Saímos todos nós de dentro da casa e fomos para o carro vermelho sangue parado em frente à casa. John foi para o volante e Peter na frente.

– Peter, saí da frente que esse é o lugar do Yankee - Eu falei. - Não vai caber todo mundo no carro e alguém tem que ficar no seu colo. Duvido que uma das meninas queira ficar com o novato.

– Mas por que meu colo? E o John? - Ele perguntou.

– Porque o John é o único que sabe dirigir. Aliás, acho que nenhuma menina iria aguentar muito peso, né? - Eu respondi.

– Ok, quem vem comigo? - Ele falou sabendo que já estava derrotado.

– Eu! - Respondeu Mily. Era justo. Ela era baixa e magra, então seria mais leve.

– E acho que a Charlotte é forte. Pode me carregar - Eu falei.

– Tudo bem - Ela respondeu sem expressão. Parecia não se importar.

Xanda entrou primeiro e sentou no meio. Em seguida a Tete sentou à sua direita e o Peter à sua esquerda para depois eu e Mily irmos pra o colo deles.

Quando todos já haviam se acomodado, John colocou a chave na ignição e deu partida. A viajem foi rápido e silenciosa. Nem um pio saiu da boca de ninguém durante todo aquele tempo. Quando chegamos no clube dos Hooligans descemos do carro e fui para o lado de Caio. Assim que meus amigos entraram eu puxei ele e o colei na parede enforcando-o.

– Sabe de uma coisa? Acho muito bom você ficar quieto quando entrar lá, senão, com certeza, um deles vai te matar. Fique o tempo inteiro perto de mim, entendido? - Eu avisei.

Segurei forte em seu pulso e o levei comigo para o interior do clube GSE, que era o nome de uma firma que meu pai fundou. Toda torcida tinha uma, e essa era a nossa. Caio não saiu de perto de mim depois do que eu disse.

Meu pai havia sido um Hooligan também, mas morreu nessas brigas. Foi ele quem me apresentou para eles. Ele era o chefe, e como eu sou a filha dele, me deram o direito e a oportunidade de ser a chefe também. Claro que não iria durar muito. Já imaginou uma menina, sendo chefe dos Hooligans? Nunca.

– Vamos pro jogo, pessoal? Hoje dia de futebol! - Eu gritei e eles fizeram uma torcida nada organizada como resposta.

Todos saímos e fomos para o estádio. Meu time venceu por 2 pontos (gols). Nosso time era o West Ham United e nosso maior rival era o Millwall, mas também tinha o Chelsea.

Quando saímos, ficamos esperando do lado de fora a torcida adversária. Assim que os avistamos começamos à caminhar em direção à um beco que dava logo abaixo de uma ponte em uma rua pouco movimentada. O local perfeito.

Paramos frente à frente. O Yankee ao meu lado.

– Fique perto de mim caso queria se manter vivo - Eu sussurrei.

– Olha lá, galera! A pirralha trouxe o mascote Yankee deles! - Comentou o líder do time adversário. O nome dele era Jack. Era alto, pele um pouco bronzeada, musculoso, mas com feições não muito bonitas. Tinha o cabelo raspado e vestia uma calça jeans com um moletom preto.

– Com ou sem mascote, vocês vão morrer. Faz diferença ter torcida pra gente? - Eu retruquei. E todos se avançaram, dando início à briga.

Infelizmente, Jack veio pra cima de mim. Ele era muito bom de briga. Olhei para o lado para ver se alguém atacava o Yankee, então percebi que ele não estava mais lá. Um cara estava correndo atrás dele. Me desvencilhei do líder adversário e corri até ele.

– Atrás de mim - Murmurei para que só ele ouvisse.

Bati tanto no outro cara, que ele saiu correndo. Se ele não tivesse feito isso eu teria matado ele.

A briga acabou e todos voltaram para o clube.

– Gente, eu vou pra casa. Estou cansada, principalmente porque tive que proteger o Yankee! Tchau! - Eu anunciei. - E você vai pra casa quando Peter for embora - Disse para o Yankee.