O Melhor Amigo da Noiva escrita por lubsfoot


Capítulo 6
Menos um


Notas iniciais do capítulo

Alerta de feels, gente!

E que a sorte esteja à favor do menino James!

Boa leitura, e vejam as notas finais!



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POV James

Quando finalmente deu a hora de James ir pra casa, não pode conter um sorriso, já iria passar pegar Lily antes. Então arrumou suas coisas, desligou seu computador, despediu-se dos seus colegas e saiu, afim de aproveitar a noite o suficiente para o resto de sua vida. Contudo, o pouco de felicidade que ainda restava em nele foi extinguido no momento em que viu uma figura usando uma camisa e blazer negros, com os cabelos da mesma cor e com expressão dura esperando-o perto de seu carro. Tudo o que ele menos queria era ver Severus Snape ali e agora.

James foi apresentado ao noivo da amiga antes mesmo dela apresentá-lo aos pais, e ele o odiou desde o primeiro momento. Snape era um poço de prepotência e arrogância, parecia ter o humor limitado, sério demais, e perto de todos os outros namorados que Lily tivera ele não entendia porque cargas d’água ela foi se interessar por um homem como ele. Sabia que o sujeito também não havia gostado muito dele, mas até aí não era uma coisa que se importasse, mas depois de ele tentar impedir Lily de fazer certas coisas, tudo mudou, e ele passou a desgostar ainda mais do sujeito. Ele continuou andando, deu seu melhor sorriso presunçoso e cumprimentou o homem à frente.

— Severus Snape! A que devo a honra de sua visita inesperada em meu local de trabalho? – disse ele.

— Guarde seu falso cordialismo pra você, Potter. Esse encontro é tão desagradável pra mim quanto é pra você – respondeu rudemente. James sorriu mais uma vez, dando de ombros.

— Certo, e o que você quer aqui? – rebateu, fechando a cara.

— Quero que deixe a Lily em paz – Snape despejou sem hesitar.

— Desculpe, como é? – James pareceu menos surpreso do que realmente estava, cruzando os braços.

— Isso mesmo que ouviu – falou o homem com a expressão anda mais rígida – Eu não sei que tipo de sentimento você acha que tem pela minha noiva, mas nós vamos nos casar em menos de uma semana, e exijo que deixe-a em paz. Você teve todo tempo do mundo para conquistá-la se quisesse, mas não o fez, e agora que ela fez sua escolha é bom que no mínimo respeite-a. Aliás, aproveite para despedir-se dela até sexta, e depois deixe que ela a viva dela sem você bancando o amiguinho, pegajoso e descarado, ela não precisa mais de você. É tudo o que tenho a lhe dizer – terminou ele já virando-se para sair.

James parecia ter levado um tapa na cara, mas a raiva apoderou-se dele e soltou os braços, cerrando os punhos. Não deixaria ele sair assim.

— Você não é digno dela Snape. Covarde, tendo que apelar pra um pedido que você sabe que não vou conceder. Você não é o dono dela, se a conhecesse e respeitasse, saberia que eu sou tudo o que ela precisa. E pode ter certeza que independente das escolhas que ela faça eu estarei ao lado dela – disse ele – Vá, e tente impedi-la de ser quem ela sempre foi, e então eu não precisarei fazer nada para que ela perceba o quão baixo você é.

— Está avisado, Potter – Snape fuzilou-o com os olhos, e partiu.

Ainda com a raiva espumando dentro de si, James entrou em seu carro e dirigiu-se para casa de Lily com mais vontade do que nunca. Assim que estacionou o carro viu que Sirius e Remus saiam da casa da amiga e sentiu-se um pouco melhor por ver seus amigos juntos e num estado de humor melhor que o dele.

— Ora ora ora, estão fazendo uma festinha e esqueceram de me chamar? Poxa, a Lene também vai ficar chateada, hein! – disse ao sair do carro parecendo mais animado do que estava.

— Para de ser bobo, Jay! – disse Lily, que veio de encontro a ele e lhe deu forte abraço. James fechou os olhos enquanto a sentia tão próxima dele. Amava o perfume que emanava de seus cabelos ruivos que pareciam fogo, e quando ela o encarou com aqueles olhos verdes-diamante, não conseguiu evitar um sorriso sincero. Lily era mais baixa que ele, e usava um vestido verde rodado que contrastava com seus cabelos e realçava seus olhos. Ela era definitivamente a mulher mais linda que ele teve a felicidade de conhecer.

— E aí, Lírio – falou ele, passando suavemente a mão em seu rosto. Ele a chamava assim desde que ela fizera quinze anos, e só ele o fazia. Então viu que Sirius e Remus os olhavam sorrindo e ele foi até eles – Hey Remus, beleza? Você eu já aturei hoje, Sirius – disse apertando as mãos do primeiro e dando um tapa no ombro do segundo.

— Tudo em ordem. É uma pena que Sirius e eu já estamos indo, temos umas coisas pra consertar — respondeu Remus, e ele achou que o amigo colocou uma ênfase proposital no “consertar”, mas apenas deu de ombros.

— Tudo bem, boa sorte pra vocês – e então despediu-se dos amigos que foram embora na moto de Sirius e virou-se para Lily.

— Vem Jay, fiquei presa com os meninos e nem me arrumei ainda. Anda, você pode até escolher que pijama devo levar hoje – disse a ruiva puxando-o pelas mãos para cima, e ele sorriu novamente.

James sentia-se tão a vontade quando estava no apartamento de Lily quanto sentia-se em casa, por isso tinham trocado as chaves quando ambos se mudaram para o novo lar. Só era uma pena que Lily tivesse que deixar de morar ali depois de tanto tempo, para mudar-se pra sua nova casa idiota com seu noivo idiota, mas ele não queia ter que pensar nisso de novo, não enquanto estava com ela.

— Vou tomar uma chuveirada rápida, pode me fazer um favor? – ele assentiu e ela continuou – dentro das caixas vermelhas na sala estão minhas tralhas mais infames, vê o que posso levar hoje, você sempre escolhe as coisas mais divertidas que eu. Pega também algum filme dentro da estante, você sabe onde ficam. Obrigada, eu já volto.

— Pode deixar – respondeu ele indo primeiro escolher os calçados dela. Era sempre James quem opinava no que ela deveria vestir quando faziam um programa juntos. Lily dizia o tempo todo que quando fosse rica o contrataria para ser seu designer particular, mas ele sempre dizia que isso pegava muito mal e acabavam em risos. Até mesmo quando ela pediu que ele fosse com ela escolher sua lingeries para a lua de mel a atendente disse que era raro o noivo ir juntos e que formavam um belo casal. Lily riu muito da situação, enquanto ele não saia bem como reagir àquilo. Pra esta noite ele escolheu o pijama de panda que ele dera a ela de presente no último dia dos namorados, já que era tradição ela usar algo exótico nas noites de filme com ele.

Dentro da caixa percebeu que havia várias outras coisas que ele lhe dera de presente: chaveiros, colares, alguns objetos de decoração e uns álbuns de fotos dos dois juntos, presumindo que seriam as coisas que estariam proibidas de entrar em sua casa nova. Dar conta disso atingiu-o fortemente, sabia que viria a acontecer, mas não iria se abater. Fechou a caixa, e foi procurar um filme qualquer.

Ele empacotou os filmes, as pantufas e voltou para a cozinha esperar pela amiga. Lily saiu do banho e James lhe disse que estava tudo pronto, e dez minutos depois eles estavam se dirigindo para o apartamento dele, que ficava a algumas quadras dali. Não disseram muita coisa durante o trajeto, mas James podia sentir que aquela seria uma noite tensa.

— Potter! Eu já não disse pra não deixa essas roupas largadas na sala? – exclamou Lily assim que entraram na casa dele. Ela claramente sentia-se à vontade quando estava lá também – Não custa deixá-las só no quarto, não acha?

— Fala sério, Evans! Essa semana não tive tempo pra fazer nada direito, não brigue comigo por isso – rebateu ele. Ela lançou aquele olhar mortífero-mas-não-sério de sempre pra ele.

— Só não brigo com você porque a maior causa da sua falta de tempo sou eu - respondeu ela, os dois rindo em seguida. Adorava como chamavam-se pelos sobrenomes quando estavam discutindo.

— Mas você sabe que não me importo de desperdiçá-lo com você, não é? – disse jogando uma almofada nela, antes de ir se trocar para ficar à vontade também.

Naquela noite prepararam pizza de espinafre com bacon (algo exótico, como de costume), e assistiram pela milésima vez Se Beber Não Case, que era uma das franquias preferidas dos dois.

— Isso soa tão irônico, já que vou me casar daqui uns dias! – Lily resmungou, rindo como se fosse a primeira vez que assistia.

— Realmente – respondeu ele rindo não tanto, enquanto levantava para pegar um embrulhinho em cima do armário – Olha só Lils, comprei pra você hoje na hora do almoço. Morangos com chocolate meio-amargo, seu favorito - E jogou-lhe a caixinha de bombons recheados que ela tanto amava.

— Hmmm! Você sabe como me agradar quando preciso, obrigada! – disse ela abrindo e já mordiscando um – está servido?

— Não, obrigado. É todo seu – respondeu dando um sorriso ao ver a expressão de criança que ela fazia enquanto comia.

— Sev nunca acerta no chocolate, fala sério. Você deveria dar umas dicas pra ele, Jay! Você sempre sabe dos quais eu gosto! – falou enquanto sentava-se à mesa. Passava um pouco das 22h, e James sentou-se em frente à ela.

— Acho que vou preferir deixar ele descobrir sozinho – disse ele infeliz – Seria covardia contar.

— Muita coisa seria covardia... Inclusive o que preciso falar com você, James – ela começou, e sua expressão transformou-se rapidamente de feliz para assustadoramente séria, além de ela raramente chamá-lo pelo nome. Ela baixou o olhar e continuou - Preciso devolver suas chaves, e pegar as minhas de volta – concluiu, ainda sem olhar para ele.

Mais uma vez ele sentiu que havia sido apunhalado, só que desta vez pelas palavras de Lily. Ele não esperava que chegariam a esse ponto, e de certa forma, aquilo era o fim da proximidade que existia entre eles. Então ela encarou-o e ele sustentou o olhar firmemente que pode.

— É isso que você quer Lily? - perguntou ele.

— Não Jay, é claro que não! Mas você sabe, Severus morre de ciúmes de você! E em partes ele está certo, seria estranho termos as chaves trocadas se não somos nada um do outro – respondeu.

— Não somos nada um do outro? É isso que Severus diz pra você? Que não somos nada? – disparou ele sem pensar duas vezes.

— James, por favor! Facilita pra mim, você entende! Nunca me senti tão mal por fazer algo e...

— Então não faça! – James a cortou - ele diz que te respeita, mas tenta de privar de tudo o que você gosta, suas coisas, seus amigos... de mim! Eu que sempre estive ao seu lado pra tudo! Ele não te merece, Lily!

— Então você concorda com eles, não é mesmo? Sirius, Lene, meus pais, Dorcas, Remus, todo mundo! Você concorda com todos eles! – ela disse levantando-se – Por que não me disse, James, que não concordava com esse casamento desde o começo? Por que não foi sincero comigo quando os outros foram? Achei que fôssemos amigos, eu iria entender – disse ela andando de um lado pro outro dando-se conta do que falava.

— Iria mesmo? Olha, eu sempre estive ao seu lado, em todas as suas escolhas, independente do que eu achava ou não! Mas dessa vez não disse nada para não te machucar, porque achei que você não fosse aceitar tudo o que esse bacaca diz! Achei que fosse melhor que isso – rebateu James sentindo os olhos arderem.

— É isso o que você acha de mim? – respondeu ela aos prantos - Que eu sou uma idiota por querer um cara que pra mim é certo? Ótimo James, isso prova que Sev está certo. Está na hora de darmos um tempo na nossa amizade perfeita! – Ela tirou as chaves dele do bolso e jogou-as na mesa – Boa sorte enquanto procura uma amiga pra por no meu lugar! – e voltou para sala tirando juntando suas coisas.

— O que está dizendo Lily? Acha que eu quero outra pessoa em seu lugar? Acha mesmo que sou capaz de te desejar algum mal? Pelo contrário! Eu só quero que seja feliz com alguém que te mereça de verdade! – falou sentindo sua voz falhar enquanto seu coração sangrava por fazê-la chorar. Isso não podia realmente estar acontecendo.

— E quem seria merecedor de mim então, James, você pode me dizer? – ela virou pra ele com o rosto vermelho. Ficaram em silêncio alguns minutos enquanto se olhavam. James temeu por aquele momento toda sua vida, e qualquer coisa que fizesse estaria comprometendo a amizade de anos dos dois.

— James – foi como se mil anos tivessem se passado, ela o chamou uma última vez com a voz baixa - minhas chaves, por favor.

Ele as tirou do seu bolso e as entregou sem dizer nada. Antes que ela saísse, olhou-a mais uma vez.

— Espero que ainda esteja lá no sábado. Preciso de você – e saiu, fechando a porta sem antes ouvir o que quer que fosse que ele tinha à dizer.

— Eu sempre estarei onde você estiver - sentindo como se pudesse morrer ali mesmo, James jogou-se no sofá ainda sentindo o cheiro que Lily deixara nele.


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Notas finais do capítulo

Não me matem! Hahaha ficou um pouco longo mas eu simplesmente amei escrever esse capítulo!

O que acham desse James todo sentimental? Mas, bem, e tudo acontece como tem que ser! rs

Comentem, e obrigada!