Perdidos escrita por Mariii


Capítulo 18
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Como é a continuação da cena, vocês podem continuar ouvindo Coldplay - Magic: http://www.youtube.com/watch?v=h0IVxpaEb-s#aid=P93BCFjqlDo



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– Molly

Meu corpo arqueia enquanto sinto os lábios de Sherlock passeando por mim. Agarro-me em seus cabelos e ele volta até meu rosto, me encarando com aqueles olhos perturbadores. O tempo parece parar quando Sherlock me olha assim. Eu já não consigo me lembrar de nada antes dele, é como se minha vida tivesse começado depois que ficamos juntos nessa ilha. Já não existe, para mim, um mundo onde ele não esteja.

Eu faço com que ele se deite. Preciso tocá-lo. E então ele fica assim, vulnerável a mim. Eu meu ajoelho ao seu lado na cama sentando-me sobre minhas pernas, observando-o. Minha mão vai deslizando do seu rosto, passando por seu pescoço, por seu tórax, novamente por sua barriga. Eu ainda não acredito que o tenho só para mim. Mal posso acreditar quando vejo o quanto ele me deseja.

Uma de suas mãos segura minha cintura. E esse mínimo toque dele faz meu corpo arrepiar. Não consigo esperar mais nada e minhas mãos vão até o limite entre seu ventre e seu pijama. Ele ofega quando eu desfaço o laço que segura a calça em seu quadril e minha mão escorrega propositalmente algumas vezes nessa tarefa. Eu dou um sorriso malicioso para ele e recebo de volta um olhar ameaçador que me faz acelerar o processo de retirada das suas roupas, antes que ele não me deixe terminar.

Quase reclamo quando ele não deixa muito tempo para que eu admire minha paisagem e se lança sobre mim de novo, jogando-me de costas sobre o colchão e me beijando de uma forma avassaladora. Estava tão perdida em seus beijos que mal percebi quando ele terminou de tirar minhas roupas. Só vi que estava nua porque meu corpo emitiu um alerta quanto a isso ao tocar o dele.

Ele parou por um instante, olhando em meus olhos, como se pedisse permissão. Era preciso permitir que ele me proporcionasse algo mágico?

Afastei uma mecha de seus cabelos. Como poderia amá-lo tanto? Não cabia mais em mim. Eu sorrio e o puxo pra mim. Tudo que nos separa desaparece. Eu só preciso dele.

And if you were to ask me
After all that we've been through
Still believe in magic
Oh yes I do

–-- --- ---

– Molly?

– Hum?

Nós estamos de volta a nossa banheira onde tudo isso começou pra valer, com algumas velas servindo de iluminação. A diferença é que agora não vestimos nada. Sinto-me realizada e todo meu corpo parece ser feito de gelatina. Ele parece se divertir em fazer minha pele se arrepiar ao correr um dedo por meu corpo. Uma de suas mãos está entrelaçada com a minha. Espero que ele fale o que tem a dizer após me chamar. Como estou sentada a sua frente não vejo seu rosto, mas ele parecer pensar em quais palavras usar.

– No St. Barts eu disse que não me importava com você... Que eu estava me divertindo ao irritá-la, sem ligar para como você se sentia.

Nossa, eu fiquei surpresa. Nós voltaríamos nesse assunto? Só pude assentir. Não tinha o que dizer. Desde que cheguei aqui nunca mais tinha pensado sobre. Aguardei novamente que ele continuasse.

– Talvez naquela época eu não tivesse total consciência disso, ou não queria assumir para mim mesmo, mas eu gostava de provocá-la para chamar sua atenção porque desde que voltei você já não olhava para mim da mesma forma. É egoísta, eu sei, mas eu percebi que tinha perdido você e eu queria que você gostasse de mim de novo. Queria sua atenção toda para mim, mesmo que não estivesse disposto a retribuir qualquer isso ou qualquer tipo de sentimento.

– Você nunca me perdeu, Sherlock. Eu só não tinha mais o que fazer.

– Eu sei... Eu fui um idiota por muito tempo. Anos, eu diria. Só quero deixar claro que tudo que está acontecendo nessa ilha é real para mim. Quando nós voltarmos para Londres, não quero que nossa relação mude. – Ele respirou fundo. - Não temos banheiras em nossas casas, mas eu quero ficar abraçado com você em seu apartamento, quero que a gente tome café da manhã em Baker Street, que vejamos filmes deitados no sofá da sua sala e que um aqueça o outro quando ficarmos sem roupas em frente à lareira.

Eu sorrio. Mas meus olhos estão cheios de lágrimas. Sabia o que tudo isso significava vindo de Sherlock Holmes. Eu me viro o suficiente para olhar para ele.

– Nós faremos. Nós abriremos corpos juntos e descobriremos as causas das mortes. Investigaremos novos venenos. Faremos exames de substâncias estranhas. E nós levaremos um punhado de areia daqui para que quando tudo pareça ter sido um sonho, a gente se lembre de que foi real.

Aquilo ali brilhando nos olhos dele também são lágrimas? Porque as minhas já começaram a escorrer.

– Eu buscarei você todos os dias no St. Barts e a levarei comigo para as cenas de crimes mais estranhas. Nós conversaremos sobre isso enquanto preparamos o jantar, pode deixar que eu corto as cenouras, e ficaremos enroscados um no outro até dormirmos. E todas as manhãs, quando eu acordar, eu terei a certeza que não poderia ter feito escolha melhor e que não há mais uma vida onde nós estejamos separados.

A voz dele está rouca e falha em alguns momentos. Eu o puxo para mim e beijo antes de qualquer coisa. Não deixo que as lágrimas dos olhos dele caiam, não quero vê-lo chorar. Quando me afasto, ele já está melhor e eu fico aliviada. Ele enxuga algumas lágrimas teimosas do meu rosto.

– Me perdoe, Molly.

– Você está perdoado há muito tempo, Sherlock.

Como ele pode não perceber isso? Eu reviro os olhos para ele e vejo suas pupilas dilatarem e seus olhos mudarem de cor. Sei o que está por vir antes mesmo dele me beijar. Lamento, só por um milésimo de segundo, que todo o banheiro ficará molhado. Mas eu esqueço tudo quando as mãos dele começam a explorar meu corpo e sua boca desce até meu pescoço, fazendo um caminho até meus ombros. Não demora muito e a água contida na banheira é inversamente proporcional ao tamanho do sorriso em nossos rostos.


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Notas finais do capítulo

;)