Perdidos escrita por Mariii


Capítulo 6
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Vamos descobrir o que surpreendeu Sherlock? ;)



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– Molly

Ok. Esse filho da puta que não sabia perder um joguinho idiota porque era tão obtuso quanto uma porta não queria mesmo facilitar as coisas para mim. Por que eu deveria facilitar para ele, então?

A timidez deu lugar para minha raiva e agora Sherlock iria ver com quantas Molly se fazia uma insônia. Revirei minha gaveta portadora das mais perigosas camisolas e achei, bem lá no fundo, uma preta com detalhes em branco que serviria exatamente para meu intuito de fazer Sherlock perder o sono.

Sequei os cabelos e modelei algumas voltas nas pontas. Vesti a pequena camisola e descobri que ela tinha uma fenda enorme na coxa que mostraria até minha calcinha, que combinava delicadamente com a camisola e era extremamente pequena. Quem se importa? Ah, Sherlock se importaria. Que pena.

O que acontece em Lovely Island, fica em Lovely Island. A frase não era assim? Talvez eu tenha adaptado, mas tanto faz.

Achei um creme com um aroma perfeito e passei por todo o corpo. Estava realmente me divertindo com essa pequena brincadeirinha. Dei uma última olhada no espelho antes de sai do closet e olha... Eu ficaria comigo mesma.

Saí do closet decidida e caminhei pelo quarto. Primeiro para conferir a janela, depois para pegar água, depois para escovar os dentes de novo. Qualquer coisa. O que importa é que passei em frente a Sherlock umas cinco vezes nessa empreitada. Vi quando ele suspirou e fechou os olhos. Quase que comecei a gargalhar, mas me segurei. Por um momento temi que ele resistiria e ficaria de olhos fechados por todo tempo, mas minha ideia estava correta. Logo ele os abriu e começou a me seguir. Devo ter emagrecido em média uns cinco quilos.

Sherlock podia entender de pegadas, assassinos, venenos e qualquer outra coisa. Mas eu entendia de homens e sabia o que se escondia por baixo daquela armadura.

Quase gargalhei pela segunda vez quando o vi puxar o edredom por cima do seu corpo. Estaria ele tentando esconder algo?

Deite-me na cama o mais sensualmente que consegui. E é claro que a camisola subiu e apareceram bem mais coisas do que deviam. Acendi a luz do abajur que ficava ao meu lado e apaguei a luz do quarto. Virei para o lado do abajur, e me arrumei para dormir. Certamente minha bunda ficaria descoberta nesse momento. O único problema dessa posição era não ver o rosto de Sherlock. Queria ver a expressão que ele faria.

– Molly?

– Sim?

– Você não vai apagar essa luz?

– Não, não gosto de dormir totalmente no escuro.

Era mentira, é claro. Eu adorava dormir no escuro. Talvez ele até soubesse disso, se observou quando esteve em minha casa. Mas não iria deixar que ficássemos no breu total para ele perder toda a cena que eu tinha arrumado. Jamais. Meia luz daria o clima ideal para deixar Sherlock surtado. E ai dele se tentasse encostar um dedo em mim.

Ouvi-o suspirar. Ah, minha ideia estava sendo um sucesso absoluto. O problema é que eu também tinha perdido o sono. De repente a ideia de Sherlock encostar em mim não pareceu tão ruim.

Virei-me para ele. Como eu previra, ele estava olhando pra mim. Não exatamente para meu rosto, mas vocês entenderam. Nossos olhos se encontraram e pareceu que muitas coisas passaram por ali. Repentinamente o clima do quarto pareceu mudar, será que o tempo tinha esquentado? Alguma coisa parecia nos magnetizar, puxando um para o outro. O negócio estava ficando esquisito. Agora eu me perguntava o que raios eu fui fazer. Aposto que ele também, porque se tivesse me emprestado as roupas não estaríamos nessa situação.

Tinha certeza que nossos olhares estavam soltando faíscas e que mais alguns segundos essa ilha ira servir justamente para o objetivo para qual foi projetada. Mas então, Sherlock desviou o olhar e levantou-se, saindo do quarto.

Uma tristeza se abateu sobre mim. Gostaria muito de saber como eu ainda gostava desse idiota.

E o que eu estava fazendo? Qualquer coisa com Sherlock não valeria nada para ele. Quem se ferraria no final seria eu. Como sempre.

Me ajeitei para dormir de verdade dessa vez. Acabei me cobrindo, não tiraria a camisola porque isso seria o mesmo que assumir que perdi e também porque não tinha nada muito melhor para vestir.

Não percebi quando Sherlock voltou para a cama, eu já tinha dormido. Mas fiquei realmente aliviada ao acordar pela manhã e vê-lo dormindo ali. Não queria estragar a relação estranha que ainda tínhamos. E não é nada, não é nada, mas dormir ao lado de Sherlock já era bom.

Provavelmente era o máximo que eu teria.

Levantei rapidamente e corri para o banheiro. Vesti um biquíni e um dos minúsculos vestidos por cima. Já que estava nessa ilha iria aproveitar meu dia. Uma piscina me esperava. Achei um par de chinelos e calcei-os.

Fiz o menor barulho possível e parti para a cozinha preparar o café da manhã. Achei massa para panqueca e preparei algumas. Sabia que Sherlock gostava delas, por conta do curto período que passou em minha casa. Acho que eu deveria me desculpar de alguma forma pelo ocorrido na noite anterior.

Quando ele finalmente veio para a cozinha, a mesa já estava arrumada. Percebi uma expressão de espanto em sua face. Eu me sentia ligeiramente constrangida, mas fingi que nada estava acontecendo.

– Molly, você tem usado minha escova de dentes?

– Hum. Talvez.

Ele sacudiu a cabeça, parecendo não acreditar.

– Não achei outra, Sherlock. E precisava escovar os dentes.

– Tudo bem.

Oi? Sherlock disse que estava tudo bem em compartilharmos a escova de dentes? Nossa, essa frase soava estranho. Mas Sherlock dizer que “tudo bem” deixava a história TODA estranha.

– Obrigada.

Virei-me de costas para ele, a fim de pegar uma faca que eu nem sequer precisava. Mas tudo valia para não ter que encará-lo enquanto agradecia. Sentei-me na mesa, de frente para ele, e nos pusemos a comer. Não conversamos, ele estava estranhamente quieto e não fez questão de me irritar, como era habitual. Senti falta disso. Estávamos formais e isso não era legal.

Acabamos de comer e eu retirei a mesa enquanto Sherlock voltava para a sala. Terminei de arrumar as coisas e sai pela porta dos fundos da cozinha, que dava direto para o jardim onde ficava a piscina.

Ver aquela água azulzinha me deu uma sensação de felicidade. Rapidamente tirei meu vestido e meus chinelos, mergulhando na água que estava agradavelmente morna. Eu podia não saber onde estava, nem como vim parar aqui, muito menos como sairia desse lugar, mas, nesse momento me sentia em um paraíso.

Foi só colocar a cabeça para fora da água que dei de cara com Sherlock me olhando com a mesma expressão ilegível de sempre.

– Sabe, Molly, você poderia ter morrido de congestão e ainda me daria trabalho.

Ufa. Ele estava de volta.


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Notas finais do capítulo

Não esqueçam de mim! :D