Lágrimas escrita por Felipe Melo


Capítulo 11
Capitulo 11 - Geliel


Notas iniciais do capítulo

- Lágrimas está ficando quente... Não percam... Resolvi colocar o ponto de cada um nos capitulos seguintes... essa foi uma surpresa para vcs... Beijos e Beijos.. Conheçam mais sobre o QUERIDO Geliel...



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Capitulo Onze

Geliel

Eu não sabia quanto tempo havia ficado fora do quarto. Cada minuto era torturante. Alana gostava de Miguel, isso não podia negar. Mas sei que ela também gostava de mim. Sabia que ela precisava de um tempo, e eu daria esse tempo á ela. O rangido da porta me chamou atenção e ele saiu sorrindo. Como eu estava querendo fazê-lo beijar o chão. Mas hoje não. Hoje só o que me importava era ela. E se ela estava feliz. Eu estava também.

– Vejo que está bem – disse Miguel ironicamente – quase a deixou morrer.

– Você sabe tanto quanto eu que ela não morreria – cerrei os punhos.

– Você não se importa com ela. Só quer que ela descubra sua natureza. Fico me perguntando o que você esconde.

– Eu me pergunto todos os dias sobre isso. Mas não é sobre mim. É sobre você.

Ele cerrou os punhos também e se aproximou.

– Não escondo nada – disse ele entre uma raiva controlada – você por outro lado.

– Não preciso te provar nada. Alana escolherá seu caminho. Apenas não interfira na ordem das coisas. Alguém pode se machucar.

– Você não sabe o quanto espero para machucar você.

– Se quiser tentar a sorte. Não foi assim da última vez.

Ele preparou as mãos e eu já estava preparado para acertá-lo nas pernas quando uma enfermeira interrompeu nossa quase briga...

– Senhores – disse ela ríspida – isso aqui é um hospital. Não uma arena de combate. A paciente logo tem alta. Poderia se comportar?

Quis rir da cara de Miguel. Mas evitei. Tinha um pressentimento ruim sobre ele. Não nos batíamos. Mas ele queria algo mais de Alana. E isso eu não podia permitir. Não agora.

– Claro – disse Miguel – já estou indo embora.

Ele virou as costas, mas percebi que estava com raiva. Não tinha medo dele. Ele e mais um arsenal teriam que vir para cima de mim para me derrubar. Como ele era hipócrita. Só tinha dó.

– O senhor é o que mesmo da paciente? – perguntou a enfermeira.

– Namorado – disse eu – quando ela tem alta?

– Daqui a pouco. Estou esperando o resultado dos últimos exames. Mas logo tenho certeza ela terá alta.

Com certeza esse logo demoraria. Eu estava com sono e cansado. Resolvi sentar nos bancos ao redor da pequena recepção e fechar meus olhos. Dormiria apenas o suficiente. Apenas o suficiente...

Não era de o meu feitio sonhar. Pessoas como eu não sonhavam. Nem sequer dormiam. Mas eu estava com Alana, então tudo que a envolvesse me influenciava. Querendo ou não.

– Pequeno renegado – sussurrara uma voz doce – venha a mim. Entre. Estou esperando por você.

Conhecia aquele lugar. O lugar da onde me fora tirado. De onde eu fora banido. Não sei como estava conseguindo entrar. Mas aquilo não era possível. O reino de Kianda. A deusa do mar. Lágrimas incontáveis me subiram aos olhos, quanto tempo esperara por aquilo.

– Não chore pequeno – disse ela se materializando a minha frente – existem longos caminhos ainda.

– Oh Deusa – agora eu me ajoelhava – me desculpe...

– A culpa não é sua. Foi sua mãe que fez isso. Não haja como se fosse eu. Eu te amo meu pequeno. Nunca renegaria um dos meus filhos. Por mais que minha serva tenha o concebido e renegado.

Aquilo me atingiu profundamente. Minha mãe era um monstro. Estava desaparecida. Perdera seu posto ao lado de Kianda. Tentei me recompor e olhar para deusa.

– Onde ela está?

– Sua mãe está tramando algo ruim meu pequeno – disse ela abaixando a cabeça – ela se desviou completamente dos caminhos da níriades. Está do lado negro.

Não entendi o que ela estava querendo dizer. Minha mãe sempre fora má. Mas o que ela estava tramando?

– Como posso ajudá-la? Não quero que minha mãe interfira mais.

– Não gosto desse seu sentimento – disse ela suavemente – ódio te faz mal. Não fique sentindo pena. Ela está com as ninfas. Isso é algo grave. Há quanto tempo está renegado?

Ninfas? Aquela palavra me arrepiou. Mesmo no reino de Kianda aquilo me deixava atônito. Como ela podia? Por quê? Não. Não era possível.

– Não se alarme – disse ela acariciando meu rosto – você é meu protegido.

Olhei diretamente para ela. Eu? Eu nunca fora importante. Minha beleza era incomum é verdade. Mas nunca fora importante.

– A senhora não estaria quebrando as leis?

– Eu faço as leis – disse ela rindo – proteja a pequena Alana.

Alana? O que ela tinha a ver?

– Por quê? Ela já sabe de algo?

– Ela veio me fazer uma visita. Creio que já está despertando. Mas não a deixe cair em mãos erradas. Ela pode ser nosso pesadelo se for para o lado de sua mãe. Ela carrega nosso destino.

– Sempre soube. Ela tem uma energia incomum. Como ainda não descobriu?

– Ela é cética pequeno. Deixe que o tempo mostre as respostas. Não interfira na Ordem das Coisas. Deixe que ela guie seu caminho. Tudo ao seu tempo...

Tinha tantas perguntas... Como faria isso? Ela não me amava. Tentei gritar o nome de Kianda, mas o sonho se despedaçou.

Médicos entravam no quarto de Alana. Uma correria tremenda. Levantei rápido e corri até o vidro. Graças a Deus ela estava de pé. Sua avó já havia chegado. Olhei no relógio e já meio tarde. O sonho me preocupava muito. Alana é tão frágil. Mas como eu a amava. Isso era o sentimento mais sincero que eu tinha. Não podia esconder. Vê-la bem, me fazia feliz.

– Você ficou – disse ela sorrindo ao sair do quarto – como está?

– Eu te pergunto como você está?

Ela sorrira. Meu Deus como eu amava essa garota. Faria tudo por ela.

– Estou ótima – disse ela – vamos embora?

– Claro – disse eu.

A avó de Alana, Sylvia era muito simpática. Ela era engraçada e nos deixava a sós. Estávamos no quarto de Alana. O quarto tinha bem a cara dela. Quadros. Livros. E CDs. Todos dos mais clássicos. Sorri ao ver o quanto ela era perfeita.

– Não é possível – disse eu – que você seja tão perfeita.

– Não sou – disse ela rindo

– Tem certeza?

Ela se aproximou de mim. Não resisti e a beijei com ternura. Ela era minha. Faria de tudo por ela. Daria minha vida se fosse necessário. Eu a amava. Mesmo que fosse para ser segunda opção. Eu a queria conforme tudo. Sem alterar a ordem nenhuma.

Ficamos muito tempo conversando. Ela deitara e eu a fizera dormir. Vê-la sonhando me deixava agoniado. Ela teria que escolher. Não era justo com ela. Como eu podia reverter às coisas? Como eu poderia ajudá-la? Se eu ao menos soubesse onde está minha mãe... Havia um lugar... Haveria como? Eu teria que descobrir... Eu teria que tentar.

Fora embora mais ou menos uma hora da manhã. Sylvia insistiu em me pagar um táxi. Mas eu recusara. Tinha planos para essa noite. Iria descobrir o que faltava naquela quebra cabeça. Iria a um lugar proibido para menores. Sim era um bordel. Sim estava tentando. E não, não iria trair Alana. Mas eu precisava descobrir algo.

O bordel era bem na esquina de frente a uma loja infantil. Ri com a ironia de logo construírem algo ali. Como era ridículo.

– O que deseja? – disse uma atendente bonita, mas muito insinuada – veio sozinho?

– Claro – disse eu jogando meu charme – vim encontrar uma amiga.

Ela quase escancara a boca. Continuei. Mordi os lábios. E pisquei para ela.

– O nome dela é Valentina – disse eu – trabalha aqui não?

– Tra... Trabalha... Mas o senhor teria que pagar...

Sorri para ela. Ela se derreteu. Sem querer fingi subir a camisa. Ela quase caíra da cadeira. O tanquinho que eu tinha fazia efeito. Pelo menos isso.

– O senhor pode entrar – disse ela – quarto 517.

– Obrigado.

O cheiro era insuportável. Cheirava a mofo. Não queria trazer Alana aqui quando fossemos ter nossa primeira vez. Eu gostava dela. E queria que tivesse algo perfeito.

O quarto que ela me mandara era grande. Bati a porta, mas ninguém respondeu. Valentina achava que podia se esconder? Dei um pontapé na porta e ela quebrou ao meio. Triste verdade.

– Truques das sombras não funcionam – gritei para o quarto escuro – apareça Valentina.

– Para que veio? Não trabalho mais com profecias.

– Hoje você vai trabalhar. Agora. Apareça. Se não eu faço você aparecer à força.

– Okay- disse ela – me rendo.

As sombras se dissiparam. Uma linda menina com aparência infantil apareceu. Mal sabiam que Valentina era assassina. Sorri ao ver que ela não mudara.

– Quanto tempo – disse eu – preciso de sua ajuda.

– Não sei se posso ajudar – disse ela sentando na cama King Size.

– Claro que pode – disse eu – você não tem escolha.

– Claro que tenho.

– Não você não tem. Eu posso matá-la. Agora. Então não ouse me desafiar.

– Está bravinho é? – disse ela rindo.

Hoje eu estava sem paciência. Corri de encontro a ela. Peguei-a pelos cabelos.

– Já disse que não estou brincando – disse eu.

– Me solta – disse ela.

– Você vai fazer o que mando?

– Vou – gritou ela.

Soltei-a em cima da cama. Sentei delicadamente ao seu lado.

– Diga-me do que precisa – disse ela.

– Alana – disse eu – você já deve ter ouvido falar.

– A pequena preciosidade – disse ela – não sabia que estava atrás dela.

– Não estou – disse eu – quero ajudá-la.

– Okay – disse ela – se acaso eu desmaiar não se preocupe.

– Não vou – disse eu – pode deixar.

Ela fechara a cara. E então Valentina fechou os olhos. O ambiente ao nosso redor desapareceu. E me concentrei nas cenas que vinham...

– Lisandra – disse Sirena – você disse que ia me libertar.

– Ora – disse ela – desculpe. Mas menti.

– Qual o preço Lisandra? – disse Sirena.

Esse nome não me era vago. Eu lembrava alguém com esse nome.

Sua filha – disse ela – vai ser minha. Será o destino dela.

Sirena levantou as mãos e um raio cortou o céu.

– Ela não será hibrida – disse ela – não será a menina prometida.

– Ela arruinara seu mundo adotivo – disse Lisandra rindo – ela morrerá ao completar dezesseis anos.

– Não – gritou Sirena – eu não deixarei.

Mais um raio cortou o céu. As ondas da praia cresciam mais que o normal.

– Mesmo que você não queira – disse ela rindo – já estava escrito.

– Não minta – gritou ela.

– Eu não minto. Saiba disso. Aguarde e verá.

Lisandra sumiu. A pobre mulher se ajoelhou a areia. Alguma coisa lhe ocorrera. Ela olhava para mim. Ela gritava algo.

– O livro...

E foi assim que a visão acabou. Incompleta.

Valentina desmaiou em meus braços. Estava branca. Não iria deixá-la assim. Deitei-a na cama e peguei um pano com água morna e passei em sua testa. Ela logo tratou de despertar. Seus olhos estavam brancos. Literalmente brancos.

– Você não poderá salvá-la – disse ela.

– O que mais você viu?

– Ela morrerá – disse ela – ela em seu inconsciente sabe. Ela só não quer admitir.

– Não posso mexer nas ordens das coisas – disse eu – é errado.

– Então ela morrerá – disse ela – e nós estaremos perdidos.

– Tem que haver um jeito... A mãe dela disse ao final da visão de um livro...

– Um livro? Eu não ouvi. Posso ajudá-lo a procurar.

– Vamos então. Quanto mais rápido melhor.

– Hoje não. Amanhã.

– Alana pode morrer... Ela já tem dezesseis anos...

– Ela ainda não descobriu nada. Então se acalme.

– Mas ela...

– È pegar ou largar...

Pensei por um momento. Kianda disse que eu tinha que protegê-la. Lisandra queria pegá-la. Não podia. Alana tinha que viver. Eu a amava. Isso não podia acabar assim.

– Eu aceito – disse eu – quanto isso vai me custar?

– O tanto que você tirar de lucro – disse ela – saiba que teremos muito trabalho a fazer.

Enquanto Alana dormia, eu e uma Evo apertávamos as mãos em sinal de um pacto de paz e de salvamento.

“Eu iria salvá-la Alana”...


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Notas finais do capítulo

- Comentem se gostaram da novidade Bjooos...



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