A menina no bosque escrita por Silva chan


Capítulo 4
Sobre idas e vindas




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Anteriormente em A menina no bosque:

– Gosto de mulheres inteligentes. Reduz nossa solidão e as torna mais interessante. São absurdamente mais adoráveis.

– És diferente da maioria, então. A maior parte dos homens abomina a ideia de ter uma mulher que não sirva apenas para reprodução - ela comentou com amargura. Ele apenas riu.

Kakashi refletia sobre a frase.

– Se acha diferente, senhorita?

– Um pouco.

– E o que pensa sobre isso?

– Pode ser ruim, sob certo ponto de vista.

– Explique.

– Se me casar com um homem que queira uma mulher apenas parra ter filhos e arrumar a casa, creio que ele vá me devolver para meu pai.

– Os tolos governam sozinhos e são derrotados, os sábios possuem fiéis e por isso se mantém no poder. Nada melhor que uma esposa para ter como braço direito, pois o dever de vocês é ser fiel, leal até a...

– A morte.- ela completou e sorriu. – Não acredito em unicórnios, senhor.

– A magia em se acreditar é poder ver quando ninguém mais o faz.

– Temos que nos moldar a necessidades de nossos maridos. Se ele não quiser minha ajuda, me restringirei aos meus deveres.

– E acabará por apagar a sua essência e viverá ordinariamente apenas porque mandaram faze-lo?

– Infelizmente, sim.

– Serás uma esposa maravilhosa, não pode deixar que te destruam.

– Não sou maravilhosa e minha existência tampouco importa.

– Vai mesmo desistir rumo ao topo?

– Vou me manter no 99%.

– 99 não é 100.

– Ser 100% é clamar aos santos que fracasse. Meu marido poderá me ignorar e eu serei só mais uma no mundo, mas pelo menos vivi algo.

Ele riu e foi até ela. Ela se esforçava mesmo que tudo fosse em vão algum dia. Uma mulher como nenhuma outra estava a sua frente e ela não lhe é indiferente. Aquela que, ainda que soubesse que tudo no futuro a faria se sentir pior e solitária, gostava de se aventurar sozinha para ser feliz, meio que por um breve momento. Ele a admirava mais do que qualquer coisa. Ele se apaixonara por ela sem saber quando tudo começou. Mas uma coisa era certa, ela é a melhor mulher que ele conheceu em toda sua vida.

Muito mais experiente que ela, ele deu seu primeiro passo para um caminho sem volta. Deslizou a ponta dos dedos pela tez rosada dela. Ali estava o arrepio que a percorria sempre que ele a tocava de leve. Ali estava o tremor que a sacudia com o calor do contato dele. Ele se aproximou até fechar todo o espaço entre eles e a abraçou possessivamente. Suas mãos sobre a cintura dela eram firmes. Ele abaixou o rosto ate a altura do dela e colou suas testas. Olhos claros e acinzentados o observavam com clara confusão e curiosidade.

– Apenas feche seus olhos. - Ela obedeceu.

Ele roçou seus lábios nos dela de inicio e depois passou a distribuir beijinhos ao redor da boca. Volta e meia ele sugava os lábios carnudos dela até que estes atingissem um tom rubro máximo apenas para admira-los inchados e com tal tonalidade. Eles se separaram depois de um certo tempo e ela estava totalmente corada ao abrir os olhos.

– O... O que.. foi isso?

– É o tão famoso beijo.- Ele sorriu de canto e ela ficou mais vermelha.- O que foi?

– A Sr.ª. Yuuhi disse que... que eu só po-poderia beijar meu marido.

– Como poderia evitar se não sabia o que era?

Ele a olhava divertido e ela brincava com os dedos em profunda reflexão.

– É certo que se não conheço não posso evitar, mas...

– Mas?- ele encorajou.

– Eu não devia deixar o senhor se aproximar.

– Deixe de dizer ''não'' para tudo.

– Não zombe de mim!

– Não me olhe com essa cara irritada.

– Vou para casa!

– Não.

– E ainda sou eu que digo ''não'' para tudo.- ela resmungou.

– Você aceita tudo e diz não a tudo que é certo.

– Me deixe ir.

– Não quero que vá.

– Preciso.

– Não me deixe.

– Se não permitir minha ida, na hora em que eu fugir me forçarei a nunca mais voltar.

– Está me ameaçando? És apenas uma criança pequena e tola.- ele estava visivelmente alterado.

– Posso ser criança, mas não sou tola como pensas.

– Você ameaça não retornar- ele cuspiu a palavra ''ameaça'' com visível desprezo- , mas não pensa que eu posso não te deixar ir?

– Me subestimas senhor. Este será o primeiro lugar em que meu pai me buscará.

– Posso fugir e te levar comigo.

– A única chance de não ser assassinado na fronteira pelos homens de meu pai é me matando, mas se debates meus caminhos com tal afinco, me deixar falecer está em uma das suas ultimas hipóteses.

– Se eu te deixar partir, qual a garantia de que irá voltar?

– Nenhuma.

– Ainda responde sem hesitar- ele resmungou.

– É a verdade.

– Se eu te quero, qual seria a vantagem em perder-te?

– Existe uma garantia, mas o senhor a desconhece. Sabes onde moro, apenas não abriu seus olhos. Se eu não voltar, podes me buscar.

– Claro que vou achar uma casa em uma cidade como esta – ele zombou.

– Repito que o senhor sabe, mas não quer enxergar – ele a encarou-. Se estás tão curioso, a única forma de matar a charada é me deixando partir.

– Quem me garante que não mentes?

– A vida possui garantias ocultas. Ela é um jogo de mentiras, cabe ao senhor descobrir se estou blefando ou não.

– Vá, então. Esconda-se em sua casa – ele saiu da frente da porta.

Ela correu para fora da casa, parou e deu uma olhada nele. Antes de sumir no bosque ela gritou:

– Maquiavel é um gênio!

Garotinha louca, ele pensou.


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Notas finais do capítulo

Devem haver alguns erros de português, mas eu realmente confio no word quando não tenho certeza de algo, então a culpa é do Word!
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