A filha do diretor escrita por The Drama Queen


Capítulo 35
Capítulo 34


Notas iniciais do capítulo

E depois de duas semanas de ausência, tia Drama Queen está de volta. Primeiro: não me matem, pelo amor do Scott pela Alysson. Hoje vou postar uns 5 ou 6 capítulos. E, olha, tem muita treta pela frente. Então, vou deixar vocês lerem. mais um capítulo quase totalmente Scalysson para vocês. Boa leitura!



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Ficar aqui não foi tão ruim. No início o lance dos meus pais até me incomodou um pouco, não consegui aproveitar direito. Mas quando se está com amigos igual aos que eu tenho e Alysson Cooper do meu lado, não tem como pensar em outra coisa que não seja eles. Não é que eu não tenha pensado nos meus pais durante esse tempo, mas eu não me privei da diversão e tudo mais por causa disso. Não me deixei abater, digamos assim. Alysson foi de extrema importância para que eu conseguisse fazer isso.

O tempo todo eu penso que não, eu não mereço Alysson Cooper. Só de pensar na forma como tudo isso começou, eu tenho certeza de que eu merecia muitas outras surras como aquela que eu levei de Kyle, Ethan e Peter. Eu merecia ser torturado até a morte. Eu sei que eu sempre fui assim. Aliás, essa não foi a primeira aposta envolvendo garotas que eu participei. Já dormi com várias garotas por causa de dinheiro. Não me orgulho nem um pouco disso. Mas essa não é uma coisa que eu consiga fazer com a Alysson. Já disse e repito: Alysson não é como as outras garotas. Quando eu lembro que a envolvi nesse lance todo da aposta, e essa confusão com Peter, eu tenho vontade de me jogar de uma ponte. Mas eu não posso me matar antes de matar Peter e resolver toda essa palhaçada.

E comprovando mais uma vez o que eu acabei de dizer: Alysson Cooper não é como as outras garotas. Se fosse qualquer outra, já teria me dado um fora por eu estar nesse estado. Ela não. Alysson faz de tudo pra levantar o meu astral e, por mais que eu diga que não deveria estar sentindo isso, ela insiste que é normal e que eu não posso simplesmente abandonar essa lembrança, essa saudade, porque eles eram meus pais. Ainda assim, eu não consigo me conformar com esse sentimento.

Com pais mortos ou vivos, essas duas semanas que passaram foram boas. Chloe e Anthony estão bem próximos. Parecem quase namorados, mas não acho que seja algo tão sério. Não tenho conversado com Anthony para saber. Na verdade, acho que não tenho uma conversa decente com ele desde que falei do meu namoro com Alysson. Não me sinto bem falando com ele depois disso. Mesmo que ele esteja com Chloe, não acredito que ele tenha esquecido da Alysson assim, de uma hora para outra. Sinto como se o tivesse traindo, porque, bem, ele a viu primeiro. Não interessa o que ele já me disse, não interessa que a Alysson não queria nada com ele. Me sinto um traidor.

James e Sarah estão ainda mais próximos que Anthony e a prima da Alysson. Acho que eles sim tem alguma coisa mais séria. Os peguei aos beijos algumas vezes, e Sarah não parece o tipo de garota que sai por aí beijando qualquer um. Fico feliz pelos dois. James é um cara legal, apesar de ser meio irritante às vezes. Como no inicio das aulas, quando vivia me chamando de “novato”. E Sarah… Nem preciso falar, não é?! Sarah merece tudo do bom e do melhor que essa vida tem para oferecer. Depois de Ethan e depois do que eu a fiz passar contando da aposta, depois de, mesmo assim, ter me ajudado e apoiado com a Alysson, Sarah Foster merece ser mais do que feliz.

Além da diversão, além de Alysson e além dos meus pais, mais uma coisa ainda perturbou meus pensamentos essa semana: Peter. Eu tenho uma preocupação especial por esse cara. No início do ano, quando intensificamos a aposta na festa de Paris, eu o achava louco por querer que eu invadisse a escola para roubar um mísero gabarito. Hoje, olhando pra trás, eu vejo que eu fui tão ingênuo. Esse tempo todo eu fui uma marionete do Peter e eu não percebi isso. Fico imaginando o que eu teria feito se não tivesse me apaixonado pela Alysson. Coisas terríveis passam pela minha cabeça. Coisa terríveis que eu já fiz, e isso não é nada bom. Saber que sentimentos, inicialmente, indesejáveis, foram o que me impediram de fazer essas coisas, não me conforta nada. Sentimentos são inconstantes e imprevisíveis. Não é seguro ser tão dependente deles como eu sou.

Imagino o que tia Sally e tio Paul diriam se descobrissem metade do que eu fiz no passado. Garanto que, assim como os meus pais, eles não ficariam nada orgulhosos. E se soubessem no que eu estou envolvido agora… Nem preciso falar, não é?! Bom, eu mesmo não me orgulho mais das minhas atitudes, não quero nem mais pensar no que meus tios, que agora também são como meus pais, fariam se descobrissem isso. Imaginar a cara de decepção deles… Decepcioná-los é a última coisa que eu quero.

Mudando drasticamente de assunto. Decidi hoje que iria parar com essa coisa de traidor e iria falar com Anthony numa boa. Pra ser sincero, eu decidi isso agora, e ainda não estou muito certo, mas talvez eu consiga. Quem sabe? O futuro é incerto. Mas eu acredito que eu vou conseguir. Quero dizer, é só mais uma conversa com outras milhares que já tivemos.

A quem eu quero enganar? Eu estou morrendo de medo de ele me ignorar, me dar um fora, ou simplesmente virar a cara e sair andando. Tenho medo de perder Anthony como eu já perdi uma vez. E perdê-lo de novo, pelo mesmo motivo ainda por cima, seria ruim demais. Eu não sei se aguentaria.

Estamos na praia agora. Os casais todos separados uns dos outros, em cantos afastados. Esperei até que a coragem me atingisse em cheio, para que eu pudesse levantar e ir até Anthony e Chloe. Alysson e eu estávamos só abraçados mesmo. Sem conversa, sem beijos. Nada. Então, ela não se importou de ser deixada sozinha um pouco.

– Chloe, posso falar com o Anthony a sós um segundo? - perguntei assim que me aproximei.

Ouvi dizer em algum lugar, que quando temos coragem ou motivação pra fazer algo que você tem medo ou não quer fazer, essa coragem e esse motivação duram apenas 15 segundos. Depois elas perdem a força e você volta a ter medo ou a não querer fazer. Eu usei esses 15 segundos para falar com Chloe. Depois disso, eu sabia que não teria mais volta. Eu teria que falar com ele. Eu tenho que falar com ele.

– E algum problema sério? - Anthony perguntou, me tirando de um pequeno transe. Só então percebi que Chloe já não estava aqui, e sim com Alysson.

– Não. Acho que não - respondi. - Espero que não.

Me sentei ao seu lado na areia e encarei um ponto distante na direção do mar, assim como Anthony. Queria saber como começar essa conversa. Mas tenho certeza de que não existe um jeito certo de iniciar conversas desse tipo.

– Tem alguma coisa estranha entre a gente? - eu disse do nada.

– Não sei. Tem?

– Eu espero que não.

– Eu também - ele disse, ainda sem me olhar e eu sem olhá-lo.

– Não gosto de ficar assim com você. Principalmente por causa de uma garota.

– Não é qualquer garota - ele rebateu.

– Eu sei.

– Mas tudo bem, Scott. Eu reconheço quando perco. Já falamos sobre isso. Ela quer você, você gosta dela. Não quero interferir nisso. E eu estou com a Chloe agora. Não é nada sério, mas é alguma coisa - disse tudo de uma vez, sem respirar. Me assustei um pouco, mas tudo bem. Pelo menos não estamos brigando. Já é alguma coisa. - Vamos deixar as coisas como estão, tudo bem? - Assenti.

– Mas eu quero que as coisas voltem a ser como antes em relação a nós - eu disse, olhando para ele pela primeira vez desde que me sentei. - Você é meu irmão, Anthony. Irmãos brigam, mas não ficam brigados. - Foi a vez dele assentir, ainda sem olhar na minha direção. Parece que suas pernas são mais interessantes.

– Você está certo, cara. Sei que você precisa de mim pra viver, de qualquer forma. - Soltei uma breve risada de deboche, mas de felicidade ao mesmo tempo.

É bom ter Anthony de volta.

– Nós não vamos nos abraçar igual aquelas garotas de filmes adolescentes, vamos? - ele perguntou.

– Não. Não vamos - respondi sério. - Um cumprimento basta. - Ele concordou. Fizemos um cumprimento de mãos e sorrimos.

Dei dois tapas no seu ombro antes de levantar e ir de encontro a Alysson. Essa estava conversando com Chloe. Ambas pararam de falar quando eu cheguei. Odeio quando as garotas fazem isso.

Sorri para Chloe, que retribuiu e voltou para o seu lugar ao lado de Anthony sem dizer uma única palavra.

– Sobre o que vocês estavam falando? - perguntei me sentando ao lado de Alysson.

– Nada importante - respondeu simplesmente. - O que você foi falar com Anthony?

– Nada importante - repeti sua resposta.

– Você é um idiota, sabia?

– Sabia - afirmei. - Fui resolver as coisas com ele - respondi finalmente.

– Ah. Eu tinha percebido que vocês andavam meio afastados. Espero que não tenha sido nada sério.

– Não era.

Pobre Alysson. Mal sabe que o motivo é ela.

– Está tudo certo entre vocês agora? - perguntou.

– Espero que sim.

– Não tem certeza?

– Tenho. Mas sei lá. - Ela revirou os olhos. - Já vai começar com isso?

– Isso o que?

– Ficar revirando os olhos.

– Deixa de ser chato! - exigiu.

– Para de revirar os olhos toda hora - ordenei, no mesmo tom que ela.

– É uma mania minha! Não vou parar. Se quiser ficar comigo, vai ter que respeitar minhas manias.

– Alysson Cooper, você sabe como ser irritantemente convincente.

– É um dom.

– Uhum… - murmurei.

Ficamos em silêncio por um bom tempo. Um silêncio um pouco incômodo, na verdade. Então, eu resolvi tirar uma dúvida que me ronda há um tempo.

– Por que sua mãe quase nunca está em casa?

– Porque é ela que cuida da empresa da família.

– Empresa da família?

– Herança do meu avô - explicou. - Acontece que meu pai sempre amou ensinar e tal. Então ele acabou fundando o Colégio Wenderouth e ficou como diretor. Mas ele não podia simplesmente abandonar a empresa. Como minha mãe era a única disponível, ela virou a mulher de negócio da família.

– Ah! - Foi tudo o que eu disse. Não era nada realmente sério. Eu pensei mil e uma besteiras. Mas é tudo por causa do trabalho.

Diretor Cooper é louco! Como ele deixa uma empresa na mão de uma mulher?

Ok, chegar de machismo por hoje, não é?!

Tenho que parar com essas coisas.

– Sabe - comecei -, quando eu te convidei para vir pra minha casa de praia, eu nos imaginei numa daquelas cenas de filmes.

– Qual cena? - Alysson perguntou.

– Aquela em que a garota sai correndo e o namorado ou sei lá o que, corre atrás dela. Aí ele a alcança e os dois caem na areia, e então, se beijam. Daí alguém grita “arrumem um quarto!”.

– Ah, essa cena. Isso não vai acontecer - disse sem emoção na voz.

– Por que não?

– Porque não somos o casal principal de um desses filmes, ou livros, clichês. Estamos na vida real, Scott.

– A gente podia fingir. - Alysson fez uma careta. - Vamos lá, Aly. É mais uma lembrança para pensarmos na hora do banho. - Uma expressão de dúvida tomou conta do seu rosto.

– Como é?

– Nada não - respondi apressadamente. - Mas vamos fazer?

– Não quero levantar da areia - murmurou.

– Deixa de ser preguiçosa, Alysson!

Ela bufou e revirou os olhos. Uma reação bem comum.

– Não acredito que vou fazer isso - murmurou mais uma vez, enquanto se levantava.

– Não fica com essa cara - eu disse. - Você tem que parecer feliz, se não, não vai ser uma boa lembrança.

– Tudo bem, tudo bem - respondeu e deu um sorriso forçado.

– Ah, Aly. O que eu faço com você? - Ela deu de ombros.

Sem aviso prévio, comecei a fazer cócegas nela, que caiu na areia garalhando e se debatendo, enquanto tentava gritar para que eu parasse. Parei um tempo depois, para que ela pudesse respirar. Eu fiquei sentado em cima de suas pernas e com o meu tronco apoiado tronco apoiado pelos meus braços, que estão um de cada lado do seu corpo. Aproximei meu rosto do dela, como se fosse beijá-la, até que ela envolveu minha nuca com suas mãos pequenas.

– Beijo só depois que a senhorita correr, Alysson Cooper - sussurrei.

Me levantei e segurei sua mão, a puxando para cima. Ela ficou parada me encarando.

– Já pode correr - avisei.

Ela bufou, mas com um sorriso no rosto dessa vez, e saiu correndo. Dei alguns segundo de vantagem a ela, então comecei a correr. É claro que não demorei a alcançá-la, mas dei algumas paradas só para isso durar mais. Alysson olhou para trás algumas vezes, percebi que ela estavam gargalhando.

Eu sei que essa pode ser uma coisa muito ridícula, mas eu achei que seria legal mesmo que fosse forçado.

Decidi alcançá-la logo e ir para a melhor parte. Agarrei-a por trás e rodei com ela nos meus braços algumas vezes, então coloquei-a na areia e lhe fiz cócegas, até que ela caísse no chão.

– Já posso te beijar? - ela perguntou.

– Você pode tudo, Alysson Cooper - respondi antes de sentí-la selar nossos lábios.

Um beijo calmo, muito calmo. Mas eu não me atrevi a mudar isso como no nosso primeiro beijo.

– Ah, se o diretor chega aqui agora! - ouvi uma voz feminina gritar ao longe.

– Que isso, Scott?! Está corrompendo a Alysson? - outra voz gritou, essa eu identifiquei como a de James.

– Não foram as frases que eu imaginei - sussurrei para Alysson.

– Scott.

– Hum?

– Cala a boca e me beija!


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Notas finais do capítulo

É o seguinte, esse capítulo não tem POV extra. Os próximos capítulos, não todos, mas alguns deles, tem POV extra, só que eu não tive tempo de escrever. Então, vou tentar acabar tudo hoje e posto no fim do dia, ok? Mas, como sempre, não prometo nada. Os capítulos que tem POV extra são: 35, 37, 38 e 39.
Comentem o que acharam da cena cichê de Scalysson e da reconciliação do Scott com o Anthony.
Ah, esse capítulo está tão chatinho comparado aos próximos kkk Ai, ai...
Quase esqueci de avisar: estou no twitter. Lá eu vou dizer sempre que tiver capítulo novo postado, maratonas e postagem nova no blog, além de algumas frases das histórias. Segue lá: @tdrama_queen
Beijos de amora :*