Robin de Gotham escrita por Renner Nogueira


Capítulo 4
Ponto Fraco


Notas iniciais do capítulo

Confesso que tive um pouco de dificuldade em escrever esse capitulo (e os próximos).Quando terminei de escrever, li e consertei várias coisas várias vezes até chegar nesse resultado.Espero que tenha ficado bom.Boa leitura ;)



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Cameron podia ser sua melhor amiga, mas John não ficou muito entusiasmado quando ela disse que ia ficar mais uns dias em sua casa.Não por que não queria sua presença, mas por que ela poderia atrapalhá-lo nessa nova investigação que estava fazendo.

Ele havia se levantado mais cedo, antes que ela acordasse, e falou com Alfred Crane, ex-tutor de Bruce Wayne, ao telefone.Se tinha mais alguém que sabia do segredo de Bruce e o ajudou, esse alguém era o Alfred.Esse homem o criou desde a morte de seus pais, e se Batman era bom, isso se devia muito a ele.Por isso, ele pediu sua ajuda.Disse que conhecia o Bruce, e tentou marcar um encontro com ele, mas Alfred disse que precisava pensar.Ele estava fazendo seu próprio trabalho,- que não disse qual era- e muito ocupado com os próprios projetos.No fim, ele só enrolou e não disse nada.Mas John ainda não tinha desistido de conseguir seu auxílio.

*

–Bom dia, John.- disse Cameron ao sair do quarto de hospedes, de camisola que a deixava muito sexy.Felizmente, ela era só amiga de John, e nunca ia passar disso.

–Bom dia.- disse ele sentado no sofá, assistindo TV, com uma tigela de cereais com leite na mão, comendo com uma colher.

–O que vai fazer hoje?- perguntou ela, sentando-se ao seu lado e pegando a tigela.

–Eu vou andar.Enquanto você, vai decidir o que faz da vida.

–Eu to de férias do trabalho.

–É?E eu to de folga.- ele se levantou sorrindo, pegando uma mala que estava no chão, aos seus pés- E essa folga é só pra mim.

–Ah, qual é?Vamos sair e beber alguma coisa.

Ele pensou.

–Que tal, quando eu voltar?Seis e meia, no máximo.- ele abriu a porta e saiu.

*

Cameron ia continuar em sua casa pelos próximos dias, então ele precisava de um outro lugar para trabalhar.Descobrir o que estavam tramando contra ele.Talvez não fosse nada, talvez fosse apenas um bug em seu computador.Mas aquela mensagem mexeu tanto com ele, que duvidava que era só isso.Estava ficando paranóico.Finalmente chegou a BatCaverna.As coisas por lá precisavam de uma nova decoração.

Trouxe tudo o que precisaria na mala, e então, foi direto ao trabalho.Foi um dia longo.Trocou as lâmpadas velhas por novas, e instalou várias outras pela caverna.Reprogramou os computadores, não sem antes extrair todas as informações que conseguiu.Limpou a caverna, projetou barras, pesos e sacos de boxe para treinar, fez seu novo traje e deu um jeito naqueles morcegos.

Quando terminou (horas depois), olhou em volta.Havia feito um belo trabalho.Sentou-se na cadeira de frente para o balcão onde haviam três computadores, e iniciou uma pesquisa:
“Melhores hackers dos E.U.A”.Obviamente não esperava encontrar isso no Google, mas achou que valia a pena tentar.Somente um hacker muito talentoso poderia ter feito aquilo com seu computador, e se o encontra-se, poderia achar quem estava por trás daquilo.

“Principais hakers dos Estados Unidos”, clicou.Uma grande lista de nomes e rostos apareceu.A maioria deles tinha a foto de um molde de uma cabeça humana com um “?”.

–Mais precisão.- disse.Digitou na barra de pesquisa: “New York, Gotham City”.

Mais uma grande lista apareceu, menor que a anterior, mas bastante grande, com um total de 250 nomes.O primeiro, tinha, como os outros , um rosto desconhecido.Obviamente na era seu nome verdadeiro, mas ali dizia que ele era conhecido como Thief Computer.Clicou em extrair dados.Uma barra de carregamento apareceu.Estava muito lento.

–Ah, isso vai levar horas.

Logo seu despertador apitou.O tempo passou voando, quando viu, já era quase seis da noite.Devia encontrar Cameron.

Ele pôs o traje por baixo de sua roupa.“Nunca se sabe”, pensou.Saiu deixando as informações serem carregadas.

*

–E então, vai me dizer o que está tramando?- perguntou Cameron a lado de John, naquele grill agitado.

–Eu não to tramando nada.

–Sei, e o papo de ontem, de “eu to me aperfeiçoando”.

–Eu não disse isso.

–Mas disse quase isso.

–Não é nada.- era impossível conversar com ela sem rir.

–Claro que é algumas coisa.Você precisa me dizer.- John suspirou.

–O.k, eu vou contar.

–Êêh!- comemorou ela.

–Quando- levantou o dedo- for a hora certa.

–Ah, qual é!

–É sério, eu...- ele parou de falar ao ver que ao lado do banheiro, haviam dois homens encapuzados olhavam pra eles com uma cara não muito amigável.

–O que foi John?- disse ela passando a mão em frente ao seu rosto.

–Ah, não é nada.

–O que estava olhando?- ela virou para onde ele olhava, mas os homens tinham entrado no banheiro- O que foi?

–Nada.Eu preciso ir ao banheiro.Com licença.

Ele se levantou e foi na direção daqueles homens.Ele entrou disfarçadamente, os dois só olharam.

–Noite agitada.- comentou, lavando a mão na pia, tentado disfarçar.

–Sem rodeios.- disse o homem da direita.Os dois eram muito altos, musculosos e muito parecidos.

John se virou.

–O que vocês querem comigo?

–Nós?- disse o da direita.

–Não queremos nada com você- voltou a falar o da esquerda- O chefe quer.

–Que chefe?

–E isso importa?- ele puxou John para baixo pelos ombros e deu uma joelhada violenta em sua barriga, depois ainda segurando seu ombro jogou-o no chão.- Sabe o que acontece com quem brinca de herói nessa cidade?- ele se aproximou- Morre!-gritou.Tentou agarrá-lo, mas John rolou para lado e se levantou a tempo de dar um soco no lado direito de sua orelha, fazendo-a sangrar.Tentou dar outro, mas ele agarrou sua mão e deu um soco em seu rosto, John cambaleou.

–É só isso que você tem?- disse, isso só o irritou mais aquele cara.Ele veio pra cima com toda a fúria dele, mas John apenas desviou, fazendo-o bater a barriga na pia e urrar de dor.Ele virou.John havia subido em cima da outra pia, abaixo do grande espelho.

–Desça daí, e lute que nem um homem!- gritou.

–Que tal você vir me pegar.- o homem se enfureceu, gritou, e foi correndo de cabeça, com intenção de agarrar as pernas de John, ,mas ele pulou por cima dele, e ainda empurrou sua cabeça com força contra o espelho.

O homem deixou uma rachadura feia, e muito sangue no vidro.

John suspirou.Olhou para o lado depressa procurando o outro cara, mas não viu ninguém.Andou até a porta do vaso sanitário para ver se ele tinha se escondido, mas não havia ninguém em nenhum deles.

–Ué.Cadê o seu amigo?- John se virou para o homem caído que ria e foi se levantava.

–A pergunta é...cadê a sua amiga?

Por um segundo, o mundo de John encolheu.Sua cabeça latejou..Ficou paralisado por um momento, mas logo virou-se e com um único impulso saiu correndo enquanto o homem gargalhava no banheiro, com a cabeça sangrando.Eles a pegaram!Ele não podia tê-la deixado.

Ele tinha que encontrar Cameron, ela era tudo no mundo.E se eles a tivessem...não, não podia pensar nisso.

O grill estava lotado, era difícil achá-la.O cara já devia ter levado ela, mas não podia parar de procurar.Tentava achar espaço na multidão, até que viu na saída, o cara, colocando um saco preto na mala de um furgão.Graças a Deus, o saco estava em movimento.Ele correu, mas o cara entrou no furgão e já ia saído.

Rapidamente, escolheu um canto e tirou a roupa, ficando apenas com seu novo traje preto, e pôs a máscara nos olhos.Correu em disparada, e quando ia perdê-lo de vista, um hippie numa moto gritou:

–Ih, olha lá!É aquele tal de Robin.- ele pensou rápido.

–É!Estou perseguido um bandido!

–Que legal aê.Pode usar a minha...- John pulou na moto derrubado o hippie.

–Obrigado e desculpa!- gritou, acelerou e foi.

–Tranquilão, brother, paz e amor.- disse, fazendo um dois com a mão.

O furgão virou uma esquina e John foi atrás.Todos na rua notaram que era o Robin, apesar de não estar com o traje antigo, provavelmente porque o hippie estava gritando: “Olha o Robin, olha o Robin, ele roubou minha moto!”

Agora estavam numa via movimentada, seria difícil parar ali, então ele apenas o seguiu,

até que por fim, chegaram num depósito abandonado.Haviam dois seguranças armados no portão, que o abriram para o furgão passar.Ele parou numa distancia segura.

–Droga!E agora?Não tem saída!Eu vou morrer se entrar ali dentro.

Não podia chamar a policia, pois isso ele tinha que resolver, ela era a sua amiga.Foi sua culpa ela estar ali.Precisava ir por ela.Tinha uma pistola no cinto,- heróis não deveriam usar armas, mas policiais usavam- mas não sabia se devia atirar.Estava agindo como Robin ali.

Ele se sentou atrás da moto, para tentar pensar.

Até que ouviu um grito desesperado.Cameron estava gritando.Um grito de dor, de socorro.Quase chorou por ela.

–Ah, dane-se!Sou um policial agora.Não um herói.- olhou para baixo- Apesar dessa roupa.

Anos na policia lhe garantiram grande experiência na hora de atirar em alguém a distancia, então ele logo soube o que fazer.Se se escondeu no mato e mirou no peito do homem da direita.Atirou.O segundo alarmou-se rapidamente, e quando foi chamar reforços pelo rádio ele atirou de novo, agora na barriga.O silenciador ajudou muito em não chamar atenção.John suspirou com as mãos tremendo.Levantou-se, e foi correndo de encontro ao grande depósito.

O portão estava um pouco aberto, então seria fácil passar, mas ele não sabia o que encontrar lá dentro, então resolveu ouvir primeiro o que acontecia.

–Onde ele está?- gritou uma voz masculina.

–Eu não sei!- disse uma voz feminina chorosa.Seu coração apertou.

–Sabemos que você estava com o Robin!Diga onde ele está!

–Eu não sei!- disse ela chorando mais.Ele teve que expiar.

Ela estava amarrada numa cadeira, com sangue escorrendo pelo rosto.Três homens com máscaras brancas e sujas estavam lá com ela.Um estava atrás dela.Somente os dois da frente estavam armados.O homem que estava no bar era o mesmo que falava com ela.Era o único que não usava máscara.O furgão estava estacionado a sua direita.

–Aí, Joey.- disse um dos homens ao que estava falando com ela- Acho que ela diz a verdade.Ela não deve saber de nada.Vamos só apagar ela.- Joey pareceu considerar o caso.

–Certo.- pegou uma faca da jaqueta- Mocinha, já que não nos serviu de nada, está na hora de nos livrarmos de você.- chegou até ela e pôs a faca ao lado do rosto, como se fosse cortar sua boca- É uma pena que seja tão bonita.- ela gritou desesperada.

–Espera!- gritou John.Ele havia entrado no depósito, as mãos estavam na cabeça.Cameron ficou paralisada- Ela não tem nada a ver com isso.Livrem ela, e eu me entrego.


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Notas finais do capítulo

Será que essa troca será feita?Ou será que nosso herói tem um grande plano para sair dessa?Não perca o próximo capitulo e descubra!
Críticas e sugestões são completamente bem vindas!