A filha do diretor escrita por The Drama Queen


Capítulo 17
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

**Antes de tudo: o POV do Anthony já está no blog.
Hey,amorinhas do meu coração. Eu estou feliz por ter conseguido escrever um capítulo mais rápido do que eu tenho escrito. Querem saber o motivo? Não? Vou dizer assim mesmo. Lembram do meu computador que estava no conserto há 2 séculos? Então. ELE ESTÁ DE VOLTA!! UHULL o/ Agora eu tenho mais tempo pra escrever. O que significa que vocês terão capítulos mais rápido. Quero deixar aqui o meu eterno agradecimento ao tiozinho que consertou o meu bebê (sei que é o trabalho dele e que ele recebe um salário pra fazer isso, mas eu mesmo assim fico grata u.u me deixem).
Então, tá. Capítulo com mais treta pra vocês. Boa leitura.



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Atividades, atividades, atividades… Muitas atividades. Foram os quatro dias mais longos da minha vida! Se até agora eu pensei que os professores estavam pegando pesado com a gente, hoje eu posso dizer que fui escravizado nesses últimos dias. Sem brincadeira e exagero nenhum. Tivemos que construir um forte! E eu nem sei se isso vale ponto pra alguma coisa. Por sorte, não era um forte por dupla. Fomos divididos em grupos maiores, com números desproporcionais. Não conheço, muito menos lembro o nome das pessoas que trabalharam no forte comigo. De qualquer forma, não acho que seja uma informação relevante.

Paris continua sem falar comigo. Tudo bem, eu queria que ela largasse do meu pé, mas, como dupla de atividades, deveria haver o mínimo de comunicação entre nós. E quando eu digo que ela não fala comigo, quero dizer que ela não diz nada, tipo, nada mesmo. Nem um mísero “bom dia”. No início eu realmente não me importava com isso, mas agora isso está começando a atrapalhar o nosso desempenho nas atividades. Tudo bem, posso não ser o tipo de aluno que se preocupa ao extremo com a nota, mas pela primeira, e até agora única, conversa que eu tive com o diretor, eu já estou pichado. E se meu histórico ficar mais podre do que já está… Não quero nem pensar no que tia Sally seria capaz de fazer comigo.

Alysson Cooper tem ficado o mais distante possível de mim. Não sei exatamente o porquê, mas ela tem me evitado. Desde a briga com a Paris, ela nem olha mais para mim. Eu deveria considerar isso um problema? Bem, ela não fala comigo, mas eu também não tenho tentado falar com ela. De uma coisa eu sei: eu tenho que mudar isso. Tenho menos de um mês pra levar essa garota pra sair. Caso contrário.. Acho que já sabem.

Conversei bastante com Sarah esses dias. Os únicos momentos em que não nos falamos, são aqueles em que ela está com a Alysson, que, como já disse, está me evitando com todas as suas forças. Ela, aparentemente, está conseguindo lidar bem com toda essa situação do Ethan com a Paris. Anthony tem ajudado bastante. Tem estado bem próximo dela… Mas próximo do que o normal. E, embora tente disfarçar, percebe-se que James não está gostando nem um pouquinho dessa aproximação.

Falando em James. Tenho que conversar com ele sobre a briga com Ethan. Até hoje não confirmei minhas suspeitas, ainda que elas estejam mais do que explícitas na cara que ele faz toda vez que algum cara chega perto de Sarah.

Como era de se esperar, mantemos Peter bem distante dela. Sei que o mal que ele fez foi para Alysson, mas Sarah (e Lilyan) o odeia tanto quanto, ou até mais que a Alysson. Graças a isso, não só eu e o Anthony, mas James, Ross e Zac também se afastaram dele durante esses dias. Não porque achamos que ele possa fazer algum mal a Sarah, mas porque a presença dele passou a ser extremamente desagradável. E como ninguém protestou, suponho que eu não seja o único que pensa assim.

Ethan e Paris. Esses dois andam muito grudados ultimamente. Eu sei que, em casos assim, não é necessário um término de namoro formal, mas, cara, ele podia pelo menos tentar falar com a Sarah. Tudo bem que todo mundo sabe que não adiantaria nada, mas é o que se deve fazer, para, no mínimo, tentar parecer uma pessoa decente. Ou que pelo menos se importa um pouquinho com os sentimento da garota incrível que foi sua namorada por não sei quanto tempo. Mas nem isso Ethan foi capaz de fazer. E ainda tem a cara-de-pau de ficar se esfregando na Paris por aí. Eu confesso que só não quebrei a cara dele ainda, porque a Sarah pediu para “não me rebaixar ao nível dele”. Eu, sinceramente, não me importo com esse lance de níveis. Principalmente quando se trata da honra de uma garota.

Eu só queria saber o que aconteceu com os caras dessa escola. Ninguém mais sabe como tratar um garota, não?

Eu sei que, talvez, eu não seja o cara mais aplicado para falar de como tratar bem uma garota, uma vez que eu vivi toda a minha vida usando garotas para saciar meus desejos. Mas daí bater numa garota, namorar com ela e a trair… Isso nunca. Não sou tão sem caráter assim. E por isso também não tenho e não pretendo ter nenhuma relação séria. Porque eu sei como eu sou, sei que não fico com uma única garota por muito tempo e muito menos tenho paciência pra aguentar dramas de casal. Então, prefiro ficar com meu estilo de vida, como dizem, cafajeste.

E o tão sonhado dia chegou. Finalmente a Paris vai me deixar em paz de uma vez por todas. O pesadelo de 15 dias acabou. Tudo bem que os primeiros dias não foram tão ruins. Mas o importante é que os próximos dias serão melhores. Estou sentindo que vem muita coisa boa por aí.

Ok. Agora eu estou otimista demais.

Sejamos realistas agora. Eu estou num acampamento do colégio, trabalhando feito um escravo para conseguir ponto em matérias que eu provavelmente não vou usar para nada na minha vida, uma vez que eu pretendo cursar música. Nada realmente bom pode acontecer aqui.

Voltando ao dia extremamente espetacular que eu estou tendo. Acordei com a buzina irritante da diretora. Isso queria dizer que temos míseros 15min para estarmos reunidos no lago, para assim nos livrarmos desses encostos que chamamos de duplas, e arranjarmos outros encostos.

Me arrastei para fora da cama sem a menor vontade. A única coisa que realmente me motiva a manter os olhos abertos até agora, é o fato de que vou me livrar da Paris.

Tudo bem, Scott. Já entendemos que você está feliz por se livrar da ruiva.

Encontrei com Anthony, James, Ross, Zac, Sarah, Lilyan e Alysson formando uma roda perto do lago. Assim que me viu chegando, Alysson saiu da roda, puxando Lilyan consigo.

Tudo bem. Esses joguinhos já estão me irritando.

Num momento a garota diz que quer me beijar, deixa bem claro que me quer. Daí, de uma hora para outra, começa a me ignorar. Isso não faz o menor sentido! Mas não posso me esquecer que estou falando de Alysson Cooper. Ela é estranha (e totalmente diferente das outras garotas). Nunca sei o que esperar dessa garota. De certa forma, isso pode ser bom. Aquela expectativa… O que será que ela vai fazer a seguir? Mas no meu caso é extremamente ruim. Eu preciso saber o que ela vai fazer a seguir. Preciso saber o que ela está pensando, se essa vontade que ela diz ter de me beijar é real. Porque, mesmo que pareça algo pequeno e sem importância, esse pode ser o meu passaporte para a vitória dessa aposta.

Falando em aposta, por que raios que aceitei participar disso?

Essa é uma pergunta que eu não consegui responder até hoje.

Voltando ao lago. Como já disse, esse joguinhos da Alysson estão me irritando. Mas hoje eu não vou deixar passar. Vou tirar satisfações com ela. Mesmo que isso talvez não tenha nada a ver comigo. Segui Alysson e Lilyan, que estão indo para o outro lado do lago. Não sei se elas perceberam que eu estou as seguindo, mas sei que estão andando cada vez mais rápido. Mas eu sou mais rápido, claro. As alcancei sem nenhum esforço. Quando parei em frente a elas, ambas bufaram e Lilyan revirou os olhos, fazendo-me lembrar do primeiro dia em que falei com a Alysson.

– Alysson Cooper. - eu disse com meu melhor sorriso, ignorando o descontentamento das duas.

– Estamos meio ocupadas aqui. - Alysson disse - Não tenho tempo para aturar idiotas. - ela ia continuar andando, mas eu me pus no caminho novamente.

– Lilyan, será que você pode me dar alguns minutinhos com a marrentinha aqui.

Lilyan olhou para mim, depois para Alysson e pra mim novamente. Demorou um tempo considerável para responder:

– Tudo bem. - olhou para Alysson uma última vez e sussurrou algo, que eu deduzi ser “desculpa”.

Alysson virou-se para mim, ainda incrédula com o que a amiga fez.

– Seja breve. - ordenou.

– Tudo bem. Por que esta me evitando? - ela ficou desconcertada por um momento. Bem, eu fui breve, assim como ela pediu.

– Bom… Eu não… não estou te evitando. De onde tirou isso?

– Não?

– Não. O que você queria? Que eu ficasse correndo atrás de você pra todo lado? Não sou esse tipo de garota, caso não tenha percebido ainda.

– Hum… Então, o fato de você fugir de mim o tempo todo não é nem um pouco estranho? - Alysson ergueu uma das sobrancelhas.

– Você realmente acha que tudo gira ao seu redor, não é?! - não respondi. - Era só isso, ou tem mais algum assunto extremamente interessante para discutirmos? - disse com sarcasmo evidente na voz.

– Só mais uma coisa. - coloquei uma mecha de seus cabelos atrás da sua orelha esquerda, curvei meu tronco levemente, para ficar na mesma altura que ela, me aproximei mais e… Levei um tapa na cara. Isso é sério?

– Pelo menos não foi um soco. - pensei alto.

– Porque não tive tempo de fechar o punho. - justificou-se e saiu.

Por que ela tem que ser tão complicada?

A diretora Brith já está fazendo o discurso do desempenho dos alunos na primeira metade do acampamento. Não prestei a mínima atenção, mas pelo pouco que ouvi, a maioria não está muito bem. De qualquer forma, eles devem dar uma nota razoável para todos, porque, só pra começar, nós viemos pra essa droga de acampamento trabalhar feito escravos. Eles tem que relevar isso.

– Lembrem-se de tirar as placas, as malas e todos os seus pertences das cabanas. Por falar nas cabanas: vocês terão que escolhê-las novamente com suas novas duplas. O sorteio será feito no fim da tarde. - Como é? – Até lá, vocês tem o dia de folga. A área de esportes está liberada, mas nada de piscina. - algumas pessoas murmuraram pela frustração. Mas eu me sinto aliviado. Pelo menos não vou passar o resto do dia amarrado a Paris.– Ah, mais uma coisa: as duplas serão sorteadas pela representante de turma escolhida pelo conselho: Suzan Blane. - uma loira acenou de cima do palco improvisado. - Era só isso. Estão liberados por agora.

Já sei como fazer as coisas correrem ao meu favor nesse sorteio.

Esperei diretores, professores e toda essa gente velha se afastar, e me aproximei da tal Suzan.

– Hey, Suzan. - Chamei e ela se virou para mim, e quando viu quem era, abriu um sorriso de orelha a orelha.

– Scott Miller. A que devo a honra?

Seus cabelos são loiros, como já havia percebido, lisos e chegam até a cintura. Olhos verdes, lábios nem muito finos, nem muito grossos, corpo invejável, sorriso encantador… Como eu não reparei nessa garota antes? Veste uma calça jeans e uma blusa branca de manga curta.

Essas características vão contribuir, e muito, para o que estou prestes a fazer.

– Então, já me conhece? - perguntei. Puff… É óbvio que ela me conhece. Eu sou eu.

– Ouvi falar de você por aí. - um sorriso sem graça apareceu em seu rosto.

– Então, acho que podemos dispensar apresentações formais. - sugeri.

– Acho que sim.

Olhei ao redor para me certificar de que não tem ninguém por perto. Estamos atrás do palco, totalmente escondidos da vista de todos. Tudo limpo.

Sem mais enrolação, a empurrei contra a parede de madeira do palco e a envolvi num beijo intenso. Ela logo correspondeu. A pressionei ainda mais contra a parede. Suas mãos foram parar na minha nuca, me puxando para ainda mais perto, aprofundando o beijo. Depois de um longo tempo, quando senti o ar me abandonar, separei nossos lábios. A observei durante um tempo. Ela corou levemente e olhou para baixo. É sério que depois desse beijo ela vai ficar com vergonha de olhar para mim?

– Então… - eu disse, quebrando o silêncio, no ponto de vista dela, constrangedor.

– Então… - ela respondeu. Eu permaneço com as mãos em sua cintura, e as mãos dela repousam em meu peito.

– Eu estava pensando… Será que você poderia me fazer um favor? - o sorriso que ela tinha no rosto desapareceu gradativamente. Imaginei que isso aconteceria.

– Ah, claro. O que você quer? - sua voz soou fria e impaciente. Como a da Alysson. Sinto ter que magoá-la, mas eu preciso disso pra acabar logo com a aposta. E quando acabar, eu com certeza vou ligar pra ela.

– Eu preciso ficar na mesma cabana que uma amiga minha…

– Alysson. - Suzan me interrompeu, me afastando dela. Mas eu não me permiti me afastar demais.

– Isso. Ela mesma.

– Pra poder conquistar ela. Pra aposta. - tudo bem. Acho que ela sabe demais.

– Aposta?

– Não se faça de desentendido, Scott. Quase a escola inteira sabe da aposta.

– Mas como…?

– Peter.

– Ah… Entendi. - Soltei sua cintura sem me afastar.

– Tudo bem. Eu ajudo. Preciso que você ganhe.

– Por que exatamente?

– Apostei em você.

– Apostou em mim?

– Você não sabe? - ergui uma sobrancelha, como se perguntasse “não sei o que?”. Ela revirou os olhos. - Estão todos opinando sobre a aposta, e alguns apostam. Eu apostei que você conseguiria. - me olhou de cima a baixo - Sei que não é fácil resistir. - eu sorri pra ela. - Mas depois, eu vou querer um pequena recompensa pela ajuda. - abri mais o sorriso em resposta.

– É ótimo fazer negócio com você.

Foi ainda mais fácil do que eu pensei que seria. Acho que o universo está começando a trabalhar ao meu favor.

Aproveitei a tarde para ter uma conversa com James.

– Pode começar a falar. - eu disse quando já estávamos na minha cabana.

– Falar sobre o que? - ele parecia perdido.

– Sarah…

– Ah… Ela. O que tem?

– Você ta afim dela? - resolvi parar com a enrolação.

– Eu?

– Não. Abraham Lincoln. - disse a primeira coisa que me veio a cabeça, com um tom exagerado de sarcasmo.

– O ex-presidente dos Estados Unidos?

– James - eu disse tentando controlar minha voz -, se você se fizer de retardado por mais um segundo se quer, eu juro que quebro o seu crânio de tanto que eu vou te socar.

– Tudo bem. Sem agressividade. - ele ficou encarando um ponto qualquer da sala por um tempo - Pode ser que eu me sinta... atraído por ela. - ergui uma sobrancelha - Tá. Talvez eu tenha uma queda por ela. Mas um bem pequena.

– Cara. - chamei.

– O que?

– Você está apaixonado. - afirmei.

– Como é?

– Está escrito na sua testa. - ele, instintivamente, passou a mão na testa e ajeitou o cabelo, suspirando em seguida..

– Está tão óbvio assim? - assenti. Ele bufou impaciente.

A buzina da diretora soou estridente e eu abri um sorriso. É agora que eu me livro oficialmente da ruiva.

– Cara, quer um conselho? - ele me olhou - Conta pra ela.

– Scott, você está passando mal ou alguma coisa assim? - sei o que ele quer dizer. Isso soou estranho até para mim.

– Não. Minha saúde está em perfeito estado. - andamos em direção a porta. - Só mais uma coisa: - falei antes de abrir a porta - se você machucar ela de alguma forma, qualquer forma, eu acabo com a sua raça. - ele ergueu as mãos em sinal de rendição.

– Quem te viu e quem te vê. - ele murmurou e fomos para lago.

Permaneci distante de todos nesse momento. Avistei Suzan em cima do palco já preparada para realizar o sorteio. Ela sorriu pra mim e eu retribui. Logo ela se aproximou do microfone e começou a ler um papel. Provavelmente o discurso que a diretora a mandou dizer. Não prestei nenhuma atenção. Em vez disso, procurei Alysson com o olhar. A encontrei bem próxima ao palco, do outro lado da multidão, junto com Lilyan e Sarah. Sarah foi a única que me viu e acenou para mim. As outras duas estavam envolvidas demais numa conversa para notar minha presença.

Peguei meu celular e mandei uma mensagem para Sarah:

Sabe o que houve com a Alysson? - Scott

Para falar a verdade, não - Sarah

E depois de alguns segundos.

TPM talvez? - Sarah

Olhei para ela. Sarah tem uma expressão divertida no rosto. Ok. Ela está zuando.

E você e o Anthony. Com vai? - Scott

A olhei nesse momento só pra ver a sua expressão ao ler: neutra. Odeio quando as pessoas escondem os sentimentos.

“Vamos bem. Ele é bem legal - Sarah

Bem legal. Não quero tirar conclusões precipitadas de um simples “bem legal”.

Se você está pensando que eu estou tentando saber se ela está afim do Anthony, você está certo. Estou tentando ajudar o James indiretamente.

E vocês conversam muito? - Scott

Às vezes - Sarah

Conversas íntimas? - Scott

Tudo bem. Acho que essa pergunta foi totalmente desnecessária. Mas agora já foi. Não posso “desenviar”a mensagem.

Quando vi Sarah enrugando a testa, soube que ela recebeu a mensagem.

Que tipo de pergunta é essa? - Sarah

Nada não. Esquece - Scott

– Um dia eu ainda descubro quem é essa pessoa que você vive falando. - Alguém fala atrás de mim.

Me viro e encaro Zac, que havia falado, James, Anthony, Ross e Peter. Peter...

Depois nos falamos - Scott” - digitei rapidamente e guardei o celular.

– Quem garante que eu fico falando com a mesma pessoa? - questionei.

– Palpite. - Ross disse dando de ombros.

– Palpite errado. - afirmei.

– E quem garante que você não está mentindo? - Peter perguntou.

– Eu garanto.

– Ei, o sorteio vai começar. - Anthony interrompeu a “discussão”.

Suzan começou o sorteio. Disse alguns nomes, e não demorou muito para o meu nome entrar nessa lista.

– Scott Miller e… - pôs a mão dentro do cesto, com os olhos fixos em mim, e tirou outro papel - Alysson Cooper.

– Alysson?! - Anthony quase gritou. Olhei para Alysson, a qual já estava com os olhos fixos em mim.

– Como assim, cara? - James perguntou.

– Não acredito que você tenha essa sorte toda. - Peter disse.

– Não é sorte, Peter. - eu disse - É o universo conspirando ao meu favor. - repeti as mesmas palavras que ele citou para mim quando vi Alysson e Kyle juntos pela primeira vez.

Não esperei resposta. Andei até Alysson, que ainda está junto com as meninas.

– Então, você escolhe ou eu escolho a cabana? - ela não respondeu nada. Bufou e saiu pisando forte.

Olhei para as meninas. Sarah tentava conter o riso, sem sucesso, e Lilyan me olha séria e com os braços cruzados. Odeio admitir, mas ela me dá um pouco de medo.

– Escuta aqui, mauricinho. - Lilyan começou, colocando o dedo na minha cara - Se você tentar alguma coisa com a Aly, se aprontar qualquer coisa que magoe ela, eu quebro a sua cara. - apenas ergui as mãos em sinal de rendição. Pisquei para Sarah e me virei a tempo de ver Alysson entrar numa das cabanas do semicírculo mais distante.

Corri até lá. Pendurei a placa com o meu nome na porta, ao lado da placa da Alysson. Ela não estava na sala. Tentei entrar em uma das portas, mas parecia estar trancada. Deve ser o quarto que ela escolheu. Entrei no outro quarto e joguei minha mala num canto qualquer. Depois eu arrumo isso.

Essa cabana é bem maior que a minha antiga. A sala tem um sofá a mais (a minha antiga tinha só um), o chão é de madeira, as paredes são bege. A mesa é de madeira e vem acompanhada por duas cadeiras do mesmo material. Do lado direito da mesa, tem a pia e do lado esquerdo, a geladeira, do lado de um armário pequeno de um material que eu não consegui identificar (e estou com uma imensa preguiça de verificar). O meu quarto é enorme, mas tem pouca coisa: uma cama de casal, um guarda-roupa, um criado-mudo e uma mesa, tudo de madeira.

Alysson, ao que parece, vai ficar o resto dia no quarto, uma vez que está trancada no mesmo há um bom tempo. Peguei um livro dentro da mala. Já li todo os livros do Harry Potter que eu tenho. Então peguei um outro de capa azul: a culpa é das estrelas. Todo mundo anda falando muito sobre esse livro. Espero que seja tão bom quanto Harry Potter. Ou que pelo menos chegue no nível do mesmo.

Metade do livro. Foi o que eu consegui ler. Meus olhos já estão doendo e já escureceu há muito tempo. Tenho que viver também, não é?! Deixei o livro em cima da mesa e saí do quarto. Nenhum sinal da Alysson. A porta do quarto dela está aberta. Me permiti verificar se ela está lá e, não, ela não está. Saí da cabana. Como eu já disse, está escuro. Aqui as estrelas são mais visíveis.

Ouvi uns gritos, ao que parece, vindos da área de esportes. Deve estar rolando algum jogo. Como eu não tenho nada para fazer… E tem grande chance de eu encontrar Alysson por lá. Passei pelo lago e logo estava no meu destino. Só que a gritaria que eu estava ouvindo não era de jogo nenhum. Mais uma vez, estou diante de uma roda de alunos. Parece que esse povo gosta de uma confusão. Os gritos são claramente de duas garotas. Uma delas grita insultos tão baixos que logo sei quem é: Paris. Quando consigo entrar no meio da roda, confirmo minhas suspeitas ao ver uma cabeleira ruiva. Não me surpreendo ao ver Sarah estapear a cara de Paris. A ruiva, por sua vez, abre um sorriso debochado.

– Não aguenta a verdade, não é, Sarinha?! Não consegue aceitar o fato de que Ethan achou coisa melhor do que uma sem sal como você.

– Falou bem, Paris. Uma coisa. Porque você não passa de um objeto pra saciar o desejo masculino.

– Olha bem como fala comigo, garota. - Paris ameaçou, mas Sarah ignorou e continuou:

– Como alguns objetos, você também passa da validade, Paris. E de tão podre que é, nem pra adubo serve.

– Se você disser mais uma palavra… - A ruiva disse entre os dentes.

– Mas parece que o Ethan não se importa de ficar com restos. - olhei para Ethan que observava tudo de perto. Ele não parece feliz de ter sido incluído na “conversa” dessa forma. - Pelo menos o Scott foi esperto e te dispensou bem rapinho, não é?! - Legal… sobrou até pra mim. Mas não deixa de ser verdade.– Você é tão desprezível, que nem os seus pais a querem por perto.

Beleza. Agora ela pegou pesado.

Lembro de ter tido uma breve conversa com a Paris sobre seus pais. Na verdade, aquilo não foi bem uma conversa. Ela só comentou que os pais nunca estão em casa e a visitam poucas vezes por ano. Mas isso foi o bastante para que eu soubesse que ela tem problemas com eles. Tudo bem que a Sarah disse isso no calor do momento, e que a Paris precisa ouvir umas verdades de vez em quando pra ver que ela não é, como diria a Alysson, a rainha da cocada preta. Mas acho que o lance da Paris com os pais é um assunto muito delicado.

– Você… Você não tem o direito de falar dos meus pais. - Pude ver os olhos da ruiva se encherem de lágrimas.

– Não aguenta a verdade, não é, Paris?! - Sarah pronunciou seu nome como se fosse o pior dos xingamentos. - Não consegue aceitar o fato de que nem seus pais conseguem conviver com você por muito tempo.

Me permiti sentir pena dela por um breve momento. Mas esse momento só durou até Paris começar a agredir Sarah.

Sei que no ponto de vista da Paris (e de algumas outras pessoas), Sarah merece apanhar por ter tocado no assunto dos seus pais. Porém, eu não vou deixar que machuquem a Sarah mais do que já machucaram.

Como já devem imaginar, lá fui eu separar outra briga que envolve a Paris.


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Notas finais do capítulo

Ui, ui, ui!! Sarah arrasando com a Paris.
Não pensem que as tretas acabaram. Temos ainda 3 capítulos e muitas, muitas tretas pra rolar.
Só avisando aqui, sobre os POV' extras:
*O POV do capitulo 16 (esse que vocês acabaram de ler) será no ponto de vista da Sarah;
*O cap. 17 não vai ter POV extra;
*O POV do cap. 18 vai ser da Alysson.
*O POV do capítulo 19 vai ser da Paris (esse ninguém pediu. eu é que decidir fazer um dela, porque sim u.u).
*Se vocês quiserem POV de algum personagem específico (pode ser até do tio Paul, gente), deixem nos comentários.
Momento propaganda:
tenho um blog onde posto alguns textos e contos de minha autoria. Acho que já falei dele aqui. Se alguém ficar interessado e quiser dar um olhada lá:
http://cadernode-umaestranha.blogspot.com.br/
Acho que é só isso. Beijos de amora :*