um estômago muito frágil, é melhor não ler. É nojento e vai mexer com o seu psicológico - ela avisou. Fiquei curioso. O que poderia ser tão ruim assim em uma carta e que comprovasse que a mãe dela está traindo o seu pai? Peguei um dos papéis que ela segura, e abri.

É… Nojento. Nojento demais. Não tenho palavras que descrevam o quão repugnante isso é. Eu não deveria ter lido isso, definitivamente. Maldita curiosidade.

– Alysson… Onde você conseguiu isso?

– No meio das coisas da Marie. Comecei a procurar coisas lá depois que ela saiu de casa madrugada passada. - Ela continua olhando para baixo, talvez esteja envergonhada. Eu estaria. - Não sei como ela tem coragem de guardar isso debaixo do mesmo teto que o meu pai. Ainda mais uma coisa tão… tão… Aaarrgghhh. - Fez uma expressão de nojo. E não é pra menos. A carta é pornografia pura! Isso está além da imoralidade. Coisa que nem nunca imaginei.

– Mas como você sabe que não foi o seu pai que escreveu? E como sabe que foi sua mãe que escreveu?

– Algumas das cartas tem a letra dela, e até citam o nome dela. E eu sei que não foi meu pai porque conheço bem a letra e o caráter dele. Meu pai nunca faria uma coisa dessas e a letra dele é muito diferente do que está nessas cartas, e nem todas são da Marie.

– Podem ser cartas antigas. As letras mudam com o tempo.

– O papel não tem aspecto antigo. Olha bem pra ele. - Eu olhei o papel. Realmente, não parece nada antigo.

– Mesmo assim, Aly. Eu não acho que…

– Não tente defendê-la, Scott. Eu sei o que está acontecendo aqui - ela disse, decidida. - Não tem mais desculpas, nem argumentos. Marie está traindo o meu pai.

Eu queria, juro que queria ter um único argumento que a fizesse mudar de ideia. Vê-la desse jeito é horrível. Sei que, por mais que esteja com essa expressão dura, ela está abalada por dentro. Sei que ela odeia se fazer de fraca na frente dos outros. Mas eu estou aqui com ela, assim como ela estava comigo quando eu precisei.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, gente. Algo a declarar sobre a suposta traição da tia Marie Cooper? Eu não vou dizer nada, só observo. Mas quero saber a opinião de vocês. Digam aí.
Ah, a Lilyan. Lilyan Moore quer ser amiga de Scott Miller. Alguém mais ficou surpreso com essa atitude? Bom, eu gelei quando soube. Opiniões? Palpites?
Hum... Alysson está encrencada. Que coisa terrível. Culpa dos hormônios. Como vocês acham que vai ficar Scalysson com esse afastamento forçado? Problemas? Vão levar numa boa?
Enfim, gente. Quero saber os palpites de vocês em relação, principalmente, a essas coisa que eu citei. É importante.
Só lembrando: esse capítulo tem POV extra. Será no ponto de vista da nossa diva Alysson Cooper. Eu tentei terminar antes de postar esse capítulo, mas não consegui. Na verdade, eu estou no finalzinho, mas não quis atrasar ainda mais o capítulo. Então, vou postar o link junto com o próximo capítulo, ok? Ok.
Só lembrando²: twitter --> @tdrama_queen
Beijos de amora :*