Alexandre suava e olhava de um para outro, todos estavam lá, todos já estavam amigos novamente, mas Fer não estava lá, onde ela estava? Será que tinha conseguido sair?

Quando chegou até o outro vale percebeu que ele era bem parecido com o anterior só que com uma extensa floresta cobrindo tudo, o lugar onde todos estavam era uma campina com pedras um pouco antes da entrada da floresta, ele não sabia o que tinha acontecido na névoa e nem se importava mas Miguel e Gabi contaram tudo a ele quando chegou.

Isso só fazia seu coração arder ainda mais, ele havia acusado o amor de sua vida injustamente, mas pode ter certeza de que se ela não saísse em dez minutos, ele subiria naquela montanha arrancaria ela dos braços de não sei quem e explicaria tudo.

Mal deu tempo de completar o pensamento, ele vislumbrou um vórtice verde se abrindo e de lá uma bela menina de cabelos castanhos saindo, ele mesmo não fazendo nem uma semana que não a via,ela parecia mudada, estava mais independente,poderosa, linda.

Alex não conteve o impulso, foi ao encontro de sua amada e a abraçou suspendendo Fer no ar, ela riu e ele começou a girar com ela em seus braços antes de um abraço entre eles e um suspiro de alívio.

–Fico tão feliz que você esteja bem Fer.

–Igualmente Alex, mas pensei que estivesse zangado comigo.

Ele baixou o olhar até os pés:

–E estava, antes de saber o que realmente aconteceu.

Ela pegou o rosto dele entre suas mãos e murmurou:

–O que aconteceu?

Lágrimas inundaram os seus olhos apesar de não deixar cair nenhuma:

–A névoa, eu realmente vi uma Fernanda e você realmente viu um Alexandre mas não era eu e nem a que eu vi era você, é muito confuso!

–Resumindo- Gabi assumiu a narrativa – Ninguém tem culpa de nada, nada aconteceu entre a gente, foi tudo um truque para nos separar e tudo o mais.

–Então vamos voltar a nossa antiga amizade. Miguel roubou a narrativa de Gabi e a abraçou por trás pela cintura beijando sua bochecha até ela enrubescer e se soltar.

Todos riram da cena cômica de Miguel e Gabi, que viviam entre tapas e beijos, até Pedro beijar Duda na boca e ela se deixar levar, Kelly gritou:

–Que que é isso !!!!!!!!!!!!

–Que foi? Duda perguntou com cara de inocente e recebeu quatro olhadas irônicas femininas enquanto outras quatro masculinas iam para Pedro que mordendo o lábio começou:

–Pode se dizer que uma garotinha muito chata me fez perder a timidez e – Ele abraçou Duda – assumir meus sentimentos.

Todos fizeram um OHHH silencioso e depois riram, os meninos ficaram encarando Pedro com olhares divertidos e ao mesmo tempo admiradores e invejosos, Pedro murmurou quando eles vieram falar com ele:

–Sou o primeiro a cumprir a aposta. Todos riram mas depois ficaram sérios quando as meninas se aproximaram.

–E então, a aventura continua, vamos lá! Kelly tentou animar.

–Tá meio tarde – Vitor argumentou – A gente começa amanhã, vamos acampar.

Todos arrumaram suas coisas até Alexandre pular e perguntar:

–Cadê a Fer?

Todos começaram a olhar freneticamente para todos os lados em uma situação desesperadora até uma garota de cabelos castanhos sair da floresta com um macaquinho no ombro, Alexandre praticamente agarrou Fernanda quando a viu, fazendo o macaquinho pular do ombro dela e se encolher perto de um arbusto:

–Você tá louca! Eu quase morri de desespero, da próxima vez que entrar na floresta, me fala que eu vou com você, e...

Fernanda tirou calmamente os braços dele de seus ombros, pegou o macaquinho em um dos ombros e disse:

–Eu só fui pegar meu amiguinho príncipe encantado, eu sei me cuidar.

Alexandre pegou novamente no braço de Fernanda e girando ela, a abraçou sussurrando em seu ouvido:

–Da última vez que disse isso, você quase morreu possuída, não quero me arriscar a te perder novamente.

Fernanda enrubesceu e aprofundou no peito de Alexandre, ele a pegou no colo e mesmo a garota protestando,ele a colocou no local onde ela dormiria, Duda havia aprontado tudo para ela:

–Tente descansar. Ele murmurou antes de beijar a testa dela e depois indo para seu próprio saco de dormir, adormeceu rápido assim como todos, menos Fer.

Mesmo tentando, Fer custou a adormecer, ela tinha uma certeza maior que tudo, precisaria usar seus conhecimentos de batalhas com plantas para atravessar a floresta, depois do que ela passou na montanha da Terra, ela aprendeu muito sobre abrir os olhos, sobre seus pressentimentos e antes que completasse todos os seus pensamentos, um bilhete apareceu em seus pés e ela o pegou para ler:

Fernanda,a escolhida, precisará aprender mais, tudo que sabe é pouco para o que enfrentarás, saiba de alguma maneira que a verdadeira maldade está em suas mentes.

–Como? Fernanda disse baixinho, em um sussurro, até mãos tirarem o bilhete das suas e ela encarar um par de olhos verdes:

–Quando eu disse para você descansar – Ele sussurrou – Eu quis dizer você deitar e dormir – Ele olhou para o papel e depois para ela – O que é isso?

Ela deu de ombros e sussurrou:

–Se eu soubesse...

Alexandre franziu a testa e depois começou a ler, quando terminou focou seus olhos no de Fer:

–Quando ele disse: Tudo o que você sabe, ele quis se referir às respostas que encontramos?

–Também – Ela disse entre dentes, mas percebeu a cara confusa de Alexandre e suspirou – Eu aprendi alguns... Truques na montanha

Ele arqueou uma sobrancelha e sussurrou no ouvido da menina:

– Quais? Fer suspirou:

–Mantineon. E uma flor surgiu entre eles, Alexandre olhava atônito para aquilo e piscou várias vezes para acreditar que não estava sonhando:

–O que foi isso?

–Um feitiço, invoca qualquer planta que eu quiser, também tem outros mas que são mais complicados, amanhã eu prometo que mostro todos.

Ele pegou na mão dela:

–Só quero que descanse, o dia amanhã vai ser cheio.

–Tudo Bem. Ela suspirou pela última vez e virou de lado, sentiu os braços de Alexandre a envolvendo e depois não viu mais nada dormindo contra aquele musculoso peito.

De manhazinha,Fernanda acordou, Gabi e Miguel já estavam acordados, Alexandre dormia abraçado a ela,Duda e Pedro estavam perto de uma árvore e riam, Lucas e Kelly dormiam e Carol e Vitor discutiam sobre alguma coisa perto de uma fogueira,ela levantou devagar tirando os braços de Alexandre dos seus e rastejou para perto de Gabi:

–Dormiu Bem? Ela perguntou enquanto se espreguiçava

–Bem – Gabi deu de ombros e a olhou com olhar malicioso – Aposto que eu nem preciso perguntar, dormindo abraçadinha com o Alex hein?

Fer deu de ombros e corou um pouco fazendo Gabi rir, Miguel chegou perto:

–Qual é a graça?

–O casalsinho apaixonado. Gabi indicou com a cabeça Fernanda e Alexandre e Miguel riu junto com Gabi enquanto Fernanda tentava controlar a vontade súbita de prender eles com as plantas.

Quando eles finalmente pararam, Alexandre acordou e olhou com aquele olhar para Fernanda, ela virou de costas para tentar ignorar ,mas sentia o olhar de Alexandre nas suas costas e logo sentiu sua mão no seu ombro, ela fechou os olhos e se levantou suspirando, pegou a mão de Alexandre em seu ombro e o puxou para um canto discretamente para não atrair atenções, ele se sentaram um de cara para o outro deixando um espaço de terra entre eles, Fernanda fechou os olhos e murmurou:

–Mantineon- Uma flor apareceu, uma rosa, e Fer abriu os olhos- Esse invoca plantas boas e saudáveis.

Alexandre não disse nada então Fer continuou:

–Vasneon – Uma coisa saiu da grama e Alexandre deu uma guinada para trás com olhos sobressaltados, a coisa envolveu uma parte da perna de Fernanda, mas depois soltou deixando leves marcas – Esse invoca plantas carnívoras e também as faz obedecer ao invocador, Sahukara – a planta desapareceu – Esse as faz desaparecerem.

–Nossa! Foi a única coisa que Alexandre conseguiu murmurar com muito esforço, Fernanda sorriu e concentrou sua atenção em duas plantinhas que estavam entre eles:

–Parseon. As plantas ganharam vida e começaram a envolve los, depois pararam, contiveram seus caules e atacaram uma outra planta próxima acabando com ela, Fernanda concentrou mais uma vez sua atenção e as plantas pararam, ela murmurou por último:

–Terranto. E a planta morta se curou, quando abriu seus olhos disse para Alexandre- A primeira faz com que o comando das plantas seja meu, o segundo cura qualquer planta.

Alexandre voltou a olhar com olhos sobressaltados presos em Fernanda, Ela baixou o olhar para os as pernas cruzadas sobre o peito mas logo um braço a envolveu e a puxou para mais perto, Alexandre sussurrou:

–Estou sem palavras, acho que pareci muito tonto encarando você dessa maneira que encarei, mas foi à única forma que encontrei de expressar alguma coisa. Fernanda chorou baixinho no peito de Alexandre quando disse:

–Entendeu meu desespero noite passada, eu sei tudo isso e mesmo assim não é o suficiente.

–Calma. Alexandre falou – Pense que há alguns dias você nem sequer pensaria que iria controlar plantas e agora sabe tudo isso – Ele olhou nos olhos dela – Vai ficar tudo bem.

Fer secou as lágrimas e se levantou, eles voltaram para o acampamento onde se reuniram com todos, Lucas comunicou:

–Gente, isso é um pouco estranho de dizer mas descobri uma coisa que deixa nossas expectativas frustradas

Todos olharam para ele:

–Não é a montanha das sombras que está causando a agonia nesse mundo, ela está normal, não está se fortalecendo, não tem nada lá além de gosma, e pedras é só uma montanha comum, os demônios, nada está lá.

–COMO É QUE É??? Um coro de vozes respondeu.