I Wanna Be Yours escrita por Julieta


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Gente, desculpem pela demora, eu tinha postado ontem de manhã, mas não sei o que deu, se eu não cliquei pra enviar, que ele não mandou, e eu só tive tempo pra postar de novo agora, então... Desculpem >.< Bem, esse capítulo tem... safadezas? Okay, é essa a palavra. Espero que gostem.



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— Não temos nada para o almoço — Lily disse, parada em frente a geladeira enquanto Nico estava esparramado no sofá de calça de moletom, assistindo a algum filme que passava na TV.

— Podemos pedir pizza — ele respondeu indiferente, sem desviar os olhos da televisão.

— Nico — Lily revirou os olhos, fechando a geladeira. Ela caminhou até a sala e se esparramou no sofá, se jogando um pouco sobre o corpo nu do garoto. Eles estavam se acostumando com a presença um do outro, o que era bom, já que fazia pouco mais de uma semana que ela estava lá. Ele riu baixo, mas não reclamou. — Pedimos pizza ontem. E antes de ontem também. E três dias atrás. Não podemos viver disso.

— Tem razão — ele fez careta. Se remexeu sob a garota, e os dois se ajeitaram, encarando um ao outro, pensativos. Os dois ainda estavam de pijama. Haviam acordado a pouco tempo. — Então vamos almoçar fora — ele sorriu.

— Hum, certo — Lily abriu um meio sorriso. — Aonde vamos?

— Deve ter algum restaurante legal por Manhattan — ele riu. — Vai ser bom sairmos um pouco.

— Podemos comer comida japonesa? — Lily perguntou, segurado o braço de Nico, animada. Ela amava comida japonesa.

Nico fez uma careta.

— Eu não gosto de comida japonesa — ele disse, franzindo o nariz. Lily achava que ele ficava engraçado fazendo aquilo.

— Ah, vamos lá, di Angelo. Você pelo menos já provou? — Olivia ergueu uma sobrancelha.

— Não, mas... — Nico parou de falar ao ver a cara que Olivia fez. — Tudo bem, você venceu — ele suspirou. — Mas só desta vez.

— Isso! — Lily ficou tão animada que bateu palmas e deu pulinhos no sofá. Certamente estava agindo como uma garotinha estranha, mas estava feliz com a ideia de ir comer com Nico e fazê-lo esperimentar algo novo. — Eu vou tomar um banho — ela deu um beijo animado na bochecha do garoto, que apenas sorriu. Correu para o quarto e pegou a toalha, se trancando no banheiro.

Após um relaxante banho frio para acordá-la completamente, saiu do banheiro, apenas de toalha. Estava descalça e com os cabelos enrolados em outra toalha. O chão de madeira envernizada era confortável, e suas pegadas molhadas ficavam marcadas conforme ela andava.

Caminhou em direção ao quarto, torcendo para que Nico não a visse. Estranhou o silêncio que reinava na casa. Nem a televisão da sala estava ligada. Ela olhou na cozinha, mas não o encontrou lá. Passou pela sala e tomou um susto quando correu os olhos de relance pela sacada da casa e viu uma figura escura. Olhou de novo e o reconheceu.

Ele estava sentado de costas para a porta de vidro transparente que separava a sala do pequeno espaço. Seus cabelos pretos bagunçados realçavam os ossos expostos que, por causa de sua magreza, eram bem visíveis. Suas costas estavam curvadas de uma forma descontraída. Por um instante ele ergueu um pouco a cabeça e Lily pode ver fumaça cinza subindo leve e graciosamente, balançando sob o comando do vento.

Ela se esqueceu que havia acabado de sair do banho e foi direto para a sacada. Abriu a porta e entrou, fechando a mesma atrás de si. O vento frio bateu por seu corpo molhado, fazendo-a estremecer, mas ela se sentou na cadeira ao lado de Nico, que não desviou o olhar para ela. Ele encarava o céu através da grade de proteção da sacada, como se estivesse em outro mundo.

Sua mão levou calmamente o tubinho branco entre seus dedos médio e indicador, pousando a ponta do objeto entre seus lábios extremamente rosados. Ele deu uma longa tragada e continuou a encarar o azul do céu por alguns segundos. Depois, a fumaça saiu lentamente, passando sorrateira por entre seus lábios e se misturando ao ar seco do dia. O ambiente estava com um cheiro forte, que Lily odiava, mas não diria.

Nenhum dos dois falou nada por longos minutos. Lily estava tão perdida em meio a tantos pensamentos, pensando em como Nico ficava sexy e com um ar misterioso fumando, que estremeceu quando a voz grossa e rouca do garoto cortou o ar, vibrando em seus ouvidos.

— Deste jeito você vai ficar resfriada — ele disse, ainda sem olhar para ela.

— E deste jeito você vai ter câncer — respondeu, ciente de o quão ignorante soara. — Qual de nós está pior, hein?

Nico não respondeu. Abaixou o olhar para suas mãos e riu fraco pelo nariz. O pequeno sorriso formado no canto de seus lábios pareceu suspeito para Lily.

— Eu não sabia que você fumava. — Ela comentou, olhando para o céu, talvez procurando o que Nico encarava tão concentradamente; ou, talvez, tão dispersamente.

— Talvez seja porque eu nunca fumei na sua frente — ele ergueu as sobrancelhas como se aquela resposta fosse óbvia, ainda olhando para o nada e dando mais um longo trago na fumaça tóxica.

Lily se calou com a resposta. Nico estava agindo de maneira estranha. Ela olhou para a pequena mesa de madeira trançada, onde estavam repousados seu chumaço de cigarros e um aparelho retangular e preto. Era parecido com o iPod de Lily, só que maior e mais quadrado. Um iPhone. Ela se perguntou desde quando Nico tinha aquele aparelho, já que ela nunca o vira com ele.

— Este celular é novo? — ela perguntou, pegando o aparelho da mesa e apertando o botão. Na tela de bloqueio, uma foto de Nico e Audrey, ambos sorrindo com os rostos extremamente próximos, pareceu brilhar, deixando Lily nauseada. Nico puxou rapidamente o aparelho da mão da garota, parecendo irritado.

— Isso não te interessa — ele disse, bloqueando o celular e o guardando no bolso. Ele apagou seu cigarro com raiva, e Lily o encarou, sem entender.

— Qual o seu problema? — ela perguntou alto, se levantando.

— Qual é o seu problema? — Nico revidou, se levantando e a olhando de cima, por ser mais alto. Pela primeira vez desde que eles se conheceram, Lily sentiu medo de Nico di Angelo. Ele parecia irritado, fora de si. Mas ela sabia que ele não a machucaria. Ele não seria capaz. Seria? Claro que não. Nico nunca faria isso. Então Lily se manteve forte, sem desviar o olhar ou deixar sua voz vacilar.

— Não responda as minhas perguntas com outras perguntas, di Angelo — ela cruzou os braços sobre o peito.

— Então pare de fazer perguntas! — Ele berrou, levando as mãos a cabeça e segurando seus cabelos negros com força, como se Olivia o estivesse enlouquecendo.

— Mas eu só queria saber...

— Você não pode saber sobre tudo! Será que eu não posso me sentar na minha varanda, fumar o meu cigarro e pensar um pouco, sozinho e em paz, por apenas alguns minutos?

Lily respirou fundo. Entendeu que estava incomodando. Ela balançou a cabeça afirmativamente e abriu a porta da varanda, entrando e a fechando em seguida, sem olhar para trás. Sentiu suas pernas vacilarem, talvez porque a casa estava quente e seu corpo gelado, talvez porque se sentia extremamente atônita no momento. Nico nunca havia ficado tão irritado ou sido tão grosso, desejando que Lily ficasse longe. Algo havia acontecido. E ela suspeitava que a resposta estava naquele celular. Começando pelo plano de fundo, que, de certa forma, doeu tanto para o Olivia ver aquilo.

Ela entrou no quarto e virou a chave com mãos tremulas, trancando a porta. Se sentou na cama, sem se importar com o frio, e encarou o chão. A janela ainda estava fechada, de modo que o quarto estava escuro e sem cor, iluminado apenas com a luz que entrava pela fresta da porta e da janela. Sua mente vagava, lembrando de cada detalhe do que acontecera minutos antes. A expressão de Nico e o jeito que ele falava... não parecia ser o Nico que ela conhecia.

Quando ela percebeu, a primeira lágrima já havia descido, seguida por outra, e mais outra. Se odiava por estar chorando. Que porcaria é essa? ela se perguntava, tentando secar as lágrimas, sem entender o que estava sentindo. Não sabia o porquê de estar tão magoada. Ela não deveria estar chorando por aquilo. Não deveria estar chorando por Nico. Ele praticamente ainda era comprometido com Audrey, e, por mais que eles não estivessem juntos, Lily sabia que ele amava aquela garota. E isso a machucava, de alguma forma.

O som de batidas na porta tirou Lily de seu choque. Ela queria gritar para Nico ir embora, mas o apartamento era dele, ela não podia simplesmente impedi-lo de entrar.

— Olivia... — ela pôde ouvi-lo suspirar. — Abra a porta.

Ela limpou as lágrimas e se levantou. A toalha que estava em sua cabeça caiu, soltando seu cabelos úmidos e emaranhados sobre os ombros. Ela não se importou. Abriu a porta, sem levantar o olhar para ele.

— Deuses… — ele murmurou, segurando-a pelos ombros. — O que eu fiz? Me desculpe. Eu estava fora de mim.

As palavras soavam cheias de remorso. Ele a puxou para um abraço de urso, e, por um momento, ela sequer se mexeu. Mas logo o empurrou, se afastando em direção ao guarda-roupa. Ela não o olhou. Pegou roupas limpas e o encarou. Ele não se moveu.

— Eu não vou sair daqui até você me desculpar — o garoto encostou-se no batente da porta, cruzando os braços. Por um breve momento, um sorriso apareceu em seu rosto. — E, eu não tenho problemas em te ver se trocando. Aliás, adoraria que sua toalha caísse.

Lily revirou os olhos. Ela deu de ombros e ergueu uma sobrancelha, afrouxando o nó que segurava a toalha. O sorriso de Nico se fechou instantaneamente. A toalha se soltou e Lily começou a se enxugar. Estava completamente nua em frente a Nico di Angelo. Certo, ela nunca imaginara isso acontecendo. Não sabia de onde vinha tanta ousadia. Provavelmente lembraria dessa cena e se envergonharia para o resto da vida.

Lily passou a toalha delicadamente pela curva de seus seios, seguindo pela sua barriga, sua cintura, e se inclinou um pouco para secar suas pernas. Nico a encarava, boquiaberto. Ela estava adorando provocá-lo, e, ao ver o volume aparecer repentinamente em sua calça, percebeu que estava funcionando.

Lily vestiu sua calcinha branca de renda, e, em seguida, o sutiã. Logo estava de jeans e camiseta. Ela pegou a escova de cabelos que estava sobre a estante do quarto, e caminhou em direção a Nico, sorrindo satisfeita.

— Cuidado, vai acabar babando — ela disse, passando delicadamente o dedo indicador no queixo do garoto e saindo em direção a sala.

Ela olhou para trás; ele nem se mexera. Se segurou para não rir. Era legal ter esse poder sobre ele. Ela ligou a televisão e ficou parada em frente a ela, penteando os cabelos, que estavam quase secos. Nico parou ao lado da televisão, a encarando indignado.

— Você não pode simplesmente me provocar assim — ele disse, apontando para as calças, que ainda pareciam bem volumosas. — E depois ir embora.

— E o que você espera? — ela o olhou, segurando-se para não rir. — Minhas mãos estão ocupadas — levantou a escova, enfaticamente. — E eu não vou pôr minha boca aí.

— O quê? — A voz de Nico soara fina, o que era estranho e completamente engraçado. — Eu não disse isso! Quer dizer… Ah, esquece! — Se irritou. — Eu vou me trocar para sairmos.

Ao ouvir a porta do banheiro batendo, Lily riu. Esperava que ele não demorasse no banho, ou aquilo seria bem estranho.


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