My Immortal escrita por Alessandro Campos


Capítulo 4
I have died everyday waiting for you


Notas iniciais do capítulo

Esse foi um dos capítulos que eu mais tive prazer em escrever! Espero que vocês o apreciem tanto quanto eu.

Boa leitura!



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Antes de retornar para o sexto ano em Hogwarts, com a evidente guerra que começara entre os Comensais e a Ordem, me recrutaram como um dos Comensais e me deram uma árdua tarefa: consertar o armário sumidouro da Sala Precisa e matar Dumbledore. Sim. Um assassinato. Só assim eu poderia mostrar meu valor para eles e provar que eu era digno de pertencer ao novo mundo que eles pretendiam criar.

Eu já estava de saco cheio de ano após ano, ir para aquela escola onde meus amigos não eram realmente meus amigos e a única pessoa que eu queria por perto, preferiria me ver morto. Justamente por isso, aceitei as tarefas.

Peguei o expresso de Hogwarts e decidi dar início ao plano. No meio da viagem, o vagão onde eu estava foi tomado por uma cortina de fumaça preta muito densa. Fiquei extremamente irritado por conta daquilo, especialmente porque estava usando um terno italiano que acabara de adquirir. Poucos segundos depois, a fumaça se dissipou e eu fiquei desconfiado de nada ter acontecido, até que vi as malas acima de mim se mexerem de forma estranha. Foi quando me dei conta de que Potter tinha uma capa da invisibilidade e poderia estar ali me observando. Assim que desocuparam o vagão, me certifiquei de que não havia mais ninguém lá e fechei todas as cortinas.

Petrificus totalus! – lancei na direção em que Potter supostamente estaria.

Um estrondo se propagou pelo vagão e um volume apareceu no chão. Harry estava lá, parado, olhando para frente. Por um instante, senti vontade de apenas ficar ali, observando-o sem fazer nada, mas seria ridículo demais e logo me desfiz desse tipo de pensamento.

– Sua mãe não te ensinou que é feio bisbilhotar a conversa alheia? – disse, olhando em seus olhos aparentemente vazios.

– Ah, esqueci! Ela morreu antes mesmo de você aprender a limpar a baba do seu queixo!

Eu realmente sentia algo por ele. Algo muito forte. Todavia, eu não sabia como lidar com toda aquela rejeição, o que me fazia agir por impulso e com muita raiva por toda aquela situação.

Antes que eu pudesse pensar em responder por mim, já havia feito. Chutei seu nariz, quebrando-o na ponte.

– Boa viagem de volta pra Londres, Potter – desejei ironicamente, enquanto o cobria novamente na capa, deixando-o invisível uma vez mais.

Sai do trem e Snape me recebeu na plataforma. Quando olhei para trás, Potter havia sido salvo por Luna Lovegood que, de alguma maneira que desconheço até hoje, conseguiu vê-lo invisível no chão.

Os dias se passaram e eu comecei a fazer visitas periódicas à Sala Precisa e avaliava as condições de funcionamento do Armário Sumidouro. Dia após dia, eu testava e arrumava o que era necessário.

Certo dia, fui tentar amaldiçoar Dumbledore, mas não deu certo. Fui ao Três Vassouras para pedir que alguém entregasse um colar amaldiçoado a Dumbledore, mas, foi em vão. Vi Katie Bell ir ao banheiro e aproveitei para lançar-lhe o feitiço Imperio para que ela fizesse a tarefa sem questionar ou me entregar. Assim que deixava o estabelecimento, Harry estava sentado com seus amigos e me viu sair de lá. Trocamos olhares por alguns segundos. O suficiente para que me coração saísse do ritmo normal de batimento. Bem, Katie me desobedeceu e abriu o pacote antes de realizar a entrega, o que fez com que ela fosse amaldiçoada e meu plano fosse por água abaixo. Harry me acusou inúmeras vezes, mas ele nunca teve provas para concretizar suas afirmações.

Katie ficou hospitalizada por alguns dias, até voltar para as aulas normalmente. Num dia, no café da manhã, ela apareceu no Grande Salão e Potter foi falar com ela. Coincidentemente, eu estava indo comer naquela mesma hora. Assim que avistei os dois juntos, senti uma pressão tomar conta de mim e segui em disparada ao banheiro masculino. Me debrucei sobre a pia e comecei a chorar inconsolavelmente, até olhar para o espelho e o vi ali, parado a poucos passos atrás de mim.

– Foi você que enfeitiçou Katie Bell, não foi? – o tom dele era incisivo.

Limpei o meu rosto e lancei o feitiço estuporante em sua direção. Começamos a duelar naquele momento. Por um momento, quase pensei que o havia pego, quando de repente:

Sectusempra!

Fui atingido por um feitiço que nunca tinha ouvido falar. Quando me dei por mim, já estava caído no chão e começava a sangrar. Eu sangrei muito. A sensação e a dor eram horríveis. Era como se ele houvesse me dado inúmeras facadas pelo meu corpo e ainda pressionasse as feridas com álcool puro. Naquele minuto, tinha certeza que estava morrendo.

Mas foi diferente. Vi Potter se ajoelhar ao meu lado e começar a chorar enquanto tentava conter o meu sangramento.

– Me desculpe! Me desculpe! Me desculpe! – ele repetia copiosamente enquanto usava seu sobretudo para pressionar minhas feridas e tentar estancar o sangramento.

Não conseguia dizer que estava tudo bem, como eu queria dizer. Doía demais e eu me sentia cada vez mais fraco por causa da quantidade de sangue que perdia. A única coisa que consegui fazer foi olha-lo nos olhos e começar a chorar.

Ele abriu uma espécie de livro que carregava no bolso e leu um feitiço.

Vulnera Sanetum – e começou a passar sua varinha pelo meu corpo enquanto repetia a magia.

Pouco a pouco, o sangramento foi cedendo e os ferimentos começaram a se fechar, fazendo com que todo o meu sangue que já havia saído, voltasse para dentro de mim. Comecei a conseguir estabilizar minha respiração e voltar a mim. Estava muito ofegante e ainda sentia um pouco de dor pelo corpo.

Assim que todas as feridas se fecharam, Potter me abraçou e continuou a chorar, mas com um pouco menos de intensidade. Consegui retirar forças de dentro de mim para corresponder ao seu abraço e aperta-lo contra meu peito. Queria fazer aquilo há muito tempo, não naquela situação, mas isso não importava. Éramos nós dois.

– Por que você faz isso? – indagou, ainda com a voz rouca.

– Porque eu não tive escolha – disse, me soltando do abraço.

– Como não? – ele me analisava.

Puxei a manga da minha blusa e mostrei a marca negra no meu braço.

– Tá vendo? Eu sou um deles! Eu preciso fazê-lo!

– Não! Você não precisa disso! – exclamou – Não se você não quiser.

Fiquei atônito. Voltei a chorar, mas com mais intensidade do que antes. Para minha surpresa, ele me abraçou e me afagou em seu peito. Após alguns segundos, eu havia parado de chorar, então ele limpou as lágrimas do meu rosto e me beijou.


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Notas finais do capítulo

Primeiro beijo deles s2 Cadê vocês comentando sobre isso?

Xo.