A menina no bosque escrita por Silva chan
Anteriormente em A menina no bosque:
– Gosto de mulheres inteligentes. Reduz nossa solidão e as torna mais interessante. São absurdamente mais adoráveis.
– És diferente da maioria, então. A maior parte dos homens abomina a ideia de ter uma mulher que não sirva apenas para reprodução - ela comentou com amargura. Ele apenas riu.
Kakashi refletia sobre a frase.
– Se acha diferente, senhorita?
– Um pouco.
– E o que pensa sobre isso?
– Pode ser ruim, sob certo ponto de vista.
– Explique.
– Se me casar com um homem que queira uma mulher apenas parra ter filhos e arrumar a casa, creio que ele vá me devolver para meu pai.
– Os tolos governam sozinhos e são derrotados, os sábios possuem fiéis e por isso se mantém no poder. Nada melhor que uma esposa para ter como braço direito, pois o dever de vocês é ser fiel, leal até a...
– A morte.- ela completou e sorriu. – Não acredito em unicórnios, senhor.
– A magia em se acreditar é poder ver quando ninguém mais o faz.
– Temos que nos moldar a necessidades de nossos maridos. Se ele não quiser minha ajuda, me restringirei aos meus deveres.
– E acabará por apagar a sua essência e viverá ordinariamente apenas porque mandaram faze-lo?
– Infelizmente, sim.
– Serás uma esposa maravilhosa, não pode deixar que te destruam.
– Não sou maravilhosa e minha existência tampouco importa.
– Vai mesmo desistir rumo ao topo?
– Vou me manter no 99%.
– 99 não é 100.
– Ser 100% é clamar aos santos que fracasse. Meu marido poderá me ignorar e eu serei só mais uma no mundo, mas pelo menos vivi algo.
Ele riu e foi até ela. Ela se esforçava mesmo que tudo fosse em vão algum dia. Uma mulher como nenhuma outra estava a sua frente e ela não lhe é indiferente. Aquela que, ainda que soubesse que tudo no futuro a faria se sentir pior e solitária, gostava de se aventurar sozinha para ser feliz, meio que por um breve momento. Ele a admirava mais do que qualquer coisa. Ele se apaixonara por ela sem saber quando tudo começou. Mas uma coisa era certa, ela é a melhor mulher que ele conheceu em toda sua vida.
Muito mais experiente que ela, ele deu seu primeiro passo para um caminho sem volta. Deslizou a ponta dos dedos pela tez rosada dela. Ali estava o arrepio que a percorria sempre que ele a tocava de leve. Ali estava o tremor que a sacudia com o calor do contato dele. Ele se aproximou até fechar todo o espaço entre eles e a abraçou possessivamente. Suas mãos sobre a cintura dela eram firmes. Ele abaixou o rosto ate a altura do dela e colou suas testas. Olhos claros e acinzentados o observavam com clara confusão e curiosidade.
– Apenas feche seus olhos. - Ela obedeceu.
Ele roçou seus lábios nos dela de inicio e depois passou a distribuir beijinhos ao redor da boca. Volta e meia ele sugava os lábios carnudos dela até que estes atingissem um tom rubro máximo apenas para admira-los inchados e com tal tonalidade. Eles se separaram depois de um certo tempo e ela estava totalmente corada ao abrir os olhos.
– O... O que.. foi isso?
– É o tão famoso beijo.- Ele sorriu de canto e ela ficou mais vermelha.- O que foi?
– A Sr.ª. Yuuhi disse que... que eu só po-poderia beijar meu marido.
– Como poderia evitar se não sabia o que era?
Ele a olhava divertido e ela brincava com os dedos em profunda reflexão.
– É certo que se não conheço não posso evitar, mas...
– Mas?- ele encorajou.
– Eu não devia deixar o senhor se aproximar.
– Deixe de dizer ''não'' para tudo.
– Não zombe de mim!
– Não me olhe com essa cara irritada.
– Vou para casa!
– Não.
– E ainda sou eu que digo ''não'' para tudo.- ela resmungou.
– Você aceita tudo e diz não a tudo que é certo.
– Me deixe ir.
– Não quero que vá.
– Preciso.
– Não me deixe.
– Se não permitir minha ida, na hora em que eu fugir me forçarei a nunca mais voltar.
– Está me ameaçando? És apenas uma criança pequena e tola.- ele estava visivelmente alterado.
– Posso ser criança, mas não sou tola como pensas.
– Você ameaça não retornar- ele cuspiu a palavra ''ameaça'' com visível desprezo- , mas não pensa que eu posso não te deixar ir?
– Me subestimas senhor. Este será o primeiro lugar em que meu pai me buscará.
– Posso fugir e te levar comigo.
– A única chance de não ser assassinado na fronteira pelos homens de meu pai é me matando, mas se debates meus caminhos com tal afinco, me deixar falecer está em uma das suas ultimas hipóteses.
– Se eu te deixar partir, qual a garantia de que irá voltar?
– Nenhuma.
– Ainda responde sem hesitar- ele resmungou.
– É a verdade.
– Se eu te quero, qual seria a vantagem em perder-te?
– Existe uma garantia, mas o senhor a desconhece. Sabes onde moro, apenas não abriu seus olhos. Se eu não voltar, podes me buscar.
– Claro que vou achar uma casa em uma cidade como esta – ele zombou.
– Repito que o senhor sabe, mas não quer enxergar – ele a encarou-. Se estás tão curioso, a única forma de matar a charada é me deixando partir.
– Quem me garante que não mentes?
– A vida possui garantias ocultas. Ela é um jogo de mentiras, cabe ao senhor descobrir se estou blefando ou não.
– Vá, então. Esconda-se em sua casa – ele saiu da frente da porta.
Ela correu para fora da casa, parou e deu uma olhada nele. Antes de sumir no bosque ela gritou:
– Maquiavel é um gênio!
Garotinha louca, ele pensou.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Devem haver alguns erros de português, mas eu realmente confio no word quando não tenho certeza de algo, então a culpa é do Word!
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