Herdeira do Diabo escrita por Lady Winter


Capítulo 2
I: Loi de la Physique


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus amados leitores!
Sim, eu sei que demorei DEMAIS para atualizar essa fanfic. Mas, como eu disse no prólogo, era apenas um projeto vazio, o qual não me dava muita vontade de dar continuação.
Porém, decidi que a ideia da história merecia uma chance, e os comentários de vocês me deram ânimo para escrever esse capítulo.
Então, esse capítulo é dedicado inteiramente a vocês.
Boa leitura.



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18 de outubro de 2013

Indústrias Abstergo de Entretenimento, Montreal

– Muito bem, parece que conseguimos! – uma voz masculina me despertou do torpor que tomava conta de mim toda vez que minha mente era conectada ao Animus. Consegui dar um sorriso enjoado enquanto sentava na maca de iniciação. Ela era usada em todas as primeiras sincronizações, e essa havia sido a minha primeira vez na pele de Olivia Torres. – Bom trabalho, Emily! – ouvi meu nome sendo pronunciado e assenti com a cabeça, mesmo estando um tanto zonza. – Agora vamos fazer o procedimento padrão. Preciso que olhe para cima. Muito bem, para baixo. Agora tente se levantar.

Me levantei da maca, levando alguns segundos para acostumar minha visão e estabilizar meus pés ao chão.

– Onde está Melanie, Zachary? – perguntei para o rapaz que estava a minha esquerda, que, por coincidência, era o mesmo que havia me despertado. Ele me lançou um sorriso divertido.

– Poxa, senhorita Parker. Onde está a consideração e a simpatia com o moreno aqui? – soltei uma risada cansada e, após algum tempo de pé, me senti recuperada o bastante para juntar minhas coisas.

– Vai aparecer quando eu tomar um café, estou exausta. Sabe como as primeiras sincronizações são um pesadelo. – dei-lhe um sorriso gentil e ajeitei minha postura, pegando meu tablet Abstergo de cima de um balcão e saindo da sala, tendo a certeza que ele me seguiria. – E você não respondeu minha pergunta.

– Sim. Reviver a vida de um personagem histórico como um vídeo-game de última geração, poder morrer quantas vezes precisar sem afetar a realidade, fora os romances imaculados, o poder e o sangue. Um pesadelo. Trabalho horrível. Me dá até calafrios. – ele fingiu tremer, ignorando completamente minhas perguntas sobre Melanie, fato este que me fez revirar os olhos, enquanto abraçava o tablet contra meu corpo. – Vamos, não faça essa cara, Em. Te pago um café. – ele indicou a cafeteria a nossa frente e soltei um suspiro derrotado.

– Indo completamente contra a quarta lei da física, eu vou aceitar o café. – sentei em uma das banquetas da cafeteria e dei um sorriso radiante para a balconista, o que fez Zac rir.

– Quarta? E por acaso essa lei em questão foi criada por Newton? – ele sorriu pra mim mas logo olhou para a atendente. - Um expresso médio e um... – o moreno olhou para mim por meros três segundos e logo em seguida voltou os olhos para a moça. – Caramelo Macchiato com dose dupla de café, por gentileza. – ele disse, procurando a carteira no bolso.

– Você me conhece bem demais. – dei um suspiro de rendição, mas logo sorri de canto. – E não. Quem criou essa lei foi uma física famosa. Emily Parker, já ouviu falar? – me inclinei suavemente para perto dele e ri.

– Ah, me lembro de ter visto algo parecido no colegial. – um sorriso divertido brincou nos lábios dele, enquanto ele pagava o suprimento de prazer mortal, vicioso e delirante popularmente conhecido como cafeína.

– Sim, ela era genial, sabia? – agradeci meu café ao recebê-lo da atendente, ajeitando-o com cuidado no balcão.

– Certamente. Mas me diga sobre as fundamentações dessa tal lei. – o moreno tirou a tampa do copo de café que havia acabado de receber e jogou no lixo ao meu lado. Ele odiava esse tipo de tampa “Starbucks”, como ele bem dizia. Tirei a tampa do meu ao mesmo tempo, para que esfriasse mais rapidamente.

– Ah, sim, me lembro bem delas, li num livro essa semana mesmo na biblioteca da empresa. – assenti com a cabeça fazendo-o rir com gosto. Sorri de canto e levei o copo até perto de minha boca. – Ela diz: Não se pode confiar em pessoas que não respondem suas perguntas e tentam te comprar com café. Elas sempre estão escondendo algo que diz respeito a você. Incrível como a física se prova real, não é? – fechei os olhos e assoprei suavemente a bebida quente, me deliciando com o silêncio que se pronunciou logo depois, segurando uma risada divertida. Coloquei a tampa de volta ao copo de café e saltei de cima da banqueta, acenando para a balconista e andando para o elevador. Zac ficou lá, me encarando, enquanto eu entrava no ascensor e selecionava o andar no meu tablet. Três... Dois... Um.

– Ah, Emily, vamos lá! – explodi em risadas quando o rapaz entrou no último segundo antes das portas se fecharem. Ele olhou para mim, nem um pouco feliz, com uma mancha de café, antes intocado, que derramo em parte de sua camiseta no meio da corrida. – Isso não se faz.

– Não diga que não mereceu. – toquei suavemente a mancha em seu peito e sorri, pegando um lenço em meu bolso e limpando cuidadosamente. – Vai me dizer aonde está Melanie, agora? – o moreno deu um suspiro cansado e me olhou, realmente sério.

– Você sabe que eu te diria, se pudesse. Ou se soubesse. Não sei muito sobre o que aconteceu, Em. Ela foi afastada. O chefe, Olivier, pediu total discrição sobre isso. Você sabe, ela está envolvida com o projeto da Amostra 17, sobre os filmes dos Piratas Caribenhos, e toda aquela coisa sobre a vida de Edward Kenway e Barba Negra. Olivier diz que ela deve se focar completamente no novato que chegará semana que vem. O que irá usar o material genético Kenway. – Zac olhou ao redor, focou seu olhar por alguns segundos na câmera do elevador, e logo em seguida voltou suas orbes cor de ônix para mim. – Tem algo muito estranho acontecendo nesse projeto, Em. – ele falou num tom baixo, e logo a porta do elevador se abriu.

– Algo... Estranho? – franzi a testa, o seguindo para fora. Ele fez um gesto para que eu ficasse quieta, e o vi desenhar algo com os lábios. Les murs ont des oreilles. As paredes tem ouvidos. Olhei para frente e logo vi Melanie, conversando alegremente com a recepcionista.

– Emi! Bonjour, chère! – ela sorriu e me abraçou. – Como foi com a Amostra 19? Olivia, filha do Governador Torres, oui?

– Exato. Está tudo indo como planejado Mel, obrigada por perguntar. – me limitei a sorrir. Normalmente teria contado tudo sobre minha experiência no Animus para ela, afinal, nossa parceria se dava desde minha entrada na empresa. Porém, após ter sido alertada por Zac, preferi não falar muito naquele momento.

– Me desculpe por não estar lá para ver pessoalmente, mon cher. O projeto da Amostra 17 tem me levado á loucura! – ela deu uma risada maluca que fazia jus a frase. – Mas tenho certeza que Zachary irá cuidar bem de você. Certo, supervisor criativo mais famoso entre as estagiárias. Digo, senhor Clark?

– Famoso? Eu diria disputado. – murmurei um “metido”, fazendo-o levantar a sobrancelha. - E claro que vou, ruiva mais simpática da Abstergo. Digo, senhorita Lemay. – limpei minha garganta e Zac olhou pra mim com um sorriso divertido. – Eu disse mais simpática. Não estupidamente maravilhosa.

– Eu disse metido. Não estupidamente garanhão. – lancei-lhe um sorriso desafiador, o fazendo rir logo em seguida, enquanto jogava o copo de café vazio no lixo da recepção.

– Se eu ganhasse uma moeda a cada vez que um de vocês fala algo para o outro que me deixa sem saber se é brincadeira ou realidade... Eu estaria contando moedas em Paris. – Melanie riu, mas em pouco tempo foi interrompida pelo seu interfone. – É o Olivier. Tenho que ir. Bon travail, mon cher. Não se matem em minha ausência. – ela acenou, já no meio do caminho para o elevador.

– Vamos tentar. – joguei meu copo vazio no lixo e acenei de volta, no momento em que as portas se fechavam. Cruzei os braços e olhei para Zac, que me olhava com um sorriso cafajeste estampado no rosto. – Idiota. – dei uma risada enquanto cumprimentava a recepcionista e seguia meu rumo pelo andar.

– Bem, eu tento. – ele me acompanhou até chegarmos na bifurcação do corredor, um caminho se dando para a ala de supervisão artística do andar, e outro para a ala do que eu gostava de chamar de “trabalho sujo”. Ou seja, a ala em que eu trabalhava.

– Você não terminou de me contar aquela coisa do elevador. – ajeitei o tablet em meus braços, escutando o barulho suave de nossos passos pelo chão cessarem ao encontrar os dois caminhos diferentes, e olhei para ele.

– E essa é uma ótima oportunidade para uma saída depois do trabalho. – ele deu um sorriso torto. – Vamos, Em. Eu juro que te conto tudo o que quiser saber. - respirei fundo, fechei os olhos, contei até dez e me virei, voltando a andar. – Te pego às dez? – ele falou, com as mãos nos bolsos enquanto eu seguia meu caminho.

– Às nove. Sem atrasos. Da última vez fiquei esperando plantada por quase duas horas enquanto você se agarrava com a recepcionista do terceiro andar. – dei uma risada brincalhona ao ouvir o suspiro dele, um tanto distante. – E Zac? – me virei para olhá-lo, quase ao fim do corredor. – Bom trabalho.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Prometo não demorar tanto quanto da última vez.
Obrigada por ler. ~



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