My Immortal escrita por Alessandro Campos


Capítulo 5
Love will tell us where to go


Notas iniciais do capítulo

Posso dizer que eu também me empolguei muito escrevendo esse capítulo?! Hahaha!

Boa leitura!



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“You used to captivate me by your resonating light.

Now, I’m bound by the life you’ve left behind.

Your face, it haunts my once pleasant dreams.

Your voice, it chased away all the sanity in me.

These wounds won’t seem to heal.

This pain is just too real.

There’s just too much that time cannot erase.”

Aquele momento foi a coisa mais surpreendente que já aconteceu na vida. Nunca, nem em um milhão de anos, imaginei que Harry Potter, o menino que sobreviveu, o eleito, pudesse me beijar por livre e espontânea vontade. Depois de mais de cinco anos de brigas, provocações. Depois de ele saber que tentei matar Dumbledore, que sou um Comensal da Morte. Era simplesmente inacreditável.

Seu lábio era quente e bastante úmido. Ele pressionou seu corpo contra o meu, me fazendo recostar sobre o chão molhado e ficando por cima de mim. Ficamos nos beijando por um bom tempo, o qual não consigo especificar porque a minha concepção de tempo naquele momento estava completamente abalada. Assim que o beijo acabou, voltamos a nos abraçar.

– Não me solta nunca mais, Harry – sussurrei.

Ele se soltou do abraço e me olhou assustado.

– Você me chamou pelo primeiro nome? – ele arregalou os olhos.

– Acho que sim – senti minhas bochechas começarem a corar.

Ele me deu vários selinhos e soltou uma risada gostosa, espontânea.

– Eu não quero mais brigar com você, Draco – ele pausou – Isso tudo é muito novo pra mim, muito diferente. Mas, sei lá, acho que podemos tentar passar por isso juntos.

Apenas o abracei de novo e assenti.

Foi simplesmente muito mágico tudo o que aconteceu depois daquele momento. Sem trocadilhos.

Levando em consideração a situação em que a guerra se encontrava, decidimos manter tudo em segredo, inclusive de nossos amigos, ou melhor dizendo, dos amigos dele, já que eu não tinha pessoas que eu pudesse realmente chamar de amigos naquela escola. Você pode estar se perguntando o que houve com o “podemos tentar passar por isso juntos”, e eu lhe respondo: por mais que a vontade de ficar com ele independentemente da opinião dos outros fosse grande, muitas coisas precisavam ser consideradas. Em primeiro lugar, como eu estava aliado aos Comensais, caso a fofoca de que eu estava junto de Harry chegasse aos ouvidos de Voldemort ou qualquer um deles, muito provavelmente usariam meus pais para chegar até mim e me convencer de entregar o Harry. Você pode imaginar, eu ficaria entre a cruz e a espada. Não é porque eu estava chateado com meu pai por praticamente me obrigar a jurar lealdade a Voldemort que eu queria que ele fosse morto ou qualquer coisa parecida. Sem falar na minha mãe, quem assim como eu, estava metida naquela história até o pescoço simplesmente por não ter outra opção. Afinal de contas, ela amava o meu pai o suficiente para concordar com todas as babaquices dele. Retomando o assunto: em segundo lugar, fora os meus pais, Voldemort poderia me usar para convencer Harry a se entregar. E não preciso mencionar que eu também não queria ser torturado ou coisa do tipo, né? Tudo bem, era amor, mas nem por isso eu precisava sofrer, sendo que evitar isso estava dentro de nossas opções. Por último e não menos importante, havia também o fato de que nossa união poderia incomodar aliados da Ordem por diversos motivos, como o fato de eu ter sido, ou ser, um Comensal da Morte, ou também porque somos dois homens e isso também é o suficiente para pessoas idiotas se afastarem. Sei lá, naquela situação, evitar que qualquer aliado no deixasse era a melhor alternativa, independentemente de termos de abdicar de coisa “x” ou “y”.

“When you cried I’d wipe away all of your tears.

When you’d scream I’d fight away all of your fears.

And I held your hand through all of these years.

But you still have all of me.”

Para que eu estivesse realmente preparado para quando fôssemos lutar contra Voldemort, Harry decidiu me ensinar feitiços de defesa em duelos e também defesa contra magia negra. Assim como na época em que ele organizou a Armada de Dumbledore, nos encontrávamos todos os dias pontualmente às nove da noite na Sala Precisa. Era realmente uma grande aventura, porque tínhamos que ir escondidos para lá. Primeiramente, já era hora de todos os alunos estarem dentro de suas salas comunais e também não poderíamos ser vistos juntos em hipótese alguma. Admito que era muito divertido aquela brincadeira de agente secreto. Eu me esgueirava pelos corredores da Hogwarts na escuridão da noite e nem a varinha podia usar para iluminar o caminho, porque a luz poderia incomodar os retratos, que por sua vez, denunciaram minha presença ali. Me lembro que uma vez Filch quase me pegou no sétimo andar, mas, por algum motivo que não sei qual, Madame Nor--ra miou e ele mudou a direção em que caminhava.

Certo dia, Harry decidiu que queria me ensinar um dos feitiços mais complicados a serem feitos, porém um dos mais úteis. O tão famoso feitiço do Patrono. Como de costume, nos encontramos na Sala Precisa e, logo que entrei, ele já havia conjurado o seu Patrono corpóreo, que correu em minha volta.

– Entre, Draco – ele acenou para mim com uma das mãos, enquanto mantinha a outra com a varinha empunhada.

Caminhei até ele e dei um pequeno beijo em seus lábios.

– O que é isso? – apontei para o cervo que caminhava tranquilamente pela sala.

– Isso se chama um Patrono corpóreo – ele explicou.

– Ou seja? – eu franzi o cenho e tentei tocar o bicho, mas minha mão o atravessou.

– Esse feitiço serve, em linhas gerais, para afastar os dementadores – ele fez um movimento com a varinha e o animal correu até se chocar contra uma vidraça e sumir.

Arregalei os olhos e olhei para ele novamente.

– Você pode ter dificuldade em fazer esse feitiço no começo, mas quando pegar o jeito, conseguirá inclusive fazer um Patrono corpóreo também.

– Isso parece legal – respondi, entusiasmado.

– E é – ele sorriu e me roubou outro beijo – Primeiro você posiciona sua varinha assim.

Ele ficou por trás de mim e esticou minha mão esquerda com uma leve flexão no cotovelo.

– Agora, você vai escolher uma lembrança feliz, mas não qualquer lembrança, mas a lembrança mais feliz que tiver – ele prosseguiu, sussurrando em meu ouvido.

Senti os pelos da minha nuca se arrepiarem com o hálito quente que saia de sua boca enquanto ele falava. Procurei tentar me concentrar em pensei em uma lembrança.

– Hum, acho que já escolhi.

– Certo – ele apertou minha mão com a sua – agora você vai repetir comigo: Ex-pec-to Pa-tro-num.

– Expecto Patronum – repeti.

– Isso mesmo. Agora se concentre, pense na lembrança e repita o feitiço com muita vontade.

Apenas olhei para ele e assenti com a cabeça.

Expecto Patronum!

De repente, vi uma luz branca começar a sair da ponta de minha varinha. Isso durou pouco, pois cinco segundos depois ela foi se esvaindo até sumir.

– O que será que eu fiz de errado? – perguntei, com o rosto triste.

– No que você pensou? – indagou, ele.

– No dia em que o Chapéu Seletor me colocou na Sonserina.

Ele pareceu me analisar por alguns segundos.

– Acho que essa lembrança não foi feliz o suficiente. Tente outra.

Assenti mais uma vez e procurei pensar em outra coisa.

Foi aí que me veio um momento.

Empunhei a varinha mais uma vez e repeti o feitiço. Uma luz forte começou a sair da ponta da minha varinha e começou a crescer, crescer e crescer. Quando me dei por mim, um grande e robusto dragão rabo-córneo húngaro se materializou na minha frente e começou a voar pela sala, dando rasantes perto de nós dois.

– Uau! – exclamou Harry, visivelmente empolgado.

Ele começou a bater palmas e agarrou o meu pescoço, me fazendo perder a concentração e o dragão sumiu. Eu também fiquei surpreso com o que eu havia acabado de conseguir fazer e também o abracei.

– Isso foi lindo! Especialmente porque você conjurou um Patrono corpóreo na primeira vez em que realizou o feitiço.

– Devo isso a você – respondi, olhando-o no olhos.

– Eu só lhe expliquei como fazer. Você fez isso sozinho – ele abriu um sorriso.

– Não, além disso, você é o responsável pela lembrança feliz que me fez conjurar o feitiço.

– Eu? – ele corou – Que lembrança?

– O dia em que você me beijou pela primeira vez.

Ele ficou mais corado e escondeu sua cabeça no meu peito, ficando abraçado comigo. Não sei se irá achar esse detalhe pertinente ou não, mas depois daquele momento, começamos a nos beijar e fizemos amor pela primeira vez, ali. Foi incrível como a sala mudou, fazendo aparecer uma lareira e um tapete coberto por um lençol branco. Foi muito, muito bom. Acho que não darei mais detalhes disso, deixarei tudo por conta da sua imaginação.

Naquela mesma noite, depois de terminamos de nos curtir, acabamos adormecendo sem querer. Em alguma hora, lembro-me de ter acordado com um grito de Harry e vê-lo ao meu lado, sentado, chorando em silêncio. Me sentei e envolvi meus braços em seu corpo, limpando suas lágrimas que escorriam pelas bochechas.

– O que houve? – perguntei, dando um beijo em sua bochecha.

– Sonhei com ele de novo – ele respondeu com a voz tão baixa que parecia um sussurro.

– Não fique assim – comecei a acariciar sua bochecha – Isso vai acabar logo.

– Mas eu tenho medo, Draco – ele comentou, olhando para o chão – tenho medo por mim, por você, por todos – ele me olhou.

– Não precisa ter medo – respondi, também olhando nos seus olhos – lembra do dia em que me disse que poderíamos enfrentar isso juntos?

Ele assentiu.

– Vamos enfrentar isso juntos e vamos vencer. Você vai ver.

Tirei seu cabelo da testa e beijei sua cicatriz.

Ele fechou os olhos e me deitou, posicionando sua cabeça no meu peito. Não falamos mais nada. Não sei se ele demorou a dormir, mas eu sei que só consegui pregar os olhos uma hora depois daquilo.

Naquele momento eu não sabia, mas meu Patrono não era um dragão rabo-córneo húngaro por acaso. Depois de pesquisar sobre o assunto algum tempo depois, eu descobri que o seu Patrono tem muito a ver com você, todavia, se você sentir um amor muito forte e sincero, seu Patrono pode ficar igual ao o da outra pessoa ou a algo que a lembre diretamente. Por isso, deduzi que o meu era aquele justamente porque foi na época em que Harry enfrentou um dragão daqueles que eu comecei a me apaixonar por ele – mesmo que eu ainda não soubesse – ou aceitasse - que estava lidando com aquele tipo sentimento.


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Notas finais do capítulo

Pessoal, o próximo post terá o último capítulo e o epílogo. Agradeço desde já quem ainda está acompanhando a história. E, caso vocês tenham interesse, tenho outras fics postadas (umas ambientadas no mundo de Harry Potter e outras não) que já foram finalizadas (e outras em andamento). Portanto, sintam-se à vontade para acessar o meu perfil e procurar por elas!

Beijos e abraços. :)