A Dimensão dos Sonhos. escrita por Pakalia


Capítulo 29
O templo da Coroa


Notas iniciais do capítulo

Oiii gente, eu adiantei o capítulo dessa semana porque Domingo eu não vou conseguir postar! Então aqui está! Deixem seus comentários e suas recomendações! ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/489297/chapter/29

Akasha e Peter iam na frente serelepes e despreocupados, Fernanda pensou consigo que isso era um bom sinal, já que antes do `` terremoto ´´, os pequenos leões estavam tensos e preocupados:

–Obrigada. Ela murmurou para Alexandre enquanto olhava no chão para não tropeçar em nada ou pisar em algum animal rastejante perdido nas ruínas.

–Hum, pelo que? Alexandre murmurou distraído mas com um Q de felicidade na voz.

–Por não me deixar morrer, por me salvar, acho que já estaria soterrada a essa altura se não fosse por você.

–Você sabe que te salvaria em todas as aventuras não sabe?De todos os perigos?De tudo?

–Sei – Ela deu uma risadinha fraca e alegre e depois acrescentou duas palavrinhas com ironia – Príncipe encantado.

Ele deu outra risada fraca e disse:

–Só sou um príncipe encantado para uma princesa indefesa, e na hora você parecia bem com uma.

Ela o pegou pelo colarinho e sussurrou:

–Não se acostuma, só estava daquele jeito porque estava inconsciente, você sabe como posso ser perigosa.

–Ui ela arrasa. Ele falou com voz brincalhona e ela fez uma cara de quem vai pegar alguém e socá lo até a morte.

Em um segundo, Alexandre estava no chão e Fernanda estava em cima dele rindo e mostrando a língua:

–E Fernanda derruba Alexandre com um flip planejado, o que tem a dizer faixa preta poderoso? Fernanda disse colocando o `` microfone ´´ perto de Alexandre.

Este a pegou no braço e com sua força a jogou no chão ao seu lado, logo em seguida falou:

–Eu tenho a dizer que uma verdadeira guerreira nunca abaixa a guarda. Ele riu e Fernanda fez uma cara de triste:

–Ok, fui derrotada – Ela se levantou e ofereceu o braço para o amigo – Vamos, chega de brincar, hora de continuar no caminho.

Ele pegou a mão dela e se ergueu em sua frente respirando fundo e se recuperando de uma crise de riso, eles seguiram caminho e andaram por mais ou menos uma hora antes de pararem para um lanchinho e para um descanso, Fernanda sentiu falta de uma garota para conversar, uma animada Gabi dizendo coisas otimistas e irônicas, uma Carol brigando com o Vitor para dar uma animação, Kelly dançando no meio da fogueira eu ela e Alexandre haviam feito para se aquecerem e uma silenciosa Duda sonhando com um futuro de aventuras de livros, sendo uma exploradora como Indiana Jones ou uma super heroína.Suas melhores amigas faziam falta, muita falta!

Como se lesse seus pensamentos, Alexandre disse:

–Também sinto falta deles, fica tranquila Fer, eles estão bem,tenho certeza.

–Não sei Alex, a confusão foi muito grande, e se eles...

–Shiu- Ele colocou um dedo sobre a boca da menina – Não fala isso, lembra você mesma disse que precisamos ser otimistas.

Ela respirou fundo:

–Tem razão, mas estou preocupada.

–Eu também.

Depois de um longo silêncio, cada um com seus pensamentos, eles decidiram continuar a caminhada, afinal ficar ali remoendo ideias horríveis nunca é boa coisa no mundo real, quanto mais em uma dimensão formada de sonhos,perto do fim do dia, ou pelo menos o que eles achavam ser o fim do dia, a caverna se bifurcou em dois caminhos bem mais estreitos, qual seria o certo?

–Vamos pela esquerda. Fernanda disse.

–Não sei não – Alexandre estava nervoso – O caminho da esquerda é mais escuro que o da direita, melhor ir pela direita Fer.

–Confia em mim. Ela pediu e implorou com os olhos mas Alexandre não cedeu.

–Não Fer, eu sei que aqui nada é o que parece mas não concordo em irmos pela esquerda, vem, vamos. Ele puxou Fernanda mas ela não se moveu, então ele começou a andar na direção da caverna direita.

Uma tontura passou pela cabeça de Fernanda, ela buscou apoio nos olhos dos leõezinhos mas eles olhavam sem rumo para a bifurcação, sem muita escolha, resolveu olhar para a bifurcação da direita, realmente estava mais clara, mas não tinha um final parecia...Infinito.

Outra tontura passou por sua cabeça e seus olhos a guiaram até a caverna da esquerda,também parecia infinita mas uma luz quase imperceptível dançava ao final, por um lado poderia ser um caminho direto para o fogo e para o morte, pelo outro poderia ser o que eles procuravam, uma saída.

Foi aí que ela percebeu, Alexandre estava indo para uma emboscada, a bifurcação não existia, era uma ilusão, como a do vale, por isso os leõezinhos olhavam reto, eles não tinham sido atingidos pela ilusão, sabiam o caminho certo, a luz da direita era fogo, quando atingisse o centro seria queimado vivo, a luz da esquerda imperceptível era fogo também, para aqueles que não seguiram a lógica, ambos os caminhos levavam a uma emboscada sem volta.

Ela gritou exasperada enquanto corria para dentro da caverna da direita:

–Alex!Alex! Para! Não dê nem mais um passo!

Ela derrepente ouviu passos vindo em sua direção, correndo no caminho contrário, parou aliviada pensando ser Alexandre quando avistou a silhueta: Não era ele.

Uma garota veio correndo até ela e a abraçou, somente quando esta lhe soltou, ela pode ver o rosto:Carol?!

–Carol?Ai meu deus Carol!Fernanda a abraçou de novo esquecendo por um minuto seu objetivo ao entrar naquele local.

–Fer, eu achei que você estava morta!Como conseguiu se salvar?Onde estão as outras?

–Alexandre me salvou depois de eu desmaiar!Mas as outras...Ela parou de falar e uma lágrima escorreu de seus olhos – Eu não sei onde elas estão Carol, você é a primeira que encontro.

–Ai meu deus. Carol começou a deixar lágrimas escorrerem também – Será que estão mortas?

–Não sei!Mas gosto de pensar que não -Fernanda viu a expressão do rosto de Carol mudar de triste para um tanto irritada- Algum problema?

O estado de irritação desapareceu:

–Não imagina! Vem vamos procura las – Carol pegou na mão de Fernanda e ela sentiu a sua mão fria, espera Carol nunca ficou com as mãos frias antes, e ela nunca sequer pegou na mão dela, Carol sempre foi uma boa amiga, mas nunca de contatos físicos como abraços e pegar na mão.

Fernanda se afastou em um arrastão e acusou aquela Carol na sua frente gaguejando:

–Você não é a Carol.

O corpo da garota se retesou de nervosismo mas se recompôs logo e falou com uma voz doce:

–Claro que sou Fer? Não está me reconhecendo?

–Carol nunca abraça ninguém, só em casos raros,pegar na mão de alguém então, impossível, e além do mais ela está sempre pegando fogo por causa dos exercícios que pratica, você está mais fria que neve.

A Carol a sua frente baixou o olhar e seu rosto começou a se transformar com uma risada sinistra encontrada em filmes de terror.

O corpo magro e os cabelos negros da amiga se transformaram em algo nojento, o corpo perdeu a forma se transformando em algo parecido com um fantasma de carne e osso, os cabelos se enrolaram no rosto e em seguida caíram revelando uma cabeça brilhante e branca como papel, uma risada com dentes faltando, narinas pequenas e olhos monstruosamente negros e horrorosos, Fernanda sentiu medo e repulsa com aquela figura na sua frente.

Fernanda começou a dar passos para trás em uma tentativa de se afastar daquilo, mas o monstro acompanhava seus passos e ia cada vez mais para frente até que em um impulso, ele agarrou o braço de Fernanda,a visão daquilo a fez lembrar de Lucia, na hora em que a professora lhe havia agarrado alguns meses atrás,naquele dia, ela havia desmaiado quando a professora tinha batido sua cabeça na mesa, fora só isso um desmaio mas e se aquilo fizesse a mesma coisa naquele lugar, as consequências seriam bem mais graves, já que a caverna possuía pedras pontudas e afiadas.

Ela tentou se soltar, mas o monstro era forte demais, ele apertava seu braço e Fernanda tinha a impressão de que o próprio ia cair,o cheiro daquela figura lhe causava náuseas, e sua força estava se desmanchando, ela caiu de quatro no chão e o monstro a largou, porque ela estava se sentindo assim?Fraca?Obscura?Morta por dentro?O que aquilo lhe havia feito?

Ela sentiu as pálpebras pesadas e ouviu um riso sinistro,mas quando ia cair, se render, ela ouviu vozes em sua mente, lhe chamando, as vozes eram misturadas, eram femininas e masculinas, suas amigas?Alexandre?Eram eles que a chamavam.

–Não desista Fer. A voz de Gabi lhe disse.

–Você vai conseguir superar. Kelly disse.

–Seja forte minha princesa. Alexandre finalizou.

Em um impulso forte e decisivo Fernanda se levantou e agarrou o que parecia ser o braço daquilo, com o flip usado para derrubar Alexandre alguns minutos atrás ela jogou aquela criatura no chão e subiu em cima dela, utilizou o golpe dos cem quilos do jiu jitsu para prende la no chão, derrepente o braço daquilo caiu e Fernanda se levantou, ela trocava o olhar entre o braço e a criatura, em um impulso decisivo, ela murmurou enquanto pegava um galho seco:

–Sou eu ou você. E então cortou a cabeça daquilo com o tronco, quando o largou ela percebeu algo diferente em seu interior, estava mais forte, brava, e um tanto sinistra, a sombra se alastrou pelo chão e desapareceu, Fernanda pisou em cima do galho e o cortou em dois, ela estava sozinha de novo, com aquelas criaturas repulsivas!

–Alexandre!Alexandre! Ela gritou e não teve resposta, então voltou a correr para dentro da caverna torcendo para não encontrar mais nenhum monstro mas sabendo que se encontrasse estaria pronta para eles.

Ela corria e gritava os nomes de seus amigos aleatoriamente até ouvir dois rugidos, ela parou e quase derrapou mas conseguiu se equilibrar,olhou para trás e avistou Akasha e Peter vindo em sua direção, ela abaixou para ficar da altura deles e passou a mão pelos seus pelos, a áurea ainda estava lá, forte e penetrante, os leõezinhos morderam a barra da calça dela e a puxaram para onde tinham surgido, ela pisou forte os pés no chão e disse para eles:

–Não posso voltar, tenho que encontrar o Alex, ele pode estar indo para uma emboscada.

Os leõezinhos baixaram o olhar e fizeram um não com a cabeça como se entendesse o que Fernanda queria dizer mas não concordassem,ela sentiu um profundo vazio no coração e lágrimas escorregaram de seus olhos quando uma possibilidade daquele sinal negativo lhe veio a cabeça: E se as criaturas já tivessem pegado Alexandre? Seria tarde demais?

Sem perceber, sombras foram tomando conta do lugar e quando não sobrava mais nada além delas, de Fernanda e dos leões, eles rugiram alto e puxaram Fernanda, esta ao perceber a emboscada em que tinha se metido, saiu correndo atrás dos leões, as sombras os perseguiam e tentavam puxar seus pés e braços, cada vez que Fernanda se desvencilhava de um, mas quatro lhe agarravam, era quase impossível sair dali.

Até que ela viu uma luz, o final da bifurcação, graças aos céus, ela tinha conseguido, ao passar pelo arco de areia, as sombras não a perseguiam mais e ela sentiu um alivio de estar livre como se estivesse em um parque cheio de árvores, novamente olhou para a bifurcação e lágrimas lhe vieram aos olhos, no fundo ela sabia que isso não era verdade, que ele estava ali, em algum lugar, mas agora, a única coisa que lhe tomava o pensamento, era que se Alexandre não estava ali, tinha caído na emboscada e estava... Morto!

*

Depois de entrar na bifurcação da direita sozinho,Alexandre correu um longo caminho até descobrir que tinha caído em uma armadilha,ele tentou correr de volta para a luz mas as sombras lhe agarraram os pés e a única coisa que ele se lembrava era de escuridão.

Quando acordou, se sentiu comprimido, como uma sardinha na lata, tudo era muito escuro e ele não enxergava onde estava, sentiu um beliscão no braço e se afastou rapidamente,torceu para sua mochila ainda estar lá e estava, abriu ela e pegou a lanterna que tinha trazido, iluminou todo o minúsculo espaço onde estava e percebeu que estava sentado entre Miguel e Gabi, mas para a direita estavam Duda, Vitor e Pedro e na esquerda, Carol, Lucas e Kelly:

–O que estamos fazendo aqui? Ele sussurrou.

–Se a gente soubesse – Gabi sussurrou de volta irritada - Não estaríamos aqui murmurando palavras.

–Que lugar é esse? Alexandre sussurrou de volta para ela.

Dessa vez Miguel respondeu sussurrando também:

–A gente não sabe, mas parece uma caverna bem minúscula, apertada, só lembro de ter desmaiado e acordado aqui, você chegou um tempo depois.

–Quem me trouxe?

–Não sabemos, você simplesmente apareceu aqui.

–Que estranho! Cadê a Fer?

–Pensei que ela estava com você. Gabi se conteve para não gritar de raiva querendo estraçalhar o colega.

–Eu fui um estúpido a deixei sozinha, segui meus instintos e estavam errados - Alexandre bateu com o punho no chão pedregoso e nem sequer reclamou de dor – Precisamos fugir daqui!

–Você acha que a gente não sabe disso – Gabi já estava querendo arrancar a cabeça dele – Mas não tem como sair.

De algum modo somos teletransportados de onde sumimos para cá, não há saída, não há porta, achamos que você e a Fernanda pudessem nos tirar daqui, mas percebe se agora que a nossa única salvação é a Fer.

–Só espero que ela não tenha ido atrás de mim, nem caído na emboscada. Alexandre suspirou por fim.

*

Fernanda passou a mão pela parede que separava as duas cavernas, era sólida, impossível de atravessar, ela tentou imitar a Rapunzel quando ela ultrapassou a janela da torre e caiu no lombo do dragão, mas ela bateu com a cabeça na parede e ficou com um galo na testa.

Ela fez várias tentativas, fechou os olhos, tentou atravessar como se fosse um fantasma, tentou até com plantas, ver se elas destruíam aquela parede mas nada funcionava,Akasha e Peter estavam sentados e olhavam para Fernanda com dó, teve uma hora que Peter tentou atravessar também mas uma barreira o impedia e depois disso nenhum dos dois mais tentou.

Fernanda estava esgotada, sentia a magia se esvaindo do seu corpo junto com a energia, porque aquilo não abria? Será que era mesmo uma passagem ou só mais uma fantasia fértil da sua cabeça?Ela se sentou por alguns minutos pensando em novas maneiras de ultrapassar aquilo quando uma salamandra passa correndo por ela, ela grita e se encolhe a salamandra passa reto por ela como se não a visse e atravessou a parede como um fantasma, Fernanda gritou de novo mas não de medo, de raiva, até aquele bichinho conseguia aquilo e ela não conseguia, isso já estava irritando ela:

–Genevive, se você pode me ouvir, porque não fez as coisas mais fáceis? Porque precisava me colocar nesse monte de desafios?Porque não podia simplesmente entregar essa coroa em minhas mãos?

Fernanda gritou com raiva e lágrimas não de tristeza mas de desgosto, fúria e ira saíram de seus rostos, molhando o chão perto de si,uma luz brilhou lá e Fernanda abriu os olhos, quando a próxima lágrima caiu no mesmo lugar da antiga o brilho apareceu, Fernanda colocou a mão sobre o local e sentiu uma energia boa, ela se levantou, não tinha descoberto nada, mas tinha conseguido outra coisa, autoestima, vontade! E foi com isso que ela voltou a tentar.

Na quinta tentativa, ela não viu nada se mexer naquela parede onde mirava mas percebeu as cavernas vacilarem, ela continuou a tentar até que as cavernas vacilaram de verdade e se dissiparam em uma única caverna.

Fernanda riu e pulou de alegria, tinha conseguido!Não tinha desistido e conseguiu seu objetivo, seu sonho!

Fernanda saiu correndo pela caverna seguida pelos leõezinhos e rapidinho chegou a um precipício, uma rocha lisa em cima flutuava bem no meio e guardava alguma coisa, uma caixa! A coroa, Fernanda começou a procurar várias formas de subir, mas no final fez uma ponte com cipós e subiu até lá, a caixa era bem guardada e quando Fernanda a pegou nas mãos, sentiu alívio, aquele pesadelo finalmente iria terminar, quando abriu seu mundo desabou!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Dimensão dos Sonhos." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.