A Dimensão dos Sonhos. escrita por Pakalia


Capítulo 23
Fernanda e Alexandre


Notas iniciais do capítulo

Oii gente linda!! Vamos comentar a história?? Onde estão vcs leitores!!??



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Mesmo o colchão sendo muito macio, Fer acordou com dor nas costas, se vestiu rapidamente com um vestidinho rosinha que Anieli havia confeccionado para ela e saiu da barraca, as pequenas criaturinhas limpavam o vale das folhas que haviam caído e as decoravam com flores de todas as cores, Fer sorriu e logo uma Anieli sorridente veio recebe la:

–Fer, deve estar com fome- A garotinha já tinha se acostumado a chamar a sua rainha pelo apelido – Venha comer alguma coisa conosco.

Anieli pegou a mão de Fer e a conduziu até uma mesa repleta de frutas, sucos e algumas ervas, Fer se serviu de algumas coisas e sorriu para a pequena Anieli que a encarava enquanto comia.

Os olhos da menininha eram e um azul brilhante e expressavam alegria, mas quando Fer observou melhor pode ver outra coisa, algo escuro, sombrio e de expressar compaixão, ela afastou os olhos de Anieli e olhou para um pequeno menininho que se alimentava ao seu lado, quando seus olhos encontraram os dele, ela teve a mesma sensação, quando retornou seus olhos para o prato que comia, os arregalou quando se deu conta: O Sonho, o sonho daquele dia estava se concretizando, era de lá que ela conhecia eles, era de lá que lembrava de seus rostos, era de lá que o que seus olhos demonstravam era familiar.

Sem perceber, em um ato involuntário, ela se afastou rapidamente, deixando o prato cair e o banco ao qual estava sentada se virar, Anieli a olhou preocupada e abriu um sorriso nervoso mas que para Fernanda agora com olhos abertos era o mais falso de todos:

–Algum problema Fer?

Fernanda tinha as palmas das mãos suadas, os olhos arregalados, e a pele tremendo, sua voz falhava e ela simplesmente foi se afastando enquanto Anieli seguida pelos menininhos se aproximava sempre com o sorriso e as palavras:

–Algum problema? Porque esta fugindo?

A voz de Fernanda não saia e sem perceber ela tropeçou em uma pedra e caiu deitada no chão, as plantas carnívoras lhe envolveram os braços, as pernas, o tronco e por fim a cabeça sendo a última coisa que viu antes de cair na escuridão ser os garotinhos chegando ao seu socorro.

*

–FER!!!Alexandre gritou despertando de um sonho profundo.

Alexandre respirou fundo, suspirou e se lembrou de onde estava, em seu sonho, Fer tinha sido envolta por algo sangrento e ele não conseguia salva la, ele fechou os olhos por um segundo e imaginou a figura de Fer vindo em sua direção, unindo seus lábios aos dele e por fim um leve suspiro entre ambos, um suspiro que era de alívio, emoção e amor, muito amor, infelizmente quando abriu os olhos estava novamente na caverna/labirinto que tanto o amargurava.

Sem escolha Alexandre se levantou e continuou andando, ele andou horas e horas sem encontrar nada até sentir algo molhado, grudento e frio rastejando pelo seu ombro, ele se virou e viu a língua vermelha da Tentação, ele se afastou e foi encurralado contra uma parede, a maluca disse:

–Vamos lá! Ninguém até hoje resistiu, eu sei que você me quer, eu sei que você me deseja. A voz foi ficando cada vez mais fraca e sedutora, Alexandre fechou os olhos enquanto os braços de Tentação o envolviam e ela aproximava o rosto do dele, entretanto quando seus olhos se fecharam, uma parte de seu cérebro se ativou e o rosto de Fernanda lhe veio a mente, as torturas de Tentação pareceram parar e ele se viu com simplesmente uma pessoa em seus braços, Fer, seus olhos se concentraram nos dela e o beijo foi categórico, uma união de bocas, de mundos e de amores.

Quando seus olhos voltaram a se abrir para ver o estado que estava, ele estava normal e Tentação estava caída no chão, ela disse em voz fraca:

–Você se liberou.

–O que?Alexandre não estava entendendo nada.

–Eu não posso roubar uma coisa que não é sua, não posso roubar seu coração porque ele não é seu, ele é...

–Da Fer. Alexandre completou, seus olhos brilhando, ele finalmente havia compreendido, seu coração sempre foi dela desde a primeira vez, não havia como mudar isso, NUNCA!

Tentação se levantou e disse:

–Você me venceu, o que deseja saber? O vórtice vermelho surgiu.

–A verdade: A Fernanda me ama?

Tentação se contorceu aparentemente incomodada e murmurou:

–Sim. Ela te ama.

Alexandre não pode conter um sorriso de orelha a orelha e saiu correndo para o vórtice, louco para reatar a amizade, pouco importava o que havia acontecido na névoa, o importante era os sentimentos dele por Fernanda e de Fer por ele.

*

Fernanda acordou, estava deitada na sua aparente cama, mas que agora era de rocha pura, ela olhou ao redor, não era nada daquilo que tinha sido, era uma caverna fria e úmida, seu corpo estava com ferimentos que os médicos considerariam mortais mas mesmo assim, ela não sentia dor.

Alguém entrou pela entrada da caverna e mesmo coberto por uma camada considerável de sujeira, estando feia, suja e amargurada, Fernanda reconheceu o rostinho de Anieli, em outro ato defensor, ela se afastou e pegou uma rocha solta para se defender, a menininha ficou lá parada e se sentou no chão colocando a mão entre os cabelos, lágrimas caíam dos seus olhos quando ela disse:

–Eu não aguento mais!

Fernanda se sentiu comovida no fundo mas continuou em posição defensiva quando disse em uma voz de irmã carinhosa:

–Porque?

Anieli subiu os olhos até Fer:

–Todos que você viu lá fora eram crianças normais como você, só que menores, eu amaldiçoei todas a viver nessa maldita montanha pelo resto da vida.

–Como? Fernanda tentou não demonstrar sentimento mas estava triste pela situação de Anieli.

–Eu tenho perto de cento e cinquenta anos de idade, fui amaldiçoada a viver nessa montanha e atrair criancinhas que brincavam no lago perto do coral, foi assim que formei esse vilarejo, quando você chegou, uma luz pareceu acender dentro de mim, como você não sabia de nada, talvez conseguisse quebrar a minha maldição e me devolver a paz voltando a Terra com cinco anos de idade, nem se for para viver na rua ou no orfanato mas...

–Eu descobri tudo. Fernanda tentava segurar uma lágrima – Eu sinto muito Anieli, mas eu ainda posso quebrar a maldição.

–Não pode, somente alguém que desconhece nossa origem pode quebrar, isso é uma lei normal para nós e para todos.

Fer se levantou, a coragem tomou conta dela e pegando o rosto da criança entre suas mãos disse:

–Você deveria saber que eu não sou todos.

–Você não vai receber a oração que pode quebrar a maldição, como pretende descobri la?

Fernanda não respondeu apenas pegou na mão de Anieli e foi para fora, o lugar não era como antes, era seco sem vida e todos estavam nas mesmas condições de Anieli:

–Me ensine como conter as plantas carnívoras, me ensine todos os feitiços.

Anieli olhou com receio para Fer mas ensinou um por um, no final Fernanda já havia decorado:

Sahukara- continha as plantas carnívoras.

Mantineon- Evocava plantas saudáveis e boas.

Terranto- Curava as plantas.

Vasneon- Evocava e comandava as plantas carnívoras.

Parseon- Comandava todas as planta, como se elas te ouvissem, atacavam, defendiam e te protegiam.

Fernanda havia compreendido a lógica das plantas e quando usou um feitiço para curar aquele lugar, se sentiu renovada, um papel apareceu aos seus pés e nele dizia:

Cura as plantas, renove a safra, comande todas de uma só maneira, tire alguma e volte a convoca la.

Genevive

Fernanda entendeu na hora e pediu para todos formarem um círculo em volta dela, ela se sentou no meio e murmurou:

Terranto Mantineon Parseon Sahukara Vasneon.

Uma névoa brilhante envolveu todos e os levantou, os olhos de Fernanda e Anieli se encontraram e ela murmurou antes de sumir:

–Obrigada minha rainha.

Todos desapareceram e Fernanda se viu sozinha com uma passagem verde clara, ela sorriu:

–Hora de reencontrar meus companheiros. E seguiu pela luz.


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