A filha do diretor escrita por The Drama Queen


Capítulo 20
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Hoje é que dia? Segunda-feira! Não atrasei o capítulo. Aaaeehhh Enfim, queridas amoras, eu tentei postar antes, mas eu estou com um problema na vista e não consegui escrever direito esse fim de semana. Mas estou melhorando.
Vou deixar vocês descobrirem quem o Scott encontrou haha Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/490814/chapter/20

– Peter? - ele se virou para mim com um sorriso maléfico no rosto.

– Scott! - exclamou com uma satisfação evidente na voz - Você demorou. Cheguei a pensar que não vinha mais.

– O que você fez com a Alysson? Onde ela está? - nervoso, furioso, surpreso, preocupado… Estou sentindo tudo ao mesmo tempo.

– A Aly está… ocupada. - respondeu. Uma vontade de socá-lo invadiu meu corpo.

– Se você fizer alguma coisa a ela…

– Eu acho - me interrompeu - que você se preocupa demais com a Alysson. Devia começar a se preocupar com você.

– Eu sei me defender, obrigado.

– Ah, Scott. Eu disse que iria te provar que não é invencível. - como se fosse ensaiado, Kyle e Ethan apareceram e me cercaram.

– Isso é sério? - perguntei.

– O que foi? Está com medo, Scott? Sabe que a vingança vai doer mais do que o que você fez comigo. - era Kyle que falava.

– Tudo bem, só pra esclarecer. - eu disse - Peter está aqui por causa da aposta, Kyle está aqui porque apanhou feio de mim… Ethan?

– Eu só não vou com a sua cara. - disse dando de ombros.

– Então, você nem me conhece e, só porque não vai com a minha cara, aceita participar disso? Interessante a forma como o cérebro humano está regredindo.

– Agora chega! - exclamou Peter - Isso aqui não é um filme. Aqui nós não ficamos de conversinha, não. Vamos direto ao assunto! - Kyle e Ethan seguraram cada um um braço meu. - Vamos começar a brincadeira.

Peter começou a socar meu estômago. Eu soltava urros de dor, não me permiti gritar. Não quero dar esse gostinho a eles. Num primeiro momento, até tentei me soltar dos braços deles, sem sucesso. A dor aumentava cada vez mais. Já sem aguentar, curvei meu tronco o máximo que pude, sendo sustentado pelos dois jumentos. Peter segurou meu cabelo e o puxou, fazendo-me erguer a cabeça e o olhar. Ele tinha um sorriso no rosto.

– Assim que eu gosto. Vulnerável.

Soltei uma risada fraca.

– Qual é a graça? - Peter perguntou.

– Vocês precisam ser 3 pra conseguir me bater. E, mesmo assim, ainda não estou sangrando. - respondo, meio sem fôlego devido a dor, mas ainda com o sorriso no rosto.

Peter dá um soco na minha boca. Sinto gosto de sangue, mas não dou importância. Começo a rir.

– Chama isso de soco? - perguntei - Isso é um insulto a mim. Kyle sabe bem disso. Já recebeu um soco de verdade, não é?! - olhei para ele pelo canto do olho - Como foi a sensação de ser deixado no chão? - perguntei. Sei que o que estou fazendo é idiota, mas não consigo controlar as palavras que digo nesse momento. É como se eu não tivesse mais controle sobre a minha própria boca.

– Agora já chega. - Senti Kyle soltar meu braço direito, entrando no meu campo de visão em seguida. Abri um sorriso debochado para ele, que respondeu com um soco no meu rosto.

– Isso! - gritei - Era disso que eu estava falando. Devia ter umas aulinhas com ele, Peter. - meu lado direito, sem apoio, ficou caído no chão, de modo que eu ficasse ajoelhado.

Kyle deu mais uns dois socos em meu rosto até eu cair no chão. Tentei levantar sustentando o corpo com o braço, mas meu estômago doía muito.

– Levanta! - Kyle gritou. Logo senti duas mãos me segurarem e me levantarem. Kyle começou a socar meu estômago. Os socos de Peter podem ter doído, mas Kyle está fazendo um estrago muito maior. Já começo a ver pontinhos pretos invadirem minha visão - Onde estão as piadas, Scott? - meu deu um soco no olho esquerdo - Hein? - um na boca - Cadê o deboche? - outro no olho - Onde foi parar o sorriso? - ergui a cabeça sem força e sorri para ele. Meus dentes, provavelmente, cobertos de sangue. Percebi que meus olhos estavam inchados e minha cabeça pesada, meu corpo só não está estendido no chão porque estou sendo sustentado por Ethan e Peter. Sei que não vou permanecer consciente se apanhar mais, e também sei que é exatamente isso que vai acontecer. - Você está ferrado, Scott! - declarou Kyle.

A última coisa que vi, foi o punho cerrado de Kyle vindo em direção ao meu rosto. Senti seu punho em contato bruto com o rosto. Logo meu corpo caiu como um peso morto no chão. Uma forte pancada na cabeça e...

Abri levemente os olhos, tentando me adaptar a luz, mesmo que seja quase nula. Vejo uma silhueta se aproximar a passos apressados. Solto um gemido fraco devido a dor e a falta de força para formar uma frase que faça sentido. Minha cabeça parece que vai explodir a qualquer momento, meu estômago parece que foi esfaqueado milhões de vezes. Sinto como se tivesse tido o meu corpo espremido, amaçado, triturado…

– Scott… - ouço uma voz dizer, mas ela soa tão distante. Não consigo identificar o dono da voz.

Vejo um rosto embaçado próximo ao meu e fico inconsciente novamente.

Acordo com meu rosto ardendo. Faço uma expressão de dor, o que só fez com que tudo doesse mais. Senti alguém passar algo no meu rosto novamente e abri os olhos lentamente, me adaptando com a luz do ambiente. Pisquei algumas vezes antes de minha visão ganhar foco.

– Alysson. - consegui pronunciar. Minha voz soando mais fraca e rouca do que quando eu acordo.

– Ei! - ela sorriu pra mim - Finalmente acordou. - ela falava baixou, quase num sussurro. A agradeço mentalmente por isso, porque minha cabeça está doendo horrores - Fiquei preocupada. Todos ficaram. - sorri fracamente - Como você está?

– Água. - pedi.

– Como? - perguntou confusa.

– Preciso de água. - pigarreei.

– Ah, sim. Claro. - me estendeu uma garrafa d’água que estava na mesa ao lado da cama. Me sentei com dificuldade e tomei metade da garrafa. Qualquer movimento me fazia estremecer de dor.

– Estou com muita dor. - respondi finalmente a sua pergunta, apertando fortemente os olhos.

– Imagino. - ela disse com uma expressão de pena.

– Por quanto tempo eu fiquei fora do ar? - perguntei enquanto me ajeitava. Pude ver o céu escuro através da janela aberta.

– Quase 24h desde que eu te encontrei. - arregalei os olhos.

– 24h? - ela assentiu.

– Preferimos não falar com a diretora, nem com os professores. Decidimos esperar para ver se você acordava. Não queríamos que você saísse prejudicado, nem nada.

– Ah, foi melhor assim. Obrigado. - ela sorriu.

– Eu fiz uns curativos enquanto você dormia.

– Obrigado mais uma vez. - ela riu.

– Para com isso. - disse ainda rindo.

– Isso o que? - perguntei tentando entender o que ela quis dizer.

– De agradecer.

– Ah… Só estava sendo educado. Mas tudo bem. - ela riu mais uma vez.

– Vou buscar alguma coisa para fazer comer. Deve estar morrendo de fome. - eu assenti - E depois, se quiser, pode me contar o que aconteceu. Ou o que você lembra que aconteceu. - assenti mais uma vez. Ela me olhou por um tempo - Vou ajeitar seu travesseiro. - avisou se aproximando.

Não, eu não aguento tê-la assim tão perto. Ela está fazendo isso de propósito! Passou o braço por mim para alcançar um travesseiro, se aproximou mais e começou a ajeitar o mesmo atrás da minha cabeça.

– Para de me olhar assim. - ela sussurrou e eu percebi que ela estava levemente corada. Eu abri um sorriso.

– Assim como?

– Você sabe. Como se… - antes que ela pudesse completar a frase, a puxei para um beijo. Lábios macios e quentes do jeito que eu me lembro. O beijo estava calmo e eu não me atrevi a mudar isso. Alysson não protestou em nenhum momento. Seguimos o beijo assim, até ouvirmos alguém pigarrear. Alysson deu um pulo e separou nossos lábios rapidamente.

– Os pombinhos vão jantar ou tem algo melhor para fazer? - Sarah estava na porta do meu quarto, nos observando com um sorriso divertido no rosto. Eu sorri para ela, que piscou para mim em resposta, sem que a Alysson visse. Alysson por sua vez, corou mais ainda. É a segunda vez que eu a vejo corar desde que a conheci.

Fica tão fofa corada, penso.

Scott, pare de pensar asneiras. Ela é só uma aposta. Só isso.

Certo. Só uma aposta.

– Eu vou. - Alysson disse rapidamente, levantando-se da cama. Parou na porta do quarto e me olhou - Já trago a sua comida. - e saiu.

Sarah, que ainda estava parada na porta, entrou de vez no quarto e sentou-se na cama ao meu lado, rindo.

– Eu estou ficando louca, ou Alysson Cooper estava corada? - ela perguntou, me fazendo rir.

– Bom, se você está louca, compartilhamos da mesma loucura.

– Olha, eu não sei o que você está fazendo com ela, mas continua, por favor.

– Na verdade, nem eu sei o que fiz. Só… aconteceu. Na verdade, o primeiro beijo foi por iniciativa dela. - então, ela é que está fazendo alguma coisa comigo, completei mentalmente. Ela assentiu.

– De qualquer forma, aproveite isso. Dessa vez você conquista essa garota e faz ela criar juízo. - fizemos silêncio por um tempo - E com você está?

– Melhor, eu acho. Quer dizer, tudo dói muito ainda. É quase insuportável. E o “quase” faz bastante diferença na frase.

– Quem fez isso com você? - ela perguntou seriamente.

Essa é uma boa pergunta., penso, Quem fez isso comigo?

Começo a tentar “puxar” lembranças dos últimos momentos que estive consciente. Três pessoas. Não consigo identificá-las de primeira. Dois me seguravam enquanto um outro me dava socos e chutes. Minha cabeça começou a doer. Apertei os olhos, e pus a mão na cabeça devido a dor.

– Scott, você está bem? Scott, me responde, pelo amor de Deus! - Sarah disse desesperada. A dor foi se dissipando.

– Tudo bem, tudo bem. Foi só dor de cabeça.

– Muito forte, por sinal. - assenti. A dor se foi, mas deixou vestígios. E meu corpo ainda doía bastante, a ponto de não conseguir me mexer direito.

– Está tudo bem? O que aconteceu? - era Alysson entrando no quarto.

– Foi só uma dor de cabeça. - lhe assegurei.

– Tudo bem. - ela depositou uma bandeja com dois pratos de comida e dois copos de suco. - Já jantou, Sarah?

– Não. Na verdade não. Vou jantar no segundo horário.

– Por que? - perguntei.

– Foi um… convite.

– De quem? - tornei a perguntar.

– Perguntas demais, Scott. - Sarah disse - Eu já vou indo. Qualquer coisa me chamem, está bem? - assenti, e ela saiu do quarto.

– Tem certeza de que está bem? - Alysson perguntou. Revirei os olhos por causa de sua preocupação exagerada.

– Sim, tenho. - soltei uma risada.

– Vai comer agora ou…

– Está brincando? Passa essa comida pra cá. - eu disse fazendo-a rir. - Vai me dar na boca? - ela franziu a testa.

– Está brincando, certo?

– Claro que estou, Alysson Cooper. Mas se você quiser, nada te impede.

– Scott, cala a boca e come. - ordenou e assim eu fiz.

Comemos em silêncio. Quando ambos terminamos, Alysson foi logo levar a louça suja para o “refeitório”. Quando voltou, sentou-se na beira da cama novamente.

– Quer me contar o que aconteceu? - assenti.

– Três caras… - falei, mas uma lembrança me atingiu, me causando mais dor, não tão forte dessa vez, e interrompendo minha frase.

– Peter? - ele se virou para mim com um sorriso maléfico no rosto.

– Scott!

– … Devia começar a se preocupar com você.

– Ah, Scott. Eu disse que iria te provar que não é invencível.

– Tudo bem, só pra esclarecer. Peter está aqui por causa da aposta, Kyle está aqui porque apanhou feio de mim… Ethan?

– Assim que eu gosto. Vulnerável.

– Vocês precisam ser 3 para conseguir me bater…

– Chama isso de soco?... Kyle sabe bem disso... Como foi a sensação de ser deixado no chão?

– Agora já chega!

– Você está ferrado, Scott

– Peter.. - sussurrei.

– Peter? - Alysson perguntou

– E Kyle e Ethan. - completei.

– Kyle também? - ela arregalou os olhos. Assenti - Eu não me surpreendo com o Peter, porque, bem… Mas Kyle e Ethan. Tem certeza? - Assenti novamente. Minha cabeça ainda doía. - Sinto muito por isso, Scott.

Fiquei de cama ainda uns 4 dias. Preferi que não falassem nada do que aconteceu para ninguém. Não sei se eles acreditariam que eu sou totalmente inocente na história. Afinal, ninguém bate em ninguém sem motivo, não é?! Enfim, Alysson e Sarah inventaram uma desculpa qualquer para que eu não fizesse as atividades (disseram que eu estava doente, ou algo assim), logo, Alysson também foi dispensada das atividades para cuidar de mim. Eu não achei má ideia, mas Alysson não se agradou tanto quanto eu. Acho que ficar sozinha comigo a deixa nervosa. Ótimo! Bom saber que eu tenho esse efeito sobre ela.

Todo mundo vem me fazer uma “visita” quase todo dia. E com todo mundo eu quero dizer Anthony, James, Zac, Ross, Sarah e Lilyan. Sim, Lilyan. Foi até meio estranho quando ela veio. Alysson não estava no momento. Aliás, ninguém estava no momento. Ficamos sozinhos. Clima estranho, conversa estranha com uma pessoa estranha. Situação completamente estranha.

*Flashback on*

Estou aqui esperando Alysson voltar com o almoço há quase 30min. Estou começando a ficar preocupado. Mas não posso fazer muito, mesmo já conseguindo me levantar da cama, não sei se conseguiria andar o longo caminho até o “refeitório” sem sentir falta de ar e coisas assim. Ainda me sinto maldisposto, devo confessar. Estava quase ligando para o seu celular quando a porta se abriu.

– Finalmente! Eu estava ficando… Lilyan? - disse ao ver quem está na porta.

– Não sabia que meu nome era um adjetivo.

– A simpatia em pessoa, como sempre. - ironizei.

– Melhor do que agir com falsa simpatia. - disse dando de ombros.

– Tudo bem. E o que você quer? - perguntei tentando encurtar a conversa.

– Quero que você fique com a Alysson. - Ok. Talvez ela tenha ido direto demais ao assunto.

– Como é?

– Você é surdo por acaso?

– Não, mas você não tem o direito de…

– Ah, cala essa boca, Scott. - me espantei com as palavras dela - Sei que você gosta dela, todo mundo sabe. E ela também gosta de você. Só que o Kyle fica no meio do caminho. E, por mais que eu não goste de você, o Kyle consegue ser ainda mais desprezível. Então, se é para escolher entre o ruim e o pior, eu prefiro que ela fique com você.

– Muito obrigado pelo elogio. Me sinto lisonjeado.

– Tanto faz. - rebateu - Agora, escute bem, se ela derramar uma mísera lágrima sequer por sua causa… Ah, Scott Miller, você está ferrado!

– Você ainda acha que eu seria capaz de machucar a Aly?

– Eu não achava que o Peter fosse capaz de machucá-la. E olha no que deu. Só estou avisando, Scott. Estou de olho em você. - e saiu antes que eu pudesse responder.

*Flashback off*

É. Podemos dizer que a Lilyan é o tipo de amiga super protetora. Preciso tomar cuidado com ela porque, embora eu diga e realmente não queira machucar a Alysson, é isso que eu planejo fazer. Não vamos esquecer que ela é apenas uma aposta. Quando eu conseguir cumprir minha parte, eu vou deixá-la. E isso vai magoá-la, eu sei. Mas eu não me importo com isso… ou não deveria me importar. De qualquer forma, não sei se tenho um plano e se estou o seguindo, mas está funcionando: Alysson pediu um tempo ao Kyle. Tudo bem, eles não terminaram, mas é um progresso.

*Flashback on*

– Aconteceu alguma coisa? - perguntei a Alysson. Na verdade, eu sei que aconteceu alguma coisa, e faço uma vaga ideia do que seja. Ouvi gritos vindos da parte de trás da cabana mais cedo.

– Não. Está tudo bem. - mentiu. Ela nem olha nos meus. Não sabe disfarçar.

– Alysson. - ela finalmente me olhou - O que aconteceu? - ela suspirou, mas respondeu.

– Briguei com o Kyle.

– Isso não é novidade.

– Pedi um tempo.

– O que? - quase gritei, mas estava com um sorriso no rosto.

– Pedi um tempo. - repetiu - E pare de rir! - ordenou, mas ela mesma não estava conseguindo segurar o riso.

– Paro de rir quando você parar. - informei ainda rindo.

– Pronto. - ela respirou fundo e parou de rir, mas ainda tinha um sorriso no rosto.

– Você está mais feliz sem ele. - garanti.

– Talvez. - desviou os olhos.

*Flashback off*

Alysson Cooper está cedendo. Ah, sim. Agora sim estou vendo resultados. Esse acampamento não foi uma total perda de tempo afinal. Talvez nada do que eu fiz até agora tenha sido uma perda de tempo.

Quatro dias passaram bem depressa. As dores diminuíram. Não estou cem por cento, ainda tenho alguns ferimentos abertos, mas estou bem melhor. Alysson ajudou muito, de verdade. Foi bastante cuidadosa e paciente. Ainda não tinha conhecido essa lado dela, o carinhoso e meigo.

Penúltimo dia de acampamento. Nossa, não parece que ficamos aqui durante um mês, e sim durante um ano! Muita coisa aconteceu aqui. Não quero nem imaginar as confusões que isso vai causar quando voltarmos para escola. Enfim, temos esses dois últimos dias livres. Não que isso faça diferença para mim, já que passei os últimos cinco dias sem fazer atividade. De qualquer maneira, vou participar da fogueira de hoje. E parece que o pessoal está preparando um jogo de verdade ou consequência para mais tarde.

Depois de jantar (no refeitório pela primeira vez desde o “acidente”), fui me preparar para retomar meu posto de cantor oficial da fogueira. Peguei meu violão, que já estava ficando com teias de aranha por falta de uso, e fui para o local onde todos já estavam reunidos a minha espera.

– Bem-vindo de volta! - alguém gritou. Eu sorri em resposta, mesmo não sabendo quem é o dono da voz.

– Cara, que bom que você voltou. Não sei se eu ia aguentar ouvir o Lucca cantando de novo. - um moreno disse provocando risadas. Lucca não pareceu chateado com o comentário.

– O que vai ser hoje, Scott? - perguntaram. O que vai ser hoje? Procurei Alysson com o olhar. Quando nossos olhares se cruzaram, sorri pra ela e comecei a tocar a melodia de Close your eyes - Michael Bublé. A música do nosso primeiro beijo. Até agora, uma coisa que só eu e ela sabemos.

Quando a música acabou, aplaudiram, e então começaram os pedidos. Toquei mais umas 5 músicas até que resolveram começar o jogo. Algumas (várias) pessoas saíram, sendo a maioria meninas. Muitos reclamaram, mas eu acho melhor assim. Não sabe brincar, não brinque. Enfim, conseguiram uma garrafa e giraram. A maioria escolhia consequência. No início estavam sendo bem bonzinhos, as consequências e as perguntas eram bem leves, até que resolvemos acabar com a verdade. A partir daquele momento, só se podia escolher consequência. E aí as coisas começaram a ficar interessantes. As prendas começaram a ficar mais maldosas do tipo urinar na porta da diretora, nadar de roupa íntima no lago (acabou que o lago era mais fundo do que pensávamos e o cidadão quase se afogou. Mas todos ficaram bem no fim). E também tinham os beijos, claro. James teve beijar Leah, que por acaso é a atual dupla dele. Lucca beijou Suzan. Anthony beijou uma tal de Alexa, ruiva de olhos verdes. Nada mal. Lilyan também estava no jogo, por incrível que pareça, então James, como um bom amigo, a desafiou a beijar o Zac. E, como a notícia de que está solteira já se espalhou e o pessoal não podia deixar de se divertir com a situação, Alysson teve que beijar Peter. Se ela tentou resistir? Sim. Mas é um jogo. Quando ela decidiu brincar sabia das consequências. Mas tenho certeza de que foi o pior beijo da sua vida. E, claro que eu não ficaria de fora. Beijei umas 7 garotas. Ella, Suzan (repetir a dose é sempre bom), Megan, Paris e outras que eu não lembro o nome.

E assim terminou a noite. Só não foi melhor (e mais vergonhoso) porque não tinha bebida alcoólica.

Nossas últimas 24h aqui e, adivinhem, resolveram liberar a piscina! De manhã cedo já estava todo mundo lá. Claro, não tinha só uma piscina. Tem 3 e são enormes. Hoje a noite não teríamos uma fogueira normal. Teríamos uma festa de despedida. Sim, festa! Nem sei quanto tempo faz que eu não vou em uma festa. A única coisa que eu vai estragar a alegria da festa é o fato de não ter bebidas

O dia passou rápido. Foi basicamente todo mundo na piscina o dia inteiro nadando e fazendo jogos aquáticos, meninas pegando sol, fazendo uma ou duas pausas para comer. Todos aproveitaram ao máximo. Menos Paris. É, eu não a vi o dia inteiro.

De qualquer forma, já está de noite. De acordo com o que a diretora Brith disse, essa festa, embora seja informal, era do tipo em que os meninos convidam as meninas. Não me julguem, mas eu odeio esse tipo de coisa. Então, não convidei ninguém, nem mesmo a Alysson. Não que eu tenha medo de ser rejeitado ou coisa assim (é óbvio que ninguém me rejeitaria). Eu simplesmente não gosto. Enfim, estou acabando de me vestir. Já estou com a calça jeans e o tênis. Só falta a blusa preta. Alysson, pelo que ela me disse, está terminando a maquiagem, depois vai calçar as sandálias, e então poderemos ir. Não, nós não vamos juntos. Só vamos sair ao mesmo tempo e fazer companhia um ao outra até o local da festa, já nenhum dos dois tem par.

Me sentei no sofá, ainda sem a blusa, para esperar Alysson. Alguns minutos depois, ela surgiu na sala e...Ai meu Deus, ela está incrível! Está usando um vestido tomara que caia preto, justo na parte cima, uma fita cinza logo abaixo do peito, e rodado até o meio da coxa (por falar em coxa, que pernas...). Nos pés, usa uma sapatilha preta simples, já que estamos num acampamento cujo chão é terra.

– Nada mal, Cooper. - eu disse quando consegui parar de babar.

– Isso foi um elogio?

– Pode crer que foi. - respondi.

Ficamos nos encarando por um tempo. Se eu quero beijá-la? É claro que sim. E isso deve estar escrito na minha testa. Mas quando eu penso eu dar um passo em sua direção, alguém bate na porta. Maldito seja!

– Eu atendo. - Alysson disse - Kyle? - Ah, claro. Tinha que ser.

– Oi, Aly. - disse com uma voz mansa, acompanhada por um pequeno sorriso. - Scott. - me cumprimentou, o que eu achei estranho, mas vamos ignorar.

– Kyle. - respondi no mesmo tom.

– O que vocês quer? - Alysson perguntou rudemente.

– Eu… - pigarreou - queria saber se você quer ser o meu par na festa. - Não sei o porquê, mas meu subconsciente começou a gritar para que ela recusasse.

– Me desculpe, Kyle, mas não vai dar.

– Alysson, por favor. Me dá mais uma chance.

– Kyle, eu…

– Vamos esquecer de tudo só por essa noite. - ela não respondeu - Aly, por favor. - ele está… implorando?

Alysson continuou calada por um bom tempo. Temi que ela cedesse e aceitasse.

– Me desculpe, Kyle, mas realmente não dá. - ela mantém a expressão dura e imutável.

– Alysson, vamos lá. Eu sei que você não tem um par. Você não quer ir pra festa sozinha, não é?! Não podendo ir comigo.

– Quem disse que eu vou sozinha? - fez uma pausa - Eu vou com o Scott. - e bateu a porta antes que ele pudesse dizer alguma coisa.

Acho que acabei de ser convidado para a festa.

– Pensei que quem convidava eram os meninos. - comentei depois de um tempo.

– Veste logo essa camisa. - ordenou ignorando meu comentário.

– Por que? Não gosta do que vê? - percebi que ela começou a corar e eu, a rir. Alysson anda corando muito. Gostei disso.

– Bom, eu já estou indo. - ela disse, novamente ignorando o que eu disse - Você vem ou prefere ficar se exibindo para as paredes? - continua tendo as respostas na ponta da língua. Sorri e peguei a blusa, vestindo-a em seguida.

Saímos da cabana em silêncio, caminhando lado a lado. Passamos pelo lago, que também está decorado com luzes. Uma decoração simples, mas muito bonita. Andamos em silêncio até a quadra de vôlei, onde seria a festa. A música já está alta, as pessoas estão dançando… Penso que, se fosse uma festa na casa de um desses alunos, já estariam todos bêbados. Segurei a mão de Alysson, sem me importar com sua reação, e entrei no meio na multidão.

– Quer beber alguma coisa? - perguntei a Alysson, que assentiu.

Fomos para a mesa onde estão as bebidas e servi uma coca para nós dois. Percebi que Alysson estava estranha.

– Você está bem? - negou com a cabeça.

Peguei novamente em sua mão e a puxei para fora da quadra. Quando já estávamos distante do volume, resolvi quebrar o silêncio, mas ela foi mais rápida:

– Muita gente. - explicou - Não gosto de multidão.

– Tudo bem. Quer voltar pra casa?

– Não, não. Tudo bem. Só vou… ficar aqui um pouco. Pode entrar se quiser.

– Nada disso. Sou seu par. Vou ficar com você. - ela sorriu ao ouvir minhas palavras.

– Obrigada.

– Não tem o que agradecer.

Silêncio… de novo.

– Como estão as coisas com o Kyle? - perguntei.

– Na mesma. Só que agora ele está me perturbando pra voltar.

– E você não quer?

– Sinceramente, eu não sei.

– Hum… - murmurei. E o assunto acabou ali. - Está com frio? - questionei, depois de vê-la esfregar os braços.

– Um pouco. - Eu não tenho um casaco. Por que raios eu não tenho um casaco?

– Quer ir buscar um casaco? Eu vou com você. - ofereci. Ela sorriu em resposta, e nós começamos a andar em direção às cabanas.

No caminho, vimos Paris e Ethan em frente a uma cabana qualquer conversando. Sim, eles não estavam se esfregando um no outro, estavam tendo uma conversa tranquila, mas, pela expressão facial de Paris, nada agradável. Ela está sentada na escada da varanda da cabana, e Ethan está em pé.

– Desde quando eles conversam? - Alysson perguntou. Não respondi - Achei que esse era um tipo de atividade muito avançada para a capacidade mental deles. - não pude deixar de rir desse comentário.

– Alysson Cooper, você tem cara de anjinho, mas é bem malvada.

Entramos na cabana e Alysson foi direto para o quarto. Eu fiquei parado na porta esperando que ela voltasse. Não demorou muito estávamos no lago novamente. Uma música lenta começou a tocar na festa. Mesmo que longe da quadra, é possível ouvir com clareza as músicas que são tocadas lá. Reconheci a música de imediato.

Era a favorita da minha mãe.

– Ela tinha muito bom gosto. - ouvi Alysson dizer. E só então eu percebi que tinha dito aquilo alto.

– É. - sorri - Quando eu era pequeno, ela costumava dançar essa música comigo. - vi Alysson sorrir docemente.

Ela aproximou-se mais de mim e segurou minhas mãos, pondo-as em sua cintura em seguida. A segurei mais firmemente e a puxei para mim, acabando com o espaço entre nós. Alysson por sua vez, envolveu minha nuca com suas mãos. Quando vi, já estávamos dançando.

– Sabe, Alysson. - eu comecei - Eu realmente acho que você não deveria voltar para o Kyle. Não peça tempo, termine de uma vez. Ela não faz bem pra você. - ela sorriu.

– Não vamos falar disso agora. Está uma noite tão bonita. Não quero que ele estrague isso também. - assenti.

Ela pousou sua cabeça em meu ombro e assim ficamos por um bom tempo, até depois que a música acabou.

– Sabe, Scott. Talvez você não seja um idiota completo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Último capítulo do acampamento. Sim, minhas lindas amorinhas, acabou. Mas isso não significa que não teremos barracos na escola hahah
Quem vocês acham que convidou a Sarah pra almoçar? Estão curiosas para ver o que se passa na mente na nossa VACAPARIS? Já estou escrevendo o POV no ponto de vista dela. O que acharam do Kyle? E da Lilyan? O final eu sei que não ficou bom, mas o que acharam do final? Estou fazendo muitas perguntas? OK, ok. Parei kkk
O próximo capítulo já vai ser eles saindo do acampamento e de volta a escola. Uhuul o/
Lembrando: se vocês quiserem POV extra de alguém, diga nos comentários.
Beeeiijos de amoras :*