Lágrimas escrita por Felipe Melo


Capítulo 9
Capitulo 9


Notas iniciais do capítulo

- O último capitulo do dia... Lágrimas me impressiona... e eu me impressiono por estar escrevendo algo tão complexo... as vezes acho que não vou conseguir... mas graças a Deus.. venho tendo forças e muito trabalho para entrelaçar tudo... Stay Strong... Obrigado Demi Lovato por não me fazer desistir quando quase larguei essa história... Ufa...



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Capitulo Nove

Chorei por um bom tempo. Esses sonhos estavam me deixando maluca. Eu sei que é besteira, mas parecia tão real. E justo eu que me considerava tão cética. As coisas já não eram mais as mesmas. Hoje enfim era sábado. E como eu prometera, ia sair mais. Sequei as lágrimas e corri para me arrumar. Íamos ao uma festa hoje. Vee e eu. A festa é country então, portanto podíamos ir sem muita maquiagem. Amei a idéia. Até porque Geliel nos encontraria lá.

– Amiga – disse Vee no meio do caminho – você está amando. Isso é tão Love.

Vee e seu vocabulário perfeito. Comecei a rir.

– Okay – disse eu – mas agora que minha situação está quase resolvida, e a sua?

– Já disse quais são meus planos – disse ela sorrindo – quero um namorado gay.

– Você sabe que não vai rolar – disse eu – não á química nesse caso.

– Química é matéria – disse ela rindo – o que importa é a diversão.

– Você é louca – disse eu rindo – quero minha amiga de volta.

– Impossível – disse ela rindo – eu nunca fui embora.

Logo que chegamos fomos recebidas com abraços e beijos de alguns colegas de turma. Esqueci de mencionar que a festa era de Sarah Marques. Okay. Eu estava sendo completamente falsa. Mas ela nos dera os convites. Então por que não?

– Vee – disse uma voz fina – Alana. Pensei que não viessem.

Viramos para trás, e ali parada estava ela. Sarah estava de shorts curtos jeans. Ela tinha as pernas tão finas que me lembravam um sabia. Estava usando uma camiseta preta e um colete marrom por cima. Sua cara era ao mesmo tempo nojenta e grotesca. Ou seja, ela nos dera o convite por educação.

– Viemos – disse Vee – amamos festas. E a sua está bem...

Diga Chata Vee.

– Legal – continuou – ao menos para nós.

Ela nem nos ouviu. Virou as costas e saiu andando para sei lá onde. Não consegui registrar muita coisa até ver Geliel vindo até nós. Ele estava espetacular. Estava de camiseta regata preta o que destacava seu corpo altamente definido, usava uma calça skiny não tão apertada. Mas ainda assim estava gostoso.

– Estava aqui faz horas – disse ele me dando um “beijinho rápido”.

– Chegamos agora – disse eu – e encontramos a dona da festa. Ela é tão...

– Vaca – completou Vee – e não estou nem ai.

– Vee – disse Geliel – é por isso que gosto de você. Você é sincera.

– Geliel – disse Vee – é por isso que gosto de você. Você me elogia muito. Mesmo quando estou feia. Isso me faz bem.

Ele riu. E isso só me fez derreter por dentro. Geliel era diferente. Não discriminava ninguém. Era simpático. E o sonho de qualquer garota. Eu me sentia realizada. E queria corresponder a todos seus sentimentos. Mas ainda assim não pensar em Miguel era difícil.

– Amor – ele sussurrou para mim – o que você tem? Está tão longe?

– Nada – isso mente mesmo – estou apenas curtindo o momento.

– E posso saber que momento é esse?

– Não sei – disse eu – acho que só me dando alguns beijos você poderá descobrir.

– Isso é fácil – disse ele – não se arrependa se não conseguir ficar longe de você.

– Acho que isso é fácil – disse eu – é só jogar um balde de água em você.

Ele riu e me abraçou. Vee estava pegando refrigerante para nós. Por isso Vee também era perfeita, ela não ficava segurando vela. Ela sabia a hora de aparecer e de sair.

– Já ficou sabendo – disse Geliel ao nos sentarmos em um banco perto de uma árvore – Miguel está namorando.

Engoli em seco. Tentei fazer a maior cara de indiferença possível.

– Que Bom – disse eu – quero que ele seja feliz.

Geliel abaixou a cabeça, passou as mãos nos cabelos e me olhou intensamente.

– Não quero que minta para si mesma. Estaria sendo um cafajeste se fizesse isso com você.

– Fazendo o quê? Geliel nós estamos tão bem.

Enfim ele sorriu, mas isso logo desapareceu.

– Você está feliz – disse ele – e isso me faz feliz. Mas ainda sei que sente algo por ele. E isso você não pode negar.

Mais uma vez aquela ardência vinha dentro de mim. Miguel sempre me prejudicava, mesmo longe estava fazendo eu me afundar mais.

– Não quero pensar nisso agora – disse eu o beijando no rosto – você é o único que importa.

– Você não pode fazer isso – disse ele sorrindo – assim me apaixono mais. E isso é injusto.

– Eu sou linda – brinquei – e só quero te ver feliz.

– Só quero que saiba – disse ele – que sempre estarei aqui. Nunca te enganarei. Serei sempre sincero. Mas tudo ao seu tempo.

– Não estou entendendo. O que isso quer dizer?

– No momento nada – disse ele rindo – mas com o tempo quem sabe?

E as perguntas ficaram no ar porque logo o show começou e ele me arrastou para a pista de dança. Vee estava se remexendo toda sozinha. Mas logo um menino muito bonitinho se aproximou dela e começou a conversar. Tudo estava perfeito. A música mudou. E agora cantavam uma música lenta, ele tomou minha cintura e começamos a dançar. Seu cheiro era de água salgada. Trazia-me paz. E eu me derretia. Ele beijava meu ouvido, enquanto eu me arrepiava.

– Você não pode fazer isso – disse eu – fica difícil me controlar assim.

– Não se controle – disse ele – deixe-se levar.

– Não posso – disse eu – tudo ao seu tempo.

Ele sorriu e eu sorri também. A musica parou e Sarah subiu ao palco. Já estava com outra roupa. Essa mais curta ainda, mas não comentei.

– Amigos – disse ela – e colegas. Fico muito contente por vocês terem vindo. Hoje é meu último aniversário com vocês. Logo nos formamos. E esse ano será inesquecível. Para mim, e para muitos. E para compartilhar com vocês essa felicidade extrema, mando subir ao palco meu novo namorado lindo, Miguel Blackwell.

Meu queixo caiu. E meu estomago se embrulhou. Apertei sem querer a mão de Geliel. Ele me olhou com um olhar triste. Eu infelizmente não conseguia disfarçar. Miguel subiu a palco, e percebi que ele parecia feliz. Sorria para todos. E quando me viu sorriu mais ainda. Aquilo foi como uma flecha que incendiou meu coração. Não consegui ficar ali. Larguei a mão de Geliel e corri. Corri para fugir. Corri para não ver a cena do ano. Corri porque amava Miguel também. Corri porque nada no mundo me fazia sentir especial ou bem.

Ouvi o grito de Geliel. Ele correu atrás de mim. Mas eu não parava. Corri floresta adentro. Passava por arvores, cipós, e nada me importava a não ser correr. Ouvia Geliel logo atrás de mim, não queria magoá-lo. Eu o amava também, por isso não queria olhá-lo agora. Não sabia quão profundo estava na floresta. Só sabia correr, mas acabara de tropeçar, e quase caí, mas acabei escorregando em um musgo e cai em um lago. Senti que meu ar se fora. Tentava subir, mas estava nervosa, acabei batendo em algo, e senti minha cabeça latejar. Não vi mais nada.

Eu estava lúcida.”

Minha cabeça não latejava. Eu estava em um lindo prado. E o sol não me machucava tanto. Não queimava. Parecia que eu estava em uma cúpula de vidro. Estava tão feliz. Não me recordava de nada. Eu sentia que tinha que me recordar, mas não conseguia. O prado tinha bosques lindos, e lagos tão azuis que os peixes não se escondiam. Ali não havia mãos humanas. Era tudo intocado. Continuei a caminhar.

– Está gostando daqui – uma voz feminina e doce preenchera o ar ao redor, não senti medo.

– Estou sim – disse eu virando de costas.

– Fico muito contente que veio nos visitar – disse a voz da mulher que eu achara estar atrás de mim.

– Onde estou? – disse eu.

– Antes que eu fale, vou me mostrar para você pequena – disse ela.

Um brilho muito forte me incandesceu os olhos. Não chegava a doer. Nada ali machucava. Tudo era perfeito. O lugar perfeito. Sorri e me deparei com uma mulher linda. Ela vestia um vestido vermelho justo que caía tão bem ao seu corpo que todas as mulheres morreriam para ter. Seus olhos eram cinza. Seus cabelos eram mesclados de preto e castanho. Seu rosto tinha a forma de coração.

– Desculpe se a assustei – disse ela vindo até mim – sou Kianda.

O nome não me era estranho. Mas ainda assim não tinha como não sorrir.

– Sou Alana – disse eu

– Eu sei quem você é – disse ela sorrindo – e estou muito feliz em vê-la. Achei que só fosse vê-la daqui a um tempo.

O sorriso dela era tão lindo. Trouxe-me uma paz. Sorri mais ainda.

– Aqui é lindo – disse eu – não quero voltar para casa.

– Pequena Kianda – disse ela rindo e me abraçando – ainda não é a hora. Logo estaremos juntas. Lutando pelo mesmo objetivo. Acredite em si mesma e você verá. Não tenha dúvidas de suas intuições, elas a levaram ao seu verdadeiro caminho. Não se esqueça.

Eu a olhei e sorri. Kianda é linda. Não havia como não venerá-la. Ela me surpreendeu me dando um beijo no rosto, e depois passando alguma tinta em minha perna.

– Essa tinta fará com que as coisas aconteçam ao seu tempo. Não se apresse. Em breve tudo estará bem. Lembre-se do que lhe falei. E agora volte para casa...

O prado foi ficando distante. Kianda foi ficando distante. Tudo estava longe. Não conseguia ver nada. E assim desmaiei pela segunda vez.

Não conseguia me mexer. Mas ma mexer doía muito. Respirar era um esforço. Tentei abrir os olhos, mas isso também requeria um esforço. E no momento eu não tinha isso. Senti que alguém exclamara algo, e logo reconheci a voz de vovó ao meu lado.

– Alana – disse ela aos prantos – minha menina. Não faça mais isso. Achei que fosse te perder. Não faça mais isso.

Tentei responder eu te amo vó. Estou bem. Mas não conseguia. Ela me deu um beijo na testa, e algo formigou ali.

– Ela não vai conseguir falar agora – disse o que reconheci ser o médico – o efeito da anestesia vai deixá-la aos poucos.

– Tudo bem – disse vovó – ela está bem?

– Realmente sim – disse o doutor – ela sobreviveu a uma batida na água. Ficou catorze minutos sem respirar. Isso é um milagre. O anjo da guarda dela zela muito por ela.

– Tenha certeza que sim – disse vovó – querida descanse mais um pouco. Logo eu volto. Vou agradecer a santa Rita por tê-la a salvo.

Caraca! Eu ficara catorze minutos sem respirar e não me afogara? Meu Deus! Isso não é possível. Algo estava errado. Mas o que era? Anjo da guarda? Acho que não. Pelo menos não agora. Tentei pensar em Kianda, e logo minhas pernas latejaram, não de um jeito ruim. Mas de um modo bom. Quase como se a dor estivesse sumida.

Tentava me lembrar o que acontecera para eu estar ali. Mas não me ocorria nada. Lembrava apenas de Vee e Geliel. Nossa! Como eu queria vê-los e ouvi-los. Esperava que eles estivessem bem. Que não tenham sofrido algo.

– Onde ela está? – a voz de Vee vinha do corredor – quero vê-la. Preciso vê-la.

– A senhora não pode...

Tarde demais ela abrira a porta e logo sua histeria passara a ser um choro. O efeito da anestesia ainda estava presente. Por isso não abri os olhos. Mas sorri.

– Eu não acredito – disse ela se achegando ao meu lado – você está bem. Rezei tanto por você.

Quis responder “Obrigada”, mas não saia nada.

– Geliel disse que logo vem te ver. Ele está tão preocupado. Ele foi seu herói. Pulou no lago e te salvou. Eu vi. Demorou muito. Mas você está viva. É um milagre.

Tentei perguntar por que fui idiota de pular no lago. Mas com certeza havia um motivo.

– Você não devia ter corrido da festa – disse ela – Miguel está mesmo namorando a Sarah. Mas você está com Geliel. Desencana boba.

Foi quando tudo me passou como um filme. Eu acabara de lembrar tudo. Quis desesperadamente correr e pedir perdão a Geliel. Então eu correra por causa de Miguel. Do namoro dele com Sarah. Meu Deus. Por que fiz isso? Enquanto Vee tagarelava, a emoções se difundiam dentro de mim, entre ódio e desespero.


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Notas finais do capítulo

- Beijos & Beijos...



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