Lágrimas escrita por Felipe Melo


Capítulo 18
Capitulo 18 - Alana


Notas iniciais do capítulo

- Demorei mas aqui está... mtas emoções... emoções finais.....



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Capitulo Dezoito

Alana

Fiquei meio sem jeito de enganar vovó falando que ia para casa de Vee apenas para estudar para uma prova inexistente, - mas era preciso. O diário que parecia supostamente de meu pai era de couro e parecia mofado e velho. Com certeza vovó o tinha escondido logo após a morte de ambos. Senti certo alivio de encontrá-lo, assim poderia ver como o amor dele era forte. E o que realmente aconteceu.

A Rua de Vee era estranha. As casas ficavam em ordens de menor e maior o tempo todo. Nem me lembrava onde a casa dela se encaixava ali. Apenas me lembrava que era amarela e com venezianas azuis. Logo após um dez minutos andando em uma rua longa e reta, lá ao fim vi a casa de Vee.

– Estava te esperando Honey. Vamos abrir o livro da macumba ai.

Entrei e tentei rir da piada da Vee, mas algo ali parecia muito sério.

A casa dela era da mesma forma que me lembrava. Uma ampla escadaria ficava ao fim da sala, e ao começo dava espaço para amplos sofás de onça em formato de L. Sentei em um dos sofás e logo suspirei.

– Acho que não consigo abrir o diário Vee.

Ela veio até o sofá tomou o diário de minhas mãos, puxou a mesinha de centro e suspirou também.

– Está preparada Honey? O Livro da macumba aqui deve ter altas revelações.

– Vee... Não é nem um livro da macumba. É o diário de meu pai. Apenas isso.

Ela riu.

– Como soube que é o diário do papai? Tem algum tipo de inscrição? Iniciais?

– Não. Mas em fotos do álbum da família ele está escrevendo nesse tal livrinho. Vovó uma vez me disse que ele era o diário de papai. Que quando ele ficava triste, ele se sentava nas varandas a noite e escrevia suas emoções.

Vejo que Vee não diz nada. Ela também está nervosa. De repente sinto que meu pai devia ser uma pessoa que passava por muitas dificuldades. O diário talvez fosse seu único amigo de verdade. E de repente me pego a dúvida se o casamento dele com minha mãe, - era feliz? Será que as pessoas não mentiriam para mim? Hoje iríamos descobrir.

– Vamos abrir? – disse Vee.

– Vamos sim.

Ela coloca o diário na mesa de centro e tira o cadeado já enferrujado. Demora séculos para abrir. Está tão velho. Pegamos uma faca de cortar carne e só assim por incrível que pareça conseguíamos abrir. Sentamos novamente no sofá e suspiramos. Ela abre o diário e logo me olha solvendo outra dúvida na cabeça.

– Quem vai ler? Olha Honey isso é pessoal é de seu pai...

– Vee hoje você lê. Por favor... Não sei se conseguirei conter as lágrimas...

Ela me olha e depois assenti e assim começo a ouvir pela voz de Vee a vida de meu pai.

“Não sei como começar a escrever. Quando penso que um homem precisa de um diário para desabafar suas emoções é porque a situação já não me cabe entre amigos e abraços de mãe. Meu nome é Joseph Wily tenho 34 anos e no momento me encontro casado com a mulher mais incrível e mais bela do EUA.

No momento moramos na casa mãe dela Sylvia. Uma senhora de bom coração e que alimenta fortes sentimentos de mãe pela filha. Sirena diz que a mãe é exagerada. Mas sei que todas as mães são assim. Elas são tão parecidas que até às vezes me confundo.

Hoje nos encontramos em uma sexta-feira. A noite está fria e Sirena precisou viajar. Ela sempre viaja. E eu nunca sei para onde. Fico despreocupado a saber que ela não tem outro. Sirena sempre foi muito segura para comigo, - sempre me deu estritos motivos para que eu confiasse nela. Mas sinto que nessas viagens a algo errado. As moças estranhas e incrivelmente belas de que vem visitá-las. E eu sempre tenho que sair dessas rodas. Não participo de nenhuma delas.

Recordo-me agora que um dia presenciei meio que escondido uma briga de Sirena com uma mulher incrivelmente bela. Cabelos negros também e pele meio morena. Disse que o nome dela era Lisandra. Ela discutia e tinha tal poder na voz e em seu desempenho que temi que ela fosse fazer algo com Sirena. Mas não me intrometi, - queria saber como essa discussão terminaria. Continuando lembro que Sirena exclamou para que ela fosse embora e ela não tardou em obedecer. E foram essas situações que me levaram a escrever e a confidenciar tudo em papel.

Sirena apenas sorria quando estava perto de mim. Seus sentimentos eram sinceros e ao mesmo tempo singelos de uma simplicidade admirável. Mas via claramente que minha esposa escondia algo. Isso talvez fosse uma doença? Zelava que não. Sirena por acaso não percebia que me matava aos poucos...

– Não consigo mais ouvir Vee – gritei eu.

– Honey – disse ela sentando-se ao meu lado – seu pai amava sua mãe. Não vi sinais de traição aqui. Nem de completo desprezo.

– Vee... Ela pode ter morrido de doença. E será que meu pai se matou em seguida?

– Honey acha mesmo que sua avó mentiria para você?

– Não duvido mais de nada hoje Vee.

– Só saberemos quando terminarmos o diário do titio Joseph aqui. Eu achei que esse fosse o diário da macumba, mas é o diário do amor e das bombas.

– Nem com um problema desses você não pode parar de me fazer rir?

– Honey... Sinto-lhe em informar, mas é meu dever.

Senti um determinado tipo de alivio, mas ao mesmo tempo sabia que esse diário teria que ser aberto mais vezes.

O Misterioso

O homem que possuía o livro que Lisandra procurava estava escondido em uma esfera de Odin. Lá o caos e a luz não se misturavam. E isso era algo bom. Ele não seria descoberto. Não se atreveria a apoiar a pequena Alana, - muito menos o lado de Lisandra.

A esfera de Odin era um lugar subterrâneo entre os dois mundos. Apenas quem tivesse os resínios e o livro poderiam adentrá-lo. Ele sabia que tinha escolher um lado... Mas sabia também que não era necessário tanto alarde para agora.

Ele tinha os domínios de observar tudo de longe, sabia exatamente às ações de cada um. Foi quando ouviu barulhos de murmúrios. Seus capangas haviam voltado.

– Mestre – Eduardo e Alice se ajoelharam e algemado com eles estava sua pequena peça de cheque mate. Geliel.

O menino estava desacordado. E parecia maltratado durante o caminho. Ele apenas sorriu. Lisandra estava em suas mãos. Não só ela, como agora quem ditava as regras do jogo até para Minos era ele.

– Ele resistiu? Disse para que brincasse com a verdade? Ele achou que vocês trabalhavam para o demônio e Lisandra?

Eduardo sorriu e largou o corpo de Geliel no chão.

– Sim Mestre. Ele pensou isso. Acha que vendemos nossa alma para Minos o Demônio. Foi engraçada sua reação.

Ele apenas assentiu. Ajoelhou-se defronte ao corpo no chão e ergueu a cabeça de Geliel. O menino pareceu se mexer e abriu os olhos. Suas feições olhavam assustadas.

– Ora pequeno. Para que o medo? Vamos brincar? Eu sou o líder e você é a presa. E então, qual vai ser?


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Notas finais do capítulo

- Beijos....



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